
"Em 1994 estava no meu quarto ano como técnico de base em São Paulo, trabalhando no projeto da Maria Helena e da Heleninha. Estávamos em Campinas, na Ponte Preta, e me lembro de uma torcida muito grande para que tudo corresse bem na competição, especialmente por sabermos que seria o último Mundial onde veríamos Paula e Hortência juntas.
Recordo-me de como a equipe saiu desacreditada do Brasil e isso valoriza ainda mais a superação que todos tiveram na disputa. Ainda bem que a Band conseguiu transmitir pelo menos a parte final da competição e pudemos acompanhar e ter o registro daquela conquista fantástica.
O grande ponto de interrogação naquele momento era se a nossa dupla de "Pelés" (Paula e Hortência), que naquele momento já tinha a companhia de mais uma fora de série (Janeth - na foto), ficaria órfã ou não de pivôs à altura para tornar o grupo competitivo. Por estarem sem a experiência da Marta e com pivôs muito jovens na equipe, a desconfiança era grande. Mas essa dúvida logo foi superada pelas atuações fabulosas de todo o grupo e os placares mostram isso -não é fácil se conseguir uma média de 98 pontos/jogo numa competição de nível tão alto.

Paula, Hortência e Janeth não fugiram da responsabilidade e fizeram uma competição impecável. As pivôs, apesar de jovens, se mostraram apostas mais do que acertadas e deram um volume de rebotes que o Brasil até aquele momento nunca tinha visto. Cada uma dentro das suas características deu a contribuição necessária para uma conquista inimaginável quando o grupo deixou o país. As meninas do banco já eram boas promessas na época e tiveram maturidade para, mesmo jogando menos, se manter com a cabeça boa e dar seu máximo - elas se dedicaram e se doaram integralmente à equipe ajudando a formar um grupo coeso, o que é fundamental numa conquista como essa.
Lembro-me de lances de jogo e algumas cenas que me marcaram profundamente e uma imagem inesquecível é aquela do lance-livre da Hortência chorando, sentindo que o título já estava nas mãos.
Apesar do horário terrível dos jogos, valeu a pena ficar acordado e foi muito gratificante ver nosso basquete dominando os adversários no Mundial daquela maneira. Aquele 110 x 107 contra os USA (todos falavam que Teresa Edwards, Katrina McClain e Cia derrotariam o Brasil facilmente) teve um gosto especial. Que artilharia pesada, hein! Fazer 110 pontos numa semifinal contra a defesa americana é realmente histórico...
Nesse "aniversário" de 15 anos da conquista, Waldyr Pagan, Miguel, Sérgio, Hermes (a quem eu tive o prazer de conhecer mais de perto e trabalhar junto por vários anos e é um profissional e ser humano que dispensa comentários, simplesmente excepcional), Dra Marli, Marísia (fisioterapeuta) e todo o grupo de trabalho e atletas merecem muito esta justa homenagem. Fiquei honrado com o convite para enviar meu depoimento e gostaria de reforçar o coro de parabéns, deixando um abraço especial a todos que lá estiveram e também aos que não estavam lá, mas contribuíram de alguma forma para este título".
Paulo Bassul
3 comentários:
Ele deveria tomar como exemplo aquela comissão técnica e rever o trabalho que dele até hoje na Seleção, pois elogiar qualquer um faz, agora fazer o trabalho que aquela comissão fez isso sim não é para todos
É estranho um treinado citar com louvor as atletas e simplesmente Miguel, o Paulo deveria pedir conselhos a EQUIPE técnica pois se ele lembra bem , saiu daquí desacreditada e com um jogo COLETIVO, não vivendo de arremessos individuais,como num determinado jogos que com certeza, teve a maior definição " UM GRANDE JOGO, POREM PROIBIDO PR MENORES, INICIANTES NO BASQUETE). foi consagrada campeã mundial, e vice olimpica.
Paulo, seja mais atencioso em suas palavras pois aquí, em sua maioria sabem quem é vc!
Santa Imparcialidade
Aldo Sittone S C, não lhe conheço mas colocou bem,o Paulo como voce bem chamou o Bassul, só engana quem não lhe conhece,ou ainda cai nesta marketing de terceira categoria que o mesmo se utiliza bem!
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