terça-feira, 9 de março de 2010

Bassul, sem tarjas

Paulo Bassul não precisa de maiores apresentações. Longe da seleção feminina, o treinador agora começa um novo projeto em Barueri, mas aceitou conversar com o blog a respeito do polêmico processo seletivo para a contratação do espanhol Carlos Colinas.

BALA NA CESTA: De cabeça fria e com o anúncio do novo técnico tomado, como você visualizou toda essa situação da contratação do Carlos Colinas?
PAULO BASSUL: Foi um processo longo, demonstrando que as dúvidas e conseqüentes mudanças de rumo para tomarem a decisão foram grandes.

-- Também de cabeça fria e com olhar crítico, uma das maiores críticas que se faz a esta nova CBB é a falta de um planejamento concreto para o basquete feminino, que anda mal das pernas há anos. Você, que esteve ali perto, pode nos dizer o que de fato há neste sentido? Há, realmente, um planejamento para as meninas?
-- Vi o Brunoro (diretor de marketing da CBB) apresentando algumas idéias para os próximos anos, mas não sei o que efetivamente será colocado em prática. Cada projeto envolve várias questões a serem solucionadas e espero que eles consigam, porque o basquete feminino precisa de ações urgentes para enfrentar suas dificuldades.

-- Muita gente, inclusive eu, acha que você deveria ter dito que não queria mais o cargo após as sucessivas provas de falta de consideração, respeito e educação da Hortência para com a sua pessoa. Por que você não fez isso, e como você analisa todo o palavrório da Rainha neste período turbulento?
-- Algumas reportagens publicadas realmente não foram boas. Nas poucas que continham coisas que me envolviam diretamente, a Hortência me procurou sempre negando o conteúdo. Como durante todo o tempo de preparação para a Copa América não tivemos problemas nesse sentido, não via motivos naquele momento para não acreditar nela. Quanto ao cargo de técnico da seleção brasileira, não tenho nenhum constrangimento em dizer que sempre foi um orgulho enorme exercer esta função. Todos esses anos servindo à seleção foram uma grande escola para mim: aprendi demais e achava que após tantos anos de investimento da Confederação no meu trabalho eu devia à entidade essa consideração. Não ia conviver bem com a sensação de que virei as costas para a seleção brasileira e preferi aguardar o desfecho da situação mesmo sabendo o risco que corria.

-- A Hortência, aliás, teria pedido que você não fizesse nada em sua carreira que fosse impactar em um possível retorno à seleção. Agora, sem o cargo que poderia ser seu, como você se sente?
-- Eu prefiro não personalizar as coisas. Apesar do meu contato ter sido sempre com a Hortência, encarei isso como um pedido de uma entidade que tinha investido 14 anos no meu trabalho e procurei ter paciência nesse período de indefinição. Nos primeiros dois meses os motivos alegados para os seguidos adiamentos eram sempre de cunho organizacional (auditoria na CBB, organização do Nacional, término de todas as seleções de base e definição dos cargos e respectivos salários) e por isso estava achando natural. A partir de dezembro, com a viagem da Hortência para a Europa e o discurso de conversar com técnicos estrangeiros, percebi claramente que já não fazia mais parte dos planos deles, mas mesmo assim optei por respeitar a seleção e aguardar a posição final. Se a Confederação chegou à conclusão que meu trabalho não será útil neste momento só me cabe acatar a decisão e tocar em frente. A comissão técnica convoca as atletas e a direção da entidade convoca o técnico da seleção. Não fui convocado dessa vez e ponto final.

-- Muita gente também acha que esta é uma vitória da Iziane, já que ela havia dito repetidas vezes que não mais trabalharia contigo. Com o novo treinador, é bem provável que ela volte. Faltou habilidade de todos os envolvidos (inclusive você) para resolver a situação da melhor maneira possível, sem muito alarde e confete?
-- Analisando superficialmente a situação parece que foi uma vitória dela, mas se observarmos o fato de uma maneira mais profunda, ninguém sai vencedor numa situação onde um desvio de conduta é prestigiado. É uma atitude pedagogicamente negativa, sobretudo neste momento em que precisamos atrair e formar, com exemplos positivos, uma nova geração de atletas. Após a devida punição em Pequim, optamos pela convocação da atleta para a Copa América como uma forma de abrir a possibilidade de ela se redimir, se desculpando e tendo a possibilidade de trabalhar novamente com o grupo. Também não vejo a recusa da convocação como algo pessoal. Quando uma atleta não aceita uma convocação oficial para defender seu país numa competição importante, mostra descompromisso com o grupo e, sobretudo, despreza a honra de defender a seleção. Enfim, comete uma falta ética grave e a entidade tem que decidir o que fazer a respeito. Penso que para se criar um ambiente de justiça numa equipe, no que se refere ao aspecto disciplinar, tem que importar O QUE se faz e não QUEM faz.

-- Por fim, como está o projeto em Barueri, e qual a sua expectativa agora que está sem compromisso com a CBB?
-- Barueri já possuía um projeto de base no masculino e estamos começando também no feminino. Num primeiro momento vou atuar como consultor técnico das categorias de base masculinas e femininas. A idéia é uniformizar metodologicamente o trabalho de iniciação, investir na formação de novos profissionais e no desenvolvimento de talentos. No feminino em 2010 participaremos dos festivais Pré-Mini e na categoria Infanto. No masculino teremos o Pré-Mini, o Mini e o Infantil. Além disso, pretendemos atingir o número de 1.200 crianças nas escolinhas que estão sendo implantadas dentro das escolas do município. Agora passaremos a buscar um parceiro forte para montarmos uma equipe de ponta no feminino e se conseguirmos voltarei a atuar como técnico. A Prefeitura de Barueri tem uma estrutura muito boa e custeia tudo que diz respeito à logística. Com isso fica mais fácil encontrar uma empresa parceira porque seu investimento se resumirá aos salários. Caso consigamos esse parceiro, nossa intenção é repatriar algumas atletas que desejam retornar ao Brasil e mesclar o grupo abrindo espaço para jovens talentos. É importante lembrar que o juvenil e o adulto masculino estão interligados e sob a coordenação do Marcel.

19 comentários:

Anônimo disse...

Triste é ver esse "desvio de conduta" como diz o Bassul ser bancado pela família que representa a pior espécie de desvios de conduta no nosso país - a família Sarney - o resto é tudo presepada!
O fato mesmo é que a Eletrobrás está nas mãos da família Sarney e Iziane achou melhor incentivar a volta pela porta dos fundos ao invés de retornar pela porta da frente aceitando a oportunidade que lhe foi dada de limpar seu nome...
Volta para a seleção, mas com o nome manchado assim como o da Hortência por ter apoiado tudo isso!

Pedro disse...

Perfeito, Anônimo de cima! Pena perder o Basull... Um profissional e tão bom, inteligente, super aplicado, estudioso, e com um nível de valores e de conduta exemplar é deixado de lado. Que desperdício. E reitero o que ele falou em outra entrevista: vários técnicos brasileiros não se reciclam no exterior por pura falta de apoio da CBB, por que muitas vezes o que eles ganham (quando estão empregados) só é suficiente para o sustento da família (e olhe lá, porque a maioria tem outros empregos ao mesmo tempo). Nossos técnicos não têm dinheiro para is aos EUA ou Europa estudar, aprender, infelizmente. Se a CBB oferecesse essa reciclagem duvido que a maioria dos nossos técnicos recusaria (tragam ao menos gente para cá, para dar palestras, clínicas, e apoiem os que não tem condição de ir, dando incentivos, descontos, etc). Seria mais coerente nesse momento pegar o Bassul, que é muito bom, tem experiência, além de um investimento de 14 anos da própria CBB nele, e usar dinheiro para preparar melhor nossos técnicos, que têm muita vontade, porque se não tivessem, já estariam fazendo outra coisa há muito tempo, afinal, o incentivo que eles têm para fazer o que amam é mínimo, ou zero, na maior parte das vezes. Pobre Hortência, que pobreza... de espírito, de caráter, de conhecimento... Tudo isso para trazer de volta uma jogadora que não honra a camisa de seu país, que tem valores totalmente deturpados e caráter egoísta. Belo exemplo de administração...

Anônimo disse...

FABINHO

Neste episódio,o maior perdedor é o basquete feminino,primeiro por ter uma dirigente que demonstrou(seus projetos anteriores comprovam)e demonstra incompetencia,arrogancia,avalisadas pelo Brunoro(estou começando a desconfiar de sua suposta competencia)sem falar no presidente(este não conta,não existe).Tirar o Bassul foi um grande erro,embora eu tenho que ele é bem mais competente,falando,explanando,com pensamentos pré elaborado,e até com certo artificialismo,para posar de bom moço,e e diferenciado intelectualmente,do que dirigindo e principalmente LIDERANDO.Ele deveria permanecer até o Mundial e ai iniciar, após uma avaliação de seu trabalho nesta competição,a mudança da CT.São erros que vão se acumulando sob os olhares de um Departamento Técnico,inexpressivo,e outras figuras decorativas.

Anônimo disse...

Também acho uma perda significativa para o basquete feminino brasileiro, e assim é o nosso país , mais uma vez presenciamos valores morais e éticos sendo invertidos e até ignorados sem ao menos se preocuparem com o exemplo dado a base.
Desejo ao Bassul sucesso e muita sorte nesse novo desafio.

Anônimo disse...

Muito correta a análise do Bassul. Parabéns a ele pela clareza das idéias e pela atitude elegante, mesmo diante dos "desvios de conduta", não só da Iziane... Como ele diz, o mais importante é respeitar e honrar a seleção brasileira, coisa que a Hoetência fez como atleta, mas jogou no lixo fedorento como dirigente. É pena. Mas o que fazem os presidentes das federações e o Carlos Nunes? Nada. São cúmplices pelo silêncio.

Anônimo disse...

Como sempre o Bassul tenta dar uma vítima

Anônimo disse...

ANONIMO

BALA,VOCE JÁ DEU MUITA MORAL PRA ESSE CARA! ELE ENGANA BEM!TEVE O QUE MERECE!É PARECIDO COM A HORTENCIA,ARROGANTE,PREPOTENTE,SÓ QUE É EDUCADO,E NEM ISTO A HORTENCIA É.

TESTE disse...

Prepotente, arrogante , o que seja... ele era considerado o melhor para o Brasil algum tempo atrás com o mesmo discurso da rainha( renovação de valores e tudo mais).Definir o trabalho do Bassul pela Gafe da Iziane também é complicado né?!Mas mesmo com essa novela estou muito curioso em saber como Carlos Colinas irá "implantar" uma filosofia de "trabajar,trabajar,trabajar" em apenas seis meses de contrato com a CBB.

Anônimo disse...

O Bassul não está posando de vítima; está apenas dando a versão dele dos fatos, e isso é justo!
O que voces acham, que o trabalho de 14 anos junto à CBB, deve ser tratado com todo esse desrespeito?
Acho que o Bassul foi muito ético e merece ser respeitado por isso.

Anônimo disse...

Concordo com vcs... O bassul já era. Fizeram um fiasco na época do Barbosa (comendo bola em um placar de jogo em pleno torneio importante),mostrado só depois pela TV. Ele foi ajudado demais pela Hortência e sua máfia. E sempre teve em clubes jogadoras já formadas. Aí fica fácil né Bassul???

Anônimo disse...

Concordo com vcs... O bassul já era. Fizeram um fiasco na época do Barbosa (comendo bola em um placar de jogo em pleno torneio importante),mostrado só depois pela TV. Ele foi ajudado demais pela Hortência e sua máfia. E sempre teve em clubes jogadoras já formadas. Aí fica fácil né Bassul???

Anônimo disse...

Concordo com vcs... O bassul já era. Fizeram um fiasco na época do Barbosa (comendo bola em um placar de jogo em pleno torneio importante),mostrado só depois pela TV. Ele foi ajudado demais pela Hortência e sua máfia. E sempre teve em clubes jogadoras já formadas. Aí fica fácil né Bassul???

Anônimo disse...

Ao último anônimo desinformado!
Bassul não estava no jogo citado (Panamericano/2003) onde ocorreu o erro no placar porque teve que ir dirigir a seleção sub21 no Mundial na mesma época... e foram vice-campeões mundiais justamente nesta competição!
Me lembro na época que o Barbosa estava sem assistente no banco e a CBB foi inclusive criticada durante a transmissão por isso!!!

Anônimo disse...

Bassul é o técncio brasileiuro mais capacitado no momento!!!!! E isso ele vai provar no próximo Nacional de Basquete com o time de Barueri.

Anônimo disse...

Prá variar com uma equipe já formada...
Até eu!!!

Anônimo disse...

Prá variar com uma equipe já formada...
Até eu!!!

Anônimo disse...

Prá variar com uma equipe já formada...
Até eu!!!

Anônimo disse...

Anônimo das 1:13(13:13) até esse nº é azarado), assim como seu comentário.
Que equipe pronta?
Barueri ainda vai formar uma, então de que equipe vc. fala?

ABC BASKET disse...

espero que com esse novo tecnico agrade os pedidos da hortencia.