terça-feira, 2 de março de 2010

Matemática aplicada no Brasil

Ontem vocês viram aqui um pouco do que a matemática e o estudo podem fazer. Wayne Winston vive nos EUA, mas aqui no Brasil também há profissionais que usam a internet para o bem do basquete brasileiro. É o caso de Luiz Fernando Helminsky, ex-ala de Sírio e Piracicaba. Proprietário dos selos Inside Basket e Stats Basket (de cadastramento de estatísticas de atletas e ainda com planos de aperfeiçamento técnico e físico, por exemplo), Luiz Fernando mostra que um pouco de organização e estudo não fazem mal a ninguém. O blog bateu um papo com ele.

BALA NA CESTA: Você tem dois sites muito interessantes, o Inside Basketball e o Stats Basketball. Como são estes dois trabalhos?
LUIZ FERNANDO HELMINSKY: O Inside trata de clínicas especializadas, capacitação de professores e monitores de educação física e palestras esportivas/educacionais. O objetivo é ensinar os detalhes na execução de cada fundamento e também mostrar situações de jogo que podem facilitar e muito os atletas. Os programas do Inside Basketball também estão preparados para o treinamento específico e individualizado de atletas profissionais. Já o Stats Basket tem o objetivo de criar uma central de currículos de profissionais do basquetebol brasileiro e também servir de histórico estatístico. Outro serviço disponível é que cada atleta pode ter a sua página exclusiva com todo o histórico profissional (trajetória, títulos, fotos etc.) e tabelas dinâmicas que facilitam a verificação do melhor desempenho em cada fundamento ano a ano. A navegação é fácil e os dados são formatados de forma que o usuário consiga visualizar em um único local as informações estatísticas.

-- Até que ponto as estatísticas que contêm em seu site poderiam ser aproveitadas de melhor maneira pelo basquete brasileiro?
-- Na realidade estou realizando um arquivo virtual das estatísticas dos atletas, pois o Brasil não se importa em registrar o que aconteceu, e dessa forma muitos dados se perdem ao longo do tempo ou são descartados pelas entidades que controlam o basquete. Quanto ao aproveitamento dessas informações, posso dizer que servem para podermos avaliar a performance recente de um atleta. Por exemplo, um que tem média de 8,0 rebotes/jogo nos últimos três anos mostra uma tendência regular ou ao menos estável para quem vai contratá-lo. Dessa maneira temos subsídios e fatos concretos da atuação de determinado jogador, e não simplesmente o atleta que faz uma ou duas partidas boas contra uma determinada equipe e essa mesma equipe contrata-o para a próxima temporada.

-- De onde, aliás, surgiu a idéia de fazer um banco de dados? Foi algo que você já pensava quando era atleta?
-- Sim, eu já pensava nisso quando estava jogando. Mas as estatísticas realmente me conquistaram quando, na empresa em que trabalhava, tive a oportunidade de fazer um curso onde as decisões eram tomadas através do cálculo estatístico do processo. Chama-se Seis Sigma, e hoje sou especialista certificado nessa metodologia.

-- Depois de tantos anos, e agora com um projeto que visa a capacitação de técnicos e jogadores, como você vê os técnicos brasileiros hoje em dia? Comenta-se que eles são desatualizados e sem poder de liderança. Isso procede?
-- Foram 20 anos como profissional e muito aprendizado com grandes pessoas nesse período. Quanto aos técnicos brasileiros de hoje, vejo que, com algumas exceções, eles ficaram muito tempo esperando as coisas acontecerem, o basquete se modernizou e muitos deles não se atualizaram. Outra colocação sobre técnicos brasileiros é que eles contratam um determinado atleta e não dizem o que esperam dele. Dessa forma o atleta começa a jogar e não sabe a sua real função dentro da equipe. Por exemplo: na Espanha, o jogador é contratado e o técnico diz: “Olha, eu quero 10 rebotes e seis pontos por jogo”, e se o atleta não desempenha essa meta ele corre o risco de não jogar.

-- Quais são seus próximos passos, e até onde você quer chegar?
-- Olha, consegui muitas coisas e amigos através do basquete, e os meus próximos passos são desenvolver ainda mais essas duas atividades, o Inside Basketball e o Stats Basket, e tentar pelo menos dar a minha contribuição para o basquete brasileiro. Também estou pretendendo desenvolver projetos de basquete nas escolas municipais da minha cidade, pois é na escola que devemos estar mostrando como é o basquetebol e é na escola também que aprendemos muitas coisas que levamos para o restante de nossas vidas.

Um comentário:

Anônimo disse...

será q a cbb nao lê isso?!
seis sigma? aposto que ninguém lá sabe o que é isso!

o cara é bom

augusto