quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Muito Prazer, Tatiane Pacheco

A calada-porém-alegre-e-sorridente Tatiane Pacheco foi uma das poucas que se salvou no Mundial Sub19 da Tailândia. Com a nona colocação, a ala de Jundiaí somou 12,8 pontos (a melhor brasileira), 3,8 rebotes e 1,6 roubadas. Além disso, talvez represente fielmente o modelo brasileiro de se fazer basquete: talentosíssima, Tatiane obteve 3,8 erros na competição, possui um potencial físico inacreditável (braços longos e ótima explosão!) e, aos 18 anos, não deverá jogar o Nacional (seu clube, o Jundiaí, não participa de competições no adulto). Confira o papo com mais uma das promessas do basquete na seção Muito Prazer.

BALA NA CESTA: Como foi o Mundial para você? O que aconteceu com a seleção, que vinha tão bem na primeira fase, mas que despencou a partir da segunda etapa?
TATIANE PACHECO: Não foi como nós queríamos, mas foi um bom Mundial (deu para aprender muitas coisas com as diversas situações que encontramos durante a competição). Acho que depois da derrota pra Lituânia o time perdeu um pouco da confiança e não jogamos as partidas seguintes com a mesma alegria. Não soubemos lidar com esta derrota e isso abateu bastante a equipe.

-- Individualmente, a competição foi boa. Seus números foram ótimos, e você teve papel fundamental no time. Mas seus erros foram grandes (3,75 por jogo). Há alguma explicação para isso? O treinamento aqui no Brasil ainda é muito deficiente em relação aos fundamentos?
-- Me cobro bastante e me preocupo demais com os meus erros. Por isso tento corrigir os mínimos detalhes nos treinos. Este foi o meu primeiro Mundial, que é uma competição de altíssimo nível, e acho que a ansiedade me atrapalhou um pouco e contribuiu para meu número de erros. Não acho que o cuidado com os fundamentos seja muito deficiente por aqui. Acho que é uma parte do treinamento que todos, ou pelo menos a maioria, se preocupa bastante. Mas ainda precisamos melhorar em muitos deles (fundamentos).

-- Ainda sobre o Mundial, o que poderia ser feito para que você e as outras meninas desta geração desenvolvessem todo o potencial que mostraram no início do Mundial no basquete adulto?
-- Essa geração tem boas jogadoras, mas que precisam de muita atenção e cuidados. Todas têm potencial físico e técnico, mas também temos muito o que aprender e a evoluir. Acho que o que poderia ser feito é dar um pouco mais de bagagem - principalmente internacional. Acho que essa foi uma das coisas que faltaram em alguns momentos desse Mundial. Faltou um pouco de intercâmbio com outras escolas de basquete.

-- Aos 19 anos, você poderia ser um dos principais destaques do Nacional Feminino que está por vir. Entretanto, seu time, o Jundiaí, não deve disputar a competição. Como uma atleta como você, que precisa jogar em alto nível para se desenvolver, analisa essa situação?
-- Participar do Nacional seria uma oportunidade de crescer como jogadora e ganhar um pouco mais de experiência. Eu vivenciaria situações que em um campeonato juvenil não existem ou são totalmente diferentes. Com certeza seria ótimo para mim. Será uma pena se o Divino/Jundiaí não participar.

-- Quais são os planos para a sua carreira? Permanecer no Brasil deixa de ser uma prioridade quando as condições apresentadas por aqui são tão pouco atrativas?
-- Penso em jogar pelo menos mais um ano aqui no Brasil. Gosto do meu país e do basquete brasileiro. Mas se surgir algo interessante no exterior, não vejo porque não ir. Morar fora do Brasil traz uma experiência boa não só por ter contato com um basquete diferente como com uma cultura diferente. Acho que aprender um novo idioma e se adaptar a novos costumes seria interessante para meu crescimento pessoal também.

BATE BOLA
Uma palavra que amo: Felicidade
Uma palavra que odeio: Falsidade
Minha maior virtude dentro de quadra: Meu corte
Uma mania: Roer unha
Um ídolo: Michael Jordan/Minha mãe
Um sonho: Disputar uma Olimpíada
Uma cidade: São Paulo
Um lugar: Meu quarto
Uma comida: Arroz, bife e batata frita
Um livro: Nunca deixe de tentar (Michael Jordan)
Um filme: Griffin & Phoenix - O Amor Pode Dar Certo
Uma música: Decode - Paramore
Um(a) amigo(a): Franciele e Michele
Uma bola que chutei e caiu: A primeira bola do meio da quadra que eu chutei em um jogo.
Uma bola que chutei e não caiu: Várias (risos)
Um jogo inesquecível: Contra a Argentina na Copa América de 2008.Ganhamos na casa delas.
Um momento triste: Quando fui cortada da seleção em 2007
Um momento feliz: Meu primeiro título paulista
Um técnico: Kátia de Araújo
Uma frase: "Nunca desista dos seus sonhos"

4 comentários:

Duda 11 disse...

Bala, trabalhei como jornalista em Jundiaí e pude ver a Tatiane em treinos e jogos. Realmente é uma jogadora muito talentosa, de futuro! Talvez ela só precise ganhar mais velocidade e força física. E está na hora de ela procurar um time que dispute as principais competições do país. Uma atleta como ela não pode se resumir a torneios de base mais. Torço para que o Divino volte a este patamar, porque trata-se de um time com um projeto maravilhoso!

fábio balassiano disse...

que legal, duda11!
muito bom ouvir isso de alguém que esteve tão próximo da tatiane.

do pouco que eu vi, gostei bastante.
trata-se de uma menina que precisa ser lapidada.

abraços, fábio

Anônimo disse...

Parabéns Tatiane, sucesso pra vc. Acompanho sua carreira desde categoria mini, e vi talento desde o primeiro dia.
Feliz que depois de tantos anos e passando por vários técnico, cita a Kátia, acompanhamos o trabalho e percebemos que alguma coisa ela tem... Tássia, Patricia,

Não desista e procure um time para jogar adulto


Sucesso

Anônimo disse...

Quem é essa Kátia a Tatiane Citou? onde ela trabalha?