segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Algumas sugestões para a LNB - Parte I

Em primeiro lugar, esta série de artigos não tem por objetivo desqualificar o trabalho que vem sendo feito pela LNB. Kouros e sua equipe errarão como qualquer liga iniciante (na NBA aconteceram atrocidades, por exemplo), e talvez por isso eu tenha traçado essas linhas sobre atitudes e idéias que eu, particularmente, tomaria fora das quadras. Vamos a elas:

- Procurar grandes empresas para patrocinar o torneio é imperativo. Parece-me que há uma inércia muito grande neste sentido. Alguém bateu na porta, por exemplo, da Vale, da Votorantim, do Pão de Açúcar? Se bateram, qual foi o resultado? Por que não oferecer-lhes o nome do torneio, como acontece com o banco BBVA, na Espanha? A Liga espanhola, na verdade, se chama Liga BBVA? Angariar outros patrocinadores seria interessante também, principalmente para a LNB não ficar refém da TV Globo. Aliás, quanto a emissora pagou pelos direitos de transmissão do torneio? Seria interessante que essa transparência houvesse, não?. Enfim, acredito que bater na porta de grandes empresas com um projeto coerente e diferenciado talvez renda frutos.

- Alguém conhece o contrato que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) fez com a agência de viagens CVC? A entidade acertou com a empresa que todas as viagens e os hotéis das equipes seriam pagas, sem ônus algum para os clubes. Ou seja: os clubes vão de avião pelo Brasil, dormem em camas confortáveis e precisam apenas colocar a logomarca da CVC nos uniformes. Legal e simples, não é? Por que a LNB não procura uma concorrente da CVC para fazer o mesmo tipo de contrato? Não me parece nada impossível, principalmente porque não há clubes do Norte e Nordeste, tornando os custos menores. Será que o Kouros já pensou nisso? Aliás e a propósito: por que a LNB não contrata um baita executivo, para ajudar ao Kouros em todas as questões administrativas e publicitárias?

- Será que a LNB já contatou alguma rede de Fast Food? O objetivo seria claro: em cada ginásio, ou praça esportiva filiada ao torneio, haveria um espaço para a marca vender os seus produtos. Seria um atrativo para o público, para a molecada principalmente, e uma baita exposição para um Mc Donald, Bob’s, Mega Matte ou Habib’s da vida. Evidentemente que a LNB lucraria com isso (um percentual dos lucros e mais o contrato de patrocínio), mas é preciso haver um projeto correto e um espaço decente para que estas empresas tenham visibilidade.

- Organizar shows durante as partidas é fundamental. Tratar o basquete apenas como um jogo é um retrocesso. Enxergá-la como entretenimento é o mais inteligente. Organizar promoções (arremessos do meio da quadra, concertos de música, etc) e cativar o público é muito básico.

- Trazer o público jovem para mais perto da modalidade é muito fácil. O basquete brasileiro, hoje, é uma modalidade eminentemente de internet – é só ver o número de alucinados que viram noites em busca de uma partida da NBA em programas piratas na internet. Disponibilizar os jogos na grande rede pode parecer uma loucura neste momento, mas começar a pensar nisso é primordial. Fazer do site oficial, que ainda não existe (quanta demora, meu deus!), uma ferramenta de comunicação eficaz e ágil com este público, é mais do que básico. Colocar blogs de atletas e comissões técnicas pode ser um bom começo. EXIGIR que todos os times tenham os seus próprios sites oficiais, idem.

CONTINUA AMANHÃ

13 comentários:

Anônimo disse...

cara, eu concordo com tudo o q vc sugere, mas me pergunto se eles nao tentaram tudo isso e nao houve abertura. a gente acha q é simples, mas nao é todo mundo q assume riscos desses. eu acho tudo isso viável, mas eu não conheço a realidade dentro dessas negociações. não pode ser tudo na mão da liga como entidade também, os clubes têm de fazer suas partes e ações de marketing, e parece q ninguém está com recursos ou preparado para isso ainda

fábio balassiano disse...

adriano, vai me desculpar, mas que custos há em correr atrás de grana?
os clubes, sim, não querem nd porque são entidades falidas e gerenciadas por pessoas sem a menor experiência administrativa e ou de marketing.
os clubes precisam fazer as suas partes, mas se a liga ao menos começasse, dando exemplos, seria um bom começo. aguarde o artigo de amanhã e teremos uma boa noção de como.

só dou uma dica: a nba e a espanha formam profissionais nas faculdades. tenho uma amiga que trabalha no mmmt estdiantes, cujo curso de marketing foi financiado pelo clube em madrid!

abs, fábio

Anônimo disse...

Suas sugestões são pertinentes, mas será que o pessoal da NBB é tão amador que não pensou em nada disso?

Para tirarmos a dúvida, seria importante que divulgassem o que estão fazendo para captar recursos.

Pela tabela, me parecessem desorganizados. Tem jogo na sexta antes do Carnaval e na quarta de cinzas.

Com a fase do basquete, seria mais oportuno fazerem grupos, com a disputa sendo em cidades alternadas. Daria chance de mais gente ver as equipes. Uma divulgação maior. Numa época de pouco dinheiro, reduzir custos e atrair público seria fundamental.

fábio balassiano disse...

anônimo, sinceramente acredito que eles tenham pensado em algumas dessas sugestões, mas não em todas, até porque nada foi divulgado, e temos todo o direito de desconfiar das idéias, ou da faltas delas, não?

isso que você atentou da tabela é, realmente, um escárnio!

abs, fábio

Luiz Melo disse...

Programar jogos para essas datas é um excelente exemplo do nível de organização da liga. O que é lamentável.

Thiago Anselmo... disse...

Fábio, show de bola o texto cara... Eu me identifiquei com a parte dos alucinados que madrugam pra ver NBA.
hsuhaushas

Esse campeonato, teria tudo pra começar com pé direito, ja com uma organização do caramba, mas parece que eles estão nem ai.

No texto que o Guilherme, do DRAFT BRASIL, fez sobre a NBB e GLOBO, podemos entrar no site da NBB, o qual é direcionado para o site sobre basquete da globo.com (vergonha).

Porque nao ter dividido os direitos dos jogos... Seriam 3 emissoras fechadas, e quem sabe a BAND poderia se interessar, ficando 3 fechadas e 1 aberta... A liga lucraria, e o mesmo seria dividido para os clubs como direito de transmissoes dos jogos.

Anônimo disse...

Senhores, se o São Paulo F.C que é reconhecido pela exelência no espote mais popular do país e o Corinthians, que contrataou um atleta que jua foi eleito 3 vezes o melhor do mundo, estão com dificuldades em arrumar patrocinio, imagina que tem colecionado fracassos a mais de uma década!? Não vai ser nada fácil.
Abraços
Luiz

Anônimo disse...

Vale e Votorantim estão cortando gastos. Acho que se bater na porta delas dificilmente alguém atende!

Anônimo disse...

sobre a tabela do campeonato, valhe a pena falar mal da NBA entao, os cars tem 12 jogos no dia 23 de dezembro, 6 jogos no dia 25 de dezembro e 6 jogos dia 31 de dezembro.....

Anônimo disse...

Bala, ótimo texto - os fanáticos da madrugada agradecem a citação - rá rá rá
Acho que a desorganização pode ser medida pela ausência do site oficial - afinal, onde todas essas questões poderiam ser tão amplamente divulgadas (e a custo zero) se não for na internet?

fábio balassiano disse...

galera, tá legal a discussão aqui, mas vamos lá:
- os nomes das empresas foram exemplos, apenas. pode colocar qualquer imensa empresa.
- anônimo, sobre sua citação da tabela, eu concordo, mas tudo isso se chama hábito.

abs, fábio

@lisangelo disse...

Eu acredito que todos estes problemas sejam decorrencia da acomodacao. Do habito de receber dinheiro de estatal. Acompanho de longe o basquete, apenas pela internet e tv, mas sempre vejo citados exemplos de treinadores e dirigentes que ocupam cargos publicos.
Esse pessoal esta interessado em conseguir algum cargo de direcao e receber dinheiro patrocinado pelo governo. Ai nao precisa se incomodar e correr atras de divulgacao, patrocinio...

Jonas disse...

Concordo que a falta de transparência leva a desconfiança.

Jogos na véspera do carnaval e na quarta-feira de cinzas é brincadeira.

Vale lembrar que cultura americana é outra, logo fica difícil comparar o fato de lá ter jogos em dias "estranhos".

Aqui, estamos tentando reconstruir uma modalidade. Então, o mehor é ter datas "normais".

Outra coisa importante é os jogos passarem na TV sempre em datas fixas. Ou seja, por exemplo, toda quarta-feira, às 20h. Isso é fundamental para criar o hábito. Se numa semana passar na quarta, às 20h, na outra quinta, às 21h, depois volta para quarta, às 22h, fica complicado fidelizar o público.