quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A tentativa de Vanderlei

Depois de ter ouvido Hortência a respeito da seleção de desenvolvimento, conversei ontem à noite com Vanderlei, diretor dos rapazes. Vamos ao papo sobre o mesmo tema.

BALA NA CESTA: Como foi a formatação da seleção de desenvolvimento da CBB?
VANDERLEI: No dia 27 de dezembro sentamos com os clubes e comunicamos a eles da nossa intenção. Obviamente que nem todos ficaram satisfeitos, mas eles entenderam a nossa intenção de diminuir a defasagem internacional do basquete brasileiro e de acelerar o processo de amadurecimento dos meninos visando às competições internacionais. Escolhemos 15 rapazes entre 15 e 19 anos, e a intenção é preparar essa geração não apenas para o Mundial Sub-19 da Letônia, mas principalmente para o futuro deles como atletas com potencial de seleção. São garotos ótimos, e até mesmo os mais novos (Guilherme Saad e Lucas, do Pinheiros, que têm 15 anos) foram avaliados e chancelados pelo Rubén Magnano, que analisou tudo conosco desde o começo.

-- Não faltarão jogos para esses meninos se desenvolverem?
-- Não, não faltarão porque estamos com uma série de amistosos alinhavados (serão oito em países como Lituânia, Sérvia e Croácia), além de um período de treinamentos e amistosos contra Universidades dos Estados Unidos. Além disso, há a possibilidade de, no fim de março, levarmos todos os atletas para uma série de clínicas nos EUA. Acho que eles evoluirão demais neste período em que permanecerão com o Neto, Gustavo (nota: na quinta-feira, Gustavo de Conti decidiu não assumir como assistente devido a fatores pessoais) e André, que aceitaram se desligar de seus clubes para ficarem de forma exclusiva com a CBB.

-- Essa liberação foi o motivo principal pelo qual o Walter Roese (foto à esquerda) não continuou na Sub-19?
-- Sim, sem dúvida foi. O projeto oferecido ao Neto foi discutido com o Roese, que não pôde aceitar devido a compromissos nos Estados Unidos. As portas da CBB estarão sempre abertas a ele, mas neste momento precisávamos tentar algo diferente. Estamos com um prejuízo grande no basquete brasileiro, e escolhemos uma atlernativa para mudar isso tudo. Se vai dar certo, só o tempo dirá, mas estamos tentando.

--Raulzinho e Lucas Bebê estão foram deste período inicial de treinamento, certo?
-- Os jovens que você citou atuam por seus clubes e se desenvolvem lá e por isso se juntarão à seleção posteriormente. Assim como a dupla, o Felipe Vezzaro (Junior College nos EUA) também se apresenta depois (os do exterior não vêm neste primeiro momento). Mas essa é uma boa oportunidade por exemplo para meninos como o Gabriel Aguirre, que esteve na Copa América Sub-18 e agora treinará conosco. O Magnano gostou muito dele, e acho que com esse período de treinamento ele poderá render mais, crescer como atleta, quem sabe até atuar em outras posições (ele tem boa técnica e boa leitura de jogo). Estamos atentos a tudo.

-- Você fala em tentativa, mas considera que essa solução de vocês resolve o problema do basquete brasileiro?
-- Não, de jeito algum. O basquete daqui só será forte com clubes, técnicos e campeonatos fortes e organizados (tanto na base quanto na categoria adulta). Quanto a isso não há a menor discussão. Mas, repito, estamos dando um passo inicial. Não podemos mais depender de gerações talentosas que surgem. Queremos depender de trabalho, e de trabalho feito com muito conteúdo, planejamento e disciplina. Esta é a nossa meta. Sabemos que resultados são importantes, mas melhor que isso é a maneira como eles vêm. Cito, por fim, o exemplo de como esse intercâmbio de jogos e treinamentos é fundamental. A seleção Sub-18 que encantou a vocês começou patinando em um Sul-Americano, melhorou no torneio da Alemanha e foi brilhar na Copa América dos EUA. Por quê? Foram dez jogos internacionais e mais de dois meses de treinamento. Vamos perseguir o caminho do sucesso através de tentativas desta maneira.

31 comentários:

Anônimo disse...

Excelente entrevista!
Vc ta demais nesse comeco de ano

Tales

Anônimo disse...

Q diferença dele pra hortencia. Vanderlei ao menos sabe o que fala!

E mais uma vez vc mandou bem. Teu blog hj supera tudo na concorrência, guri!

Jonas

Dante De Rose Junior disse...

Fábio

Parabéns pela entrevistas e pela forma como foram feitas. Temos que dar um crédito ao trabalho que está se iniciando. Infelizmente, há pessoas que criticam de forma inadequada sem esperar pelos resultados.
A tentativa de CBB é válida e devemos torcer para que dê certo.
Afinal de contas, todos nós gostamos do basquetebol e vivemos dele.
Temos que acreditar no nosso produto.

Finalizando. Uma sugestão: que os anônimos se identifiquem e assumam suas opiniões.

Atenciosamente,

Dante

Anônimo disse...

E aquele assunto dele ser agente de atleta? Nunca mais veio à tona?

fábio balassiano disse...

anônimo, não creio ser justa essa acusação ao vanderlei.
já perguntei isso a ele, ele negou e nada nunca foi provado.

acho que já fui fundo o suficiente, e nada nunca veio à tona.

chega, não?

fábio

Anônimo disse...

Gostaria muito que o Vanderlei fosse o responsável também pelas seleções femininas, com certeza teríamos um treinador do nível do Magnano comandando as meninas, acompanhando e fomentando o trabalho de base.
Também não teríamos tantas polêmicas como as promovidas pelas trapalhadas da Hortência.
O cara sabe o que e quando falar e principalmente como fazer.

Parabéns!

Anônimo disse...

Aplausos para o Vanderlei: consciente, coerente, competente, discreto e extremamente assertivo em suas decisões.

Anônimo disse...

Só faltou uma pergunta,
Por quanto tempo este convênio será mantido? Garantias?
6 meses e aí?
CAda um volta para os seus clubes?
De onde vem a verba?
CBB?
Brasília (Governo Federal)
Tem que justificar essas despesas todas, afinal é muita grana e tem que viajar mesmo, fazer despesas, criar justificativas,
Faltou isso Bala.
Abs e parabéns pela entrevista

fábio balassiano disse...

anônimo, boas perguntas, vamos lá.
1- Hortência disse que a verba sai do Ministério dos Esportes, que custeia, junto com a CBB, tudo (moradia, alimentação, passagens e estudos).
2- Os meninos treinam e depois voltam pros clubes
3- sempre que houve mundial de base haverá seleção permanente. ano que vem, se tudo der certo pros meninos e meninas, haverá sub-17 de ambos


Foi?

Abs, Fábio

Anônimo disse...

Bala meus parabens pelas materias e me pergunto porque o site da CBB nao faz nada?nem reproduz o que voce faz.Elogios a você e vaias novamente para o marketing e imprensa(fraca) da confederaçao

peter schiling disse...

bala, fantástico trabalho. continuo achando uma ação pouco eficaz, mas Vanderlei mostrou que sabe o que está falando. fico apenas me perguntando se não seria possível desitnar uma verba grande dessa para realizar um trabalho junto aos clubes e talvez atingir um número maior de garotos.

Anônimo disse...

Peter,

Dinheiro público para ser aplicado em clubes particulares?

Anônimo disse...

Não deve ser nada fácil realizar um projeto como esse, conseguir os recursos via Leis Federais, montar as estruturas nas cidades, negociar com os clubes, dar condições de estudo e moradia para os atletas, agendar os jogos internacionais, etc.

Ficar apontando defeitos no que está sendo feito e projetando ideias mirabolantes é muito, mas fácil mesmo.

Já critiquei bastante a CBB, principalmente pela sua omissão e inércia e agora dou parabéns, porque eles estavam correndo atrás do prejuizo e agora estão arregaçando as mangas e FAZENDO ALGO PELO BASQUETE.

Não é a solução ideal para todos os problemas, mas para recuperar a modalidade que tem sido sucateada nas últimas DÉCADAS, não podemos ter pessoas idealistas no comando e sim pessoas capazaes de AÇÕES PRÁTICAS E OBJETIVAS.



Luis

Anônimo disse...

Desse projeto podem sair pelo menos quatro atletas para representar a seleção masculina e quatro para a seleção feminina, só isso já faz valer a pena.


Vamos torcer!

THIAGO DA SILVA MOURA disse...

QUAL PERIODO QUE ESTE ATLETAS PERMANECERAO TREINANDO E JOGANDO JUNTOS?
E AS REVELAÇOES DO BASQUETE QUE SURGIREM DURANTE ESTE PERIODO , SABEMOS QUE NOSSO PAIS É ENORME E TEM INUMEROS GAROTOS EM NOSSO PAIS ?
OLHA VIVENCIEI ISSO NA PELE JÁ ISSO , JA VI MUITOS ATLETAS DE NIVEL NÃO SEREM CHAMADOS DEVIDO A FAMOSA PANELA, NA BASE ISSO É MAIS ACENTUADO AINDA, ESPERO QUE ESTE PROJETO SEJA REALIZADO DE FORMA CORRETA E INTELIGENTE,DEVEMOS ESTAR ATENTO A TODOS A ATLETAS QUE ESTIVEREM SURGINDO SEJA DO SUL AO NORTE DO PAI.
SOU O TIPO DE PESSOA QUE AMO BASQUETE, NAO LIGO PRA DERROTA DENTRO DE QUADRA, MAS LIGO PRA FORMA QUE O BASQUETE ESTA SENDO ADMINISTRADO NA BASE, SEM UMA BASE SOLIDA NAO A PREDIO QUE PERMANEÇA DE PÉ, O SEGREDO TA BASE INICIAÇÃO, NAO ME ILUDO COM PALAVRAS BELAS, O QUE CONNVEN SAO ACOES DE FORMA CORRETA PARA EVOLUÇÃO DO BASQUETE .
ABRACO GALERA

Anônimo disse...

clinicas no fim de marco? durante o march madness?
entao nao sera em nenhuma das 68 melhores universidades, certo?

fábio balassiano disse...

anônimo, há clínicas durante o march madness também (e depois tb).
o próprio lamas deu uma clínica lá neste ano.

Abs, Fábio.

Bill disse...

E os técnicos, estarão então exclusivos da CBB? Após os 6 meses da seleção permanente, o que farão?
Bala, e o Paulistano (Gustavo), quem assume? E o Palmeiras (Neto)? E o Círculo Militar (André)?

Anônimo disse...

E assim caminha a Humanidade...

Anônimo disse...

E assim caminha a Humanidade...

Anônimo disse...

Continuo não acreditando que possa funcionar. Somente CUBA tem alguma coisa parecida e por que simplismente não existe campeonatos por la da forma como conhecemos. Os tecnicos escalados pra este trabalho são muito fracos, com exeção do Magnano e talvez do Neto, o Gustavo é fraco e o Germano ..putzz, e nada acresentarão ao que estes mmos atletas tem nos clubes e em alguns casos será abaixo do que eles tem diariamente por lá. Some-se a isso a TOTAL falta de competição...na minha maneira de ver, jogador em formação precisa de muito fundamento, treinos e mais treinos e jogar muito, COMPETIR o maximo possivel.E se qdo possivel, em categorias que apresentem desafios, categorias acima de suas idades. Convenhamos, jogos amistosos ou torneios não são competição. Torneios, jogos amistosos e Clinicas no exterior, poderiam ser feitos sem nenhum dos jogadores estarem isolados no fim do mundo, é somente uma questão de planejamento e trabalho coordenado entre as diversas entidades envolvidas, alem de nenhum clube se sentir lesado e negarem a liberação de seus atletas. Estes jogadores, qdo voltarem de Minas Gerais para seus clubes de origem vão pra que escola? As ajudas de custos que recebem vai estimular este garoto que vem de ganhar 3 mil por mes???? tambem não vi nenhum profissional da psicologia esportiva envolvido nisso..alguem sabe se tem?? Gostaria de saber a posição de profissionais desta especialidade sobre esta seleção permanente. Sinceramente gostaria que desse certo, mas HOJE não acredito. Ate agora só vimos palavras e nada organizado ou algum planejamento. Ah.... aproveitem e levem tecnicos pra estas clinicas, eles estão precisando, e urgentemente, senão daqui a pouco teremos que ensinar espanhol aos jogadores que a invasão de argentinos ja começou.
Abç Eduardo

peter schiling disse...

Anônimo das 11:23, eu não disse investir dinheiro público em clubes particulares. Eu disse que a CBB poderia fazer um trabalho em conjunto com os clubes. Acho que o melhor trabalho que a CBB poderia fazer seria de capacitação dos técnicos de base do basquete brasileiro.

Paulo disse...

Bala, quais os técnicos do masculino sub15 e sub16?

fábio balassiano disse...

não sei, paulo.
vou apurar.
mas deve ser o germano em um dos times.

Abs, Fábio

Guilherme disse...

Em que pese a clareza das respostas do Vanderlei mereça elogios, eu não tenho como concordar com o teor delas.
1) Se esse projeto pretende ser o modelo adotado pela CBB para que se forme atletas, ele é insuficiente, porque é centralizador e excludente. A CBB precisa pensar em algo que seja abrangente, qualificar os treinadores, aumentar o intercâmbio entre as regiões do país, melhorar as competições de base, etc...
2) Se esse projeto pretende apenas preparar as equipes que vão representar o Brasil nos Campeonatos da temporada, ele também é insuficiente, porque os principais jogadores não irão participar da maioria das atividades.
A conclusão é de que vai ser feito um grande investimento em um número pequeno de atletas. Não haverá contribuição alguma para o crescimento de esporte como um todo. E haverá, por parte da CBB um discurso no sentido de que "estamos no caminho certo".

Anônimo disse...

Do site da CBB sobre as seleções de base:

Para 2011, o período de treinamento subirá para 369 dias e 73 amistosos para preparar as equipes masculinas para os 29 jogos. No feminino serão 369 dias de treinos com 68 amistosos, visando às 27 partidas internacionais.

Anônimo disse...

Galera, vamos ler mais sobre o tema antes de tecer opiniões?


Sobre custos de moradia e estudos:

A Hortência disse: "a Confederação arcará com os custos de moradia, alimentação e estudo das meninas."

Sobre jogos e competições

O Vanderlei disse:

"Estamos com uma série de amistosos alinhavados (serão oito em países como Lituânia, Sérvia e Croácia), além de um período de treinamentos e amistosos contra Universidades dos Estados Unidos."

A Hortência disse:

"Essas meninas vão viajar muito com o Tarallo, vão treinar no exterior, vão atuar contra times e seleções da Europa e dos EUA em amistosos (França e Espanha já foram contatados) e ganharão experiência com isso."

Sobre período em que os atletas ficarão com os clubes:

Serão seis meses de treinamento com a seleção e seis meses com os clubes para a disputa dos Campeonatos de Base, que acontecerão no segundo semestre.
Os atletas que atuam no exterior, no NBB e na LBF permanecerão com seus clubes até o final dos compromissos e em seguida serão integrados às seleções.

Minha opinião:

Nunca antes na história da CBB (rs) as seleções de base tiveram uma preparação tão bem planejada, estruturada e como uma programação de jogos tão boa, talvez o termo "seleção permanente" tenha causado tanta polêmica e tantas críticas, mas vale lembrar que na verdade é um projeto de seis meses, visando a preparação da seleção juvenil (com alguns agregados) para o Mundial da categoria.
O projeto não tem a intenção de resolver os problemas estruturais do basquete brasileiro e sim propiciar aos melhores atletas da categoria uma oportunidade para se desenvolver ainda mais.



Marco Antonio

Anônimo disse...

Que pena !!!

15 meninos em um universo de quantos? quem garante que são os maiores talentos.A CBB deveria investir nos clubes, baixar taxas , usar esse dinheiro para dar clinicas para os tecnicos, pagar bolsas atletas para meninos do Brasil todo e não enfiar 15 garotos para virarem super atletas e em agosto cada um arranje um time para poder continuar jogando.Se sou diretor de clube não libero meus atletas.Sou em quem pago almoço, transporte, tecnicos, viagens , taxas de arbitragem e na hora de competir , meus atletas mais capazes teoricamnete se retiram e voltam 6 meses depois.
Fortaleçam as categorias de base, diminuindo custos, e com campeonatos em todos os estados.
200 milhões de habitantes, tem MUITO talento por ai para ser descoberto, mas como sempre falta vontade politica.

THIAGO DA SILVA MOURA disse...

UMA IDEIA MUITO INTERESSANTE É O QUE OCORRE NOS ESTADOS UNIDOS O FAMOSOS CAMPS EM LAS VEGAS, ONDE OS PRE SELECIONADOS PELO COACH K VÃO TREINAR, OUTRA SITUAÇÃO AINDA MAIS FAVORAVEL SERIA IMPLANTAR ISSO AOS JOVENS POIS TERIAMOS NO ANO NO MINIMO 2 PERIODOS DESTE PROCESSO, VEJAMOS POR SAO PAULO ONDE A JOGOS REGIONAIS E ABERTOS , NESTES PERIODOS AS CATEGORIAS DE BASE NÃO ATUAM, SAO 15 DIAS DE TORNEIO REGIONAL O ABERTO, SERIAO NO MINIMO 15 DIAS DE TREINAMENTO INTENSIVO COM A SELEÇÃO DE BASE, PODERIA SER UMA OUTRA SOLUÇÃO, MAS PRA ISSO SERIA IMPORTANTE A HAVER UM CENTRO DE TREINAMENTO PARA O BASQUETE

Anônimo disse...

SO QUEM E DA SELEÇAO SABE Q O GUSTAVINHO FOI PEÇA FUNDAMENTAL NA BOA CAMPANHA NA COPA AMERICA E SUA SAIDA REPRESENTARA UMA ENORME PERDA PARA O GRUPO DA SUB 19.

Anônimo disse...

a vai! para anonimo, gustavinho queima jogador...vc nem sabe o q fala, quero ver o gustavo pegar uma equipe ruim e fazer ela jogar, nunca fez uisso, sempre vendeu a alma para ter os melhores em suas mãos que ao termino do ano não serveriam mais, eram trocados como se limpa mão suja em papel...gustavcinho tenho pena do cap que vai continuar comprando fumaça sua...atré quando?