
Este mesmo menino começou a praticar basquete em sua casa, na cozinha, quando o amigo de sua mãe, Oscar 'Huevo' Sanchez (que posteriormente seria seu primeiro técnico na Liga Argentina), lhe ensinava a quicar a bola com os olhos vendados e desviando de mesas e cadeiras. 'Huevo', aliás, que foi a escola de Manu para dar um imenso "pito" na professora que ousou expulsá-lo de uma aula porque, vejam só, ele não parava de brincar com a pelota durante a classe.
Emanuel Ginóbili é craque, sabemos hoje, mas pouco de sua história de luta e sofrimento antes do estrelato foi contada. Sua estréia entre os adultos culminou com o rebaixamento do seu time do coração, o Bahiense (de Bahía Blanca), à liga regional B. O vice-campeonato Mundial em Indianápolis não teve a sua presença na final, lesionado que estava. Sua primeira temporada na Itália aconteceu depois da morte de seu avô, seu grande incentivador. Até o segundo ano na Itália, ele não havia vencido NENHUM título em sua carreira, nem nas divisões de base. Com a seleção argentina, não conseguia vencer o Brasil de Marcelinho até o juvenil. E por aí vai, no excepcional livro 'Manu: El Cielo con las Manos' ("Manu: o céu com as mãos", em português), escrito pelo jornalista Daniel Frescó (se quiser comprar, clique aqui). Obra, aliás, esgotada nas melhores livrarias de Buenos Aires, tamanha a idolatria ao camisa 5 portenho.
Poucos sabem, mas a esposa de Manu, Marianela, apelidada de Mani, é sobrinha de Sérgio Hernandez, atual técnico da seleção argentina. Seu irmão, Sebastian, ainda atua. Seu pai, Jorge "Yuyo", já foi técnico, dirigente e colaborador do time onde seus três filhos começaram e onde o ginásio, agora, se chama Emanuel Ginóbili.
Na cerimônia de reinauguração, em 2006, Manu não conseguia parar de chorar. Outro que não se continha era o porteiro do clube. Manu reconheceu o cidadão, o mesmo da época em que começou no clube aos sete anos, deu-lhe um imenso abraço e desandou a chorar ainda mais. Foram, juntos, até a entrada do novo ginásio, cortaram a fita comemorativa e continuaram chorando. Este é Manu, craque dentro e fora das quadra, e esta é a dica do 'Basquete é cultura' da semana.
3 comentários:
Queria este livro, mas em dois dos sites estão esgotados...e no site americano, nem tentei.
Mas pode deixar, tentarei achar na NET.
Deve ser legal.
Abraços Fábio
Manu é um exemplo de atleta que deve ser seguido por todos, vemos atletas aqui no Brasil, que se esquecem daqueles que os encaminharam, haja visto o tecnico do Oscar, Miura que até hoje luta para editar um livro de exercicios, ai Oscar dá uma forcinha ao cara.
Virginia Lurge
Brilhante, Fábio!
Você e o Manu são craques.
O blog está de altíssimo nível, e as colunas são ótimas. Parabéns, cara!
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