domingo, 26 de setembro de 2010

Sue Bird e a chave de ouro

Aos sete anos, Suzanne Brigit foi levada por seu pai para ver uma partida da Universidade de St John. No intervalo, o papai Herschel levou a sua pequena para bater uma bolinha na quadra. O fascínio foi tão grande que os atletas esperaram que Suzanne terminasse sua exibição e um guarda chegou a pedir um autógrafo a ela. Vinte e dois anos se passaram e Suzanne se transformou em Sue Bird, mas o fascínio do público pelo seu jogo continua o mesmo. A armadora norte-americana, que ontem ajudou o time a vencer a França por 81-60, conversou ontem com o Bala na Cesta sobre o Mundial da República Tcheca, seu título na WNBA e o reencontro com o técnico Geno Auriemma, seu mentor na Universidade de Connecticut.

BALA NA CESTA: Depois dessa primeira fase, já deu para sentir como vai ser esse Mundial?
SUE BIRD: Sim. Tivemos um jogo bem complicado e estranho contra a França, e acho que daqui para frente será assim. Mundial e Olimpíadas são assim mesmo, não há muito o que escolher. Sabemos o que deve ser feito para reconquistarmos aquilo que perdemos em 2006. Estamos focadas e preparadas para isso.

-- Conversei com o Geno Auriemma, e ele disse que o ponto mais focado nas conversas da equipe é justamente esse (a concentração). Foi isso o que faltou em 2006 no Brasil?
-- Até hoje não consigo entender o que houve há quatro anos, sinceramente. Já parei, conversei, refleti, mas não cheguei a conclusão alguma. Agora, isso que você e o Geno dizem, da concentração alta, é fundamental e sabemos que realmente precisamos estar focadas. Um dia ruim, um "vôo mental", e o nosso título escorre pelas mãos. Isso é uma coisa que nós aqui sabemos: em esporte de alto nível, preparo mental e técnica precisam caminhar juntos. Não adianta nada termos um grupo forte, se ele está com a cabeça em outro lugar.

--Chegar ao Mundial depois de um título da WNBA tem dois lados, não? O da confiança, que deve estar alta, e físico, que deve estar bastante desgastado.
-- Há mais lados nessa equação aí. Estou cansada, obviamente, mas meu ritmo de jogo está alto, minha confiança está muito alta e, sobretudo, meu espírito de decisão está altíssimo. Acho que isso pode ajudar. E tem mais: representar o meu país, jogar com meninas que eu adoro, faz um bem danado. Estar aqui com elas é um prazer.

-- Uma de suas maiores rivais na competição será a Austrália, comandada pela Lauren Jackson, sua companheira em Seattle. Vocês chegaram a falar sobre isso?
-- Brinquei com ela depois do nosso título na WNBA que ela poderia descansar, porque depois de ser MVP da temporada e das finais seu trabalho estava feito (risos). Mas, falando sério, respeito muito a Lauren e o time australiano, e sabemos que será bem difícil caso encontremos elas pela frente. Somos amigas, mas quando a enfrento cada um defende o seu sem problema algum.

-- Seu técnico também foi seu treinador na faculdade. Como é a sensação de, quase oito anos depois, voltar a jogar para o Geno?
-- Estou me sentindo uma Huskie (nome dado às atletas de Connecticut) novamente, e isso é fantástico. Há mais jogadoras da faculdade por aqui (Taurasi e Tina Charles por exemplo), isso ajuda muito, mas reencontrar o Geno é bem legal. Foi um cara que me ajudou muito, que sabe como eu atuo e que entende muito de basquete. Seremos felizes mais uma vez, estou certa disso.

6 comentários:

Leandro disse...

Obrigado Bala, meu dia melhorou muito ao ver a Sue Bird. Ainda caso com ela...

Anônimo disse...

sonho realizado, né? rs

fábio balassiano disse...

quer o telefone, leandro?

anônimo, sonho totalmente realizado! ahahaha

abs, fábio

Anônimo disse...

Outro dia a vi aqui na Republica Theca e ela é super simpática mesmo,parabéns pela entrevista Bala.

fábio balassiano disse...

Valeu, anônimo.
Tirou foto?

Abs

Roberta Rodrigues disse...

Entrevista muito bem feita e perguntas bem boladas! Parabéns, Fábio!