quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Devagar com o andor

Não sei se é a virada do ano, mas o momento exige reflexão. Outro dia conversava com uma sábia conhecedora da modalidade, e chegamos a uma conclusão: depositamos esperanças demais nas jovens revelações do basquete brasileiro, como se elas tivessem a responsabilidade de mudar os rumos de tudo no Brasil. Eu, sinceramente, admito que exagero às vezes. Nos EUA e Espanha, por exemplo, há milhares de Tassias (foto) e Bebês sendo "produzidos" por ano. Lá, porém, o desenvolvimento do esporte não depende deles. Por aqui, sempre esperamos que um desses meninos se transforme no que foram Oscar, Wlamir, Paula e Hortência, e isso não é justo.

Cada um deles será o que eles quiserem e treinarem para ser. Se vierem a ser craques, ótimo, excelente, lindo. Mas depositar uma esperança excessiva em suas mãos é mais do que injusto - é cruel, perigoso e pode gerar consequências ruins. A verdade é que o basquete brasileiro sempre viveu de seus gênios, e não de um trabalho sério e contínuo da Confederação na formação de talentos. A geração de Wlamir e Amaury (foto) foi sucedida pela de Oscar e Marcel (em menor grau, é bom que se diga), bem como a de Norminha e Maria Helena foi pela de Paula, Hortência e Janeth (em maior grau).

Viver sempre de milagres ou de fenômenos é ótimo, traz boas histórias e gera ídolos. Esperá-los, de maneira conformista e sem fazer nada para que isso aconteça, é que é o problema. O tênis conheceu dois, e vive um hiato no feminino que já dura 40 anos. No masculino já são dez. A questão, portanto, não é cobrar de meninos e meninas de 15 ou 16 anos que eles sejam como os que fizeram a história deste país, mas deixar com que eles façam o presente e o futuro por si só, sem pressões injustas e exageradas.

Para isso acontecer só há uma fórmula, e não é mágica: trabalhar forte na base, sedimentar os pilares da modalidade e deixar com que os ídolos surjam naturalmente. Que em 2009 os deuses do basquete iluminem a cabeça daqueles que gerenciam este esporte no Brasil e a de todos nós também, com muita paz, sucesso e saúde.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sorte, Diamante Negro!

Neste momento Clarissa já deve estar em Portugal, onde defenderá o Vagos na Liga local. Não há melhor notícia para ela no final de 2008. A ala-pivô de 20 anos atuará em um torneio não tão forte (ótimo para se adaptar ao estilo europeu), terá tempo para desenvolver as suas habilidades (e ganhar outras), não enfrentará problemas com a língua e ainda jogará ao lado de outra brasileira (a experiente e responsável Fernanda Beling, que pode passá-la a tranquilidade necessária por lá).

A ala-pivô, que encanta com seu sorriso e jogo agressivo no garrafão, tem tudo para se dar bem em Portugal, até porque a Mangueira, clube em que atuava, não jogará em alto nível até o começo do próximo Nacional. Clarissa, a Diamante Negro do basquete carioca, merece sorte e sucesso do outro lado do oceano. E que os responsáveis da modalidade no país a acompanhem, porque o seu desenvolvimento também é importante para o Brasil.

Festa na Geórgia

Posso imaginar o sorriso do companheiro Marcelo Monteiro, do ótimo blog Memória E.C. e o o único torcedor do Atlanta Hawks que conheço. Com uma sequência de cinco partidas sem perder (20-10 no geral), oito triunfos nos últimos dez jogos e 14-2 em casa, o time da Geórgia, quem diria, se credencia para ter mando de quadra nos playoffs, e na frente do Detroit Pistons. É um sinal de grandeza, não?

Se por um lado é o oitavo menos vazado (94,5, quase seis a menos que em 2007-2008) e o nono que menos erra (13,4 por partida), o time ainda tem defeitos. Os dois alas (Marvin Williams e Josh Smith) se revezam na ala-pivô, e "empurram" Al Horford (um "quatro" de origem) para a pivô. O resultado é que a dupla acaba por "se chocar", e suas médias diminuem consideravelmente nesta temporada - isso sem falar na 18ª colocação em rebotes (41,1) na liga. Trocar um deles por um sólido pivô ou um ala de força de ofício poderia ajudar.

Talvez por isso o Atlanta ainda dependa muito das atuações de Joe Johnson (ele é o 14º mais eficiente da liga nos últimos cinco minutos de jogo e o quarto que mais pontua nos quartos períodos, com 7,3) - por outro lado, quando ele sai o time possui um déficit médio de 8,7 pontos, prova de que o banco de reservas, o terceiro que menos produz em toda a NBA com 23,3, poderia ser melhor. É impossível prever onde o Hawks chegará, até porque o quinteto titular é jovem (24,8), mas é legal notar que eles se recuperaram. O futuro pode ser ainda mais brilhante na Geórgia.

Os nossos meninos

Recebi, do Bert, a notícia de que o jovem goiano Diogo Cardoso (cujo apelido é Mandioca e está na foto) está se transferindo para o basquete espanhol. Ele tem 15 anos. Bebê, citado aqui recentemente, é outro que cruza o oceano. Dimitri Sousa também. A jovem Tássia, de apenas 16 anos, já começa a ser olhada com "carinho" pelos gringos e empresários. Com Tiago Splitter, há quase uma década, já foi assim, e nada mudou. Meninos que nem possuem a escolaridade completa, uma bagagem de vida sedimentada, vivendo longe da família, fora de seu país. Será que isso é bom?

Some-se a isso o violento e predatório trabalho dos empresários, que procuram jovens talentos com 13, 14 anos. O resultado é simples: os Nacionais, masculinos e femininos do Brasil, ficam cada vez mais esvaziados, as seleções com cada vez menos referências e o público sem a menor identificação com seus ídolos. Aonde iremos chegar com isso? O esporte, hoje em dia, é um negócio, sem dúvida, mas onde estão os valores pessoais destes meninos? Será que eles sabem, ou dizem isso a eles, que o basquete não durará para sempre?

Pedir auxílio ao COB e Ministério do Esporte é loucura, porque eles não fazem nada mesmo. Mas a CBB deveria prezar pelo que a modalidade ainda possui de maior valor: a sua mão de obra qualificada e extremamente técnica. "Blindar" e proteger essas revelações é o mínimo que podemos pedir. O tema é complexo, eu sei, mas merece uma reflexão e uma análise de todas as esferas envolvidas.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Será que é a eleição?

Deu no site da CBB: "De janeiro a abril, a CBB vai implantar a nova fase do projeto social Basquete do Futuro Eletrobrás (CBIs) nas 27 federações filiadas". Peraí, deixa eu fazer uma perguntinha rápida: será que tem relação com a eleição da entidade, que acontece em maio de 2009?

Não, né...

Será que não vale a tentativa?

O Nacional feminino terminou há duas semanas, e as meninas só se reapresentam em de janeiro para o Paulista. No meio do ano há o classificatório para o Mundial de 2010. Por isso pensei: com exceção das que atuam fora do país, por quê não chamar um grupo de 15, 20 atletas que podem vir a representar o Brasil (imediatamente ou no futuro próximo) para uma fase de treinamento com Paulo Bassul (foto), até para ensinar-lhes fundamentos e trazer para próximo delas o clima de seleção?

Karen (foto) é jogadora de seleção. Karla e Karina idem. Jaqueline, do Sport, não esteve bem no Nacional mas possui talento. Renatinha é um dínamo a ser trabalhado. Iza evoluiu muito, mas lhe falta cacoete de ala. Fabianna Manfredi, a única armadora cerebral do país, pode ter chance nessa leva. Lilian, outra que melhorou nos últimos anos, também. Clarissa, da Mangueira, merece que a comissão técnica lhe avalie de perto. Quem sabe até mais uma tentativa com a pivô Isis. As jovens Nadia, Lais, Priscila e Patricia Ribeiro, de São Caetano, merecem ser olhadas com carinho. As "adolescentes" Tássia, Leila e Fabiana, de Americana, e Tatiane Pacheco (Jundiaí), mais ainda.

Repito: não é uma convocação, mas um período de treinamento com Paulo Bassul e sua comissão. Um mês, agora, pode fazer muita diferença na frente. Um ganho de fundamento em 2009 pode representar um ganho técnico em 2010. Será utopia, devaneio? Em se tratando de basquete sério creio que não.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Da Prancheta

9,96 milhões - Esta foi a audiência da ABC no jogo de Natal entre Lakers e Boston, 65% maior que o da temporada passada (Los Angeles e Phoenix deram 5,9 milhões). Os números renderam 5.3 pontos para a emissora e o segundo lugar geral entre os canais norte-americanos no horário.

Alto-Falante olímpico

"Na final a Espanha foi prejudicada. Foi vergonhoso, pois os árbitros só tinham de apitar o mais evidente. Os critérios não eram os mesmos para os EUA. Não se podia marcar as andadas do Kobe Bryant, por exemplo. Além de não marcarem as infracções aos jogadores norte-americanos, os espanhóis ainda levaram duas faltas técnicas por reclamarem dos juízes"

As frases, retiradas da revista francesa Basketnews, são da árbitra francesa Chantal Julien, que critica duramente o apito dos companheiros Pablo Estévez, Romualdas Brazauskas e Carl Jungebrand na final das Olimpíadas entre EUA e Espanha (118-107). Em resposta a esta declaração, o espanhol Pau Gasol disse que "era óbvio que seu time havia sido roubado, pois as infrações norte-americanas eram muito claras".

E aí, concorda com a francesa? Que loucura, hein...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Dimitri no Rebote

Rodrigo Alves bateu bom papo com mais uma revelação do basquete brasileiro, o jovem Dimitri Sousa, irmão de Adonis, entrevistado aqui recentemente. Vale a pena conferir (clique aqui).

As manobras de Big Phil

Se nas finais da temporada passada Phil Jackson (foto) foi muito criticado por não defender os Celtics, o que vimos no duelo de Natal foi uma verdadeira aula, e que merece ser comentada. A começar pela troca de marcação em Rajon Rondo (foto abaixo) logo no começo. O normal seria Derek Fisher no armador do Boston - e Kobe foi detê-lo. Rondo é excelente quando corre com a bola e distribui o jogo rapidamente, e Bryant teve a intenção de brecar isso. Deu certo.

Depois, Luke Walton foi tentar controlar o pivô Kendrick Perkins, em uma troca aparentemente desfavorável ao Lakers. Mas Lamar Odom, em quadra neste momento, marcava, e bem, a Paul Pierce. O ala, aliás, foi vigiado também por Trevor Ariza, Kobe Bryant e Walton. Não jogou mal (20 pontos e 10 rebotes), mas o esforço conjunto de Los Angeles rendeu cinco desperdícios do craque - dois a mais que sua média.

Phil também permitiu que Rajon Rondo "controlasse" o jogo. As aspas se explicam porque esta foi justamente a intenção - conforme dito acima. Quanto mais tempo a bola nas mãos do arremessador com chute fraco de fora, menos tempo com o trio Garnett-Allen-Pierce e mais chutes perto do estouro do cronômetro (dos 77 contra o Lakers, 25 vieram nos últimos cinco segundos, ou seja, 32%; na temporada, apenas 16% vêm tão no final do ataque assim).

O resultado prático foi: Rondo arremessou 11 vezes (quatro a mais do que sua média na temporada), errou oito delas, não envolveu Ray Allen (marcado muitas vezes pelo "grude" Ariza) e não conseguiu infiltrar na defesa angelina (o resultado foi jogar como o Boston não gosta, ou seja, arremessando de fora, e os 5-22 de três pontos falam por si só).

Quer ver como a estratégia dá certo? Na noite de ontem o Boston perdeu de novo, desta vez para o Golden State Warriors, que utilizou a mesmíssima tática do Lakers na noite do Natal - Rondo errou sete vezes; e Allen arremessou apenas seis. Ao torcedor do Lakers fica uma esperança, a que seu time possui uma chave para vencer o seu maior rival. Aos dos Celtics, a de que a temporada é longa, e o grupo de treinadores de Doc Rivers terá tempo para resolver a situação.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A competência de John Paxson

Miami e Chicago Bulls se enfrentam esta noite na Flórida no primeiro encontro entre os dois primeiros escolhidos no Draft deste ano: o armador Derrick Rose e o ala-pivô marrento Michael Beasley (segundo selecionado). Na época muita gente tinha dúvidas sobre a ordem de escolha da dupla.

Hoje a certeza é uma só: John Paxson (foto), gerente-geral do Chicago, acertou em cheio ao draftar Rose, que tem médias de 17,5 pontos, 3,8 rebotes e 6,1 assistências, além de uma desinibição invejável para um calouro titular. Beasley, reserva no Miami, ostenta os modestos 13,3 pontos e 4,8 rebotes.

Comenta-se em Chicago que Dwyane Wade, craque do Miami, está encantado com o jogo plástico de Derrick Rose, e que uma possível ida para os Bulls em 2010, quando ele teria passe livre, seria muito provável.

Agora vocês imaginem: se Paxson já acertou ao trazer o armador na frente de Beasley, o que vocês diriam se ele trouxesse o craque do Heat em 2010 justamente porque ele quer atuar ao lado de Rose? Ganhar la loteria perde, hein...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Paella no Natal

Pau Gasol tinha outra partida ruim contra o Boston quando, a dois minutos do fim, resolveu jogar. Anotou sete dos 11 últimos pontos do Lakers, apanhou dois rebotes fundamentais e ainda deu um toco sensacional em Paul Pierce que acabou em enterrada de Trevor Ariza. Pronto, a sequência de 19 vitórias do Celtics havia terminado, e com sabor espanhol de vingança - na inesquecível decisão de 2007-2008, o ala-pivô saiu como vilão.

A vitória (92-83) foi a milésima de Phil Jackson (o mais rápido a chegar a marca), a 15º do Lakers em casa e provou que com Andrew Bynum a parada é diferente - a defesa angelina, até certo ponto reticente nos últimos jogos, funciona melhor. O pivô não é um fenômeno, mas defende bem e é capaz de inibir as infiltrações adversárias - coisa que faltou na decisão da temporada passada. O Boston sentiu, cometeu 17 erros, apanhou apenas sete rebotes ofensivos e errou 17 de seus 22 tiros de três pontos.

O pior foi a brincadeira de um amigo, ao final da espetacular peleja (20 mudanças de liderança e 13 empates): "Bala, é para o Boston aprender. Dezenove vitórias seguidas contra times pequenos é fácil. Quando enfrentam time grande eles tremem, está claro isso!". É mole?

Viu o jogo? Gostou? Será que os dois times se encontram na decisão? Comente na caixinha!

O Papai Noel improvável

Este da foto chama-se Roger Mason, e você provavelmente ouviu muito pouco a respeito deste cidadão que passou por três times até chegar, sem nenhum barulho, aos Spurs nesta temporada. Até o Natal de 2008.

Menos de cinco minutos atrás o Spurs perdia de 90-88 do Phoenix, que tinha ótimas partidas de O'Neal (23 pontos e 12 rebotes) e Stoudemire (25 e 13), quando Tony Parker infiltrou e, percebendo a (péssima e imbecil) dobra na marcação de Jason Richardson lançou para Roger Mason. O rapaz acertou uma bola de três improvável no estouro do cronômetro, selou a vitória do time texano e calou a torcida do Arizona (veja aqui os lances finais).

Sensacional. Natal. Basquete. E um Papai Noel pra lá de inacreditável...

Será que termina?

E lá está o Boston Celtics com 19 vitórias consecutivas, 29-2 (o melhor começo da história da NBA!) e com a incrível campanha de 10-1 fora de casa. E é longe de seus domínios que hoje, dia de Natal, os verdes encaram o Lakers, para reviver a grande rivalidade da década de 80 e a final da temporada passada (ou será uma prévia da final desta?). Com Andrew Bynum em quadra, os angelinos esperam que o garrafão esteja mais povoado.

Conversei com um colunista do Los Angeles Times, e ele me disse que só se fala no confronto há quase duas semanas, e até os jogadores do Lakers admitem que se "pouparam", ao menos em termos psicológicos, nas partidas contra Orlando e Miami, quando tiveram várias chances de vencer e não conseguiram. A vontade de provar que podem, sim, bater o Boston pode falar mais alto nesta noite, mas se tivesse que apostar, coisa que não vou fazer, diria que os Celtics atingem as 30 vitórias nesta noite.

E aí, será que a série invicta do Boston termina hoje? O blog acompanhará tudo, entre um panetone e outro!

Rosa Branca, por Wlamir Marques

De novo recorro ao Mestre Wlamir Marques. Desta vez para que ele conte mais sobre Rosa Branca. Acho que é justo e vale a pena. Fala, mestre!

"Vamos falar um pouco do Rosa Branca: Conheci inicialmente o White Rose em 1955 na cidade de Ribeirão Preto (SP). Ele estava começando a jogar pelo São Carlos Clube, eu pelo XV de Piracicaba. Ele com 15 anos eu com 18 , três anos de diferença nos separava, 3 anos justos pois fazíamos aniversário no mesmo dia, 16 de Julho, dia de Nossa Senhora do Carmo - daí a origem do seu nome, Carmo de Souza.

Desde o primeiro momento ele agarrou-se muito a mim, ficamos muito amigos desde os primeiros minutos de convivência. Ali ele ainda não era o Rosa Branca, era o White Rose, apelido dado pelo professor Julio Mazzei, recém voltado dos EUA e achando o Carmo muito parecido com um atleta norte-americano de basquete. Por isso lhe deu essa marca registrada que mais tarde tornou-se Rosa Branca . A partir daí o seu talento começou a despontar no cenário nacional .

Raramente veremos nas quadras brasileiras tanta beleza reunida em um só jogador. Esguio e elástico, era mais um dos nossos cangurus do basquete: todos nós saltávamos muito para a época, éramos diferenciados, deixávamos o jogo muito mais bonito e o Rosa era uma peça que se encaixava de forma soberba naquele circo com números inéditos, apenas seus e jamais imitados.

Posso dizer que o Rosê foi um grande artista da bola grande e do aro pequeno. Nunca senti nele qualquer dificuldade em fazer o que fazia. Tudo era espontâneo e natural, jogava sem fazer força e isso só os grandes talentos são capazes de fazer. A sua história está aí para ser contada, mas a nossa história pessoal está muito mais gravada em nossos corações do que nas quadras. Com certeza no céu os anjos se encantarão, chega um grande espetáculo. DEUS estará presente, lhe abençoando. WM".

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Mais uma cesta da VemSer

Lembra do Raphael Zaremba, gestor da ONG VemSer, entrevistado aqui recentemente? Pois é. Mais uma de suas atletas, a jovem Rosangela Lopes Nascimento (cujo apelido é... deixa pra lá!), acaba de ingressar na PUC, onde estudará psicologia. Ótima atitude em quadra e sempre pronta a ajudar as suas companheiras, a menina é mais uma das grandes cestas do projeto. Parabéns!

Os votos do blog

A equipe deste blog, no caso eu mesmo (risos), deseja aos leitores um ótimo Natal e, desde já, um ótimo 2009, com muitas alegrias, realizações e saúde. Se o cara lá de cima quiser ajudar o basquete brasileiro, será muito bem vinda também.

Um abraço e muito obrigado pela força, críticas, sugestões e paciência de vocês ao longo destes quatro meses da existência do Bala na Cesta.

Fábio Balassiano

Muito Prazer, Daniel Bello

É quase impossível comparecer a uma quadra no Rio de Janeiro e não encontrar a figura de Daniel Bello (26 anos), técnico das categorias de base do Tijuca. Também é impossível “cruzar” com ele no MSN e não ficar horas e horas conversando sobre o mesmo assunto – o basquete evidentemente. Enciclopédia de momentos importantes da modalidade e com noções de nuanças táticas do mundo afora, o filho do comentarista e ex-jogador Byra Bello trilha um caminho de sucesso no clube da Zona Norte do Rio de Janeiro fazendo da organização tática, do jogo solidário, do estudo e da capacitação técnica de seus atletas os seus principais alicerces. Por isso ele é o entrevistado de hoje da seção “Muito Prazer”.

BALA NA CESTA: Quem é o técnico DANIEL BELLO?
DANIEL BELLO: Um técnico muito calmo, paciente e que procura sempre estar se atualizando para exercer melhor a função de treinador.

-- Ser filho de um ex-jogador lhe trouxe preconceito? Viver longe do basquete alguma vez já foi uma opção para você?
-- Nunca fui vítima de preconceito. Sempre fui muito bem tratado pelas pessoas. Procuro sempre me dedicar ao máximo ao trabalho para ser reconhecido e respeitado pelos meus atletas e companheiros de profissão. Nunca foi uma opção trabalhar longe do basquete, já que ele sempre esteve e espero que sempre esteja presente na minha vida.

-- Até que ponto o mau momento da modalidade afeta na sua abordagem com os atletas? A “psicologia” muda muito?
-- Acho importante discutirmos com os atletas o nosso momento e mostrá-los como eles podem ajudar a mudar esse quadro. Uma geração que se preocupe com o “NÓS” e não com o “EU” já seria um grande passo para a melhoria do nosso basquete.

-- Seus times são muito organizados na quadra. Qual é a sua referência para isso, e onde buscar inspiração para manter o padrão?
-- Procuro sempre dar muita importância para a defesa e conseqüentemente ao contra-ataque. Desde criança escuto isso aqui em casa (risos). Logicamente que há momentos em que teremos que jogar no 5 x 5 (meia-quadra), e, nesse momento, acho que os argentinos são os melhores atualmente e servem como fonte de inspiração.

JOGO RÁPIDO
Maior emoção dentro de quadra: ser campeão Mirim em 2004, no meu primeiro ano como técnico e após estar perdendo por 17 pontos no terceiro quarto de partida.
Uma frustração: Não posso chamar de frustração, mas sim de lamentação. Não termos jogado a final do Brasileiro Juvenil desse ano em virtude das chuvas que caíram em Joinville no período da competição.
Uma referência no basquete: Meu pai, Byra Bello.
Uma mania: falar de basquete o tempo inteiro
Um livro: “O vendedor de sonhos” (Augusto Cury)
Um amigo: Minha mãe Claudia
Uma música: “Under the Bridge” - Red Hot Chili Peppers
Filme: “A última fortaleza “ e “Coração Valente”
A bola que eu vi chutarem e caiu: Do meu armador Gege na final do Mirim em 2004. Estávamos perdendo por 17 e ele matou uma bola de 3 a dois passos da linha. Foi a bola da virada e que nos rumou para o título.
A bola que eu vi chutarem e não caiu: Do nosso atleta Vinícius na final do Juvenil desse ano. Era a bola do título, e não caiu. O trabalho, porém, foi bem feito e valeu a pena todo o nosso esforço.
Jogo inesquecível: Tijuca x Grêmio Náutico União na final do Sul-Americano Mirim em 2007. Ganhamos por um ponto na última bola.
A minha principal virtude em quadra: Ser paciente com os erros dos meus atletas.
O meu maior defeito em quadra: Em alguns momentos reclamar demais da arbitragem.
Um grande rival: As pessoas que só criticam nosso basquete sem dar soluções para a melhoria do mesmo.
O melhor técnico que já vi: Dando treino sem dúvida alguma o (sérvio Zeliko) Obradovic – o vi em um curso para técnicos realizado no Paulistano em 2002. Dirigindo um time ao vivo foi o Hélio Rubens.
Um sonho: Ver o nosso basquete em alta novamente.
Uma frase: “Devemos ensinar nossos meninos e meninas a jogar e não ensiná-los e ensiná-las jogadas e mais jogadas”. Frase dita por Maria Helena Cardoso em uma palestra para técnicos no Rio de Janeiro em 2001.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Um pouco de história

"Hoje é uma segunda-feira, 22 de Dezembro de 2008. Hoje meu filho Wlamir Marques Junior completa 50 anos de vida. Como o tempo passa rápido, parece que foi ontem o dia em que eu fugi da concentração da seleção brasileira em Volta Redonda para vê-lo nascer em Piracicaba. Nunca me arrependi disso.

Estava em treinamento para o Campeonato Mundial de Basquete a ser realizado no Chile e pedi ao técnico Kanela que me liberasse das atividades a fim de poder estar presente no dia do seu nascimento, mas o homem era duro e chato, e não quis me liberar . Com certeza naquele dia ele não sabia, como nunca soube, o que era ser pai pela primeira vez ou em muitas vezes.

Eu estava com 21 anos de idade e já muito adulto para a época, pois desde os 16 anos quando fui para Piracicaba saindo de São Vicente (SP) vivi sozinho, ou seja, sem a presença dos pais. Me lembro que enquanto aguardava o seu nascimento na Santa Casa Piracicabana, estava ali comigo, também angustiado, o De Sordi, campeão mundial de 1958 na Suécia com a seleção brasileira de futebol. Nem imaginava que um mês depois eu também seria Campeão do Mundo pela primeira vez. Voltando ao Kanela, ele ficou muito bravo e me dispensou da seleção brasileira. Fui cortado por quatro dias, no dia 26 ele pediu para eu voltar e deu no que deu.

O meu adorado filho daqui a pouco estará aqui comigo, estou mais velho, ele está começando a ficar. Mas, para quem é pai sabe do que falo, para os filhos o tempo não passa".

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A história, sensacional, é de Wlamir Marques, e está em sua comunidade do Orkut. O mestre lembra do nascimento de seu filho, que comemorou meio século ontem, e cuja história está diretamente ligada ao basquete, e ao técnico Kanela, claro. Legal, não?

Leandrinho vai ser papai

Abri o EGO (afe!) e vi que a atriz Samara Felippo está grávida do brasileiro Leandrinho, do Phoenix Suns. Que beleza! Parabéns ao casal!

Os meus All-Stars

Já sei que virão as pedradas, mas eu vou me arriscar novamente. Coloco hoje no blog os jogadores que, em minha opinião, seriam os titulares de Leste e Oeste no All-Star Game de Phoenix. Passaram-se quase três meses de liga, e podemos ter uma boa base, não? Vamos lá!

LESTE: Devin Harris, Dwyane Wade, LeBron James, Chris Bosh e Dwight Howard

OESTE: Chris Paul (foto), Kobe Bryant, Dirk Nowitzki, Tim Duncan e Yao Ming

Pronto, estou preparado. Discordam, concordam, não querem nem saber. O importante é dizer na caixinha!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Profissão: Educadora

O título é simplesmente o que se pode compreender ao ler a ótima entrevista do Bert com Kátia Araújo no PBF. Aliando frases de efeito ("Tenho por certo que a felicidade está no percurso e não somente no destino") com constatações duras para o basquete ("Muitos atletas aprendem por tentativa e erro, o que acarreta formação de padrões de movimentos errados"), a treinadora traça um belo raio-x do que é a modalidade hoje em dia.

Ah, e é sintomático. Kátia está fora do basquete profissional há mais de dois anos, apesar do seu estupendo trabalho com a ONG "Arremessando para o futuro". Falar um "Volta, Kátia" seria pedir demais a ela, mas o basquete brasileiro poderia fazer uma força. Renderia frutos!

Marquinhos no Rebote

O amigo Rodrigo Alves, fera do Rebote, conversou com Marquinhos, candidato a presidência da CBB no pleito do próximo ano. O longo papo está interessante, e basta clicar aqui para conferir.

Uma perda irreparável

Acabo de receber a informação que Rosa Branca (68 anos), bicampeão Mundial em 1959 e 1963 e craque de bola, faleceu na madrugada desta segunda-feira após complicações pulmonares. O basquete lhe deve muito, e não consigo mais escrever por aqui - agora, daqueles que conquistaram duas vezes o mundo, apenas Wlamir Marques, Amaury Pasos e Jatyr permanecem vivos. Nas poucas vezes que conversei com ele, Rosa se mostrou uma pessoa afável, carinhosa, educada e sonhadora de que a modalidade voltasse a reinar em berço esplêndido.

Esplêndido como é e sempre será Rosa Branca.

Preocupação no garrafão

Faz algum tempo que escrevi sobre a explosão da ala-pivô Franciele no Rivas e sobre a sedimentação da grande temporada de Érika (foto) no Ros Casares. É com pesar que volto ao tema, agora, para dizer que as duas encontram dificuldades na Espanha.

Fran pouco atua pelo seu time - no sábado foram singelos dois minutos; e na quinta, na eliminação da Eurocup, meros quatro. Érika, que se lesionara há quase um mês, voltou em partida da Euroleague com duplo-duplo, mas neste fim de semana não atuou pelo Ros Casares, que alegou dores musculares da pivô brasileira.

Para quem sonhava com a dupla no garrafão da seleção brasileira, é bom ligar o alerta. A melhor pivô brasileira na Europa continua sendo Alessandra, que do alto de seus 35 anos continua em excelente fase, agora na França. A segunda? Kelly, também com média superior a 15 pontos por jogo no Cadi, da Espanha. Imaginar Fran e Érika com a camisa amarela, por melhor que isso seja, parece inimaginável atualmente. Tomara que a situação mude.

domingo, 21 de dezembro de 2008

A arte da implosão

Ninguém desperdiça tanto os seus bons talentos como o basquete. Ninguém implode tanto as suas bases como o basquete. Por isso não é surpresa quando vemos que nenhum outro esporte caiu tanto quanto o basquete nos últimos 10, 15 anos. A demissão de Mila Rondon do comando das categorias de base de Americana, após 11 anos de um trabalho estupendo, merece uma reflexão, bem como a demissão de Paulo Bassul de Ourinhos. Ele, aliás, foi alçado a uma injusta fogueira após o (previsível e justificável) insucesso olímpico. Perdê-lo definitivamente, como alguns gostariam, seria péssimo para a modalidade, já que se trata de outro excepcional profissional.

Emmanuel Bomfim, Marcel de Souza (apesar dos seus funks), Ary Vidal, Maria Helena Cardoso, Vendramini, Waldir Boccardo, a própria Katia de Araujo (a descobridora de talentos de SP que preferiu largar a modalidade em busca de segurança profissional), Magic Paula, Amaury Pasos (na foto)... Enfim, nomes não faltam para essa lista.

O importante não é "se conformar" com suas ausências, mas desvendar o que os fez deixar o basquete de lado e tentar trazê-los de volta. Pedir isso a atual gestão da CBB parece loucura, mas é o mínimo que devemos esperar. Sem passado não há presente. Sem referências não há futuro. Sem ídolos o Basquete, com maiúscula, será, para sempre, este basquete que estamos vendo.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Da Prancheta

41 - Foi esta a resposta de Devin Harris a Marc Cuban na noite de ontem. Com mais 13 assistências, o armador, trocado pelo Dallas Mavericks pelo agora "apenas-regular" Jason Kidd, respondeu assim ao ex-chefe sobre a troca da temporada passada. O Nets, seu atual time, ganhou por fáceis 121-97, e agora possui mais vitórias que derrotas (13-12).

Uma pergunta: Devin Harris é um All-Star? Caixinha é de vocês!

CincOurinhos

Poderia começar o texto dizendo que o nível da final foi sofrível, bem diferente da do ano passado aliás. Poderia começar o texto, também, dizendo que isso é apenas reflexo da desorganização da CBB, que coloca um Nacional dentro de uma lata de sardinha e faz as meninas jogarem tudo em três meses. Mas seria injusto com a equipe de Ourinhos (71-66 no quarto jogo contra Americana), que investe sério e pesado há tanto tempo. Por isso o pentacampeonato do clube, e o sexto título de Bethânia e Chuca, as maiores vencedoras da competição.

Ninguém que conta com tantas estrelas (Karen, Chuca, Micaela, a chata da Êga, a "figuraça" da Mamá e Tati são de seleção brasileira) merece críticas, pelo contrário. Se o comando técnico deixa a desejar, as atletas em quadra fazem valer a sua maior qualidade, mesmo que a sua maior âncora nos últimos anos, a pivô cubana Lisdeivi, tenha ficado de fora por lesão (joelho).

Por isso o título fica em estupendas mãos. Cinco vezes Ourinhos, o time que mais e melhor investe no basquete adulto brasileiro. Fica o parabéns, também, a Americana, que em sua volta ao Nacional chegou a final e até fez jogo duro com as já Rainhas do Basquete brasileiro - e que pode, em breve, fazer frente a elas, já que o trabalho de base por lá é sério pacas. Mas fica a ressalva para a CBB: repatriar meninas como Fernanda Bibiano, Beling, Cris, Natália, entre outras, seria muito melhor para o campeonato, e dez vezes mais equilibrado.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O homem certo

Enquanto aqui no Brasil o presidente da CBB afirma que o título da Copa América é obrigação, sem mudar em nada o seu mambembe planejamento fracassado dos últimos dois ciclos olímpicos, no Canadá tem gente trabalhando - e bem. Assim como ocorreu com a USA Basketball, que contratou o cartola Jerry Colangelo, a federação canadense trouxe o italiano Maurizio Gherardini para ser o diretor de seleções do país. O cara é o auxiliar do diretor-geral do Toronto Raptors e sabe muito de basquete - em seu país, liderou o Treviso a inúmeros títulos na década de 90.

Se isso não bastasse, a Federação Canadense ainda criou um conselho técnico com nove integrantes (Gherardini é um deles) que discutirá os momentos das seleções masculina e feminina, além de propor soluções para o desenvolvimento da modalidade. Grandes ídolos do país, como Steve Nash, o ex-técnico Jay Triano, Glen Grunwald, vice-presidente do Knicks.

Será que não deveria servir de exemplo por aqui?

A grande CBB

Não sei se vocês conseguem ver direito na foto que ilustra este post (tentem clicar na imagem, pode ser que ajude), muito menos se quando vocês o lerem a instituição que comanda o basquete brasileiro já terá corrigido a gafe que cometeu nesta sexta-feira em seu site oficial. Apesar do bom trabalho de divulgação que eles têm feito sobre os brazucas que atuam no exterior, na manhã de hoje eles colocaram uma nota (leia aqui) "informando" que Leandrinho fez um duplo-duplo. No site da NBA diz que o ala anotou 12 pontos e 5 rebotes, e não os 12-10 que a CBB informa.

Inacreditável, não?

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ATUALIZAÇÃO DO POST: Às 12:14, o site da CBB corrigiu a nota. O basquete agradece! Será que o blog ajudou à entidade?

A via diferente?

Li em reportagem da Folha de S. Paulo que o ex-jogador Marco Antônio Abdalla Leite, o Marquinhos, pode se candidatar a presidência da CBB - ainda precisa do apoio de duas federações. Pelo que li, o cara tem idéias bem diferentes das até agora apresentadas por Carlos Nunes e Toni Chakmati.

"O pessoal que montou a liga é sério e idôneo. Mas isso representa apenas um degrau. Ainda falta discutir muita coisa: o feminino, a arbitragem, a formação dos treinadores, os trabalhos com as categorias de base. Esse negócio é muito maior do que simplesmente a formação da liga", disse à Folha.

Sinceramente, posso dizer que as declarações me surpreenderam positivamente. Ninguém havia falado com tanta categoria e propriedade sobre os assuntos, dando soluções criativas sobre o mesmo. Aí fica a pergunta: será que Marquinhos é, realmente, uma via alternativa ao poder constituído do basquete? Respostas na caixinha!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mila Rondon fora de Americana

Acabo de receber a informação de que a excelente Mila Rondon não continuará em Americana para a próxima temporada. Esposa do técnico da seleção brasileira (Paulo Bassul), a treinadora e coordenadora das categorias de base acabara de conquistar o título Paulista infanto-juvenil. Vamos ver a continuidade dos fatos.

Imagens de 1959

Amigos, hoje recebi um email do Luciano Silva, produtor da ESPN-Brasil, e ele pergunta se alguém possui, ou conhece alguém que possua, imagens da conquista do Brasil no Mundial de 1959, no Chile. Fotos, segundo ele, há, mas imagem (vídeo!), não. Quem puder e quiser ajudar, é só enviar email para fabio.balassiano@gmail.com , ok?

A ESPN-Brasil, sob o comando do Luciano e do repórter Helvidio Mattos, exibe documentário sobre a conquista no dia 31 de janeiro de 2009.

O novo "Bebê" do basquete brasileiro

Já havia ouvido falar de Lucas, pivô do Central, de Niterói, que com 16 anos já mede 2,12m, e em breve estará se mudando para Madri, onde defenderá o MMT Estudiantes. Assim como Rafael Araujo e Mayber Hilário, o rapaz tem o apelido de "Bebê" - os outros são chamadas de Baby e Nenê, respectivamente, e a gente já conhece as suas histórias. Quer ver a reportagem do Globo Esporte desta quinta-feira e conhecê-lo melhor? É só clicar aqui embaixo.

Termômetro

E lá está o San Antonio Spurs perto da vice-liderança do Oeste (15-9), mesmo com a derrota de ontem para o New Orleans fora de casa (90-83, com um sonoro 13-0 no começo do quarto período). Mas depois de um começo errático, o time vinha de seis vitórias seguidas, oito nas últimas dez partidas e com Manu Ginóbili e Tony Parker saudáveis. Alguém começou a tremer por aí? É bom ficar atento aos maiores campeões do século, porque o trio (some-se aos dois citados um Tim Duncan com média de 21 pontos e 10,8 rebotes) mete medo.

Parece que Gregg Popovich passou a ter mais confiança em seu novo esquema com as vitórias. O treinador percebeu que o basquete mudou de uns anos para cá, deu mais liberdade aos atletas (o time pontua mais e troca mais passes), dividiu o tempo de quadra (oito atuam por mais de 20 minutos) e "arejou" o quinteto com Finley no lugar do veterano Bowen, de 37 anos, e Matt Bonner no lugar de Kurt Thomas.

E aí, será que este "novo" Spurs terá gás para chegar novamente às finais da NBA? Seu voto é aguardado na caixinha!

O Jogo da Minha Vida, por Bert

Envolvi-me com o basquete feminino em 1991, a partir da decisão do Pan-Americano de Havana. Aquela conquista levou a modalidade a um nível de exposição jamais experimentado. Lembro-me de coisas como Boris Casoy anunciando em manchete de telejornal que Paula havia recusado o convite da revista Playboy. Outros tempos...

No ano seguinte, a conquista inédita da vaga olímpica reforçou tal movimento. A campanha ruim em Barcelona, no entanto, era um fim muito melancólico para aquela geração. Dois anos depois, a comissão técnica havia mudado e o clima não era dos melhores na seleção. Paula e Hortência defendiam o mesmo clube (a Ponte Preta, de Campinas) e haviam se estranhado em função de uma discussão de jogo entre a Rainha e Branca, irmã de Paula (e hoje técnica de Americana). O novo técnico (Miguel Ângelo) havia ainda decidido não convocar a pivô Marta Sobral, presença unânime no garrafão até então.

Nesse clima transcorreu a preparação para o Mundial da Austrália, com amistosos com equipes masculinas e viagens pelo Nordeste em confrontos com Cuba, Argentina e Eslovênia. Ao desembarcar na Austrália, a seleção foi atropelada em amistosos contra Estados Unidos e Austrália.

Alguns dias depois a seleção havia conquistado uma vaga na semifinal da competição, após duas derrotas na primeira fase. O adversário era a seleção americana, que conjugava estrelas do quilate de Teresa Edwars e Katrina McClain, com uma nova geração que dominaria o mundo nos anos seguintes (Lisa Leslie, Dawn Staley, Sheryl Swoopes).

Pois naquela madrugada fria de de junho de 1994, elas foram vencidas pela seleção de Paula, Hortência, Janeth, Ruth, Alessandra, Leila, Cíntia, Helen, Roseli, Dalila, Adriana e Simone, no jogo que continua a me arrepiar com a mesma intensidade catorze anos depois.

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Bert é o autor do Painel do Basquete Feminino e, seguramente, um dos mais entendidos sobre a modalidade no país. Sua lembrança é a da semifinal do Mundial de 1994, quando o Brasil ganhou dos EUA por 110-107, com 32 pontos de Hortência, 29 de Paula e 22 de Janeth. Bons tempos! Se quiser ver imagens dos momentos finais da partida, clique aqui e se emocione ainda mais.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Da Prancheta

100% - É o aproveitamento do espanhol Jose Calderon, armador do Toronto Raptors, na linha dos lances-livres na NBA. Após 58 tentativas, o cara não errou nenhuma. Ponto para ele e para o leitor Marcelo, que atentou para o fato na caixinha de comentários sobre os técnicos "Garantidos". Muito boa a sua intervenção, rapaz. Parabéns!

Dois bons links

-- Rodrigo Alves entrevista Rolando, que fez tese de mestrado sobre a situação caótica do basquete brasileiro. É só clicar aqui para ler e, se quiser, baixar o documento.

-- No seu blog, Bert reproduz ótima reportagem de Adalberto Leister Filho com o secretário-geral da FIBA. O argentino Alberto García critica os métodos de formação no Brasil, entre outras coisas. Clique aqui e divirta-se.

Os garantidos

E lá se foram Maurice Cheeks, demitido do Philadelphia após péssimo começo de temporada (9-14), e Reggie Theus, do Sacramento Kings. Passando adiante, não vale ficar imaginando quem será o sétimo treinador a ser mandado embora, até porque isso não deverá demorar muito a ocorrer. Ontem fiquei pensando naqueles que, com certeza, NÃO serão. Fiz a minha lista, e vamos lá:

Dos 30 técnicos da NBA, creio que apenas nove estejam COMPLETAMENTE garantidos até o final da temporada: Doc Rivers (campeão com o Boston), Phil Jackson (do Lakers), Gregg Popovich (na foto, e dos Spurs), Mike D'Antoni (contratado recentemente pelo Knicks), Jerry Sloan (há 20 anos no Utah Jazz), Byron Scott (New Orleans), Nate McMillan (brilhante no Portland, o time que mais jogou fora de casa na liga, com 16 partidas), Scott Skiles (que agora comanda o reformulado Bucks) e Larry Brown (idem com o Bobcats). De resto, é bom a galera da prancheta colocar as barbas de molho.

Concorda ou discorda? Acrescentaria alguém a esta lista? É só arremessar na caixinha!

Muito Prazer, Adonis Sousa

Com 18 anos, o jovem Adonis Sousa já tem muita história para contar. Oriundo de uma família típica do basquete (seu pai, Marcelo Pará, foi um grande jogador das décadas de 70 e 80 e seu irmão, Dimitri, acaba de se transferir para a Itália com apenas 14 anos), o ala-armador de 1,90m sempre foi visto como uma jóia, mas nem por isso perdeu o ar lúcido, humilde, bem-humorado e educado que sempre o caracterizou. Depois de começar a sua carreira em São Paulo (Pinheiros e Espéria), se transferiu para o Olympiacos, da Grécia, onde ficou três anos. De volta ao país, está jogando no Paysandu antes de dar mais um passo de sua carreira: jogar no circuito universitário norte-americano. Confira o papo com mais uma revelação brasileira, que também possui cidadania grega e ainda não definiu por qual seleção atuará. Muito Prazer, Adonis Sousa.

BALA NA CESTA - Com 18 anos, você já passou por uma experiência européia, mas voltou ao país. Por quê dessa decisão?
ADONIS SOUSA- Fui muito cedo para a Grécia. Saí do Brasil com 14 anos e joguei três anos nas categorias de base do Olympiacos. Lá o time principal e as categorias de base funcionam como coisas distintas, e, por estar em meu último ano de juvenil e com a idéia de jogar um nível mais forte, preferi ir para os EUA. Estou no Brasil terminando meus estudos, para em agosto de 2009 poder ir para lá.

-Você está no Paysandu realizando um sonho de família. Conte-nos do porquê, e das diferenças entre o basquete de SP, da Grécia e o que encontra aí?
- Está sendo muito bom jogar aqui em Belém. Ganhamos a Copa Norte em Macapá e quis continuar aqui para jogar o estadual juvenil e o adulto, já que estava sem jogar em São Paulo. Está sendo uma boa oportunidade de não ficar parado. Sobre as diferenças, elas são muito grandes: o basquete grego é extremamente profissional e o brasileiro tem tudo para crescer, desde que haja apoio, incentivo e profissionalismo. Minha família por parte de pai é toda daqui, e tanto ele quanto meu tio começaram aqui e foram para São Paulo mais tarde. Atuar por aqui é muito especial por isso também.

- Agora que você vai pros EUA, como você vislumbra os próximos passos da sua carreira?
- Eu pretendo ir para os EUA, jogar primeiramente o Junior College e depois me transferir para uma Universidade. Pretendo jogar os quatro anos e me formar. Meu sonho continua sendo voltar para a Europa, pois com a minha dupla nacionalidade ajuda bastante.

- E em termos de seleção, em que pé ficou sua situação?
- Quando estava na Grécia participei de treinamentos com a seleção da minha idade, mas não cheguei a fazer nenhum jogo oficial, apenas amistosos. Fui convocado em 2006 para a seleção brasileira, mas fiquei sabendo depois de três dias pela internet, já o Olympiacos não foi informado de nada, e muito menos eu. Posso jogar tanto pelo Brasil quanto pela Grécia, mas ainda não pensei sobre isso. Prefiro esperar ser convocado para refletir sobre isso. Mas, sinceramente, agora só penso na minha ida pros EUA, e na minha carreira.
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JOGO RÁPIDO
Ídolo: Meu pai
Livro: Transformando suor em Ouro (Bernardinho)
Filme: Estrada para a Glória
Música: She's Fresh (Kool & the Gang)
Um amigo: Meu irmão (Dimitri)
Um sonho: Jogar uma Olimpíada
Meu jogo inesquecível e por quê: São dois: nas semifinais do campeonato grego juvenil de 2007, eu estava "zerado" o jogo todo, e estávamos atrás no placar. Fiz 18 pontos no último quarto e nos classificamos para a final; e um agora pelo Paysandu, quando fiz 29 pontos contra a Assembléia Paraense, a cesta do empate no tempo normal, os sete pontos da prorrogação e mais o arremesso de três no último segundo que nos garantiu a vitória
Uma comida: Pizza
Uma frase: "Chore no treino para sorrir no jogo"
Um técnico: Wagner Stefani, o Wagnão (Espéria e Paysandu)
Maiores virtudes: Nunca desistir e ser agressivo no ataque
Pontos a melhorar: Na defesa e na função de armador

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Da Prancheta

29,3% - É o aproveitamento de Kobe Bryant da linha de três pontos. O astro do Los Angeles Lakers, aliás, só teve média pior em duas temporadas (98-99 e 2001-2002). Talvez por reflexo do cansaço olímpico, talvez pelo sólido time angelino, o ala também registra 5,3 rebotes e 4,3 assistências (ambas entre as quatro piores de sua carreira).

Freud explica

É difícil não ouvir os suspiros depois que Raphael Zaremba, espécie de "muso teen" das jovens meninas do basquete do RJ, passa por qualquer local. Mas o mais legal de reparar é que além de todo o charme (que ELAS enxergam) existe uma das melhores cabeças do basquete carioca. Psicólogo e técnico de formação, ele, que tem 32 anos, há oito comanda com maestria o projeto da VemSer ( www.vemser.org.br/ ), ONG que conjuga esporte (o técnico conseguiu seu primeiro título, com o mirim, nesta temporada), educação (várias de suas ex-atletas estão na faculdade) e psicologia (atrás da quadra do clube Germânia há uma sala com monitores). Por isso o blog decidiu conversar com ele, que ainda encontra tempo para ser professor universitário e clinicar em consultório, e o papo ficou bem legal. Confira!

BALA NA CESTA: Quem é o técnico Raphael Zaremba?
RAPHAEL ZAREMBA: Rapaz, que pergunta difícil... Ainda mais para um psicólogo! Bom, se você quiser a versão super resumida, eu posso responder com um simples “sou eu”. Mas, como isso não diz muita coisa, vou tentar ser um pouco mais específico... Acho que posso dizer que sou uma pessoa bastante positiva, alegre e agregadora, que gosta de utilizar o humor como forma de criar ambientes agradáveis por onde passa. Apesar de trabalhar em diversas frentes, sou apaixonado por tudo o que faço e, por ser muito exigente comigo mesmo, me entrego de corpo e alma a todas as minhas atividades. Além disso, acima de tudo, eu sou uma pessoa que gosta de ajudar os outros a transformarem as suas próprias vidas.

-- O que leva alguém a dividir a psicologia com o basquete?
--Bom, o que me motiva a fazer isso é o fato de eu ter como principal objetivo de vida auxiliar as pessoas no seu processo de crescimento pessoal. Acredito que a minha prática como psicólogo clínico e esportivo, e como professor universitário, já me daria a possibilidade de alcançar, em parte, este objetivo. Agora, como técnico de basquete eu sinto que tenho a possibilidade de participar mais ativamente do processo de formação das minhas atletas como pessoas e ajudá-las a transformarem suas próprias vidas. Então, no fundo, acho que nos dois casos a motivação e os objetivos são os mesmos.

-- Eu imagino que a VemSer tenha lhe trazido mais alegrias que frustrações, mas gostaria que você contasse da sua satisfação pessoal, mais do que profissional, com o projeto.
-- Sem dúvida me traz muito mais alegrias do que frustrações, tanto que há 8 anos eu luto com todas as minhas forças para tocar o projeto adiante. É até difícil explicar a satisfação que eu sinto, por exemplo, ao ver uma ex-atleta minha (que ingressou no projeto com 13 anos e hoje está com 20), ex-moradora da Rocinha e aluna de escola pública, ter ganhado uma bolsa de estudos em uma escola particular – onde concluiu o ensino médio e ainda se sagrou campeã brasileira estudantil de basquetebol –, estar hoje cursando a faculdade de Psicologia na PUC-Rio (onde foi minha aluna – imagina a minha emoção quando ela entrou na minha sala de aula pela primeira vez), e ter retornado ao projeto este ano para atuar como voluntária. A satisfação pessoal de perceber que estou podendo contribuir para a formação e o crescimento desta e de outras tantas meninas, que serão as mães de amanhã, é algo totalmente indescritível. Por isso, me perdoe, mas não vou nem me atrever a tentar responder esta pergunta...

-- Quais são as vantagens esportivas quando se alia o projeto à educação? E as desvantagens?
-- Não sei se eu colocaria em termos de vantagens e desvantagens. Apenas temos uma filosofia e uma visão do esporte diferente da corrente e, por isso, nosso foco não está, única e exclusivamente, no resultado final de uma partida. Acreditamos que o principal objetivo do esporte de base é transmitir valores e lições de vida, e é nisso que investimos o nosso tempo e esforço. Por isso, pode-se dizer que o projeto desenvolvido pela VemSer tem um cunho mais educacional do que esportivo, apesar de utilizar o esporte como veículo principal. Ainda assim, os resultados que nossas equipes vêm obtendo nas competições que disputam, e o título estadual de mirim que nossas atletas conquistaram este ano, parecem provar, de uma vez por todas, que não é necessário aderir à ideologia do “vencer-a-qualquer-custo” para obter resultados dentro de quadra.

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JOGO RÁPIDO
Maior emoção dentro de quadra: A conquista do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais Juvenil em 2006. Foi o primeiro, e único, título do Rio de Janeiro na competição e ele foi conquistado com uma vitória sobre um time de São Paulo que era a base da seleção brasileira da categoria. Ninguém, além de nós, acreditava que aquela vitória fosse possível. Foi realmente um momento bem marcante.
Uma frustração: Não ter conseguido repetir a conquista na minha primeira experiência como técnico principal esse ano, com a seleção estadual sub-15 (em 2006 eu era assistente técnico). Dessa vez, eu tive que me contentar com o bronze. Mas eu ainda pretendo voltar em outra oportunidade para buscar esse ouro que escapou...
Uma referência no basquete: Guilherme Vos. Talvez o melhor técnico com quem eu já tive a oportunidade de trabalhar.
Atleta que mais lhe marcou: Magic Johnson
Uma mania: Não deixar comida no prato e ficar virando a lata de refrigerante até que a última gota esteja no meu copo. Freud explica! Hehehe...
Um livro: Só um?! Eu poderia citar vários... Bom, para facilitar, vou ficar só em livros sobre basquete: “Magic’s Touch” e “Minha vida”, ambos do Magic Johnson; “They call me coach”, do John Wooden; e todos os do Phil Jackson, especialmente o último, “The Last Season”. Excelente!
Uma música: “I believe I can fly”, R. Kelly.
Um filme: “Sociedade dos Poetas Mortos” e “À procura da felicidade” – tá bom, são dois... Mas é tão difícil escolher um só!
A bola que eu vi chutarem e caiu: Aquela do Magic Johnson no final do All-Star Game de 1992. Confesso que cheguei a chorar de emoção... Ah, a da Karina, de Americana, agora na semifinal do Nacional Feminino contra Catanduva também foi sensacional.
Jogo inesquecível: Além da final do Brasileiro de Seleções de 2006 e do All-Star Game de 1992, que mencionei anteriormente, posso destacar também a final do Mundial Feminino vencido pelo Brasil, em 1994. Agora, você vai me desculpar, mas eu não posso deixar de citar também alguns jogos das minhas atletas, como as duas partidas da final do Estadual Mirim feminino deste ano e o primeiro jogo da semifinal do Estadual Infantil do ano passado, quando tiramos uma diferença de 17 pontos no placar em pouco mais de 7 minutos para vencer, na prorrogação, o Botafogo, que não perdia um jogo há dois anos. E isto tudo dentro do ginásio delas. Incrível!
Um grande rival: Vale repetir? Guilherme Vos. Por admirar tanto o trabalho dele, é motivo de orgulho quando consigo derrotá-lo...
Um sonho: Como técnico, chegar um dia à seleção brasileira e participar de uma Olimpíada.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Temos uma final

Até que enfim começou a final do Nacional Feminino. Dois jogos "marcha lenta" e achei que a final do ano passado havia sido atípica. Engano. Depois de um primeiro quarto estranho (29-14 para Ourinhos), Americana reagiu, virou a partida para 74-73, diminuiu a desvantagem para 2-1 e ainda sonha com o título. Na sexta-feira acontece o quarto jogo. Aqui algumas observações da partida:

- Quem é que manda no time de Ourinhos? Em um dos tempos, Chuca tirou a caneta do técnico Urubatan e desenhou uma jogada para as suas companheiras. Onde está o comando? Será que é por isso que a ala, mesmo com cinco erros e atuação abaixo da crítica, permaneceu em quadro por 39 minutos? Karen e Ariadna mal atuaram (nove minutos da primeira e nenhum da segunda).

- Branca tem tudo para ser ótima técnica, mas precisa rever a defesa de seu time, quase sempre muito passiva e que permite milhares de infiltrações. Se não segurar a onda, periga cair no próprio jogo 4. A ela, Branca, fica também uma pergunta: por que não começou com a ótima Ana Flávia "Passarinho" (10 pontos e 4 assistências), ao invés de Babi, que não está bem na decisão?

- Renatinha e Karina acordaram para a série final, ao contrário de Karla, que manteve o ótimo nível com 21 pontos. A primeira saiu do banco com um "fogo" absurdo, anotou 20 pontos (em 26 tentados) e comandou a reação. Apática nos dois primeiros duelos, a ala-pivô apareceu com 15 pontos, sete rebotes e ótima defesa nos momentos críticos em cima de Mamá.

Enfim, temos uma digna final a partir de agora. O LNB pode não olhar para as meninas, mas espetáculo elas sabem nos proporcionar, ao contrário dos marmanjos.

O lançamento da LNB

Foi lançada em São Paulo, nesta segunda-feira, a Liga Nacional de Basquete (LNB), cujo torneio principal se chamará NBB, siglas de Novo Basquete Brasil. A iniciativa é muito válida, e vamos ver se agora a modalidade ganha um rumo. Torço para que a CBB trabalhe de forma conjunta com os clubes, sinceramente. Oscar, Hélio Rubens, Lula Ferreira, entre outros, estiveram por lá.

A Rede Globo irá transmitir as partidas da NBB, na volta da modalidade a TV aberta, e o Sportv também. O blog deseja sucesso, e que eles trabalhem muito, a começar por um site oficial, que ainda não existe - lamentável isso, diga-se de passagem. Há apenas um blog ( http://bloglnb.wordpress.com/ ), o que é pouco

Para saber mais, vale ler aqui, aqui, aqui e aqui .

Alto-falante

"Sinto como se tivessem me trocado. Parece que estou em um outro time, porque tudo aqui está muito diferente. Temos muitas novidades após um período de estabilidade, mas prefiro crer que as mudanças podem ser positivas. O caos pode se transformar em algo positivo, e estou otimista, mas é realmente estranho não ter o (técnico) Mike (D'Antoni) e ver todas estas mudanças por aqui.

A frase é do armador Steve Nash, do Phoenix Suns, ao jornal The Arizona Republic. Triste com a fase de seu time (14-10), o canadense (que tem quase três assistências a menos que na temporada passada e mais desperdícios de bola) soltou o verbo. Parece que o clima entre o elenco e o técnico Terry Porter não é lá essas coisas, hein...