
BALA NA CESTA: Como começou o seu trabalho com o Dallas Mavericks? É verdade que você só se encontrou com o Mark Cuban uma vez ao vivo?
WAYNE WINSTON: Começamos a trabalhar no ano 2000. Presto serviço de análise de adversários e dos quintetos que o Dallas coloca em quadra. O Mark transmite isso à comissão técnica, mas nunca falei com sequer um treinador dos Mavs. E, sim, só me encontrei com ele, ao vivo, uma vez. Ele é um bom patrão: manda e-mails, liga, pergunta, é sempre educado. Bem diferente do que aparenta...

-- Analisamos os jogadores a partir do que eles produzem. É um “+/-“ com um pouco mais de molho. Olhamos para o que eles produzem em quadra e o que no que seus desempenhos impactam na partida de um modo geral. Por exemplo: ultimamente,com exceção do Jason Kidd, os armadores do Dallas têm jogado pessimamente na defesa.
-- Mas técnicos e general-managers dão verdadeiro valor aos números?
-- Os números são uma parte de analisar os jogadores, e por isso acho que os scouts têm uma grande importância no basquete. Mas não é tudo, evidentemente. Uma coisa, porém, eu posso dizer: em um jogo tão estudado, com tantas mudanças e tendências, quem não se escora em dados concretos está a um passo da morte. Não significa que você precisa ficar com uma planinha de dados o tempo todo, mas tampouco pode se distanciar muito dela. E para aqueles que não gostam de números, eu sempre digo o seguinte: o objetivo final é sempre o mesmo (ganhar), e se os números te dão uma pista de como fazer, por que não utilizá-lo? É básico, não?

-- Kevin Durant, um dos maiores destaques do Oklahoma nesta temporada, ano passado foi massacrado por conta de seu +/- negativo. O que dizer sobre isso?
-- Que é verdade absoluta mesmo. Durant realmente machucou seu time nos dois primeiros anos – quando atuava, seu time jogava ainda pior do que quando ele estava fora. Mas as coisas mudaram nesta temporada. Durant está fazendo um campeonato soberbo, sua evolução é nítida, e hoje ele é um dos melhores da liga.
-- Como seus números enxergam os brasileiros, aliás?
-- Muito bem, muito bem mesmo. Colocamos o Nenê e Anderson Varejão com 12 pontos positivos quando estão em quadra. Nenê é 9 pontos melhor no ataque, e três na defesa. Anderson, um monstro na defesa, tem 10 marcando (segundo melhor índice da liga, atrás apenas do Dwight Howard), e dois no ataque. Ambos estão entre os 20 mais eficientes da liga.

-- Fácil, hein (risos). Os quarto melhores são Dirk Nowitzki, LeBron James, Dwyane Wade e Kevin Durant. No pivô, Dwight Howard seria o meu escolhido. Como time campeão, eu voto nos Lakers (se estiverem saudáveis), mas não descarto Cleveland e Orlando Magic, não.
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