quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma grande vitória - mesmo com a derrota

Acho que pelo número de comentários dá para sentir o que foi a decisão da Copa América masculina, né? Depois de um começo vacilante, a seleção brasileira protagonizou (arrisco-me a dizer) uma das maiores atuações de um time nacional de rapazes (em todas as categorias!) nos últimos anos (desde o Pan-87?). Perdeu, por 81-78 (com chance de empatar no último arremesso!), é verdade, mas perdeu para uma seleção americana cujos valores individuais são considerados os melhores das últimas gerações do país (Irving e Rivers, com 40 pontos somados, deverão ser top-5 nos Drafts da NBA dos próximos anos). E não tem muito mais a ser dito, tem? Tem, tem sim. Vamos em tópicos.

-- O que Walter Roese fez com este time é extraordinário, sublime, fantástico. O time foi organizado, corajoso, atrevido... Deu gosto de ver. Apenas 13 bolas perdidas (seis no primeiro período), 8/21 dos três pontos (71 tentadas de dois pontos) e quatro atletas em dígitos-duplos. Queríamos um time "moderno"? Temos um técnico antenado, e um time moderno então!

-- Lucas Bebê (foto à direita) parecia um veterano no meio de meninos de 18 anos. O pivô, pouco acionado no final da partida (uma pena!), terminou com anormais 22 pontos, 14 rebotes, três tocos e uma fúria defensiva assustadora. Os olheiros da NBA devem ter adorado...

-- Raulzinho errou demais (5), mas foi ele quem impulsionou a reação brasileira no final. Terminou com 11 pontos, mas sua atuação foi melhor do que isso. Temos um armador para os próximos dez anos. É rápido, tem ótimo corte, cadencia bem a partida e um arremesso promissor. Olho nele!

-- Felipe Vezaro (foto à esquerda) pode ser o ala que tanto desejamos há séculos. Seguro, sem forçar arremessos, forte e decidido, ele fechou a decisão com 17 pontos e uma pontaria ótima.

-- Vale destacar a atuação de Gabriel Aguirre também. Apagado até então no torneio, somou 11 pontos e três rebotes. Foi muito bem na marcação!

Na boa, eu sei que o post pode ser exagerado, que devemos ter calma com os meninos que no próximo ano disputam o Mundial da categoria, mas o que vimos hoje foi espetacular. Uma seleção aguerrida, atrevida, "raçuda" mesmo, e sobretudo com todos os predicados técnicos e táticos dos grandes times. Que eles continuem assim. Nesta noite, deu orgulho de ver uma seleção brasileira em quadra!

O técnico da Sub-18

"Hoje amistoso contra a equipe da cidade de São Sebastião do Paraíso (9 de junho)"

"O mais importante hoje do dia foi que ninguém se machucou (no futebol). Melhor focar no basquete porque futebol não é o forte de alguns (13 de junho)"

"Embarque hoje para San Antonio. Grupo preparado e unido. Agora é fazer o que treinamos e fazer o melhor. (20 de junho)"

"Muito bom coletivo ontem contra USA Sub 17. Equipe marcou bem e só estão faltando alguns detalhes. (24 de junho)"

"À tarde amistoso sub 18 USA. Equipe está focada e unida, isso ajudará e muito nos momentos importantes. (24 de junho)"

"Jogo contra USA muito bom e muito físico. Amanha clínica para 160 crianças. (25 de junho)"

"Assistir vídeo e ir dormir. Amanhã estreia contra Porto Rico. Agora é jogar com confiança e se divertir. (26 de junho)"

"Parabéns às meninas do Brasil Sub 18 pela vaga no Mundial! (26 de junho)"

"Parabéns Meninos da Sub 18, toda comissão técnica estão orgulhosos de vocês (27 de junho)"

"Obrigado, São Sebastião do Paraíso por tudo. Esta vaga no Mundial também é de vocês. (28 de junho)"

"Viemos para Copa América com dois objetivos: vaga para o mundial e disputar o titulo. Agora é focar no 2° objetivo. (29 de junho)"

"Saindo para treino voluntário - seis jogadores indo chutar. Hoje outra pedreira (contra a Argentina). (29 de junho)"

"Saindo para semifinal contra a Argentina. Quatro jogo duro em 4 dias. Diego Falcão nota 10, deixou os meninos em forma física para isso. (29 de junho)"


Todas as declarações foram retiradas do Twitter de Walter Roese, técnico da seleção Sub-18 masculina que disputa, logo mais, a final da Copa América contra os EUA (o blog acompanha). Está aí um técnico para ficarmos de olho mais atentamente do que nunca, não?

O tamanho da vitória

Amigo leitor, você sabe há quanto tempo o Brasil não vencia a Argentina em uma competição da base? Há quase quatro anos (no release do site da CBB, é dito equivocadamente que são cinco anos), desde o 19º Sul-Americano Cadete Masculino de 2006 (vitória de 88-85 no dia 25 de novembro). Muito tempo, não? Depois disso, houve quatro duelos. Confira abaixo:

-- 20° Sul-Americano Sub-17 Masculino de 2007 (63-64)
-- 21º Sul-Americano Sub-15 Masculino de 2008 (44-64)
-- 22º Sul-Americano Sub-15 Masculino de 2009 (65-73 e 49-67).

Vale lembrar que só não houve mais confrontos porque o Brasil conseguiu perder de Uruguai, Venezuela e afins antes de medir forças com os hermanos. Que seja o começo de novos tempos!

O MVP fala - Parte 2

Não leu a primeira parte da entrevista de Tiago Splitter? Clique aqui.

BALA NA CESTA: Aqui no Brasil, você é visto por torcedores e pela crítica especializada como um exemplo de atleta, já que nunca recusou uma convocação para a seleção. Como é a sua relação com o time nacional, e qual a expectativa agora para o Mundial da Turquia?
TIAGO SPLITTER: Sempre gostei de defender a seleção brasileira. Tenho vários amigos no time, e a gente se diverte jogando. Poder representar o seu país é a melhor coisa que existe para mim, não resta a menor dúvida. Conversei com o técnico Rubén Magnano sobre a minha data de apresentação, que deverá ser atrasada devido ao casamento e lua de mel, mas uma coisa é certa: vou estar na Turquia. Estou muito motivado e espero ajudar. Estamos em um bom momento, com um ótimo técnico e um grupo excelente de jogadores. Agora, é mostrar na quadra. O basquete do Brasil precisa desses resultados, e vamos fazer de tudo para conseguir. Sobre o carinho do público brasileiro, eu sinceramente agradeço, porque sei que é sincero.

-- Comenta-se muito por aqui sobre uma acirrada briga por posição entre você, o Nenê e o Anderson Varejão. Você já chegou a pensar sobre isso?
-- De verdade, não. Não penso nisso em momento algum, e isso é decisão do técnico. Vou esperar, e acho que ninguém tem que se preocupar com isso. Temos que nos orgulhar de termos vários bons jogadores para a mesma posição, só isso. Isso é seleção brasileira. Sabemos que fazemos parte de um grupo cheio de estrelas, e ninguém pode ficar chateado por ficar no banco.

-- Falando em seleção brasileira, você conviveu bastante com o Marcelinho Huertas no Caja Laboral. Como foi a temporada dele por aí?
-- Cara, vou te dizer uma coisa: o Marcelinho não tem todo o reconhecimento que deveria ter. Ele é um grandíssimo jogador de basquete e está jogando um bolão. Ele se contundiu no começo da temporada, mas quando voltou a jogar, o técnico botou literalmente o time na mão dele e deu no que deu. Ele tem um lindo futuro pela frente, mas com certeza já é um dos maiores armadores do Brasil. Ter vindo para o Baskonia foi muito bom para o Huertas, porque ele sempre teve muita velocidade, nunca teve medo, mas jogando em um time de ponta ficou mais maduro. Feliz por ele, porque ele é um belíssimo jogador.

-- Termino fazendo duas perguntinhas em uma. Você não parece ser um cara que traça metas de longo prazo, certo? E a segunda: talvez a melhor temporada de sua carreira tenha vindo um ano depois da morte de sua irmã, Michelle. Como foi aquele momento, e como foi colocar a cabeça no lugar depois de uma perda tão forte para você?
-- Cara, eu traço metas, mas de curto prazo. Penso no próximo ano, em nada muito longo. Sempre fiz assim, deu certo, não vou mudar. Sobre a Michelle, ela foi e sempre será meu maior exemplo de motivação e superação, tanto no momento em que ela lutou contra a doença dela quanto pelo que ela falava para mim naqueles momentos tão duros. A Michelle só queria ser feliz dia após dia. Isso é o importante, e é o que desejo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Brasil surra a Argentina e está na final

A seleção brasileira sub-18 fez ótimos 70-56 e simplesmente surrou a Argentina nesta terça-feira (como é bom escrever isso!) para se classificar à final da competição, quando deve enfrentar os EUA nesta quarta-feira.

Vi apenas os minutos finais, mas pelos números dá para notar o que foi o duelo. Lucas esteve monstruoso no garrafão (16 pontos, 12 rebotes e oito tocos), Ícaro (na foto à esquerda) saiu do banco para fazer uma grande partida com oito pontos, quatro passes e nenhum erro em 20 minutos, e o último quarto foi um verdadeiro baile brasileiro, com 28-11.

Vale destacar, novamente, o baixo volume dos três pontos dessa seleção (aleluia alguém joga assim), que chutou apenas 3/12 nesta noite (55 tiros de dois pontos - quase cinco vezes mais), o baixo número de desperdícios de bola (os 15 nem machucaram tanto, já que os argentinos conseguiram apenas dois pontos através dos erros brazucas), o domínio no garrafão (nos rebotes, 46-27, e nos pontos, 32-18) e a forte defesa (principalmente a aplicada nos últimos 10 minutos).

O mérito é dos jogadores, claro, mas vale uma menção ao ótimo trabalho de Walter Roese (foto à direita) com este time. O elenco, que parecia enfraquecido com a ausência de Rafael Luz, ainda não perdeu na competição, bateu rivais fortes (Uruguai, Canadá e agora a Argentina), apresenta um basquete de alto nível (cadenciado, com pressão defensiva, responsável e alegre) e faz com que tenhamos esperanças de que Lucas, Raulzinho, Ícaro e companhia se tornem grandes atletas rapidamente.

Repito: os jogadores merecem aplausos, mas o técnico Walter Roese merece muitos louros pelo time que conseguiu montar em tão pouco tempo de preparação (a CBB também merece um viva, pela contratação do treinador). É um time que até então nos enche de orgulho. Parabéns a eles!

Kobe na África do Sul

Você já deve ter visto, mas não custa colocar aqui. Kobe Bryant está na África do Sul acompanhando a Copa do Mundo, e a TV Globo gravou uma reportagem com ele. Confira abaixo.

O MVP fala - Parte 1

Tiago Splitter ainda não terminou a temporada 2009-2010. Depois de se sagrar campeão espanhol, obter o título de MVP da fase regular e das finais, chegou a hora de o pivô fazer uma de suas cestas mais importantes: dentro de poucos dias, o atleta de 25 anos se casa em Vitória (Espanha) antes de se apresentar à seleção brasileira para o Mundial da Turquia. Ontem, antes do jogo do time de Dunga na Copa da África do Sul, ele conversou pela primeira vez após o título do Caja Laboral. Splitter falou ao Bala na Cesta sobre o seu ótimo ano, as expectativas para trabalhar com Rubén Magnano e deixou muito claro que a sua ida para o San Antonio Spurs está praticamente consumada. A entrevista será dividida em duas partes. Nesta quarta-feira sai a segunda.

BALA NA CESTA: Em primeiro lugar, queria que você falasse um pouco da temporada que você teve no Caja Laboral, da emoção de ganhar o título com a equipe.
TIAGO SPLITTER: Foi uma temporada estranha, posso dizer assim. O time começou mal, com muitos jogadores lesionados – eu mesmo fiquei muito tempo parado. Não conseguíamos jogar da maneira que queríamos, e da maneira que o técnico desejava. No final da fase de classificação chegamos perto do que imaginávamos, mas foi nos playoffs que o time realmente encaixou no ataque, defendeu com consistência, atuou como uma grande equipe. Quando ganhamos o quinto jogo do Real Madrid em casa e do Barcelona na casa deles na primeira partida da decisão sentimos que poderíamos ser campeões. Confiamos, tivemos fé, batemos o pé e atingimos o objetivo.

-- Muitos torcedores dizem que você é o maior jogador da história do Baskonia. Você chegou a ler sobre isso, não?
-- Sim, li sim. Ser mencionado como o maior jogador do time é motivo de orgulho para mim, de verdade. Estou aqui há dez anos, e tive uma evolução natural, sem sobressaltos, sem pressa, sem pressão. Identifiquei-me com a cidade, com o povo, com a equipe, e tudo foi pensado ano após ano, sempre com carinho, respeito e tranqüilidade. O “resto”, por assim dizer, veio naturalmente. A fama, por exemplo, chegou de uma maneira bastante legal, e quem mais curte isso é a minha mãe, que guarda os elogios, me envia algumas notícias, se delicia com tudo mesmo. Eu, do meu canto, prefiro não olhar muito, porque os elogios são lindos, mas quando as críticas vêm, elas vêm muito fortes também. Você sabe como é, né...

-- Recentemente li que toda essa identificação com a cidade e com o Baskonia passam muito por uma espécie de tutor que você teve/tem por aí em Vitória. A pessoa se chama Iñake Iriarte, e gostaria que você nos contasse um pouco da importância dele para você.
-- O Iñake realmente é uma pessoa muito especial, e que poucas pessoas aí no Brasil sabem quão fundamental ele é para mim. Cheguei na Espanha com 15 anos, e ele foi meu primeiro técnico, meu primeiro amigo, meu primeiro tudo. Deu-me uma força incrível, com conselhos sobre basquete, estudos, vida, tudo. Ele é uma espécie de guru para mim.Hoje ele não treina mais comigo, mas vê muitos vídeos e sempre me liga para dar dicas, conversar, fazer críticas construtivas. Sempre agradeço porque devo muito do que sou a ele.

-- E como é a sensação de ser o primeiro atleta a ser MVP da temporada regular, dos playoffs e ainda sair com o título depois do lendário Arvydas Sabonis? Imagino que o assédio aí não tem sido fácil...
-- Posso te dizer que sair de casa aqui em Vitória não tem sido nada fácil. Ao mesmo tempo, é gratificante e motivo de orgulho para mim e para meus familiares. É maravilhoso receber esse calor do público, ser reconhecido pelo seu trabalho. Fico muito feliz, e os prêmios só reforçam que o empenho foi recompensado. Espero continuar assim, fazendo a torcida feliz na próxima temporada.

-- Mas, Tiago, de que torcida você se refere para a próxima temporada?
-- (Risos). Não sei ainda o que será feito, mas não tenho como esconder que tenho um desejo muito grande de jogar na NBA e isso está muito próximo de se sacramentar. Essa possibilidade já existe faz tempo, mas como tive ótimos contratos e uma condição muito boa aqui na Espanha, esperei um pouco. Agora, porém, me sinto maduro para poder chegar, me adaptar e atuar bem na liga americana. Ainda faltam alguns detalhes, mas sinto que é a minha hora de fazer o salto e vou fazer de tudo para me sair bem na NBA. Espero acertar a minha situação em breve com o clube (Splitter se refere ao San Antonio Spurs, cujo técnico, Gregg Popovich, ligou para Tiago na semana passada para reforçar o interesse da franquia em contar com os seus serviços, apesar das ofertas que quase dez times fizeram após o Draft).

segunda-feira, 28 de junho de 2010

SPLITER AMANHÃ NO BLOG

Amigos, grande surpresa pra vocês (e pra mim também). Falei hoje com Tiago Splitter, e amanhã teremos a entrevista com ele no Bala na Cesta. É a primeira dele após o título espanhol. Vale a pena aguardar.

Um solo de Raulzinho

O que dizer da atuação de Raulzinho na tarde desta segunda-feira contra o Canadá? Foram 34 pontos (10/14 nos tiros), oito rebotes, sete assistências e apenas dois erros em 36 minutos. A atuação do armador do Minas, cada vez mais realidade que promessa, garantiu ao Brasil a vitória contra o Canadá por 83-76 e a primeira colocação do grupo na Copa América Sub-18 masculina.

Vale ressaltar, ao menos pelos números, que a apresentação de hoje teve apenas 17 tiros de três pontos por parte da seleção (45 chutes de dentro do garrafão), 13 aceitáveis desperdícios e oito brasileiros com mais de 17 minutos em quadra. Ponto para Walter Roese, o técnico que consegue imprimir ritmo ao time. Que continuem assim, pois as semifinais, provavelmente contra os argentinos, será uma pedreira.

Da Prancheta

Alguns números sobre a Copa América feminina sub-18 que terminou ontem (recomendo, também, a leitura do ótimo artigo do Bert sobre o tema):

-- Damiris aparece entre as dez melhores em rebotes (a segunda, com média de 10,8), roubadas (a décima, com duas) e em tocos (também a segunda, com 2,2). Nos arremessos, porém, a promissora ala-pivô precisa melhorar (seu aproveitamento ficou em 23,2% - 13/56).

-- Ao lado de Damiris, Tássia foi a cestinha brasileira com nove pontos de média (nenhuma atleta, como se vê, passou dos dois dígitos). Seu aproveitamento de dentro do garrafão foi excelente (14/28, ou 50%). Nos três pontos, porém, precisa evoluir (2/20, ou 10%).

-- Nos arremessos, o Brasil não esteve bem. De dentro do garrafão o aproveitamento foi baixo (79/247, ou 31,9%). Dos três pontos, baixíssimo (16/78, ou 20,5%). E os desperdícios de bola, acima do aceitável (18,8). Vale notar que, com exceção da partida contra Porto Rico, em nenhuma ocasião a seleção conseguiu anotar mais de 15 tiros de quadra. São pontos que merecem atenção da comissão técnica.

Promoção - Camisa do Ricky Rubio

Amigos do Bala na Cesta, eis a prometida promoção que mencionei na semana passada: o blog sorteia uma camisa de Ricky Rubio, do Barcelona.

O esquema é o de sempre: quem enviar um email para fabio.balassiano@gmail.com até às 23:59 de sexta-feira (2 de julho) estará automaticamente concorrendo no sorteio que será auditado pela Balassiano's Young & Family. Por favor: dados completos (endereço, cep, cidade, estado, país, nome do santo...) desde já, ok?

Boa sorte a todos.

A democracia da CBB

Na semana passada o Bert alertou em seu blog para o pouco caso que o site da CBB deu à seleção feminina que ontem terminou com o vice-campeonato da Copa América Sub-18 (entre no PBF e leia alguns posts sobre isso). O fato espanta, não surpreende e é bem pior do que "apenas" não colocar notícias na página oficial. O ponto é: a área de imprensa da entidade reflete, de maneira fiel, o que a diretoria pensa, ou (não) faz, em relação às meninas do basquete brasileiro. Para se ter uma ideia, o presidente Carlos Nunes saiu antes do final da competição do time de Tarallo e viajou para San Antonio, onde acompanhou TUDO da equipe de Walter Roese (em um mundo ideal, o presidente dá o exemplo, não?)

Não é questão de defender mais ou menos o lado masculino ou feminino da entidade, mas sim de dar condições iguais para que as duas seleções desempenhem seus papéis como merecem. Na seleção adulta dos rapazes, há um campeão olímpico que convocou quase 345 atletas. Na feminina, um ilustre desconhecido chamou apenas 18 atletas. Como alguém bem notou na caixinha de comentários deste blog, as veteranas se acomodam porque sabem que devem ficar no grupo, e as mais jovens ficam cada vez com menos estímulo para continuar na modalidade.

O fato seria até razoável caso a seleção masculina trouxesse resultados em âmbito internacional nos últimos anos. Como tudo sabe, ela não traz - pelo contrário: ela está fora das Olimpíadas há 14 anos e paga um mico atrás do outro em competições internacionais. Do outro lado, temos as meninas, campeãs mundiais há menos de 20 anos, com duas medalhas olímpicas nos últimos ciclos e com uma série de bons resultados tanto no circuito de base quanto no profissional.

Cada um escolhe o seu caminho, e a CBB escolheu o dela. Os rapazes agradecem. As meninas choram. Como sempre foi.

domingo, 27 de junho de 2010

Brasil fica com o vice

Terminou agora há pouco a final da Copa América Sub-18 feminina. E deu o esperado. Os EUA venceram o Brasil por 81-38 e terminaram com o título da competição. A campanha do time de Tarallo, porém, foi boa (três vitórias e duas derrotas contra as norte-americanas) e deu a classificação para o Mundial.

Agora é seguir evoluindo, principalmente em fundamentos (houve muitos erros), nos tiros de fora e na marcação do perímetro. O Mundial sub-19 será ainda mais difícil.

Brasil vence e se classifica

Apesar de falhar muito nos arremessos (3/14), o rapaz aí da foto conduziu o Brasil à classificação para o Mundial sub-19 de 2011. Completo, Raulzinho se saiu com 14 pontos, 10 rebotes, seis assistências e quatro roubos na vitória por 71-64 (23-16 no último período) da seleção sobre o Uruguai. Amanhã, já com a vaga no bolso, o time de Walter Roese busca a primeira colocação contra o Canadá.

Felipe, com 14 pontos e sete rebotes, e Durval, com 13 pontos, também foram bem. Parabéns ao time e à comissão técnica comandada por Walter Roese.

A falta que você me faz

Atual campeão da WNBA, o Phoenix Mercury vive uma crise de identidade na temporada 2010. Apesar de estar na terceira colocação do Oeste, a campanha com oito derrotas em 13 jogos não é boa e não é digna de um time vencedor. A razão para isso ter acontecido tem nome, sobrenome e número: Cappie Pondexter, a camisa 23 que levou a franquia a dois títulos, não está mais lá.

Trocada para o New York Liberty antes da temporada começar (as más línguas falam que a relação de Cappie e Diana Taurasi estava bem longe de ser amistosa), Pondexter não consegue fazer do Liberty uma franquia vencedora (5-7), mas registra números incríveis: 19,8 pontos, 5,1 assistências e 4,1 rebotes por partida.

Do outro lado do país, o Phoenix sofre na defesa que era comandada por Pondexter (92,5 pontos por noite e fazendo o adversário errar apenas 12,8 vezes por partida, piores índices da WNBA) e procura uma armadora confiável (Temeka Johnson não tem conseguido segurar o rojão). No próximo sábado, 3 de julho, Pondexter recebe Diana Taurasi (a cestinha da liga com 23,1 pontos) para duelo no Madison Square Garden. As craques não vão admitir, mas ambas eram bem melhores quando estavam lado a lado. No basquete, números nem sempre são sinal de vitória.

Bate-bola com Paulão


Paulão Prestes levou um susto na temporada 2009-2010: torceu o tornozelo quando atuava pelo Murcia (veja aqui) e pensou que a lesão fosse grave (não era). Menos de seis meses depois, o pivô levou outro susto, desta vez muito mais feliz: foi escolhido pelo Minnesota Timberwolves no Draft da NBA na 45ª colocação, e poderá ser jogador da liga em muito pouco tempo. Pela internet, o Bala na Cesta conversou com ele.

BALA NA CESTA: Como foi ser escolhido no Draft da NBA? Como você recebeu a notícia? Você vai direto para a NBA, ou ainda joga pelo seu clube na Espanha?
PAULÃO: Estava em casa com minha noiva quando meu agente me ligou para dar a informação. Fiquei surpreso e muito eufórico. Para mim foi uma grande novidade, porque depois da lesão grave que tive é ótimo ter notícias boas - ainda mais como esta. Sobre o que vou fazer, ainda não conversei com ninguém sobre isso. A NBA é um grande sonho pra qualquer jogador, mas tenho contrato com Málaga ainda.

-- Você não veio, mais uma vez, para a seleção. Você ainda pensa em vestir a camisa amarela?
-- Claro que penso, cara. De verdade, é sempre um orgulho jogar na seleção brasileira, mas desta vez não pude porque estou me recuperando da cirurgia no tornozelo e não estou em condições de jogo (o pivô voltou a correr na última segunda-feira). Haverá outras oportunidades.

sábado, 26 de junho de 2010

Vitórias, boas vitórias

A seleção sub-18 masculina começou bem a sua caminhada na Copa América. Venceu Porto Rico por 78-53 com autoridade (26-5 no terceiro período) com 20 pontos, 12 rebotes e oito tocos de Lucas Bebê e amanhã enfrenta o Uruguai. Vitória garante vaga nas semifinais.

Quem também brilhou foi o time de Tarallo. A seleção feminina sub-18 superou a falta de pontaria dos três pontos (5/25) e venceu o Canadá por 50-49 depois de um quarto período brilhante (22-9) para chegar à decisão da Copa América contra os EUA (a vaga ao Mundial já havia sido garantida). A final será neste domingo.

Aruzha novamente foi muito bem com 15 pontos, e Carina apareceu também com 15 pontos, além de quatro rebotes e quatro roubadas. As meninas e a comissão técnica estão de parabéns, apesar de a CBB continuar preferindo paparicar somente os rapazes, como bem notou o Bert.

S.O.S. Thamara

Convocada para a terceira fase de treinamentos da seleção sub-18 que acaba de se classificar para o Mundial da categoria em 2011, a ala pivô Thamara de Freitas (foto) é/era uma das maiores esperanças do basquete brasileiro.

Destaque na campanha vitoriosa do Sul-americano de 2009 com 19 pontos e sete rebotes de média, a atleta da Mangueira (Rio de Janeiro) simplesmente sumiu dos treinos da seleção sub-18 e, depois, abandonou o time carioca nos últimos dias. E, pelo que apurei, a Mangueira tratava Thamara com carinho, respeito e a acompanhava de maneira muito, muito próxima (nos estudos, no aspecto psicológico e familiar).

Ao que parece, é mais uma perda enorme para o basquete brasileiro, mas não só isso (seria pequeno demais pensar apenas em basquete neste momento). Thamara é uma menina de 16 anos cuja introspecção e a timidez chegavam a assustar. Seja a CBB ou a Mangueira, alguém precisa fazer alguma coisa pela menina. De novo: não pela atleta, mas pela jovem cujo rumo agora parece absolutamente incerto.

Sem Luz, com Bebê

A seleção brasileira masculina sub-18 começa hoje a sua luta para disputar o Mundial da categoria no próximo ano na Letônia. Sob o comando de Walter Roese, que acaba de ser anunciado como assistente-técnico Universidade do Hawaii (era de Nebraska), o time não terá o jovem Rafael Luz (ausência esperadíssima, né), mas conta com o pivô Lucas Bebê (foto) para voltar com uma das quatro vagas.

O Brasil está no grupo A, e enfrenta, pela ordem, Porto Rico (neste sábado), Uruguai (domingo) e Canadá (na segunda-feira). Os dois primeiros da chave avançam às semifinais e se classificam, automaticamente, para o Mundial.

Da lista de convocados, é bom notar que sete dos 12 atletas possuem mais de 2m de altura. Além de Bebê (do MMT Estudiantes, da Espanha), outro que se destaca é o jovem Gabriel Aguirre, que atua no Cajasol (também clube espanhol).

Sorte para os meninos, porque a geração, apesar de desfalcada, é boa.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A vitória e a constatação

Foi suado, bem suado, mas a seleção feminina sub-18 acaba de vencer a Argentina por 64-61 para se classificar para o Mundial da categoria no próximo ano. A menina de branco aí da foto, Tássia, foi o grande nome da partida, anotando cinco de seus 18 pontos nos últimos dois minutos - a jogadora ainda teve cinco rebotes. Damiris, com 13 pontos, seis rebotes e quatro tocos, Mariana (12) e Isabela (11) também foram bem. Amanhã o time de Tarallo enfrenta o Canadá por vaga na final.

A vitória é legal, bonita, as meninas estão de parabéns, mas é importante que Hortência e o presidente Carlos Nunes, que estão em Colorado Springs para ver a competição, continuem desenvolvendo esta geração. A seleção brasileira cometeu 22 erros (estes desperdícios geraram 14 pontos das rivais - quase 23%), matou duas bolas em 11 tentativas de três pontos e deixou as adversárias com muita liberdade para dez conversões em 24 tentativas (42%) de fora.

Esta geração merece ir a um Mundial, sem dúvida, mas precisa continuar crescendo. E a melhora passa, principalmente, por evolução em fundamentos, capacidade física e controle dos nervos (em um dado momento da partida, no jogada-a-jogada do site da FIBA, o time cometeu quatro violações seguidas). Se continuarmos assim teremos mais diamantes brutos do basquete brasileiro sem serem lapidados.

Olho no Miami Heat

O Miami Heat cedeu ontem a 18ª escolha e o armador Daequan Cook para o Oklahoma City Thunder pela 32ª escolha na segunda rodada do Draft.

Pode parecer estranha, mas a medida tem razão de ser: sem ficar satisfeito com os jovens que poderia selecionar, o Miami envia Cook para longe (US$ 2,2 milhões de salário), não assina nenhum atleta de primeira rodada (cerca de US$ 3 milhões) e fica com incríveis US$ 44 milhões para investir nos agentes-livres a partir de 1º de julho. O Heat queria, mas não conseguiu, despachar Michael Beasley, para abrir ainda mais espaço em seu orçamento.

Mesmo assim, o fato é: o Miami Heat pode assinar três jogadores com salário máximo a partir da próxima semana. A ideia de Pat Riley (foto) é manter Dwyane Wade e trazer outros dois ótimos jogadores (os nomes mais comentados são os de Joe Johnson, Carlos Boozer e Chris Bosh) para cercar Wade. A medida é amplamente possível.

Olho no Miami Heat.

A camisa da seleção

Como a maioria de vocês já sabe, a Nike é a nova fornecedora de material esportivo da Confederação Brasileira de Basquete (as seleções sub-18 que estão nos EUA para a Copa América, inclusive, já usam roupas da empresa - veja na foto à direita). À esquerda, também, está uma das camisas que será utilizada (ainda não se sabe se será a titular ou a reserva) pelo time nacional nas futuras competições.

E através da parceria com a empresa, a CBB já anunciou a participação da seleção masculina em um torneio preparatório para o Mundial da Turquia de 12 a 15 de agosto, em Nova Iorque.

A competição terá a participação de Brasil, Estados Unidos, França, China e Porto Rico, e conta ainda com música e cultura de rua, além de atletas amadores de basquete.

Uma noite louca

Acompanhei boa parte do Draft da NBA pela internet falando com o amigo Marcos Leal, do blog Bulls Brasil. Digo a vocês o seguinte: a noite das escolhas foi uma loucura (veja aqui ou aqui). Acho que nunca vi tantas trocas, e das mais variadas naturezas (para abrir espaço no orçamento, para reconstruir a franquia, para reforçar o banco de reservas etc.). O brasileiro Paulão foi escolhido na 45ª colocação, pelo Minnesota, mas não deve sair da Espanha agora.

E eu só fico me perguntando o que faz o rapaz que sobe com o boné, por exemplo, do New Orleans, sabendo que ele será trocado para, por exemplo, o Portland (que, aliás, demitiu o seu diretor-geral pouco antes do Draft). Será que ele dá o boné dele na 5ª Avenida de Nova Iorque para o primeiro transeunte que passa?

Sem surpresas, John Wall (foto) foi o número 1, e jogará pelo Washington Wizards a próxima temporada (os Wizards, aliás, recebem também o armador Kirk Hinrich, do Chicago). Gostei da atitude do Oklahoma City Thunder (o time mais ativo da noite), da inteligência do Miami (post aqui em breve) e da escolha do Sacramento Kings (DeMarcus Cousins). A caixinha fica aberta para o debate!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Americana é campeã Paulista

Terminou há alguns segundos a final do Paulista feminino. Com 22 pontos e quatro rebotes de Karla, Americana venceu Santo André por 70-61 no ABC, fez 3-2 na série e levanta o seu primeiro caneco estadual desde 2003.

Não dá para dizer muito sobre a partida (porque não a vi), mas a vitória parece ter sido conquistada na segunda etapa - antigo problema de Americana na série. O time de Zanon (seu primeiro título no feminino!) fez 40-26, limitou a cubana Ariadna (ela entrou e terminou o último período com 18 pontos) e manteve a concentração no final da partida (apesar dos 20 pontos e 14 rebotes de Êga).

O título não esconde os problemas que Americana teve durante a competição, mas é um prêmio ao retorno do investimento da equipe há poucas temporadas. A cidade adora basquete, e o time, um dos mais caros do país, merecia um título importante. Ele veio. Parabéns às atletas e ao técnico Zanon (em nome de sua comissão técnica).

Virar a página

Acaba de terminar a partida entre EUA e Brasil na Copa América Sub-18 feminina. Vitória norte-americana por 89-46, sem a menor dificuldade. Agora as meninas precisam virar a página, porque a decisão da vaga é nesta sexta-feira, contra a Argentina. Vitória garante vaga no Mundial da categoria. Derrota, não. Simples assim.

A decisão é nesta sexta-feira (18h30). Sorte para as meninas.

Grande promoção do Bala na Cesta

Na próxima segunda-feira o Bala na Cesta lança uma nova promoção. Estará em jogo a camisa oficial de um baita jogador do basquete europeu. Por enquanto fica o suspense, ok? Na segunda-feira eu conto mais para os amigos. Enquanto isso, a caixinha está aberta para que os amigos tentem desvendar o mistério.

Para não perder a piada

Noves fora a eliminação da Itália na Copa, o assunto esportivo que mais me chamou a atenção nesta semana foi a vitória de John Isner sobre Nicolas Mahut no torneio de Wimbledon. Explico: foram absurdas 11 horas e cinco minutos de uma partida que precisou de três dias para ser completada.

Agora, o que me espantou mesmo foi o seguinte: o último set da partida entre Isner (gigante de 2,06m) e Mahut terminou em 70/68 (na última parcial do tênis não há tie-break), placar maior do que quase todos os jogos da final do Paulista feminino entre Santo André e Americana (70-61, 50-44, 69-65 e 77-61 - este último soma o único empate em 138). Para ser justo, na final da Liga ACB, o primeiro jogo terminou em 63-58 para o Caja Laboral contra o Barcelona.

Ok, a piada é péssima, mas no dia em que um set de tênis tem placar mais alto que uma partida de basquete, é porque realmente o mundo está perdido...

Das meninas

-- Termina hoje o Paulista feminino. Em casa, às 20h, Santo André tenta colocar fim ao jejum de títulos estaduais (desde 1995 não vence) na quinta e decisiva partida contra Americana, que não abocanha o Paulista desde 2003 - bateu Ourinhos na final.

A mobilização na cidade envolve até o prefeito, e o Bert conta isso em seu blog. Vale lembrar duas coisas: 1) em 2001, Americana foi campeã derrotando Santo André na final; 2) Até agora, ninguém conseguiu vencer na quadra do adversário.

-- A seleção feminina sub-18 passou fácil por Porto Rico ontem (81-35) e hoje enfrenta, às 20h45, os EUA. É uma derrota quase certa, mas que vale para a preparação para o jogo que realmente decide - o de amanhã contra a Argentina. Na tarde de ontem, em Colorado Springs, Jenifer foi a cestinha com 15 pontos, e Damiris, apesar dos erros nos arremessos (3/11), terminou com duplo-duplo (11 e 15 rebotes). Tarallo não colocou nenhuma atleta mais de 23 minutos em quadra - ótimo sinal.

Por fim, deixo dois pitos no pessoal da CBB:

-- A informação da vitória da Sub-18 não foi divulgada no site até agora (10:30 de quinta-feira). A entidade colocou a informação apenas em seu Twitter. Péssimo isso!

-- A entidade também manda mal ao não mencionar que, caso o Chile avance às semifinais, o quinto colocado da Copa América Sub-18 feminina também estará classificado para o Mundial da categoria. Tudo porque o Chile será a sede da competição no próximo ano, liberando mais uma vaga para a turma que disputa torneio que está sendo jogado atualmente nos EUA.

O número 1

Acontece hoje, no Madison Square Garden (Nova Iorque), às 20h de Brasília, o Draft da NBA. E ao menos que tenhamos uma novidade de última hora, o número um da noite será mesmo John Wall (na foto), rápido e habilidoso armador de Kentucky que será recrutado pelo Washington Wizards. Depois dele, deve vir o bom Evan Turner, de Ohio State e que deve atuar pelo Philadelphia. Nesta noite, aliás, o Golden State Warriors apresenta a nova logomarca da franquia.

O blog acompanha a escolha dos universitários nesta noite, mas fica mais ansioso com as trocas que devem ocorrer a partir delas. Aquela dúvida levantada aqui, sobre a permanência de Gilbert Arenas com os Wizards, por exemplo, persiste. E você, amigo leitor, alguma ideia do que se passa nesta noite em Nova Iorque? A caixinha está aberta!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alto-falante

"Minha primeira opção é ficar, mas preciso ter certeza que a franquia está comprometida em vencer. Se eles não tiverem isso em mente, de modo que possamos jogar contra Lakers e Celtics de igual para igual, aí sim estou aberto a uma troca"

A frase é de Chris Paul (foto), armador do New Orleans Hornets. A declaração cai como uma bomba a um dia do Draft. A franquia, agora, precisa decidir: troca o seu armador titular e fica com o jovem Darren Collison como titular ou cercar Paul de talento o quanto antes.

Punições da LNB

Todo mundo lembra do quiprocó após o terceiro jogo das finais do NBB, não lembra? Ontem, quase um mês após a partida que ocorreu no dia 30 de maio saíram as punições da LNB. Vamos lá:

-- Brasília foi multado em R$ 30 mil
-- Do Flamengo, os seguintes atletas foram suspensos: Dedé (cinco partidas), Hélio (quatro), Jefferson (três), Wagner (uma), Vitor Boccardo (uma) e Duda (uma).

Os dois clubes já recorreram, e o caso será julgado em segunda instância pelo STJD. E você, o que achou das punições?

Pela perpetuação da espécie

Começa nesta quarta-feira (às 18h30, de Brasília), em Colorado Springs (EUA), a Copa América Sub-18 feminina. A competição dá quatro vagas para o Mundial da categoria em 2011.

No grupo B com Porto Rico (o frágil adversário da estreia), EUA (um jogo, digamos, "perdível") e Argentina (a verdadeira decisão da segunda vaga), passar de fase garante a vaga no Mundial de 2011. Isso, claro, se a opção por levar tão poucas alas-pivôs e pivôs não falhar (apenas quatro atletas com mais de 1,80m).

De todo modo, e pode parecer doido dizer isso, a seleção de Luiz Claudio Tarallo (foto) não joga apenas para carimbar o passaporte nos Estados Unidos. Campeã sul-americana recentemente, a equipe possui no mínimo quatro jogadoras que podem, como se diz na gíria, "dar caldo" para o basquete feminino brasileiro (as já decantadas Tássia e Damiris, a armadora Aruzha e a ala Joice).

É bom que a CBB olhe para estas meninas com carinho, porque esta geração parece ter no DNA as melhores células do basquete feminino brasileiro. Seria demais pedir à entidade um cuidado especial com elas?

terça-feira, 22 de junho de 2010

Tudo igual na final do Paulista

Acaba de terminar o jogo 4 da final do Paulista feminino. E Americana venceu novamente, empatando o duelo em 2-2. A vitória por 69-65 veio através de 18 pontos de Karla, de 14 pontos e sete rebotes de Karina e muito por causa do ótimo aproveitamento nos lances-livres (15/17).

O jogo, que teve 31 erros, contou com 18 pontos de Ariadna por Santo André, que agora joga em casa no quinto e decisivo duelo do confronto. A decisão acontece na quinta-feira.

Alto-falante

"Ainda não sei o que vou fazer. Se este foi o meu último jogo com o Baskonia (Caja Laboral), é a melhor forma de se despedir, mas até agora não sei o que acontecerá. Tenho que pensar no que é melhor para mim e para a família"

A declaração é de Tiago Splitter, sem saber se permanece no Baskonia ou vai para o San Antonio Spurs, da NBA. O pivô tem contrato até julho de 2011 com o time de Vitória, mas uma cláusula permite a sua ida para o basquete americano. Será que ele vai?

As palavras de Hortência

"O Bassul não saiu por causa disso (do problema com Iziane). Não ficaria mesmo, era hora de mudar. Eu disse que os técnicos brasileiros não se atualizam. Me criticaram muito, mas nunca fui procurada por algum deles para ajudar em algum curso fora do Brasil"

"No Mundial de 86, eu também pedi para sair. Foi em Minsk, na antiga União Soviética [atual Belarus]. No intervalo de um jogo, disse para a Maria Helena [Cardoso, ex-técnica da Seleção] que não estava contente e que me dessem uma passagem de volta para o Brasil. Depois conversamos e eu fiquei"

"Em Olimpíada, é normal namorar muito. Testosterona a mil, dois meses fora de casa, ninguém consegue ficar sem sexo. E é bom, ajuda. Você olha na cara da menina e já vê a felicidade dela. Isso influencia na quadra, positivamente falando”

"Sexo é bom, ajuda, mas a procura por ele pode ser um problema. Não pode ficar procurando encontro em véspera de jogo e nem passar a madrugada trepando. Vai depois do almoço, não vai às 3 da manhã. Antigamente, as treinadoras não ficavam sabendo o que se fazia nos dias de folga. Como é que vai falar? ‘Deixa eu sair, dar uma rapidinha e voltar a treinar?’ Dia livre é dia livre, não precisa dar satisfação"

Estas são algumas das declarações de Hortência em entrevista à revista da ESPN. Já houve Rainhas mais "classudas", não? Acho triste, sinceramente...

Ao mestre com carinho

Tex Winter não é visto em uma quadra de basquete desde abril de 2009, quando sofreu um ataque cardíaco que lhe tirou boa parte de seus movimentos. Aos 88 anos, o inventor do sistema ofensivo com mais títulos da NBA não deve ter visto na semana passada a última de suas conquistas.

Fiel escudeiro de Phil Jackson em Chicago e na primeira passagem do treinador em Los Angeles, onde ambos concordam que se jogou o melhor do sistema de triângulos com Shaquille O'Neal no pivô (de acordo com Tex Winter, o ST "vibra" e flui mais com um gigante perto da cesta), Tex tem muito de responsabilidade no recente triunfo dos Lakers - em sua entrevista coletiva após o jogo (veja aqui), Jackson disse que o lance que decidiu a partida foi aquele em que o time rodou a bola até Pau Gasol encontrar Derek Fisher livre para anotar três pontos (eram, como ele disse sem dizer, os triângulos em ação).

Eu não sei exatamente o que se passa na cabeça dos técnicos da NBA, mas é muito estranho que um sistema ofensivo que rendeu 11 títulos no últimos 20 anos seja praticamente ignorado pelas franquias da liga. No Brasil, o mesmo raciocínio se aplica, obviamente.

Phil Jackson, o único que o utiliza, certa vez disse que os treinadores têm medo de, com os triângulos (algo totalmente intuitivo e não "decoreba"), perderem de vez o controle sobre seus atletas. Enquanto isso, Big Phil enche de orgulho o seu guru. Tex Winter merece.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Americana diminui

Não deve ter sido um jogo bonito, mas para Americana valeu pela vitória. Em casa, o time bateu Santo André por 50-44, diminuiu a vantagem da turma de Laís Elena para 1-2 na final do Paulista Feminino e tem a chance de empatar o duelo nesta terça-feira, também em Americana. Para se ter uma ideia, Karla, com apenas 12 pontos, foi a cestinha de um jogo cuja pontuação máxima em um período foi de 16 pontos (de Americana, no terceiro) e cujo primeiro tempo terminou em 22-20 para Santo André.

O aproveitamento de três, somado, ficou em 8/42 (19%), o de dois em 38,8% (26/67) e as bolas perdidas foram muitas também (31). Para Americana, que venceu, menos mal. Amanhã tem mais.

Da Prancheta

18,2 - Foi esta a audiência do jogo 7 da final da NBA, a maior marca das finais desde o jogo 6 entre Bulls e Jazz em 1998 (22,9). O índice é 32% maior que a última partida 7 da liga (Spurs e Pistons, em 2005, registraram 13,8).

Reação ou varrida?

Em casa, Americana tem uma missão pra lá de difícil a partir das 21h desta segunda-feira: frear o ímpeto de Santo André e prolongar a final do Paulista feminino para, no mínimo, mais um jogo. Caso não consiga, Laís Elena conquista mais uma taça, e com um acachapante 3 a 0 no time de Zanon.

De longe e pelos números, dá para dizer que Americana possui três problemas críticos após os dois duelos iniciais nesta final:

1) O começo dos jogos e a volta dos intervalos têm sido traumáticos (-17 nos primeiros períodos, e -23 nos terceiros quartos).
2) A defesa tem sido uma peneira. No perímetro, então, nem se fala. Em dois jogos, Santo André acertou 18 de seus 38 arremessos de fora (47,3%). Nos rebotes, outro show do time do ABC. As andreenses obtiveram 18 ofensivos em casa e 73 ao todo (Americana teve apenas 49 em duas partidas).
3) No ataque, o aproveitamento tem sido péssimo nos três pontos (12/45, ou 26,6%). Para um time que possui Karla (2/13), Helen (2/12) e Karen (5/14), é um péssimo sinal.

Caso consiga reverter as três situações, Americana terá chance de vencer a partida desta noite e respirar na final. Do contrário, será muito difícil que Santo André não ganhe o título nesta noite mesmo.

Daqui a dez dias

Daqui a exatos dez dias (1º de julho) as portas da NBA se abrem para as contratações dos agentes-livres. Entre os nomes mais comentados estão Dwyane Wade, Ray Allen, Joe Johnson, Chris Bosh, Carlos Boozer e... LeBron James, claro.

O que dá para dizer até agora é que a tentativa de trazer o técnico Tom Izzo, da Universidade de Michigan State, fracassou justamente porque Izzo não conseguiu falar com LeBron James. Agora é o nome de Byron Scott que surge com força para comandar os Cavs na próxima temporada.

Na boa: já conversei com amigos e jornalistas dos EUA, e ninguém tem realmente algo de concreto para dizer sobre o futuro de LeBron James. Chicago, Nova Iorque e Cleveland são os destinos mais prováveis do rapaz que deve usar a camisa 6 na próxima temporada, mas por ora o que dá para fazer é especular e esperar.

Não sei, mas algo me diz que ele fica em Cleveland, e a franquia traz algum reforço de peso (Joe Johnson ou Ray Allen) para ajudá-lo ainda mais em sua luta para conquistar um anel. E você, o que acha: qual será o paradeiro de LeBron James?

domingo, 20 de junho de 2010

Pequena Miss Sunshine

Tina Charles entrou na WNBA credenciada por dois títulos universitários com Connecticut (2009 e 2010) e a primeira posição no Draft. Ídolo local, ela foi escolhida pela franquia da mesma cidade de sua faculdade (o Sun) para dar uma repaginada no time que em 2009 terminou com a campanha de 16-18. E até agora ela está conseguindo.

Com sete vitórias em dez jogos (6-0 em casa), o Connecticut Sun está na terceira posição do Leste basicamente por causa do desempenho monstruoso de sua estreante ala-pivô. Com médias de 15,5 pontos e 10,9 rebotes, Tina Charles é a décima-segunda maior cestinha da liga, a líder em rebotes, a quinta em tocos (1,9) e a sétima em percentual de arremessos (53,4%).

Para se ter uma ideia, ela conseguiu, em dez partidas, sete duplos-duplos (na última sexta-feira, um monstruoso de 26 pontos e 19 rebotes na vitória por 78-75 contra o Los Angeles Sparks). O brilho da camisa 31 parece muito claro, e agora é só saber até que posição ela consegue carregar o seu time.

Após o duelo de hoje contra o Phoenix, no Arizona, o Sun faz três jogos em casa (Chicago, Phoenix e New York). Melhor chance de embalar é impossível. A queridinha da cidade está aí para isso.

Alto-falante

"Kobe Bryant me passou a bola, ele nunca faz isso, e quando a recebi ouvi Phil Jackson dizer (vocês sabem, ele é o Mestre Zen e tem esses poderes): "Não chuta, Ron, não chuta!". Mas fui lá e pensei: dane-se, vou arremessar. E acertei"

A frase é de Ron Artest, etilicamente e emocionalmente tresloucado lembrando, na "entrevista" coletiva após o título do Los Angeles Lakers, o arremesso de três convertido a um minuto do final do jogo 7. Se você quiser ver, e rir muito, é só clicar aqui embaixo.