sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Jogo da Minha Vida, por Marcos

Como torcedor do Bulls tive vários jogos especiais, mas em 1998 a sexta partida foi especial. Quando me recordo, fico emocionado: era madrugada de domingo para segunda–feira. Solitário na sala da minha casa acompanhava o jogo, que seria o decisivo. É importante lembrar que Chicago vinha de uma derrota em casa para o Utah após uma ótima partida do excepcional Karl Malone. O que gerou grande otimismo nos torcedores do Jazz, já que os dois duelos seguintes seriam em casa.

Aparentemente, creio que a torcida do Jazz esqueceu que o Bulls tinha Jordan e como ele mesmo falava “a brincadeira pra valer começa nos playoffs”. Jordan realmente levou a sério a afirmação e o minuto final desta partida foi fenomenal. MJ mostrou porque é o melhor de todos os tempos e demonstrou que era um jogador completo ofensivamente e defensivamente.

Faltando um minuto para acabar o jogo, Jordan chama o jogo para si. É importante lembrar que o seu companheiro Scottie Pippen sofrera uma séria lesão e estava se arrastando em quadra, aumentando ainda mais a responsabilidade do camisa 23. Mas para a alegria do time de Illinois, o craque não decepcionou. Jordan força uma infiltração para cavar os lances livres e como sempre converte os dois. A partida estava empatada em 83 pontos com Jordan chegando a 41 pontos.

Faltando 42 segundos para o fim, o Jazz vai ao ataque e com uma grande assistência de Karl Malone para John Stockton (normalmente era o inverso), Stockton converte uma importante cesta de três para delírio dos torcedores. Obviamente eu estava muito tenso e neste exato momento aparece o meu irmão mais novo, que na época tinha 11 anos: “Felipe, você acha que Bulls vai ganhar ? Por que não dorme?”.

Naquele momento o sangue subiu e sabiamente respondi: “O jogo não acabou e Jordan está em quadra”. Este meu irmão acabou se juntando a mim para assistir ao final da partida, ou melhor, ao espetáculo final. Jazz com três pontos na frente. O técnico do Chicago, Phill Jackson, pede tempo e organiza o óbvio: bola no Jordan, e assim foi. Como era previsível, o melhor de todos partiu para a cesta e de nada adiantou a dupla marcação de Bryon Russel e Karl Malone. A cesta foi convertida.

Jazz no ataque e a bola na mão do melhor jogador: Malone. Ele recebia a marcação de Dennis Rodman (para mim, o maior reboteiro que vi jogar). Com isso, o camisa 32 do Utah estava com dificuldades. Para completar, aparece Jordan mostrando o seu potencial defensivo e lhe rouba a bola, para desespero dos torcedores locais (alguns, com as mãos na cabeça).

O jogador vai para o ataque e dá aquele lindo drible em cima de Russel, que cai no chão. A bola vai para a cesta e o Chicago vira o jogo - para a minha alegria.

Ainda restava tempo para o Jazz converter o arremesso. Mas como eles não tinham o “Air Jordan”, deu em vitória e o sexto título do Bulls. Naquele dia o meu irmão entendeu que no basquete o jogo só termina quando zera o cronômetro, ainda mais com o Jordan em quadra.
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Marcos Felipe Leal é editor do ótimo Bulls Brasil e relembra um momento mágico da história do basquete, o sexto jogo da decisão de 1998. Assim como ele é um torcedor do Chicago, eu tinha um fã do Jordan em casa. Meu irmão se emocionou e vibrou com o lance que você vê aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gde Marcos, putz kra, quase chorei aqui agora com sua história. E pensar que um dia dava orgulho de torcer pela nossa tão querida franquia... Bons e velhos tempos que num voltam... Hoje temos que aguentar: Deng, Tyrus, Hughes, Gray, Noah e Gordon's da vida. Que dureza!!!

Anônimo disse...

DA arrepio mesmo só de lembrar....

Sensacional!!!