terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Coração Valente - Parte 2

Perdeu a primeira parte da entrevista com Fabricio Oberto? Então clique aqui antes de ler a segunda.

BALA NA CESTA: Creio que o ponto alto da sua carreira com a camisa da seleção argentina foi a conquista do ouro olímpico em 2004. Qual é a sensação de ouvir o hino do seu país em uma competição como essa, e como foi aquele torneio?
FABRICIO OBERTO: Por incrível que pareça, as Olimpíadas de 2004 não foram o melhor torneio daquele grupo. Mas jogamos bem nos momentos principais e soubemos finalizar as partidas com sabedoria. Assim, ganhamos o ouro sonhado por todos, mas admito a você que o objetivo de todos ali era ganhar uma medalha – o ouro foi muito mais do que poderíamos pedir. Ouvir o hino em Atenas foi um momento incrível, inesquecível. Foi tão mágico que ninguém queria baixar do pódio. Um dos momentos mais emocionantes da minha vida.

-- O técnico daquela seleção, hoje treina o Brasil, grande rival da Argentina. Como é o técnico Rubén Magnano? Você ainda mantém contato com ele?
-- Rubén é uma pessoa incrível, com ideais muito bonitos, e tenho a sorte de ter cultivado uma relação muito especial com ele fora de quadra durante todos esses anos. Isso acontece pouco, mas conosco foi tudo tão bom que temos uma relação muito legal. Não foi fácil vê-lo como técnico do Brasil, pela rivalidade que temos e pelo que ele criou com a nossa seleção. É um dos que mais me conhece como jogador e aprendi muitas coisas com ele. As batalhas que tivemos juntos estão na minha memória e jamais esquecerei. Rubén é uma pessoa excepcional.

-- Você faz parte de uma geração argentina que passou a derrotar o Brasil com muita freqüência. Como você enxerga o basquete do meu país, e como você avalia o crescimento do basquete na Argentina?
-- O crescimento da seleção argentina é resultado da sólida união, solidariedade e trabalho de todas as pessoas do país envolvidas na mesma engrenagem e não pedindo nada por isso. Acho que só assim consegue-se vencer, aliás. Sobre a seleção brasileira, a vejo em um bom caminho e sem dúvida hoje vocês têm uma peça que pode levá-los a ser uma grande equipe – falo do Rubén, claro. O Brasil tem muito potencial, e precisa apenas trabalhar para atingir seus objetivos.

-- Uma das cenas que se seguiu à sua aposentadoria foi a “retirada da camisa número 7” na camisa do Ginóbili. Quem estava por lá era o Tiago Splitter, que agora está nos Spurs e que já o enfrentou quando você jogou na Espanha. O que você acha dele, e qual será o seu (dele) futuro na NBA?
-- Na verdade estava com o Manu apenas, e depois é que fomos jantar com o Tiago. Ele é uma grande pessoa e um ótimo jogador, e creio que terá um caminho excelente na NBA, jogando em um dos melhores times da NBA. E não digo isso apenas em termos de qualidade técnica, mas sim das pessoas que trabalham por lá. Ele terá sucesso, não tenho dúvida.

-- Falando em jogar na Europa e na NBA, você passou por essa mesma transição pela qual o Tiago está passando agora. É realmente um processo muito complicado? O que é mais difícil neste começo em uma nova e complicada liga?
-- O ritmo e a leitura dos jogos são os fatores mais complicados. É necessário mudar o chip e, sem brincadeira, aprender um jogo completamente diferente devido às regras e às características da liga.

-- Por fim, duas perguntas: quando você fecha os olhos, qual o momento da sua carreira que lhe vem à mente? Se você pudesse fazer uma seleção dos atletas que jogou ao lado, e outra daqueles que enfrentou, como ficaria seu time dos sonhos?
-- É uma pergunta complicada, porque tive companheiros incríveis em cada uma das equipes pela qual eu atuei. Joguei com monstros sagrados da modalidade, e absorvi o melhor de cada um deles em todos os anos da minha carreira. Meu time favorito é o de 2004. Não dá para esquecer, dá?

6 comentários:

Anônimo disse...

Fabio desculpa o palavrão, mas nesse caso se torna essecial.

PORRA, PQP, VC ARREBENTOU !!!!!!!!

Parabéns pela entrevista e que vc continue nesse crescimento na sua carreira.


Abs

Alexandre Reis

Baralhão disse...

Bala, parabéns duas vezes. Pela brilhante entrevista e por ter zicado o Dallas...

Jonathan Soares disse...

Parabens Mas Uma Ves Fabio, Achei Legaal Com ele Falou de Ruben Nessa Segunada Parte de Entrevista, esse Cara um Exemplo de Vida!

Anônimo disse...

puta entrevista!
esse ano você mandou bem, parabéns!

foi crítico (isso é bom!), estudioso e ainda entrevistou a nossa musa... ahahah

edu

Felipe Noronha disse...

Fantástico.

Fan-tás-ti-co.

Duda 11 disse...

Parabéns pela entrevista Bala! E onde está o Oberto agora? Voltou para a Argentina ou continua nos Estados Unidos?
Abração