terça-feira, 30 de junho de 2009

Ourinhos é campeão paulista feminino!

A foto é velha (culpa da Federação, que não dá a mínima para a sua competição mais importante), e a informação é parecida. Preparados? Vamos lá: com uma vitória de 55-52 contra Americana, Ourinhos acaba de fazer 3 a 0 na final do Paulista Feminino para ganhar o seu quinto título regional em seis anos (desde 2004, apenas no ano passado é que elas perderam) e se tornar, sem dúvida alguma, a equipe com o maior número de troféus nos últimos anos (cinco Nacionais também).

Na partida de hoje, Chuca teve 12 pontos e Karina Jacob outros 11. Pelo lado de Americana (que decepção na final, hein!), Renatinha (por que diabos ela não foi convocada para aprender?) teve 12. Amigos, e aqui entre nós: o jogo de hoje foi outro festival de erros. Ao todo, 120 (18 nos arremessos de fora, 31 desperdícios de bola, 10 nos lances-livres e 61 nos tiros de dentro da área pintada). Para se ter uma idéia, foram apenas 92 acertos e 107 pontos.

Parabéns a Ourinhos, mas o momento do basquete brasileiro, dentro de quadra principalmente, inspira cuidados. O jogo daqui, hoje, é muito mais uma competição de quem erra menos do que de quem tem mais competência para vencer. E assim seguimos até que alguma coisa seja feita. Alguém se habilita? CBB?

Demorou

Demorou, mas aconteceu: Michael Curry não é mais o técnico do Detroit Pistons. O treinador foi comunicado hoje à tarde por Joe Dumars, gerente da franquia, de que seus serviços não serão necessários na próxima temporada. Com uma campanha de 39 vitórias, uma varrida do Cleveland na primeira rodada dos playoffs e uma confusão tola com Allen Iverson, Curry deverá ceder lugar a Avery Johnson ou Doug Collins.

'Quem sabe eu não jogue no Nacional?'

A pergunta é da campeã Mundial Leila Sobral, em excelente entrevista ao Bert, no PBF. Clique aqui e confira o ótimo papo, que contém, ainda, uma frase sensacional: "Eu nem sabia quem eram elas", diz Leila quando indagada sobre como foi marcar Haixia e McClain, duas estrelas do torneio de 1994. Vale a pena conferir!

Alto-falante

"O Marcio Braga acabou com um relacionamento de 22 anos que tinha comigo. Para mim, chega. Não sei o que ele pensou quando chamou a Patricia Amorim para entregar o troféu e passou por mim sem falar nada"

A frase é de João Henrique Areias (foto), em entrevista ao Globoesporte.com. O ex-diretor de esportes olímpicos reclama da atitude de Marcio Braga, presidente do Flamengo, que fez com que Patricia Amorim entregasse o troféu do NBB a Marcelinho. Para entender melhor a situação, recomendo a leitura do ótimo artigo de Rodrigo Alves, no Rebote. A história do rubro-negro lembra a vivida pelo Fluminense em 1998, quando um dia após a conquista do Nacional Feminino o time perdeu Hortência (então diretora da equipe) e as suas maiores estrelas.

Muito Prazer, Nadia Colhado

A divertida Nadia Colhado é a mais jovem das convocadas para a seleção feminina que se apresenta em Barueri no próximo final de semana. Com 20 anos, 1,93m e uma força física descomunal, a pivô de São Caetano é uma das revelações do basquete brasileiro. Natural de Marialva (Paraná), esta atleta que vive longe de casa desde os 13 anos conversou com a seção "Muito Prazer" do Bala na Cesta por email. Vale a pena acompanhar o seu desempenho nos próximos anos, pois a menina que já com 11 anos media 1,80m cresceu, e cresceu muito. Não só na altura, mas na capacidade de aprendizagem, em seus fundamentos dentro de quadra e na maturidade.

BALA NA CESTA: Você é a mais nova das convocadas para a seleção. Como é, para você, chegar a este estágio com 20 anos de idade?
NADIA COLHADO: Quando fiquei sabendo da convocação, fiquei muito surpresa e muito nervosa. Mas sei que esta vai ser uma das melhores experiências que poderia ter, treinando com jogadoras e profissionais de alto nível.

-- O que levou a menina que saiu de Marialva, Paraná, a jogar basquete? Houve algo especial? Você também tinha um certo trauma com a sua altura quando criança, não?
--Desde muito nova sempre gostei de basquete. E algo me dizia que esse era meu futuro. Quando criança tinha muito trauma da minha estatura. Morria de vergonha quando ia ao shopping ou a lugares públicos. Mas essa vergonha passou logo quando cheguei em Jundiaí (aos 13 anos).

-- De um ano para cá a sua evolução foi muito nítida. Sua técnica cresceu muito, sua força física também e sua habilidade parece bem mais apurada. Como vem sendo este trabalho com o técnico Borracha em São Caetano? E mais: hoje você ainda é uma pivô, mas em breve acha que pode ser aproveitada na posição quatro?
--Ter o Borracha como técnico me ajudou muito a ter essa evolução. Ele me passa confiança e me sinto muito bem jogando aqui em São Caetano. Acho que em um futuro bem próximo já estarei na posição quatro, mas tenho que melhorar meu arremesso de longa distância.

-- Sua mãe mora na França, você vive sozinha desde os 13 anos e já morou na Espanha. Apesar de ser jovem, você aparenta ter bastante maturidade. Quais os próximos passos que você pretende seguir em sua carreira? E como a sua mãe reagiu à convocação?
--Já passei por muitas coisas na minha vida e sinto falta de não ter estado mais perto de minha família. Mas hoje vejo que tive que passar por tudo isso, para poder estar no caminho que continuo seguindo. Minha mãe ficou muito orgulhosa de mim e quase chorou no telefone quando da convocação. Ela me dá muita força. Seu sonho é um dia me ver nas Olimpíadas. Espero não decepcioná-la.

BATE BOLA
Uma palavra que amo: Perseverança
Uma palavra que odeio: Saudade
Maior virtude em quadra: Querer aprender sempre
Em que posso melhorar: Tudo
Uma mania: Roer unha
Um ídolo: Érika Souza
Uma cidade: Marialva
Um lugar: Minha casa com minha família
Uma comida: Da minha mãe
Um livro: A ciência do sucesso
Um filme: O sexto homem
Uma música: Say goodbye (Chris Brown)
Um(a) amigo(a): Djane e Denise
Um momento triste: Quando minha mãe foi embora
Um momento feliz: Hoje
Um(a) técnico(a):Borracha
Uma frase: “A fórmula da minha felicidade: um sim, um não, uma linha reta, um objetivo.” (Friedrich Nietzsche)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ourinhos quase lá

Tudo bem que a qualidade técnica é para lá de baixa (na final, até agora temos 6-30 dos três pontos e 80 erros), mas é incrível como Ourinhos, considerado uma força menor que Americana e Catanduva no começo do Paulista feminino, está a apenas uma vitória do título da competição. Com os 61-58 sobre Americana e 2 a 0 na série (as duas vitórias fora de casa, hein!), o time liderado por Chuca (foto) parte para casa precisando apenas de uma vitória para retomar o título que ano passado escorreu pelos seus dedos em 2008.

Americana possui força, tem um bom elenco, mas pecou muito nos jogos em casa. Parece impossível que consiga sair de Ourinhos com duas vitórias para, depois, vencer a quinta e decisiva em sua casa. No entanto, neste basquete irregular toda vida não é bom duvidar das coisas.

Areias e Ary deixam o Flamengo

Um dia depois da conquista do título do NBB, João Henrique Areias, diretor de marketing de esportes olímpicos do Flamengo, e Ary Vidal, o supervisor, deixam o rubro-negro: “Nos desligamos, pois julgamos que o nosso dever estava cumprido”, disse Areias ao NewsFlash, de Alcir Magalhães. Uma pena!

Saldo positivo

Terminou neste domingo a primeira edição do NBB. Não dá para dizer que foi o primeiro campeonato independente do Brasil, porque houve a NLB, do Oscar, mas o torneio organizado pela Liga Nacional de Basquete, com Kouros à frente, teve o mérito de unir paulistas, cariocas, mineiros, gregos e troianos em torno de um ideal só. Este foi um grande mérito, assim como ter conquistado o apoio da Rede Globo foi outro. Aqui, porém, vale um alerta: apoio é uma coisa. Submissão, outra.

De todo modo, é muito óbvio perceber que o basquete cresceu. Houve mais espaço na imprensa, mais presença do público nos ginásios, patrocinadores que voltaram a aparecer e jogos transmitidos na televisão fechada com constância. Ponto para a LNB!

Por outro lado, Kouros e todo mundo sabe que muito há melhorar. A parte de comunicação e marketing dos clubes é deficiente, a qualidade técnica do espetáculo ainda é sofrível e a própria Liga precisa buscar outros patrocinadores/parceiros que não a Rede Globo. Neste momento de "ebulição", não faz o menor sentido ficar preso a uma instituição só. Que a turma busque um patrocinador de material esportivo, uma agência de viagens, uma empresa de alimentação, uma rede de hotéis, sei lá. Quem não gostaria de associar a sua marca com um evento que tem trânsito livre na emissora de maior audiência do país?

E você, curtiu a primeira edição do NBB? A caixinha, para críticas, elogios ou sugestões, está aberta!

domingo, 28 de junho de 2009

O NBB em números

Número de jogos: 237 (210 de classificação, 15 nas quartas-de-final, sete nas semifinais e cinco nas finais)
Público total: 593.847 pessoas
Público dos cinco jogos da final: 63.847
Médias de público: 2 mil na fase de classificação, 3 mil nas quartas-de-final, 3.500 nas semifinais e 12.769 na final
Recorde de público: 16 mil (Brasília x Flamengo, dia 1º/5, em Brasília)

Flamengo é o campeão!

Não dá para dizer que o título do Flamengo não é legítimo. Foi o time que liderou o NBB na fase regular, é o elenco que conta com melhores arremessadores de três pontos do país (e se o jogo que conta aqui é baseado nos tiros longos, é assim que se ganha, ora bolas!) e que ainda possui essa torcida alucinante nas horas decisivas. Foram mais de 15 mil pessoas no ginásio neste domingo. Parabéns, também, a Brasília, que lutou até o final. Dito isso, vamos ao que interessa.

Chega de ficar falando sempre em nervosismo para dourar a pílula de uma qualidade técnica sofrível. Independente de ser final, torneio início ou fase regular, estamos vendo jogos sempre da mesma maneira. Hoje não foi diferente: 46 tiros de três pontos (12 conversões apenas), 31 erros (24 de Brasília, hein!), zero de bagagem tática, 48 faltas (duas expulsões - Baby e Cipriano), uma violência bizarra na quadra e atletas que insistem em tumultar o que já é para lá de tumultuado.

A atuação de Marcelinho, hoje, só reflete aquilo que ele sempre foi e será: um jogador extremamente talentoso (27 pontos), desequilibrado mentalmente (quantas simulações e uma marra incrível!) e sem noção alguma da realidade do basquete mundial (2-9 dos três). Podem dizer que estou sendo estúpido de criticá-lo em uma hora dessas, mas sei que tem sempre uma Copa América ou um Pré-Olímpico para validar este argumento. O mesmo raciocínio vale para Duda, o queridinho da galera: 2-8 dos três pontos, uma discussão com o não menos "doidinho" Diego e muitas mãos para o alto pedindo o apoio do público.

A LNB está de parabéns. A organização foi boa (com exceção do problema dos uniformes escuros), a imprensa cobriu o basquete como há muito não fazia e os ginásios ficaram cheios. Mas é dentro de quadra que o espetáculo precisa melhorar. E aí o trabalho é mais duro, muito mais duro. Enquanto essa mentalidade de falta de educação, podridão tática e ausência total de fundamentos persistir, times não mais do que regulares (educação, educação) serão campeões e jogadores não mais do que médios (educação, educação) serão considerados craques que nunca serão.

Triste

Terminou agora o primeiro tempo da decisão do NBB. Está 42 a 36 para o Flamengo, após 20 minutos com 29 faltas, inúmeras confusões, duas expulsões (Baby e Cipriano), muita falta de educação por parte dos atletas (Marcelinho está pensando o quê da vida?), uma arbitragem que tenta intimidar e uma qualidade técnica de amargar. É horrível escrever isso, acreditem, mas é a pura realidade. Não adianta dourar a pílula, mas tudo o que vemos de ruim no basquete brasileiro de uns anos para cá está na quadra da HSBC Arena.

Quem fica com o caneco?

Termina hoje a primeira edição do Novo Basquete Brasil. Com o quinto duelo entre Flamengo e Brasília, o torneio, que merece crédito pelo que já conseguiu, será decidido na HSBC Arena, no Rio de Janeiro, às 10hs (Sportv e TV Globo exibem). A expectativa é que o ginásio esteja lotado.

Marcelinho (foto) é o principal nome rubro-negro, e Alex, o dos candangos - OK, Valtinho poderia estar neste papel também. Isso todo mundo sabe. Mas em um momento em que as defesas apertam tanto (ou quase isso), os coadjuvantes é que podem decidir. Diego, Arthur e Cipriano pelos brasilienses. Fred, Hélio, Duda e Baby pelos comandados de Paulo Chupeta?

E aí, quem leva o título número um do NBB? A caixinha está aberta!

sábado, 27 de junho de 2009

O jogo dos 154 erros

Americana e Ourinhos fizeram há poucos minutos a primeira partida da final do Paulista feminino. Foi uma peleja, digamos, trágica. Terminou 51 a 50 para Ourinhos (e teve prorrogação, hein!), com 13 pontos e 14 rebotes de Mamá (foto) - Bethânia, a armadora ourinhense, fez 14. Só queria colocar alguns números para os amigos: os dois times juntos tiveram 154 erros no total: 45 de fundamento, 19 nos tiros de fora, 16 lances-livres e surreais 74 nas bolas de dois pontos. Ou seja: se somarmos os pontos (101), ficamos a 53 dos equívocos que houve no duelo. Dá para acreditar em um negócio desses?

Espero, sinceramente, que a situação melhore no jogo 2 (neste domingo, às 18:30, com ESPN Brasil novamente). Pior do que o que vi hoje é quase impossível que seja.

Alto-falante

"Que? Aonde? Para onde? Jura? Ai meu Deus! Caraca, não estou acreditando. Meu, estou muito feliz. Que notícia boa!"

A frase é de Izabela, surpresa ao ser informada por este blogueiro de sua convocação para a seleção brasileira feminina. A ala, mal aproveitada por Edson Ferreto em Catanduva, foi uma das novidades de Paulo Bassul. Talentosa, torço para que Iza encontre seu caminho.

As faixas do Bert

Bert acaba de comentar a convocação da seleção feminina. Vale a pena dar uma olhada, clicando aqui.

O meio do caminho do meio

Ontem, no calor do momento, pode ser que meus argumentos não tenham sido claros a respeito da seleção feminina. Com mais calma e após uma conversa com meu guru (Bert, do PBF), coloco, aqui, o que penso sobre o assunto. Na minha cabeça, Paulo Bassul, o técnico, tinha duas opções para começar seu novo ciclo de trabalho: renovar o grupo, pinçando algumas veteranas para dar sustentação às jovens, ou manter o elenco que foi a Pequim e acreditar que o que houve na China foi apenas uma aberração. Após ver a lista com 24 nomes, fica claro que ele optou pela última (das 12 que estiveram nos Jogos, não figuram apenas Êga e Grazi, que estão machucadas, além de Claudinha, que se aposentou do time nacional). É uma decisão que tenho de respeitar, mas que discordo veementemente.

Se tivesse optado pela primeira opção (esqueçamos, por um momento, Érika e Iziane, que estão na WNBA), Bassul poderia contar com Helen, Adrianinha, Micaela, Alessandra e Kelly como pilares, dando chance para novos valores como Karen, Clarissa (foto abaixo), Izabela, Mariana Camargo, Franciele, Karina, Nadia, entre outros nomes. Teria em mãos um elenco ao mesmo tempo novo e com peças de sustentação capazes de manter o Brasil em condições de não fazer feio - diferente do que houve na China. Tem mais: por piores que estas "novatas" sejam, e podem ser mesmo, elas, ao menos, possuem o benefício da dúvida ao não sabermos como elas serão/seriam jogando durante anos no alto nível do basquete mundial. Que se dê, ou que se desse, esta chance a elas, não?

O que Bassul escolheu foi justamente o caminho do meio: nem a renovação, ao contrário do que ele diz no release da CBB, nem a manutenção das experientes. Com 24 atletas, o técnico não conseguirá dar a atenção que as mais jovens precisam nos fundamentos, nem a confiança que as "olímpicas" perderam em Pequim. Independente da opção, que devemos respeitar, creio que falte um norte, um direcionamento, um planejamento do que a CBB quer. Lembremos do exemplo da Coréia do Sul em 2006, quando jogou o Mundial com uma equipe "juvenil". Veio aqui para perder, como dizia a sua comissão técnica, e aprender.

Se isso não fosse o bastante, todo mundo sabe que o estilo de jogo de algumas convocadas (Tayara e Palmira, para ficar em dois exemplos) foge completamente ao que Bassul gostaria de implantar na seleção. Insisto nessa: sem craques incontestáveis, ficava a esperança de que o treinador fosse montar um time operário, calcado em valores coletivos que ele tanto gosta de falar. Tudo na teoria, claro. Na prática, como vemos, a teoria é outra.

Ah, lembram da tal Coréia de 2006? Aprenderam tanto que nos venceram dois anos depois, nas Olimpíadas. Venceram, e venceram das tais 9 experientes que voltam a integrar o grupo de Paulo Bassul. Grupo que, evidentemente, não colocará o Brasil entre as quatro primeiras em um Mundial.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Péssimo começo

Acaba de sair a convocação da seleção feminina que irá disputar a Copa América em setembro (aqui). As presenças das jovens Mariana Camargo, Nadia (foto), Clarissa e Iza são excelentes, assim como os retornos das veteranas Helen e Alessandra. Mas, sinceramente, não consigo entender o excessivo número de 24 atletas - alguns nomes se repetem, e o próprio treinador, Paulo Bassul, sabe que jamais darão resultado em âmbito internacional. É demasiado e equivocado, na boa!

A seleção feminina acaba, infelizmente, de dar vazão a uma característica comum à masculina: banalizar o uniforme amarelo e mostrar que, no final das contas, qualquer atleta com nível técnico mínimo pode vestir a camisa da seleção. O certo deveria ser o contrário: quem é muito, mas muito bom ganha o prêmio máximo.

E tem mais: o basquete feminino não possui 24 jogadoras com condições de vestir a camisa da seleção. Paulo Bassul sabe disso, e acaba de trair alguns de seus ideais. Hortência, a nova diretora, deveria dar carta branca para a renovação da seleção, não condicionado a continuidade do trabalho aos resultados. Erraram, e erraram feio. Enfim: coisas do nosso basquete...

Alto-falante

"Meus números não tão bons assim para eu me aposentar. Três anos mais"

A frase é de Shaquille O'Neal, novo pivô do Cleveland Cavs, em seu Twitter. Que figura, hein...

Para não sentir saudades

Agiu rápido o Orlando Magic, hein. Na iminência de perder Hedo Turkoglu, que deve buscar um contrato maior, o pessoal da Flórida tratou de despachar Rafer Alston (Jameer Nelson voltará a ser o titular), Courtney Lee (Pietrus assume a posição) e Tony Battie para o New Jersey Nets, que cedeu Vince Carter (foto) e Ryan Anderson. Sem dúvida é uma ótima aquisição para os atuais vice-campeões da NBA.

E eu, deste canto, não consigo entender aonde o New Jersey quer chegar. Alston deverá ser trocado, já que o titular e craque do time se chama Devin Harris. Courtney Lee é bom, mas não excelente. Ou seja: o time trocou um jogador excelente por um que deve ser mandado embora em breve e outro que dificilmente será um All-Star.

Ao Orlando fica a esperança, de que na perda de Turkoglu tenha encontrado alguém de mesmo nível (mais decisivo, porém). Dwight Howard e Rashard Lewis não podem dizer que o quinteto está mais fraco, de modo algum. O banco de reservas, no entanto, ainda precisa de mais molho.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O número 1

Este de vermelho é Blake Griffin, o número 1 do Draft da NBA desta noite. A não ser que aconteça uma catástrofe, o pivô será a peça chave da reformulação do Los Angeles Clippers a partir da próxima temporada. Minha maior expectativa é para saber quem ficará com Ricky Rubio, na minha opinião o mais talentoso dessa turminha. O brasileiro Vitor Faverani também participa com poucas chances.

E aí, vai acompanhar a seleção dos calouros? A caixinha está aberta!

Parem as máquinas: Shaq em Cleveland

Vejo na internet que Jamal Crawford, do Golden State, deve ser mandado para o Atlanta Hawks por Acie Law e Speedy Claxton. Vejo, também, que o Houston Rockets acaba de informar que o pé de Yao Ming ainda não melhorou após a sua operação. Tá, beleza, vamos ao que interessa: Shaquille O'Neal acaba de ser trocado para o Cleveland Cavs. Em troca, o Phoenix Suns recebe Sasha Pavlovic (péssima notícia para Leandrinho) e Ben Wallace - os dois contratos, porém, expiram ao final de 2009-2010. LeBron James ganhou um companheiro novo, e de peso (17 pontos e 8 rebotes na temporada 2008-2009).

Sinceramente ainda não consigo detectar quem sai ganhando nessa, mas acredito que o Cleveland tenha agido rápido após a eliminação diante do Orlando. Provavelmente Danny Ferry, o diretor-geral, verificou que os Magic, ainda mais fortes na próxima temporada, possuem aquele monstro chamado Dwight Howard no garrafão, e que a falta de força física de Zydrunas Ilgauskas talvez seja um problema na próxima pós-temporada. Shaq, mesmo veterano, é, sim, capaz de impedir as investidas de D12 na área pintada.

Pelo lado do Phoenix acredito que alguma nova transação ocorra nos próximos dias. Ben Wallace não joga nada há séculos, Sasha Pavlovic não passa de um bom arremessador e o time, agora, conta com três alas sob contrato (Leandrinho, Jason Richardson e Sasha), além de Grant Hill e Matt Barnes com passe livre. Steve Kerr deve se mexer, principalmente para quem possui a 14ª posição no Draft e um Amaré Stoudemire cujo contrato termina em 2009-2010.

E aí, leitor, o que acha dessa troca? Quem sai ganhando? A noite do Draft desta noite promete mais novidades!

A aula do professor Messina

Foi assim a apresentação do técnico Ettore Messina (foto) no Real Madrid: "Somos o Real Madrid, jogue quem jogar. Pode ser o Kobe Bryant ou dez crianças com essa camisa, mas será sempre o Real Madrid. E temos que estar sempre no mais alto nível. Iremos fazer o melhor para ter uma equipe forte, que trabalhe cada dia com atitude ganhadora. Não haverá desculpas caso algo dê errado".

E Messina deu um recado ao final, que deve, inclusive, servir como lição: "Nosso objetivo é ir ao Final Four da Euroliga. Não estamos neste patamar ainda, mas iremos tentar chegar lá, passo a passo. No esporte moderno, o mais importante é a montagem da equipe. Mais, até, do que como se treina. Na verdade, na Europa quase todo mundo treina muito e muito bem. Então temos que nos preocupar em montar o elenco da melhor maneira possível".

Eu só queria perguntar ao Tio Messina: e nós, treinador, que treinamos pouco e treinamos mal, como é que ficamos?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Alto-falante

"Eu a amei de verdade e esta é a maior decepção da minha vida. Até a data do casamento já estava certa. Fico me perguntando se conseguirei confiar em alguém novamente"

A lamúria amorosa é de Dirk Nowitzki, craque do Dallas Mavericks e da seleção da Alemanha. Sua ex-noiva, Cristal Ann Taylor, grávida do atleta, foi presa recentemente após acusação de fraude.

Memórias globais

Você que tem entre 20 e 30 anos deve se lembrar deste cidadão na foto. Era o ala Wes, que jogou e fez sucesso por aqui na década de 90. Foi ele o último cestinha de uma partida de basquete entre clubes transmitida pela Rede Globo. No dia 1º de fevereiro de 1998 (um domingo), o seu Ribeirão Preto acordou cedo, abriu os trabalhos da manhã da emissora (9h30) e venceu Franca por 77-73. O atleta fez 24 pontos e carregou seu time, que, para a sua tristeza, perderia a final daquele Nacional para o mesmo rival na quinta e decisiva partida por 83-73 com 21 pontos do dominicano Vargas.

Só para traçarmos uma comparação: no jogo que teve transmissão da Globo, houve 32 bolas de três pontos e igual número de desperdícios de bola. Os técnicos de Ribeirão Preto e Franca? Guerrinha e Hélio Rubens Garcia. Dois dos jogadores das equipes? Os agora técnicos Zanon e Chuí. Será que isso explica a queda técnica do nosso basquete?

A peça que faltava

A temporada da NBA mal terminou e já tem gente já se mexendo para tirar o reinado do Lakers. Em uma troca com o objetivo de abrir a folha de salário visando a famosa agência de passe livre de 2010 (LeBron James, Wade, Bosh...), o Milwaukee Bucks trocará o excelente Richard Jefferson (foto) pelos contratos de Bruce Bowen, Fabricio Oberto e Kurt Thomas (ambos terminam ao final do próximo campeonato).

A manobra sinaliza duas coisas. Os Bucks estão de olho no campeonato de 2010, e só. Já os Spurs, cientes de que uma peça com arremesso mais confiável de fora se fazia necessária, aceitou perder duas de suas boas peças de garrafão. Nada que preocupe tanto. Acredito que o time titular com Parker, Ginóbili (recuperado), Jefferson (ótimo defensor e com um comprometimento espetacular!), Duncan e Gooden seja um dos mais fortes, se não o mais forte, de toda a NBA.

E aí, o que acha? Gostou da troca? Acha que o San Antonio se torna um dos favoritos ao título da temporada 2009-2010?

terça-feira, 23 de junho de 2009

Americana na final

Americana sofreu bem mais do que deveria, mas ao final do quinto e decisivo jogo acabou derrotando Santo André por 62-55 e fechou a série semifinal em suados 3 a 2. Karla (foto) terminou com 19 pontos e foi a principal responsável pela vitória. Seu basquete pode estar mal, mas uma coisa a ala com cabelo "xuxa" tem: personalidade. A brasiliense não foge e sempre tenta ajudar seu time. Hoje ela conseguiu. Vamos ver como será agora, na final contra o mesmo time de Ourinhos que derrotou Americana na final do último Nacional feminino. Na partida desta terça-feira houve 40 erros e 37 bolas de três. Uma beleza!

Que fase!

É triste publicar a foto ao lado. É de Lisa Leslie, craque do Los Angeles Sparks de 37 anos que torceu o joelho com gravidade na sexta-feira passada (derrota para o Phoenix Mercury). O resultado da ressonância não foi dos melhores: três semanas de estaleiro, seis jogos que serão perdidos e um time (2-4) que precisaria, e muito, da pivô neste momento em que a neo-mamãe Candace Parker ainda se recupera.

Lisa, só para lembrar, anunciou a aposentadoria para o final desta temporada. Para quem tem quatro medalhas olímpicas, não seria bom que seu último suspiro fosse tão doloroso.

A decisão do NBB

Foi confirmada a decisão do NBB para o próximo domingo, às 10hs, na HSBC Arena, no Rio de Janeiro. O Sportv transmitirá a partida e a Rede Globo, chamada pela LNB de "co-organizadora do torneio", exibirá apenas flashes. Uma pena. Apenas uma observação: não sei, sinceramente, qual foi a última vez que um jogo entre clubes foi transmitido pela emissora, e esta seria uma boa oportunidade - principalmente pelo apelo do Flamengo.

Conversei com a assessoria do NBB, e recebi algumas informações: Não haverá premiação em dinheiro, mas haverá, sim, troféus para os melhores do campeonato.

Ela merece crédito

Na sexta-feira vi o terceiro jogo da semifinal entre Catanduva e Ourinhos, pelo Paulista feminino (69-61 para as visitantes). Na eleição da "melhor da partida" da ESPN-Brasil, Wlamir Marques elegeu Mamá, que fez 17 pontos e 10 rebotes. Tudo bem, ok, ele é o Mestre, mas o julgamento mostra, um pouco, como se pensa basquete neste país.

Naquele dia, Karen (foto) fez sete pontos e foi, disparada, a melhor em quadra. Pela estatística é impossível dizer isso, mas quem viu o duelo sabe do que estou falando: a ala, sem dúvida alguma a melhor defensora do país há algum tempo, anulou Palmira (1-6 dos três pontos e três erros), cobriu as investidas de Fabão (2-7 e cinco erros), incomodou a irmã-e-rival Silvinha (5-16) e mostrou um altruísmo no ataque pouco visto nas quadras brasileiras.

No sábado, na decisiva vitória que garantiu a classificação de Ourinhos, terminou com os seguintes números: 15 pontos, seis assistências, cinco rebotes e duas roubadas. A ala sabe que pode melhorar (no ataque principalmente), mas a seleção feminina precisa dar a Karen a chance de ela demonstrar aquilo que tem de melhor. Se o tempo é de renovação e de falta de craques incontestáveis, que se comece a pensar em um time com senso coletivo invejável e com uma defesa selvagem.

E não existe ninguém que faça isso como Karen Gustavo. Torço muito para que o modo como vemos o basquete por aqui mude rapidamente. Dizer que este é melhor que aquele apenas porque este fez mais pontos que aquele é míope demais. Reduz o basquete a algo que ele realmente não é. Que Paulo Bassul, tão adepto do discurso aqui descrito, tenha um mínimo de coragem e coloque a ala de titular e com tempo de quadra na próxima Copa América. Suas (as do técnico) palavras terão uma aliada de peso dentro das quatro linhas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O primeiro treino da técnica Janeth

Janeth começou ontem a escrever novo capítulo na seleção brasileira: ela começou a treinar a seleção feminina Sub-15 que disputará o Sul-Americano no Equador (do time, ouvi boas referências da paranaense Bruna e já vi as cariocas Thamara e Isabela em quadra). Deste canto desejo sorte, sinceramente. E peço que sejamos pacientes neste momento: não vale a pena criticar alguém sem ao menos ver a qualidade do trabalho. Janeth, por tudo o que fez e pelo que conhece do jogo, merece ao menos crédito e confiança.

Apesar de estarmos em um cenário de terra arrasada, não vale a pena destruirmos aquilo que já nos deu tantas alegrias: o nosso passado recente. Sorte para Janeth e para as meninas!

Meus dias em São Paulo

Estive em São Paulo no final de semana (na verdade, São Paulo, Osasco, Santo André, São Bernardo e adjacências). Aproveitei o tempo por lá para ver e conversar muito sobre basquete. Cheguei a assistir, antes de partir, ao primeiro tempo da final universitária feminina entre UNIP/São Caetano e Uni Sant'Anna (vitória desta equipe por quatro pontos).

Fiquei feliz ao constatar o crescimento físico e técnico da pivô Nadia Colhado (ela deve aparecer na convocação de Paulo Bassul), a vitalidade da ala Laís (que jogou o Paulista por Guarulhos) e que o técnico Borracha, do time do ABC, ainda não tenha desistido de seus (bons) ideais. Também encontrei, no ginásio do Paulistano, com a ala-pivô Franciele, e fiquei feliz com a sua cabeça no lugar e com a sua determinação neste momento de pré-convocação (ela é nome certo na lista, evidentemente).

No sábado à noite fui ver a semifinal do Paulista Feminino em Santo André, onde, por sorte, encontrei com Walter Roese, assistente-técnico do time masculino de Nebraska e técnico principal da seleção de rapazes que vai à Universíade. Dentro de quadra, vi um péssimo primeiro tempo entre o time da casa e Americana e uma boa segunda etapa. No final, vitória para Americana por 68-64, 2 a 2 na série e decisão do outro finalista (Ourinhos passou por Catanduva por 3 a 1) na terça-feira.

Sobre o jogo, que não teve a ala Lilian (com pneumonia) e Êga (machucada e animada no banco), notei a armadora Natália bem nervosa no começo (ela foi substituída com três minutos), mas fundamental no final (21 pontos e três bolas de três em momentos críticos). Karla (foto), sempre arremessando (20 tentativas), esteve bem com seis pontos nos últimos dois minutos. Micaela e a cubana Ariadna travaram excelente duelo nos dois extremos da quadra. A brasileira, aliás, anda cortando um dobrado para segurar sua rival, mas no sábado ela conseguiu reduzir a sanha da adversária para 14 pontos (4-13). Ponto para Kaé!

O final da partida, aliás, foi tão emocionante quanto mal jogado: os dois times erraram muito, a pivô Vanúzia, de Santo André, falhou nos lances-livres quando restavam dez segundos e a cubana Ariadna reclamou com uma falta de educação terrível sobre uma falta que decididamente não aconteceu a três segundos do final. Depois da partida, a técnica Laís Elena (que tem um domínio tático maior sobre seu time do que Branca tem com Americana) e sua assistente (Arilza) entraram em quadra para reclamar da arbitragem, que, de fato, fora realmente lamentável (para ser educado). Tendenciosa, não. Ruim mesmo!

Sei que o nível pode melhorar, e melhorar muito, mas ao mesmo tempo em que fiquei triste com a falta de público (cerca de 400 andreenses estiveram lá - a maioria saiu direto do futebol e migrou para o ginásio), me alegrei ao ver que as meninas, tão maltratadas pela CBB, ainda não desistiram. Que continuem assim. E quem sabe eu não volte para ver as finais na gelada São Paulo.

Isso é Brasil!

Vi apenas os três minutos finais do tempo normal do quarto jogo da final entre Brasília e Flamengo (82-78 na prorrogação para os candangos e 2 a 2 na série). Foi o suficiente: da fila do supermercado vi Marcelinho tentar três bolas de três pontos, Alex (foto) outras duas, Valtinho armar uma jogada absurda (partindo para dentro de um garrafão embolado!) quando faltavam cinco segundos; e Jefferson William tentando um arremesso que nem Kobe Bryant assinaria. Não precisava ver mais, precisava?

No final das contas, por SMS, emails e pela estatística, vejo que houve 61 chutes (10 conversões apenas), 12 mil pessoas no ginásio, 29 erros, uma arbitragem terrível e uma qualidade técnica duvidosa. É o retrato do Novo Basquete Brasil: ginásios cheios, público cantando, e os jogadores desafinando nas quadras.

Pobre basquete brasileiro. Ah, e a final ainda não tem data marcada. Que delícia!

domingo, 21 de junho de 2009

O jogo 4 do NBB

Está vendo a partida entre Brasília e Flamengo, válida pela final do NBB (2 a 1 para os rubro-negros até aqui)? Então a caixinha é sua para os comentários!

Obama e os triângulos

Não parece estar tão difícil assim a vida de Barack Obama na Casa Branca. Dois dias depois de receber LeBron James para assistir com ele a estréia de "More Than a Game", história de vida do craque do Cavs e de mais quatro amigos, o presidente americano conversou animadamente na sexta-feira com Phil Jackson, campeão pelo Los Angeles Lakers, e com Dan Bylsma, da NHL.

De acordo com comunicado da Casa Branca, Obama se animou tanto com o papo que conversou com Phil sobre o Sistema de Triângulos. É mole? Obama para técnico da seleção brasileira, ora bolas!

sábado, 20 de junho de 2009

Boa, Leandrinho!

Leio no Rebote que Leandrinho Barbosa tem treinado com Zequinha Barbosa, ex-atleta que disputou quatro Olímpiadas. O objetivo é estar pronto para disputar a Copa América. Vale a pena conferir a dedicação do atleta do Phoenix. Parabéns, e que tudo continue assim!

Alto-falante

“Estávamos preparados para quase tudo que o Brasil tentou contra nós. Tínhamos noção que eles tentariam aquela pressão por meia-quadra, e soubemos sair dela por conta dos nossos treinamentos específicos. Além disso, eles nunca haviam nos marcado individualmente, e eu pensei que eles fossem fazê-lo nesta competição. Eles fizeram, e nós conseguimos colocar os meninos nas melhores condições. Por isso chutamos tão bem (22 assistências e 12 chutes de longe convertidos) e pegamos tantos rebotes (51 a 25). Creio que nossa preparação tenha sido muito boa para este jogo”

A declaração é de Don Showalter, técnico da seleção norte-americana sub-16 que surrou o Brasil na abertura da competição (110-82). Dá para perceber que a preparação do cara foi a mais adequada possível. Aí ficam as perguntas: como foi a da nossa comissão técnica? Quanto tempo mais demoraremos a perceber que a preparação dos nossos técnicos influencia diretamente na execução daquilo que os jogadores apresentam em quadra?

A caixinha é de vocês!

Os destinos de Ricky Rubio

Parece que o Sacramento Kings jogará pesado para ter Ricky Rubio (foto) na próxima temporada. Como resposta às tentativas, o jovem espanhol parece ter se animado com o projeto da franquia - a visita à capital californiana foi até estendida. Dentre as opções apresentadas, creio que seja a melhor para todos.

O Clippers, como se sabe e ao que tudo indica, escolherá o pivô Blake Griffin. O Memphis, que até demonstrou interesse em Rubio, não precisa, de fato, de um armador – Mike Conley preenche bem esta lacuna e o espanhol não se animou muito com os Grizzlies. O Oklahoma, com o aparecimento de Russell Westbrook na armação, também está bem nesta posição. Na quarta escolha, com um elenco recheado de veteranos em final de contrato (Bobby Jackson agora e Kenny Thomas e Shareef Abdur-Rahim em 2010) e com grana para investir em bons valores na agência de passe livre, não me parece nada mal que a Ricky desembarque em Sacramento para começar a sua jornada na NBA.

É evidente que faltam reforços no garrafão, mas com um quinteto formado por Rubio, Kevin Martin (saudável), Nocioni, Jason Thompson (calouro de 11 pontos e 7 rebotes) e Spencer Hawes, o Sacramento Kings pode sonhar com dias melhores. Bem melhores, por exemplo, que os da última temporada (17 vitórias e a pior campanha da liga).

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mais uma da CBB

Eis que a CBB comete mais uma interessante gafe em seu site nesta sexta-feira. Ao falar sobre a preparação da seleção brasileira sub-19, a entidade diz, em seu release, que o time de Tarallo disputou amistosos contra os times de Santos e São Caetano.

Até aí, nada de errado. O problema é que, na declaração do treinador, está escrito que as "duas equipes que já estão fora do Campeonato Paulista Adulto". Só uma coisinha: Santos não jogou o Paulista feminino adulto nesta temporada.

Eu só queria entender que tipo de informação a CBB quer passar. Se vocês quiserem me ajudar a desvendar, é só arremessar na caixinha!

Aviso aos navegantes

Estarei em São Paulo neste fim de semana e acompanharei o jogo 4 entre Santo André e Americana, pela semifinal do Paulista. Prometo trazer boas novidades de lá.

Nova derrota

O Brasil acaba de perder da Venezuela por incríveis 81-58 e está eliminado da Copa América. Com o resultado, a seleção não irá ao Mundial Sub-16 do próximo ano. A CBB está de parabéns pelos resultados obtidos na Argentina. É preciso ter muita competência para perder de 23 pontos da Venezuela e voltar da competição sem vitória alguma! Hoje foram 3-19 nos três pontos e 23 rebotes. Uma maravilha!

O mais novo galáctico

Está aí um cidadão decidido: em menos de dois meses de novo mandato, Florentino Perez contratou Kaká, Cristiano Ronaldo e, agora, o técnico de basquete Ettore Messina. Foi uma jogada de craque de Florentino, já que o italiano Messina, com quatro títulos europeus no currículo, é capaz, por si só, de revigorar o plantel merengue - seu carisma é pra lá de importante neste momento.

Comenta-se que o argentino Pablo Prigioni, que hoje pediu para o Tau Ceramica liberá-lo (o clube basco tem a opção de renovação automática), pode ser o primeiro reforço do Real na gestão Messina. De todo modo, podemos aguardar boas novidades da capital espanhola. Da cuca de Ettore sempre saem as melhores idéias do basquete europeu há algum tempo. É só esperar.

Rotina

Depois de a seleção brasileira adulta perder, constantemente, para os rapazes de Porto Rico, agora vejo que estamos sendo derrotados pelos mesmos rivais nas competições de base. Ou seja: além do "sempre temido" Uruguai, temos que nos preocupar com os amigos do Arroyo e Ayuso. É demais para mim!

A derrota da vez veio com a Sub-16 (83-81, ou qualquer coisa que o valha, já que o site da CBB é de uma confusão incrível, e o da competição não é atualizado com frequência - confira o post abaixo) que disputa a Copa América na Argentina - na estréia, previsível derrota de 110-82 para os EUA. Com três vagas em jogo para o Mundial da Categoria no próximo ano, fica difícil de acreditar que os comandados de Raul Togni Filho (foto) conseguirão vencer a Venezuela nesta sexta-feira por mais de oito pontos, se classificar e provavelmente passar pelos donos da casa na semifinal ou pelo Canadá em um eventual jogo de terceiro lugar.

Alguém aí consegue se animar com o futuro da modalidade no país? Aonde está o presidente Carlos Nunes em uma hora dessas? Será que é preciso esperar mais para começar a limpar tudo? O tal "voto de confiança" àqueles que remanescentes da gestão Grego na tropa atual será visto até quanto? A caixinha é de vocês!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A CBB e a arte do cálculo

É dura a vida de blogueiro de basquete neste país. Não bastasse a falta de informações sérias no site da CBB, eis que agora a entidade me apresenta uma falha absurda no resultado da partida da seleção sub-16 contra Porto Rico (um post amplo será veiculado amanhã). Veja as bolas sinalizadas em vermelho na figura e acompanhe as perguntas abaixo:

- Quantos pontos fez Porto Rico ao final da partida? No mesmo release há duas possibilidades: os 83 apresentados ou os 92, a soma da pontuação dos quartos.
- Quantos pontos fez Porto Rico no primeiro tempo? No mesmo release há duas possibilidades: os 31 apresentados no começo ou os 41, a soma dos dois primeiros períodos (19 + 22).
- E para deixar este pobre cidadão completamente maluco, aqui vai a derradeira: a soma dos pontos dos atletas de Porto Rico é igual a 83, e não aos 92 relativos às somas dos quartos.

No que eu devo acreditar, amigos? Em tempo: na estatística oficial da FIBA, o placar final é mesmo de 83-81. A parcial do segundo período foi de 22-12 para o Brasil, e não de 22-22.

A bronca dos convocados

Recomendo a leitura da matéria de Alfredo Lauria no Draft Brasil sobre o aborrecimento dos jogadores do NBB convocados para a seleção. Clique aqui. O engraçado, no Brasil, é que as pessoas só costumam ver essas coisas depois. Planejamento é tudo, já ensinaram por aí...

Barça campeão

Tiago Splitter até que tentou com 15 pontos e 8 rebotes, mas o Barcelona foi muito mais competente e venceu a quarta partida por 90-77 para fechar em 3 a 1 a final da Liga ACB e se sagrar campeão (primeira vez desde 2003-2004). É um ano de ouro para o clube catalão, que também conquistou o título espanhol no futebol. Navarro foi escolhido o MVP das finais (hoje ele teve 19 e nove assistências - na decisão, média de 15,6 e seis passes). David Andersen (excelente com 18 pontos), Basile (17) e Fran Vazquez (perfeito nos sete arremessos - 18 pontos no total) também estiveram bem.

Com 403 partidas disputadas com a camisa do Barça na Liga ACB desde 1997-1998, Navarro, chamado de La Bomba pelos torcedores, está a apenas 18 de superar a marca de Juan Antonio San Epifanio “Epi”, craque que vestiu a camisa azul-grená em 421 ocasiões. Veja os melhores momentos no vídeo abaixo.

A hora da celebração

Hoje pode ser o dia da celebração do Barcelona na Espanha. Com 2 a 1 na série contra o Tau Ceramica, de Tiago Splitter, os comandados de Xavier Pascual (36 anos apenas, hein!) podem garantir o título da Liga ACB nesta noite, em seu ginásio.

Seria um fecho de ouro para a temporada de volta aos tempos de glória de Juan Carlos Navarro. Uma semifinal da Euroliga e um título Nacional não seriam nada mal!

Retrocesso

O basquete das meninas é o único que representa o Brasil em Olimpíadas há três ciclos. Vendo as semifinais do Paulista, no entanto, a gente fica preocupado com o futuro. Foram quatro partidas, duas séries empatadas em 1 a 1 (Santo André e Catanduva roubaram o mando de quadra de Americana e Ourinhos, respectivamente) e um nível técnico de lascar. Os técnicos, que possuem bons elencos em suas mãos, deveriam rever, e muito, os seus conceitos. Para se ter uma idéia, houve, em média, tantos chutes de três pontos quanto desperdícios de bola (36,2 por partida).

Pior que isso. Em relação às meninas que foram ao Pré-Olímpico ou às Olimpíadas de Pequim (a nata, portanto), o desempenho é pífio, bem pífio. Natália parece sem confiança (sete erros para seis assistências – isso sem contar a tomada de decisões). Karla (8/30) e Chuca (12/23) não param de arremessar. Micaela não está bem (6/20 nos chutes). Karen continua bem na defesa, mas mantém uma irregularidade incrível (14 pontos no primeiro jogo e 3 no segundo). Mamá, que nunca foi nada disso, anda mal pacas (8/24 nos tiros). Êga e Grazi estão machucadas. Sobre a defesa, inexistente por aqui, eu nem falo.

E as revelações, que algum dia poderiam/poderão defender a camisa amarela, como andam? Izabela, de Catanduva, mal joga (14’ ao todo). Jaqueline, do mesmo time, também chuta sem freio (0-7 no primeiro duelo). Palmira (foto), talentosa e celerada toda vida, arremessou 4/25 até aqui (4 pontos no jogo 2). A ala-pivô Karina Jacob, muito técnica, também está descalibrada (9-23).

Paulo Bassul, técnico da seleção brasileira, tem tentado ver quase todos os jogos. Imagino a sua “alegria” ao constatar que a geração, que já não é das mais talentosas, vive um momento para lá de instável. Com um Paulista de baixo nível, péssima organização e com jogos muito espaçados, a irregularidade desta turma, que já é grande em condições normais, cresce uma barbaridade. O futuro é sombrio.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Alto-falante

"E o Kobe queria que a gente acreditasse que ele não queria ganhar um título sem o Shaq? Ele nunca pulou tão alto nas três comemorações anteriores..."

O autor da frase é o sempre animado Charles Barkley, que comentou a final pela NBA TV. Ele fala, mais uma vez, sobre a celeuma entre Kobe Bryant e Shaquille O'Neal. Agora, na boa: chega desse assunto, né? Já deu...

A dura escolha de Mitch Kupchak

Agora que tem um time campeão nas mãos, Mitch Kupchak (foto), gerente-geral do Lakers, tem uma dura decisão: como proceder em relação às renovações de contrato de Lamar Odom e Trevor Ariza? Com a provável renovação de Kobe Bryant (ele pode, se quiser, ser agente livre, mas não deve fazê-lo) e os longos contratos de Pau Gasol e Andrew Bynum, a franquia não teria espaço na folha salarial para manter a dupla que sai muito valorizada das finais.

Se fosse um mundo ideal, diria que Mitch poderia tentar renovar com os dois por valores menores ou para tentar despachar Luke Walton e Sasha Vujacic para algum Memphis Grizzlies que aceite uma coisa dessas. Mas como a vida não é ideal, ele terá que decidir entre a polivalência de Odom ou a defesa incessante e os chutes certeiros de Ariza (que jogador surpreendente, hein!). Contra o último pesa, negativamente, o lado de essa ter sido a única temporada completa em nível ótimo. Contra o primeiro, a sua irregularidade e sua falta de comprometimento.

De todo modo, é uma escolha difícil pacas. E aí, leitor, o que você faria se fosse Mitch Kupchak: renovaria com Lamar Odom ou Trevor Ariza?

Um papo com Lula Ferreira - Parte2

BALA NA CESTA: Falando em seleção brasileira: Você esteve naquele que foi um dos maiores vexames do basquete brasileiro nos últimos tempos, o Pré de Las Vegas. O Brasil conseguiu perder de novo para Porto Rico, houve o incidente com o Marquinhos, aquela atitude deplorável do Nezinho e ainda a derrota final para o time B, ou C, da Argentina. Quais as marcas daquela derrota, e quais as lições?
LULA FERREIRA: Em esporte de alto rendimento só o resultado é que é levado em consideração. Como hoje o grande desafio é participar de uma Olimpíada, este passa a ser o fator de julgamento. Dentro desta visão, só 12 países do mundo estarão alinhados com o sucesso, e todos os demais, que não são poucos e possuem qualidade, serão impiedosamente jogados na cumbuca do fracasso. Certo ou errado, é assim que é. Como não sou meu advogado, apenas assumo as responsabilidades que o cargo exige e merece. Assumi todas as responsabilidades que um técnico dever fazer e respeitei a todos, principalmente à seleção brasileira. As lições serão sempre pessoais, e cada um as utilizará em prol do basquete brasileiro. O sucesso é sempre de todos, mas a derrota é órfã e solitária.

-- Mais: muita gente diz que ali foi a prova final da falta de autoridade de toda a comissão técnica da seleção. Comenta-se, até, que os jogadores chegaram a cobrar mais bagagem tática dos treinadores. Isso aconteceu mesmo? Autoridade é algo que faltava a comissão técnica passada?
-- Como disse anteriormente, não sou meu advogado. Tratei sempre os assuntos de forma adulta e honesta. Não ter alcançado o resultado pretendido é de minha inteira responsabilidade. Manter a dignidade na saída do cargo também. Podemos fazer uma analogia com os profissionais americanos nas muitas competições mundiais que eles não venceram recentemente (e não foram poucas!). Será que faltou bagagem de alguma ordem para a equipe deles no Mundial de Indianápolis em 2002? Ou nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, que por uma derrota os USA não foram desclassificados na 1ª fase? Faltou o quê para eles? Dinheiro, talentos, conhecimento, atualização?

-- E falando em bagagem tática: você acha que estamos atrasados em termos técnico-táticos? Como os treinadores daqui podem evoluir?
-- Para que os técnicos brasileiros possam ser comparados com os demais profissionais de centros mais desenvolvidos, penso que seria justo analisar as condições de trabalho de cada um. Será que um técnico brasileiro tem as mesmas oportunidades de crescimento profissional que os europeus e/ou americanos? Será que um chefe de família no Brasil pode ter esta profissão de técnico para educar seus filhos e sustentar sua família? Temos uma política esportiva que possibilita aos técnicos a realização de cursos e clínicas técnicas? Temos tudo isto e os técnicos não demonstram interesse em participar? Precisamos melhorar muito, em muita coisa, mas é injusto colocar no colo de uma categoria uma dificuldade que é de responsabilidade de muitos. Embora o caminho seja longo e difícil, ele já começou a ser percorrido, e vai chegar o dia, mesmo que demore, que iremos colher os frutos deste trabalho. Estarei aplaudindo de algum lugar do além...