sexta-feira, 7 de novembro de 2008

BEC: 'Glory Road'

Lançado nos cinemas americanos em janeiro de 2006 (US$ 42 milhões de bilheteria, 38% na semana de estréia) e disponível em locadoras do Brasil, 'Estrada para a glória' (Glory road, no original) narra a conquista da universidade de Texas Western em 1966. Dito assim, parece um fato comum. Não é. Liderados pelo técnico Don Haskins, esta foi a primeira vez na história dos esportes coletivos dos EUA que um time completamente formado por jogadores negros foi campeão universitário.

Se o etnocentrismo, mesmo velado, persiste por lá, imagine na década de 60, quando os movimentos negros ainda engatinhavam. Do outro lado da quadra, na final da NCAA, estava Kentucky, com um quinteto branco e dirigida pelo controverso Adolph Rupp. Por outro lado, Haskins afirma: “Foi uma vitória que transcendeu o campo esportivo”.

A película gira em torno de Don Haskins, que nadou contra a corrente e decidiu recrutar atletas negros para Texas Western, conhecida pela segregação entre negros e brancos. Oriundo do basquete colegial feminino, o processo passou a ser visto com ainda mais desconfiança por dirigentes e patrocinadores – que pressionaram o reitor, pois não queriam ver as suas marcas “expostas em pessoas como aquelas”. Para quem gosta de trilhas-sonoras, Glory Road, que virou nome de rua entre os dois ginásios do campus da Texas Western (agora UTEP), dá um show. A competente Alicia Keys canta “Sweet Music”, o craque Stevie Wonder interpreta “Uptight” e os Tempations aparecem na faixa “I can`t get next to you”.

Como já cansou de dizer Pat Riley, um dos dois All-American de Kentucky (o outro era Louie Dampier), o jogo e a Texas Western mudaram a história de toda uma idéia do esporte. Foi a partir daquele dia que estrelas como Bob McAdoo e Magic Johnson começaram a acreditar que poderiam ser profissionais de basquete, independente da cor. Mesmo com seus erros, Glory Road cumpre o seu papel. O de resgatar um momento importante e crucial do esporte americano.
:::::::
Erros - Como acontece em todos os filmes de “resgate”, este é recheado de erros. Em uma das cenas, o placar do ginásio mostra que faltam “:55” para o fim da partida. Momentos depois, lá está o zero à frente: “0:02”. Na transmissão do jogo final, exibido na NBC, o símbolo da emissora está errado (aquela logomarca foi criada apenas em 1979). Uma das flâmulas que aparecem na academia da universidade (Western Athletic Conference) é equivocada – a Texas Western só aderiu à WAC em 1967. Billy Joe Royal canta no ônibus uma música ("Down in the Boondocks") que só foi lançada em 1969. Por fim, Don Haskins afirma que é uma honra treinar uma equipe da Division I – na década de 60 havia apenas duas subdivisões: University Division e College Division.

6 comentários:

Thiago Anselmo... disse...

Po, bom demais este filme... Eu mesmo ja vi umas 5 vezes e pretendo ver mais... É uma lição de vida...

Eu garanto, podem locar, pois vão gostar.

Anônimo disse...

tb já vi esse filme, é emocionante, recomendo!

Anônimo disse...

kkkkkkkkkk
Po Bala, o sr eh chato, hein?
Até o logotipo da emissora, velho?
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Parabéns, belíssima matéria!

Abraço!



Mathias de salvador, Bahia!

fábio balassiano disse...

ahahaha, Mathias, faz parte! obrigado pelo comentário!
abs

Anônimo disse...

Fabio, vale a pena lembrar que o verdadeiro Don Haskins faz um ponta no filme.
Voce sabe aonde? depois eu conto.

fábio balassiano disse...

sei sim, anônimo! O Don Haskins verdadeiro aparece como frentista em um posto de gasolina. acertei, né? abs, fábio.