terça-feira, 30 de setembro de 2008

Da Prancheta

6-0 - Esta é a campanha do líder Limeira, até agora, no Campeonato Paulista. O time comandado por Zanon conta com os experientes Renato, Nezinho, Di e Luiz Fernando, além dos jovens Teichmann e Betinho. Pinheiros, Franca e Paulistano estão em segundo, com apenas uma derrota

Estraga prazeres

Nascida no Colorado, Becky Hammon, a bonitinha da foto que ilustra este post, não vive para agradar à maioria. Em um país onde se prega o nacionalismo, ela decidiu se naturalizar para tentar a sorte nas Olimpíadas. Travou belo duelo de palavras com a técnica americana Anne Donovan, virou russa e voltou com o bronze de Pequim. De volta aos EUA, vinha tendo atuações apenas razoáveis na série final da conferência Oeste contra o Los Angeles Sparks, mas apareceu quando devia.

Faltavam dois minutos para acabar o terceiro e decisivo duelo, quando as Sparks venciam por quatro pontos. E é aí que Hammon põe a bola embaixo dos braços, anota seis de seus 35 pontos (recorde pessoal e da franquia) nos últimos segundos e coloca o San Antonio Silver Stars na final da WNBA pela primeira vez. Para a liga, aliás, a vitória do time texano foi uma tragédia: Candace Parker, a queridinha do público, poderia se tornar a primeira da história a ganhar o universitário, o ouro olímpico e o título Nacional na mesma temporada.

Na final, Becky enfrenta o Detroit Schock, que eliminou o New York Liberty (apenas uma curiosidade: três times chegaram às finais de conferência da WNBA e da NBA nesta temporada). Hammon, aliás, jogou pela franquia da Big Apple, era idolatrada pela torcida, mas saiu pela porta dos fundos na noite do Draft de expansão do San Antonio. Sentiu-se traída pela diretoria e jurou vingança. Sua hora chegou. E é melhor não duvidar disso também.

Paula é a preferida

Magic Paula foi a mais votada na primeira enquete do blog. A craque recebeu 116 dos 189 votos possíveis sobre quem seria o preferido para assumir a CBB. Toni Chakmati, com 38, Oscar Schmidt (19) e Grego (16) também foram citados.

A boa notícia é que o público deste blog está insatisfeito com os rumos do basquete nacional. A má? É que Paula, em email enviado a mim há algum tempo, rechaça qualquer possibilidade de assumir a CBB.

Vamos lá, galera! Há uma nova enquete no ar.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A bola da discórdia

Na mesma reunião da FIBA que definiu o México, para o masculino, e o Brasil (Cuiabá), no feminino, como países sedes das Copas Américas do próximo ano, a entidade, em uma resolução inédita, decidiu suspender a Consubasquet, órgão que cuida das competições na América do Sul.

O motivo? A Consubasquet, multada em US$ 50 mil, utilizou bolas da Golty em dois torneios classificatórios a campeonatos organizados pela Fiba Americas (a Liga das Américas e a Liga Sul-Americana), que possui contrato com a Molten e uma cláusula que restringe o uso de marcas concorrentes até em eventos prévios.
Parece que a falta de comunicação na modalidade não fica restrita ao nosso país, hein...

domingo, 28 de setembro de 2008

Paulo Bassul sai de Ourinhos

Após a perda do título Paulista para Catanduva, Paulo Bassul não é mais treinador de Ourinhos, que ainda não anunciou o nome do novo comandante. Um fato interessante é que o próximo Nacional, que começa em 07 de outubro, terá, no comando técnico, apenas um representante dos campeões dos anos anteriores: Lais Elena. Os outros vencedores (Maria Helena, Alexandre Cato e Antonio Carlos Vendramini) também estão fora do torneio.

A boa notícia é que agora Paulo Bassul poderá se dedicar exclusivamente ao comando da seleção brasileira. O blog tentou, mas não teve sucesso em localizar o treinador.

Outro recorde argentino

Bahía Blanca é a cidade onde nasceu Manu Ginóbili. Bahia Blanca é a cidade em que mais se pratica o basquete na Argentina. E, desde sábado, Bahía Blanca, que já detinha o antigo recorde (27 horas), foi a sede do jogo mais longo da história do basquete. Foram 32 horas seguidas de partida (começou no sábado às 11hs, e terminou no domingo, às 19hs), disputada no ginásio do Estudiantes e vencida por 2.275 a 2.229 pela equipe azul contra o time branco.

A maratona contou com a participação de 1.300 jogadores entre 8 e 83 anos, e o mais curioso é que o único que não foi substituído foi o árbitro Norberto Daghetta, que apitou as 32 horas de peleja sentado e bebericando o seu mate. Como se vê, o basquete dos hermanos pulsa. Completamente diferente daqui, não?

sábado, 27 de setembro de 2008

Mais uma da CBB

A CBB até que tenta promover o Nacional Feminino que começa em outubro. Mas vejam só o que eles fizeram ao anunciar os reforços da equipe de Florianópolis. Disseram que a armadora Paula Pacheco jogou em Ourinhos (link do release), quando, na verdade, ela esteve em Catanduva.

Que beleza...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Basquete é cultura: 'A season on the Brink'

Sabe aquela cena de Bob Knight, técnico de Indiana, atirando uma cadeira contra um juiz (veja)? Pois é. Imagine que um escritor liga no dia seguinte e propõe: “Treinador, quero acompanhar a próxima temporada do seu time e fazer um livro. É possível?”. Este “louco” chama-se John Feinstein, que no dia 24 de fevereiro de 1985 deu início ao espetacular ‘A season on the Brink’, que inaugura a seção ‘Basquete é Cultura’ e que virou filme na ESPN americana.

Durante o campeonato de 1985-1986, John teve acesso livre a todos os momentos da equipe e de Bob Knight, um turrão sentimental de primeira. Preleções, os programas de rádio e televisão do treinador, os momentos em que “o General” (seu apelido) convida famílias para assistirem às partidas, recrutamento de calouros, viagem no avião do time, cadeira ao lado da comissão técnica nos jogos e, claro, as situações em que Knight começa um treino, xinga dois ou três e manda todos para... vocês sabem bem para onde.

O mais interessante de se notar é que, como o próprio treinador confirma, aquela foi a temporada mais importante da carreira de Knight, cujos métodos ditatoriais vinham sendo contestados pela imprensa após a vexatória campanha de 7-11 na Conferência Big Ten. E, para piorar as coisas, não havia estrela no time, e o fracasso, ou o ocaso de Bob, estava desenhado.

O que se viu, no entanto, foi um treinador determinado a mudar o rumo das coisas. Do seu jeito, é claro. Não houve sequer um dia que os jogadores não se perguntassem se era necessário passar por aquilo para se tornar atleta profissional de basquete. Não houve sequer um dia em que Bob Knight não os xingou com toda força. Mas o resultado é claro: com um punhado de jogadores regulares (ou medíocres), Indiana ganhou a Conferência e moldou o time que seria campeão universitário na temporada 1986-1987.

“A season on the Brink”, de 352 páginas e lançado em 1989, é um clássico do basquete, mas não é unanimidade. Uma pessoa leu e odiou o que está escrito por ali. Adivinha quem é? Começa com Bob...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Alto-Falante

"Eles deram ênfase à minha defesa, que é talvez meu ponto fraco, e no meu físico. Tenho que ganhar peso e mais velocidade, mas tenho que continuar fazendo o que eu estou fazendo. Este ano, estou fazendo a preparação física com personal trainer. Acho que vai ser muito produtivo para mim dentro de quadra, pois é uma dificuldade minha, às vezes, o jogo de contato, que é muito importante na Europa; se você não conseguir fazer o jogo de contato, não consegue jogar".

As declarações são de Duda, ala do Flamengo contratado pelo Vive Menorca, da Espanha, em entrevista ao BasketBrasil. Sem querer ser chato, mas já sendo, deixa eu entender uma coisa: o cara tem 26 anos e foi preciso que espanhóis detectassem que suas deficiências eram o físico e a defesa? Ah, e vem cá, se o próprio jogador sabia que seu jogo de "contato físico" era abaixo da crítica, por que ele, por si mesmo, nada fez para evoluir?

O basquete brasileiro é incrível...

Fazer pra quê?

Começa no próximo dia 07 com Mangueira (foto) e Florianópolis o Nacional Feminino da CBB. São nove equipes, sendo seis paulistas, o que leva a crer que se joga basquete em apenas quatro estados do país – algo bem diferente do que o presidente da entidade apregoa aos quatro ventos.

Analisando a tabela dá para sentir o tamanho da importância que a Confederação dá às meninas. Serão 72 jogos na fase de classificação em menos de dois meses (de 07/10 até 28/11), sendo que apenas 12 (16%) em sábados ou domingos. Será que a CBB espera ginásios cheios, com tanta “promoção” e horários tão convidativos assim?

Foi por isso que outro dia pensei em uma série de iniciativas que poderiam melhorar a situação do Nacional Feminino. Por que a CBB, que ganha rios de dinheiro em recursos públicos, não é capaz de oferecer, sei lá, uns R$ 200 mil a cada equipe, para que trouxessem meninas de nível para reforçar seus elencos? Por que não criar times no Norte-Nordeste e trazer de volta profissionais de ponta como Maria Helena (que falta ela faz à beira da quadra)? Por fim, por que não investir, também, em uma agência de marketing-promoção-eventos, a fim de motivar a ida de torcedores aos ginásios?

É por essas e outras que fica a pergunta: se é para fazer um torneio com tanta má vontade e desleixo, por quê ainda promovê-lo? Seria mais fácil vivermos um Paulistão com agregados por um ano inteiro.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ecos olímpicos, por Lebron James

Vale a pena apurar os ouvidos e ouvir as palavras de Lebron James a David Letterman, da CBS. Ele fala da mudança do time americano de 2004 para o de 2008, que conseguiu o ouro, e de como foi importante trabalhar com Coach K. Bem legal!


É contigo mesmo, Rick Adelman

Ninguém precisa mais de uma campanha convincente na NBA do que o Houston Rockets. Seus dois maiores craques, Tracy Mc Grady e Yao Ming, jamais avançaram nos playoffs. Seu técnico, Rick Adelman, foi duramente contestado por aniquilar o elenco na fase regular. E, por fim, o maior reforço do time para o próximo campeonato é ninguém menos de Ron Artest.

Se não bastasse todo o histórico do cidadão, Artest disputará posição com Shane Battier (os dois na foto), jogador com as mesmas características que as suas – ótimo defensor, bom arremesso de longa distância (com leve vantagem para Ron, diga-se), bom jogo de pernas. A única diferença é que Battier possui um controle emocional invejável, algo que o “doidinho” ainda não aprendeu.

É este o maior dilema de Rick Adelman na pré-temporada. Colocar Ron Artest no banco pode significar a primeira crise do time antes mesmo do certame começar. Relegar Battier ao papel de sexto homem pode ser um prêmio às avessas a quem já fez tanto pela franquia, e sempre com correção e maestria no que lhe foi pedido. Difícil decisão, hein...

E você, o que faria?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Da Prancheta

37- Esta é a idade de Adriana Santos, que volta às quadras no próximo Nacional Feminino após longo período afastada. A armadora defenderá a equipe de Americana, que também contratou a ala Karla e a técnica Branca.

As razões de David Stern

Agora fica fácil entender porque David Stern, o comissário-geral da NBA, não fez força para manter os Sonics em Seattle. De acordo com as declarações de rendimentos de 2006, dois dos principais acionistas da franquia contribuíram para a Fundação Bauer Americans United, organização assumidamente contra o casamento gay nos Estados Unidos e autora de inúmeras ações racistas pelo país. Tom Ward, que liberou US$ 475 mil, e Aubrey McClendon (US$625 mil) não são marinheiros de primeira viagem. Fazem doações desde 08 de setembro de 2004, um dia após a fundação da entidade.

Para ficar apenas em dois exemplos, foi em Seattle que a liga conheceu o primeiro técnico negro a ganhar um título (Lenny Wilkens, na foto, em 1978-1979). E o maior ídolo do time feminino da cidade é a pouco ortodoxa australiana Lauren Jackson, que já foi pega dirigindo bêbabda inúmeras vezes.

Se não pega bem para qualquer modalidade esportiva este tipo de atitude, para o basquete o trauma é ainda maior. Foi a NBA que, nos anos 70 e 80, introduziu à Grande América Branca tribos então ignoradas no horário nobre (grunges caipiras, de jeans surrados e camisas xadrez, e hippies, de camisetas coloridas e sandálias). Foi a liga, também, a primeira a transpor institucionalmente a barreira racial.

Pode-se dizer que, graças a ela, o próprio esporte se transformou, abandonando as origens agrárias e abraçando os códigos dos playgrounds urbanos. Dá para entender, agora, porque Stern escolheu Oklahoma, cidade conhecida pela mistura étnica. Longe dos holofotes da segregação racial, ele sabe, e nós também, o basquete é mais basquete.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Febre Espanhola

Marcelinho Huertas se foi, é verdade, mas Tiago Splitter ainda está lá, agora ao lado de Guilherme Gitterer, desconhecido por aqui, mas recentemente contratado pelo Tau Ceramica. Duda, irmão de Marcelinho, disputa o Carioca antes de embarcar para o Menorca. Estas são algumas novidades brasileiras na Liga Espanhola, mas a maior atende pelo nome de Vitor Faverani (foto), pivô de 20 anos e 2,11m.

Depois de temporadas emprestado ao Bruesa, da segunda divisão, o brasileiro será treinado por Aíto Garcia Reneses, medalha de prata com a Espanha em Pequim, que fez questão de puxá-lo para o time principal logo em sua apresentação – o mesmo não ocorreu com Paulão Prestes.

Alternando entre a Liga ACB e a filial do Málaga na segunda divisão (Axarquia), Faverani é uma das maiores esperanças do basquete brasileiro nesta temporada. Nascido em Paulínea, o jovem ainda precisa trabalhar mais o seu corpo e aprender a jogar sem a bola, mas é rápido, defende com correção, possui bom arremesso e é dono de uma explosão física absurda.

Com um técnico que vive em Madri, a seleção brasileira tem tudo para colher os frutos em breve. É só ficar atenta às novidades. E não estamos falando da volta do veteraníssimo Josuel, de 38 anos, de contrato assinado com o Pinheiros. Renovação é isso aí, hein?

domingo, 21 de setembro de 2008

Mérito e decepção

Catanduva já fazia por merecer um título de expressão. Investindo com correção e sem maiores luxos no basquete feminino desde 2006, o time que pratica o basquete menos ortodoxo do país (sua média de pontos tentados foi a maior dos últimos dois Nacionais) virou a série contra Ourinhos, fez 3 a 2 e garantiu o troféu do Paulista com inteira justiça. Edson Ferreto, o técnico mais “figura” do cenário brasileiro, conduziu com maestria as ótimas Natália (lamentável que tenha ficado fora das Olimpíadas), Karla e Silvinha (outra que merece nova chance na seleção), além da boa coadjuvante Fabão, da esforçada Lelê e a por vezes tresloucada Palmira.

Por outro lado, fico decepcionado com Paulo Bassul, o técnico do vice-campeão Paulista. Não dá para falar em inferno astral pós-Pequim, simplesmente porque o treinador começou essa má fase do outro lado do mundo. Errou na convocação, na escalação, nas substituições da seleção, e trouxe seus equívocos para o clube com o melhor elenco do país. Manteve Karen no banco durante a maior parte da série. Insistiu em Micaela e Chuca. Não escalou Izabela, titular nos quatro primeiros confrontos, por um minuto sequer na partida decisiva. Durante um tempo ao final do terceiro duelo, pediu uma jogada e, quando as meninas já se levantavam, modificou-a completamente. Isso para ficar em quatro exemplos.

Insisto que Bassul é o melhor técnico do Brasil, mas precisa de um tempo para refletir. Treinando Ourinhos, que agora contará com Mamá e Êga, os planos necessários para a renovação da seleção poderão ficar de lado. Para ficar em apenas uma das razões, o treinador pode ficar refém das atletas que lhe dão guarida no clube. Seria pedir demais para a CBB manter o comandante com exclusividade em suas trincheiras?

Boas Vindas

Seja bem vindo ao Bala na Cesta, um espaço para comentar as novidades do basquete, discutir a modalidade e lançar luz sobre pontos importantes do esporte. Sinta-se à vontade para contribuir na caixinha e fazer parte do blog.

Para quem já conhece o trabalho, algumas seções estão mantidas:
- 'Lance-Livre', quando os leitores enviam textos para serem publicados
- 'Alto Falante', com frases interessantes dos personagens do basquete
- 'Da Prancheta, com números reveladores sobre as situações da modalidade

E uma nova já está criada:
- 'Basquete é cultura', que será divulgada às sextas-feiras com dicas de filmes, livros, documentários, programas etc.