sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Não vale a pena ver de novo

Neste momento, você, querido leitor, já deve saber a quantas anda a saúde de Kevin Garnett. Mas a saída do astro do Boston Celtics da partida contra o Detroit Pistons na quarta-feira preocupa os verdes - e a quem gosta de basquete também, claro.

Sem Kendrick Perkins, KG tem sido "obrigado" a segurar a onda do veteraníssimo Shaquille O'Neal e do bom-porém-inconsistente Glen, o Bolinha, Davis no garrafão. E seus números mostram que ele tem dado conta do recado: são 9,8 rebotes (melhor marca desde que chegou em Boston), 15,4 pontos, a costumeira defesa excepcional e 54,1% nos arremessos de quadra (recorde da carreira).

Torço para que a lesão de Garnett não seja grave. Seria um castigo para este já desfalcado Boston (agora Rondo e Perkins, antes Jermaine e Shaq, além do próprio Erdem que vive se queixando de dor) e um castigo ainda maior para KG, que viveu o drama de um problema físico seríssimo há dois anos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Novo hermano

Auxiliar de Sergio Hernandez, Gonzalo Garcia é o novo treinador do Flamengo. O argentino se apresenta e já treina com o time no começo de 2011. Você gostou da contratação?

Obrigado e ótimo 2011

Aos leitores do Bala na Cesta, um muito obrigado pela companhia em mais este ano de muito debate aqui no blog. Foram mais de 1.230 posts, e mesmo achando que vocês mereciam mais eu gostei de ter feito este espaço em 2010.

Que em 2011 vocês tenham muita paz, saúde, alegrias e que o nosso basquete brasileiro dê alegrias para nós.

Muito obrigado, Fábio Balassiano.
P.S. Deixei posts programados até domingo.

Grande duelo, grande desfalque

Não poderia haver melhor duelo para fechar o ano. Em Dallas, os Mavs (24-6) recebem os Spurs (27-4) no confronto das melhores campanhas do Oeste. Promete sair faísca, mas o grande nome dos donos da casa pode ficar de fora. É Dirk Nowitzki, que se recupera de lesão no joelho.

O desfalque do alemão é tão grande que na terça-feira o Dallas, em casa, não conseguiu vencer o fraquinho Toronto Raptors - ok, você, querido leitor, pode alegar que contra o Oklahoma, fora de casa, os reservar Marion e Terry se superaram para bater um rival difícil. Mas acho que ninguém nega a falta que Dirk faz ao time, certo?

A questão é saber como reagirá o Dallas provavelmente sem a sua principal estrela contra um grande time e um grande rival. Se vencer sem Dirk Nowitzki, o time apaga o mico de terça-feira contra os Raptors e coloca uma baita pulga atrás da orelha dos Spurs. Será um baita jogo.

Um justo elogio

Em meu balanço divulgado aqui ontem, ficou um pouco de lado, e peço desculpas por isso, o justo elogio que a turma da LNB/NBB merece pelo trabalho realizado nestas três edições da competição nacional.

Kouros e os clubes sabem que há muito a evoluir (as receitas não cresceram, o torneio Sub-20 pelo visto não sairá nem em 2011 e a média de público ainda é baixíssima), mas os primeiros passos para reerguer uma competição que estava jogada de lado merecem aplausos.

Resta só saber se (e como) a LNB conseguirá dar os próximos passos na sedimentação de sua marca. Investir um pouco mais nas famosas mídias sociais pode ser uma alternativa (a entidade até tem seus perfis, mas ainda atua de forma bem tímida em Facebook e Twitter). Boa sorte para a Liga em 2011.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Milagre no Texas

Quando Yao Ming anunciou que estaria fora da temporada, Rick Adelman, o técnico, coçou a cabeça, pensou que também não contava com o armador Aaron Brooks e disse que tudo estava perdido. O raciocínio fazia sentido: se com o chinês o Houston Rockets começou a temporada com 4-11, sem o pivô a tendência seria tudo piorar consideravelmente.

Só faltou avisar a Kevin Martin e a Luis Scola, os dois astros da equipe. O alinha, arremessador incorrigível, acertou a mão e anotou 20 pontos ou mais em 11 das 13 partidas de dezembro (em três delas ele chegou a 30 ou mais), chegou à média de 23,4 pontos (quase igual à maior da carreira - 23,7). Dentro do garrafão, Luis Scola nunca esteve tão genial na NBA. Tem a melhor média de pontos de seus quatro anos na liga (20,1, quase 25% a mais do que os 16,2 obtidos na temporada passada) e mantém uma consistência absurda para alguém tão vigiado quanto ele (apenas uma partida com menos de dez pontos até aqui).

Com isso o Houston, desacreditado, pulou daqueles 4-11 de novembro para 15-15 em dezembro (cinco vitórias seguidas e sete nos últimos oito jogos). Hoje o time enfrenta o Miami no Texas, e não poderia existir melhor teste não só para a dupla que comanda o show, mas para os Rockets como um todo.

Tiro certo, momento errado

Não preciso dizer que nunca fui fã de Paulo Chupeta, técnico demitido ontem pelo Flamengo após mais de cinco anos no cargo. Pouco estudioso e adepto de uma linha de trabalho bem liberal, ele literalmente não faz o meu estilo (e nem vou entrar no mérito das suas superstições).

Dito isso, vamos à minha opinião: sei bem que o clima entre o grupo (principalmente com os "cardeais") e o treinador era ruim pacas (chegava a ser feia a atitude de alguns atletas), mas não vejo o menor sentido em mandar Chupeta embora neste momento - a não ser, claro, que seja para contratar alguém do alto escalão como Sergio Hernandéz. E aqui cabe uma observação importante também: até que ponto os jogadores do Flamengo deixarão alguém se impor? Todo mundo sabe como, e por quem, a banda toca na Gávea, e não é fácil assumir o comando - talvez este tenha sido o maior mérito, e também o maior pecado, do ex-comandante rubro-negro.

Repito: nunca contrataria Chupeta para treinar um clube meu, mas achei o momento da tomada de decisão (durante a principal competição do ano) ruim - isso sem falar do compromisso ético do profissional, que conseguiu manter o foco do time quando os salários chegaram a ficar mais de três meses atrasados há uma temporada. Todo mundo sabe que o Flamengo é um clube complicado (está aí o futebol que não me deixa mentir), mas um pouco de juízo não teria feito mal.

Um ano nota 4

O ano de 2010 está chegando ao fim, e decidi fazer um balanço da temporada do basquete brasileiro (atenção: é mais "corporativo", e menos individual). Vamos lá.

FATOS POSITIVOS
- Seleções de base foram treinar nos EUA
- Duas baita revelações surgiram (Lucas Bebê e Damiris)
- A contratação de Rubén Magnano, que viajou o Brasil inteiro vendo atletas e trocando informações com técnicos
- Criação de novas receitas (Bradesco e Nike)
- A classificação para os Mundiais Sub-19 de 2011
- Novo título de Janeth na Sub-15
- Consolidação do NBB

FATOS NEGATIVOS
- Ninguém pode ficar satisfeito com a nona colocação nos Mundiais adultos
- Diversas promessas de campanha de Carlos Nunes não foram cumpridas até agora (venda de produtos, reformulação no site, balanço financeiro divulgado etc.)
- Hortência (e não creio que mais nada precisa ser dito aqui)
- A dúvida sobre Janeth ser ou não agente de jogadora
- O tal Centro de Treinamento ainda não tem data para sair
- A ideia de seleção permanente
- A falta de um programa integrado para as categorias de base do país
- Falta de psicólogos em comissões técnicas de seleções
- A não realização de cinco campeonatos de base previstos para este ano
- O não esclarecimento à sociedade sobre o método de ensino Hortência
- A falta de projetos de marketing de José Carlos Brunoro
- A ingerência de Brunoro em outras áreas que não a sua (de acordo com Ênio Vecchi, foi ele quem o ligou para assumir a feminina)
- A falta de perspectiva para as jovens do basquete feminino
- A saída de Walter Roese da Sub-19
- Falta de sinergia entre clubes, federações, LNB e Confederação

JOGO DO ANO
Para mim, a final da Copa América Sub-18 em que o Brasil perdeu dos EUA. Foi, disparada, a melhor atuação de uma seleção nacional nos últimos cinco anos (em todas as categorias), e mostrou que um pouco de organização sempre traz resultado.

PROJEÇÃO PARA 2011
Espero sinceramente que o Centro de Treinamento saia do papel, que as duas seleções se classifiquem para as Olimpíadas de Londres, que o Nacional Feminino cresça de tamanho e de qualidade, que os nossos técnicos consigam se capacitar e que, claro, os nossos arremessos caiam mais do que os dos nossos adversários.

NOTA GERAL
4

E você, consegue dar uma nota para o ano do basquete brasileiro? Comente na caixinha!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Chupeta está fora

Paulo Chupeta não é mais o técnico do Flamengo. No cargo há mais de cinco anos, o treinador conquistou dois Nacionais e uma liga sul-americana pelo rubro-negro, mas viu o time cair na final da mesma Liga Sul-Americana para o Brasília aqui no Rio de Janeiro.

Nomes como Sergio Hernandez, Emmanuel Bomfim, Carlos Duro e Miguel Ângelo da Luz estão cotados para assumir o cargo.

Da Prancheta

19 - São os duplos-duplos seguidos de Blake Griffin (foto), calouro do Los Angeles Clippers que tem levado a quase sempre derrotada franquia a algumas vitórias (dez ao todo até aqui). A última foi ontem, em Sacramento, por 100-99 contra os Kings, e Griffin teve 24 pontos e 14 rebotes.

Griffin disputa vaga para o Jogo das Estrelas com Luis Scola, LaMarcus Aldridge, Kevin Love (líder em duplos-duplos da liga com 27, dois a mais que Griffin) e Pau Gasol. Você, amigo leitor, escolheria quem?

Um sonho de liberdade

Muita gente reclamou no Twitter que Luol Deng foi o maior responsável pela derrota do Chicago Bulls no Madison Square Garden no sábado. Falam, até com certa razão, que o ala de 25 anos não tem o famoso “espírito matador” para decidir as partidas para os Bulls.

O que muita gente não sabe é que a cabeça de Deng anda a mil com o referendo que em 9 de janeiro de 2011 pode dar ao Sudão do Sul a independência do Sudão (a disputa é bem sangrenta entre o norte - muçulmano - e o sul – cristão). Para saber mais sobre o assunto, indico o post do Carta e Crônica, de Henry Galsky (clique aqui e confira o blog, especializado em política internacional).

No último 17 de dezembro, Deng se registrou em Chicago para votar e tentar fazer valer a sua vontade (a de que o Sudão do Sul se torne de fato independente). Nestes momentos, a gente sinceramente percebe que o basquete é muito pequeno, e só de o cara conseguir ter cabeça para ficar 38 minutos em quadra por partida já mostra bastante do caráter do rapaz. No dia 9, Luol, que nasceu em Wau, joga a maior decisão da sua vida.

Esqueceram dos campeões

Nos últimos dias perguntaram sobre qual seria o meu palpite para o técnico da seleção feminina. Respondi, do fundo do coração, que não tinha a menor ideia, mas me espantou ver que nomes como Miguel Ângelo da Luz e Maria Helena Cardoso foram solenemente esquecidos pela CBB e por Hortência. Não digo que um deles deveria ser o comandante até 2012, mas acho que ambos poderiam contribuir na comissão técnica (talvez com ele como técnico, e ela como coordenadora).

Argumentam os críticos que tanto Miguel Ângelo quanto Maria Helena estão longe das quadras há séculos (razoável argumento, diga-se de passagem), mas quando a gente vê que o lado técnico de uma decisão deixa de ser a prioridade da entidade é porque algo está errado - bem errado. Ou alguém acha que Miguel e Maria Helena teriam menos capacidade e conhecimento que Carlos Colinas ou Ênio Vecchi (nada contra ele, por favor), que nunca treinou o feminino?

Só para lembrar: Miguel Ângelo é campeão mundial em 1994 (dois anos antes ele ganhou o sul-americano juvenil e em 1993 ficou em quinto no Mundial Sub-19 - nas duas competições, estavam Alessandra, Leila e Cintia) e medalhista olímpico, e Maria Helena Cardoso ganhou o Pan-1991 e formou a geração de Paula e Hortência. Estranho ver que a entidade e a ex-jogadora que tanto ganharam com eles tenha virado as costas para a dupla. Para quem tanto precisa de uma base sólida para plantar o futuro, esquecer do passado é um péssimo sinal.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Alto-falante

"Nossa filosofia diz que todos devemos estar com o mesmo pensamento, mas estamos jogando como se tivéssemos dois anéis e isso fosse o suficiente. Para mim, no entanto, pode ter certeza que isso não é, e deixarei isso claro aos meus companheiros ao ser o mais chato no treinamento de segunda-feira. Se alguém achou que ganhar o tricampeonato consecutivo seria fácil, se enganou redondamente"

A frase foi dita por Kobe Bryant após a derrota de sábado do Los Angeles Lakers para o Miami Heat (os angelinos têm 4-8 no Natal desde 1999). Concordo inteiramente com o craque dos Lakers. Para mim a questão não é o talento do elenco (mais do que provado), mas sim a capacidade de o time continuar motivado como o seu líder está/é (zona de conforto, vocês devem ter pensado também). O nervosismo de Kobe nas últimas duas partidas (expulsão contra os Bucks e falta técnica no sábado) mostra que o sinal de alerta está ligado em Los Angeles.

Alguém entende?

Não tenho opinião formada sobre a contratação de Ênio Vecchi para a seleção feminina. Obviamente o treinador não tem experiência com as meninas, não sabe quem são as jogadoras do adulto (as da base então...) e terá pouco tempo de trabalho. Mas, como disse aqui outro dia, eram poucas as opções de Hortência após as suas declarações estapafúrdias.

Se isso não bastasse, resta saber de quem será a palavra final na convocação para o Pré-Olímpico de Neiva, na Colômbia (leia-se autonomia). Vecchi sabe, por exemplo, quem são Damiris e Tássia? Tem ideia do que fazer na armação, posição mais carente do país? Conhece as meninas que estão atuando na Europa? Com tão pouco tempo para a competição e treinando o Vitória no NBB, fica impossível imaginar que tudo não saia naquele singelo e constante improviso da CBB, que, por incrível que pareça, se cala quando o assunto é departamento feminino.

Só que o problema, ao meu ver, é bem maior do que esse. A questão passa por simplesmente jogar dois anos de trabalho absolutamente no lixo no basquete feminino (onde está o planejamento?). Em sua gestão, Hortência teve três técnicos em menos de 20 meses de trabalho (Bassul, Colinas e agora Ênio) e nenhuma linha de raciocínio que se considere razoável (se é que ela tem alguma, claro). Alguém consegue entender o que diabos quer a Rainha com tantas mexidas assim?

A força da Flórida

O pessoal ficou meio fulo da vida comigo quando disse que a defesa do Miami possui falhas. Mantenho algumas das críticas (LeBron e Wade já marcaram melhor, por exemplo), mas sou humilde o suficiente para notar que os Heat têm a retaguarda menos vazada da liga (90,8 e permitindo apenas 42,4% de chutes certos dos rivais) e que melhorou bastante do último mês para cá. No sábado, o técnico Erik Spoelstra mandou muito bem quando encheu o garrafão para que a bola não chegasse a Pau Gasol (o espanhol ruiu e os Lakers não converteram de fora - 6/19). Vitória fácil do Miami (96-80), com triplo-duplo de LeBron James (27-11-10) e uma dose extra de confiança para o time que venceu 14 das últimas 15 com um Chris Bosh cada vez mais em forma (na ceia do ala-pivô, picadinho de Odom e Gasol e 24 pontos e 13 rebotes).

Quem também esteve bem foi o Orlando Magic, que ainda está em fase de ajustes após as trocas. Mas na quinta-feira e no sábado o time mostrou que pode, sim, ser grande nos playoffs do Leste. Em casa, bateu Spurs e Celtics, donos das melhores campanhas da liga e até então com ótimas sequências de vitórias, e mostrou bem mais do que a força de Dwight Howard (apenas seis pontos no sábado). Turkoglu voltou a ser o point-forward que conhecemos em 2008 (13,5 pontos e cinco passes de média nos dois últimos jogos), JJ Redick acertou a mão (5/5 nos três pontos contra o Boston) e Jammer Nelson foi absolutamente decisivo contra os verdes (dez de seus 12 pontos vieram nos últimos três minutos).

Cada um a sua maneira, Orlando e Miami mostraram força e promessa de dias bem mais animados. Após começos hesitantes, Stan Van Gundy e Erik Spoelstra parecem mais tranquilos e com elencos de sobra para vencerem. O sol brilhará na Flórida.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Uma correção

Na última semana disse que o projeto de Barueri para o basquete masculino terminaria (o feminino segue em compasso de espera). Na verdade, a categoria adulta, comandada por Marcel de Souza, é que está sem perspectiva de continuar o seu trabalho, mas as de base (o juvenil campeão inclusive), não. Por mais que oito que conquistaram o caneco tenham estourado a idade de juvenil, a categoria permanece em 2011. Está feita a correção (perdão pelo equívoco).

Ênio Vecchi é o técnico da feminina

Técnico do Vitória no NBB3, Ênio Vecchi é o novo comandante da seleção feminina que tenta vaga nas Olimpíadas de 2012. Seu contrato vai justamente até os Jogos de Londres, e, de cabeça (se estiver errado, por favor me corrijam), digo que ele se torna o quarto treinador do país a comandar os times nacionais masculino (foi campeão sul-americano em 1993) e feminino adultos (antes vieram Mário Amâncio Duarte, Renato Brito Cunha e Ary Vidal - além deles, Cesar Guidetti treinou ambos na base).

Pelo release da CBB, Ênio fica no Vitória até o fim do NBB, o que aparentemente denota que depois disso ele ficará de forma exclusiva para a seleção feminina. Observar o Nacional feminino de 2010 e as meninas que estão na Europa de perto para o Pré-Olímpico de 2011, no entanto, ele não conseguirá fazer de cara (o que seria importante para alguém que não conhece quem são, e como são, as meninas que ele precisará convocar).

E você, o que achou do nome de Ênio Vecchi? Comente na caixinha!

A ordem é prevenir

Foi divulgada nesta quinta-feira a tabela do próximo campeonato da WNBA. Com começo previsto para 3 de junho, a temporada regular se estende até a segunda semana de setembro. No caso do Atlanta Dream (time das brasileiras Érika e Iziane), vai até o dia 11, quando a franquia mede forças com o Fever em Indiana.

Por isso cabe um raciocínio básico pensando no Pré-Olímpico de Neiva, na Colômbia. Finalista da temporada passada, o Atlanta Dream fez seu último jogo da fase regular de 2010 no dia 22 de agosto, e fechou sua participação na finalíssima contra o Seattle Storm em 16 de setembro (24 dias depois). Registros importantes: a semifinal de conferência foi até o dia 27 de agosto (5 dias depois da fase regular), e a final do Leste até 7 de setembro (15).

E aí depois dessas contas todas é que o bicho pega. O Pré-Olímpico está previsto para começar no dia 24 de setembro, e se nada de extraordinário acontecer teremos novamente o Atlanta Dream nos playoffs da WNBA (lembremos: a fase regular termina em 11/9). Quanto mais o time avançar, mais espremido fica o calendário entre o final da liga e o começo da competição na Colômbia. Se chegar à decisão do Leste ou da liga (fato bem possível), então, é melhor esquecer de Érika e Iziane.

Não sei se Hortência e a Confederação já pensaram nisso, mas é melhor pensar em soluções alternativas desde já. Não há motivo algum para ser pego desprevenido desta vez.

Olho no menino

Começa amanhã, em Roma, o primeiro dos quatro rounds classificatórios da Euroliga Sub-18 que qualifica oito equipes para a decisão da competição entre 5 e 8 de maio de 2011 em Barcelona.

E um dos destaques da competição deste fim de ano é o quarteto local, que conta com Roma, Treviso, Stella Azzurra e Montepaschi Siena, time que do excelente brasileiro Dimitri Sousa (foto), ala de 16 anos, 1,96m e cujos dotes técnicos parecem bem acima da média (abaixo você vê o vídeo com alguns momentos dele).

Seria muito bom se alguém da CBB conseguisse monitorar mais de perto os passos de Dimitri, apelidado por lá de Bambino D'Ouro (Menino de Ouro). Ele é uma das maiores revelações do basquete nacional (seria leviano pensar em seu nome para o Mundial Sub-19 da Letônia em 2011?), a competição estará recheada de ótimos valores do mundo inteiro e seria uma ótima oportunidade de estreitar relacionamento com o rapaz, que já foi sondado pela Federação Grega para atuar por sua seleção.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Precisa-se de defesa

Todo mundo sabe que o forte de Diana Taurasi é o ataque. Dona de um dos melhores arremessos e jogos de pés do mundo, a ala norte-americana dominou o planeta com chutes certeiros e dribles desconcertantes nas rivais. Mas agora o que ela precisa mesmo é de defesa.

E defesa nos tribunais. Flagrada em um exame antidoping na Liga Turca (ela defende o Fenerbahce), Taurasi foi afastada da equipe enquanto espera a contraprova de sua urina. De acordo advogado da atleta, foi registrado um "resultado positivo para um estimulante de pouca influência".

A questão agora é a macha na carreira da melhor jogadora de basquete do planeta, e quão pesada (se houver mesmo, claro) será a punição da WADA (Agência Mundial Antidopagem). Se for considerada culpada, corre até risco de perde os Jogos Olímpicos de 2012 (fato que, sinceramente, não acredito). Mais do que nunca a defesa de Taurasi precisa aparecer pro jogo.

Este jogo vale muito

Ao contrário do jogo entre Lakers e Miami, que para mim vale pouco, este Knicks e Bulls (o primeiro duelo da rodada de cinco partidas de Natal) vale demais. É o duelo de dois times emergentes no Leste e o duelo entre dois candidatos a MVP (Amare Stoudemire e Derrick Rose).

O Chicago está em terceiro no Leste (18-9), vem de nove vitórias nos últimos dez jogos, possui a segunda defesa que permite menor percentual de acerto de arremesso aos rivais (43%) e é o quinto time que mais força erros dos rivais (16 por noite). Méritos totais para o técnico Tom Thibodeau, técnico de primeira viagem mas com um talento anormal. Do outro lado estarão os empolgados Knicks (17-12), que venceram 14 das últimas 18 partidas com este monstro Amare Stoudemire jogando muita bola.

Muita gente acha que Knicks e Bulls disputam a quarta colocação do Leste, mas se a fase de adaptação do novo Orlando Magic demorar a chegar ao fim, um dos dois pode até roubar a terceira colocação e avançar um pouco mais nos playoffs. Por isso o jogo de hoje vale muito. É um confronto direto (diretaço!) e um baita termômetro do que as duas equipes podem apresentar mais à frente (arrisco até a dizer que será o melhor duelo entre New York e Chicago desde a época de Michael Jordan). O Garden vai ferver.

Um jogão que vale muito pouco

A imprensa norte-americana tenta vender este Lakers e Heat de hoje à noite (às 20h, com transmissão do Esporte Interativo) dizendo que ele vale muita coisa (a honra do Miami, a recuperação do hesitante time de Phil Jackson e, afe, mais um capítulo do duelo entre LeBron James e Kobe Bryant). Desculpe ser mais uma vez o chato da paróquia, mas não vale nada disso.

O Miami não será melhor se vencer os Lakers, e não será pior se levar uma tunda no Staples Center. O time já provou as suas deficiências na defesa (LeBron James e Dwyane Wade nunca marcaram tão errado e tão pouco) e mostrou que não tem o menor padrão de jogo no ataque (é o famoso "bola nos caras que eles resolvem"). Contra os grandes (Dallas, Boston e Orlando), a campanha é de 1-5. Do outro lado, todo mundo sabe que o primo rico de Los Angeles anda em marcha lenta porque a média de idade do time é altíssima (o que não é bom, diga-se de passagem). Mesmo assim, levar uma surra contra os Bucks em casa, como foi nesta semana, é péssimo sinal.

E por fim, vamos combinar que essa história de LeBron vs Kobe já cansou pacas. Vamos ao ponto então: será um jogão, um jogaço, com ótimos duelos dentro de quadra (estou louco para saber como Ron Artest marcará o camisa 6 do Miami), e só isso para mim já basta para devorar o primeiro panetone do Natal em frente ao computador.

E para você, o que vale e quem vence o jogo do Natal? Comente na caixinha!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal para quem?

Renardo Sidney e Elgin Bailey jogam na Universidade de Mississippi State e estão no Havaí para a disputa do Diamond Head Classic de basquete universitário. Da arquibancada, eles viam um duelo do torneio quando, sabe-se lá por que, começaram a discutir e a brigar (é bom lembrar que os dois têm mais de 2,05m de altura). Dá uma olhadinha no vídeo e veja se o Natal da dupla, que agora está suspensa de forma definitiva, vai ser agradável.

Guilherme Vos no Rebote

Rodrigo Alves fez excelente entrevista com Guilherme Vos, técnico da Mangueira. Clique aqui e leia.

Quem quer?

Se a história fosse de cinema, talvez não tivesse final tão legal (ou triste, dependendo do referencial). Ontem à noite, em São Paulo, Barueri fechou as portas da carreira de oito juvenis com o título paulista. Venceu o Paulistano por 73-70, levantou o caneco com os 2-1 na decisão e agora vê todo o elenco na rua.

Os bons nomes do time, no entanto, devem receber propostas dos times do NBB. Ricardo Fischer (na foto), irmão de Fernando (de Bauru), teve mais de 17 pontos de média na fase regular e duas partidas com 30 ou mais pontos nos três jogos das finais (obrigado, @IvoDadalto). Com experiência no exterior (jogou na Suíça e passou dez dias treinando no Besiktas, da Turquia), tem ótimo chute de fora e boa leitura de jogo - no Paulista adulto, somou honrosos 13,4 pontos, 2,8 rebotes e 2,2 assistências em 22 minutos por jogo.

Outro destaque é Luiz Gustavo, que teve média de 19 pontos e apenas duas partidas sem conseguir dígitos duplos na pontuação. Além deles, os técnicos Julio Malfi e Marcel de Souza merecem ser lembrados.

Triste basquete brasileiro que desperdiça um time com tantos valores assim, mas o momento não é de se lamentar para os que procuram reforços. Creio que não há melhores opções no mercado do que alguns destes jovens que se encontram em Barueri. Ainda dá tempo de comprar antes do Natal.

Ouve aí, Papai Noel

Falta menos de um dia para o Natal, e o Bala na Cesta decidiu pedir algumas coisinhas para personalidades do basquete. Vamos lá.


Carlos Nunes - Mais presença (slogan de um dos patrocinadores da CBB, aliás)
Damiris - Que sua evolução continue a todo vapor!
Hortência -Um livro de oratória na cabeceira não seria ruim
Lucas Bebê - Que sua alegria dentro e fora da quadra nunca terminem!
Marcel de Souza - Um clube para treinar no NBB
José Carlos Brunoro - Duas ou três ideias boas para o basquete.
Janeth - Uma série de clínicas no exterior
Tiago Splitter -Mais minutos em quadra!
Nenê - Três ou quatro jogadas desenhadas por George Karl, seu técnico
Anderson Varejão - Um time e um arremesso
Leandrinho - Um técnico
Oscar - Que ele continue espontâneo!
Wlamir Marques -Uma justa vaga no Hall da Fama!
Luiz Claudio Tarallo - Muito sucesso no Mundial Feminino Sub19
Bala na Cesta - Mais paciência e menos promessas de que o próximo será o último ano do blog.

E você, concorda? Que presente você gostaria de dar para os grandes nomes da modalidade? Comente na caixinha!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Desejo um ótimo Natal aos leitores do Bala na Cesta. O ano de 2010 passou voando, e torço para que saúde, alegria e sucesso continuem acompanhando a todos vocês.

Obrigado pelo apoio, Fábio Balassiano

Um fantasminha nada camarada

Não deve ser lá muito fácil a vida de Erik Spoelstra, técnico do Miami Heat. Antes de começar a temporada, seu nome já era contestado. Depois do primeiro jogo (derrota em Boston), ficou ainda mais. Após uma sequência ruim, mais críticas. Nem as 12 vitórias seguidas aliviaram a barra do cara quando, num jogo apertado, o time da Flórida perdeu do Dallas.

Mas como tudo que é ruim sempre pode piorar, agora surge um concorrente de peso para assumir o lugar de Erik, que, diga-se de passagem, não conseguiu dar padrão de jogo algum ao time no ataque (viva a individualidade do trio) e na defesa (piores rotações da liga depois das do Golden State). É Larry Brown, demitido ontem do Charlotte Bobcats e por quem Pat Riley e LeBron James nutrem uma baita admiração (se é que é possível o LeBron admirar alguém a não ser o espelho).

Vale lembrar que o único título do Miami foi conquistado após uma troca de treinadores (saiu Stan Van Gundy, entrou Pat Riley), e muita gente continua apostando na mesma coisa para essa temporada. Para Erik Spoelstra, o fantasma da demissão está longe de ser camarada, e não o deixa em paz um dia sequer.

Promoção Anderson Varejão no All-Star

Para angariar os votos dos brasileiros, Anderson Varejão lança uma promoção aqui no blog para ser All-Star pela primeira vez. Leia o regulamento, vote no brazuca e concorra a uma das 10 camisas autografadas que serão sorteadas.

==================

Para participar é muito fácil, basta seguir o passo-a-passo abaixo.

PASSO 1 - Acesse o site oficial da NBA pelo link http://vqv.me/s/7R4
PASSO 2
- A seguir, entre no box 'International Fans' e clique em 'Votar Agora!'
PASSO 3 - Preencha o cadastro do box 'não sou um membro do NBA.COM ALL-ACESS', com seu nome completo, sobrenome, data de nascimento e endereço de e-mail, e clique em 'crie uma conta'
PASSO 4 - A janela seguinte mostrará dez campos para preenchimento das suas escolhas: cinco da Conferencia Oeste, cinco da Conferência Leste. Lembre-se: Anderson Varejão aparece como pivô da Conferência Leste. Preencha aqueles que considera seus cinco titulares ideais para as duas equipes. Em casa time há espaço para dois armadores, dois alas e apenas um pivô. Marque Anderson Varejão para pivô da equipe da Conferência Leste. O brasileiro é o penúltimo nome da lista de 12 jogadores indicados para a posição, acima de Ben Wallace e logo abaixo de Shaquille O'Neal
PASSO 5 - Uma vez completas as duas seleções, preencha o espaço das letras antes de confirmar seu voto. Somente depois de conferir seus votos, clique em 'Votar Agora!'
PASSO 6 - Em seguida, aparecerá uma página com a mensagem 'Obrigado pela votação'. Abaixo das fotos dos jogadores da seleção do Oeste você verá 'envie minhas escolhas para um amigo'. Este é um dos passos mais importantes na sua participação: será necessário preencher todos os campos da tela conforme orientação do 'passo 7'
PASSO 7 - No campo 'Friend's e-mail' coloque o endereço promocaovarejaoallstargame@gmail.com;
- No campo 'Your Name' coloque seu nome completo;
- No campo 'Your E-mail Address' coloque seu e-mail de contato;
- No campo 'Personal Message' coloque 'EU VOTEI NO VAREJÃO', além de um número de telefone, sua idade e sua cidade. Além disso, informe por meio de qual site e/ou blog tomou conhecimento da promoção (no caso de vocês, através do Bala na Cesta, né). Somente com essas informações será possível o contato com os ganhadores para o envio dos prêmios. O site da NBA vai gerar uma mensagem eletrônica automática para o e-mail da promoção (promocaovarejaoallstargame@gmail.com).

Serão aceitos única e exclusivamente os cadastros feitos pelo site oficial da NBA. Siga o passo-a-passo e preencha corretamente a tela conforme orientado no 'passo 7'.

Você pode votar várias vezes, mas é permitido um voto por computador por dia e as suas chances de ganhar uma das camisas oficiais autografadas pelo Anderson Varejão aumentam a cada voto.

São 10 camisas oficiais e a votação pelo site oficial da NBA acaba no dia 22 de janeiro. Participe, vote e leve o Anderson Varejão para o All-Star Game! Os vencedores serão anunciados em 4 de fevereiro!

Sem opção

Conforme exposto aqui e também no (brilhante) blog do Bert, ficou complicada a escolha de Hortência para o cargo de técnico de seleção feminina de basquete. Como se isso não bastasse, a Rainha ainda precisa definir qual será a programação da Sub-19 que disputa o Mundial no Chile no final de julho (afinal, teremos seleção permanente ou não?), entre outras "obras" atrasadas.

Que Hortência já demonstrou a sua falta de competência, isso não se discute mais. A questão, para mim, é saber por onde anda o presidente Carlos Nunes, que mostra-se muito pouco presente nas decisões do basquete brasileiro de um modo geral, e nas do feminino em especial.

O ano termina e uma série de decisões importantes foram deixadas de lado tanto pelo presidente quanto pela diretora de seleções. A sucata nos torneios de base continua, sobre o Centro de Treinamento nunca mais se falou algo e não há reforma alguma em termos estruturais no basquete brasileiro. O máximo que se pensou foi na famigerada seleção permanente, o que, vamos combinar, é muito pouco para uma entidade que precisa tentar recolocar o esporte em um lugar de destaque.

Alguém viu o presidente por aí?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A última de Larry Brown?

Michael Jordan acaba de demitir Larry Brown do seu Charlotte Bobcats. Após os 9-19 do começo da temporada, o dono da franquia decidiu demitir o treinador (nada mais clichê, não?), e provavelmente este terá sido o último trabalho de Brown na NBA. Campeão universitário e da liga, Larry Brown provavelmente é o melhor "professor" do jogo, mas não sei se ele ainda tem paciência para ensinar.

De todo modo, foi um dos melhores técnicos que vi.

Quebrada a marca

Se recordes são feitos para serem quebrados, está aí mais um que se foi. John Wooden e a UCLA ficaram pra trás (88 vitórias direto), e agora quem detém o maior número de vitórias consecutivas no basquete universitário norte-americano é Connecticut, que ontem triturou Florida State por 93-62 com 41 pontos e dez rebotes dessa fenomenal Maya Moore (na foto).

Agora são 89 para o time comandado por Geno Auriemma, que se saiu com mais uma ótima frase a respeito da marca batida por suas comandadas: "Isso aqui não é UCLA, e eu não sou John Wooden. Não quero comparações com ninguém e nem com time algum. Somos UConn, e isso já é bom demais".

De fato é uma marca inacreditável, e que só tende a crescer. Connecticut é a grande favorita ao título deste ano também, e continuará por muitos anos como o melhor programa de basquete feminino do país.

Alegre retorno

Não poderia ser melhor o retorno de Limeira à elite do basquete brasileiro. É bem verdade que o começo no NBB3 é hesitante, mas altamente explicável porque os canhões do time, e da cidade, estão voltados para as finais do Paulista. Digo finais porque ontem o time contou com um primoroso primeiro período (31-13) para bater Araraquara por 90-69 e fechar a semifinal em 3-1.

É fato que, ao contrário do que vinha apresentando, o time abusou dos três pontos (12/29), mas contou com ótimas atuações de Diego (maduro, ele teve 24 pontos e seis rebotes) e Ramon (o dominicano, na foto, não saiu de quadra por um segundo sequer, somou 19 pontos e sete assistências e comandou a equipe) para sufocar os rivais na defesa (louvável atitude de Daniel!) e controlar as ações desde o primeiro minuto.

Méritos para Demétrius e Dedé, que comandam a equipe, mas principalmente para a cidade, que abraçou a causa basquete, sofreu um bocado com o ano de hiato e agora vê o elenco chegar à final do Paulista contra o Pinheiros (decisão só em janeiro/2011). Em 2008 o título ficou por lá, então agora é saber se a história se repete.

O jogo da paciência

Não dá para dizer que Tiago Splitter esteja tranqüilo. Na entrevista ao Bala na Cesta na noite desta terça-feira, ele repetiu algumas vezes a palavra paciência, que é o que ele mais precisa no momento em que pouco atua no San Antonio Spurs. Sem mais delongas, confira o papo com o pivô do time texano, que não gosta nem de falar que a lesão na pré-temporada o prejudica agora na obtenção de mais minutos em quadra (“Isso já passou, não tenho como ficar pensando nisso. Tenho que ficar de olho no presente”).

BALA NA CESTA: Hoje será o primeiro jogo seu que será transmitido para o Brasil (às 23h30 pela ESPN Internacional). Está ansioso para o duelo contra o Denver, do Nenê?
TIAGO SPLITTER: Acho que vai ser um jogo legal, principalmente porque na semana passada não pude enfrentar o Nenê porque estava com uma dor na virilha. Se tiver a oportunidade de entrar em quadra será uma emoção legal, e espero que aí no Brasil as pessoas acompanhem.

-- Falando em entrar em quadra, este seu começo tem sido um pouco difícil, não?
-- Sim, tem sim. A palavra-chave para mim agora é paciência, até porque não tenho outra opção. A palavra número 1 é paciência, a dois também, a três idem, a quatro a mesma coisa. Não dá para chegar aqui, na NBA, e chutar o balde, né. Não estou acostumado a ficar tanto tempo de fora, mas faz parte do aprendizado, e tenho certeza que estou no caminho certo.

-- Você esperava que fosse ser tão complicado assim?
-- Cara, vou te ser sincero. Quando vim pra cá, muita gente dizia: “Tiago, esse primeiro ano vai ser ingrato para você. O Oberto veio da Europa e ficou uma temporada no banco antes de ter papel fundamental no título do Spurs no ano seguinte”. E não é que eu não acreditava, mas é que você quer que só passem coisas boas contigo, né. Mas aconteceu isso com o Manu Ginóbili, com o Fabricio Oberto e está acontecendo comigo. É preciso ter paciência, calma, perseverança. Já deu para sentir algumas diferenças entre o jogo da Europa e o daqui, principalmente em relação às arbitragens. No jogo de mano a mano daqui não é permitido tanto contato como é na Europa, e as coisas tornam-se mais difícil. Aqui a palavra é posicionamento. E aqui todo mundo sabe jogar, todo mundo se destaca, todo mundo mata bola. É impressionante!

-- Lembro que no primeiro ano do Manu ele dizia que treinava individualmente mais do que todo mundo. Também acontece com você?
-- Treinos individuais são a minha rotina diária. Aqui no San Antonio há dois técnicos que trabalham diretamente comigo, me ensinando as rotações de ataque e defesa e aprimorando a minha parte técnica. Além disso, minha mecânica de arremesso está mudando um pouco. Não dá para explicar muito bem, mas o meu chute vai acabar se modificando. Estou treinando como nunca treinei, com muita atenção dos treinadores, e o (Gregg) Popovich (o técnico) tem visto isso tudo.

-- Falando em Popovich, muita gente no Brasil tem criticado o cara porque ele não te dá tempo de quadra.
-- Não, não é correto isso. Ele tem quatro títulos da NBA, estamos com a melhor campanha da liga e estou me adaptando aqui. Ele fez assim com o Manu, com o Oberto e com tantos outros, e acho que faz parte da maneira como ele trabalha. É preciso respeitar, entender e procurar seguir o que eles estão preparando para mim por aqui. O Popovich é um cara que está sempre preocupado comigo, me pergunta sobre tudo, quer saber se estou me sentindo bem. Não posso reclamar de nada.

-- Você também concorda com a tese (estou incluído aí) de que mesmo com pouco tempo de quadra você não tem rendido bem?
-- Acho que não poderia ser muito diferente. No Baskonia, todas as jogadas passavam por mim, e a maioria era eu quem tinha que decidir. Aqui, sou coadjuvante, os papéis mudaram, tudo mudou. Está sendo complicada essa transição, mas sei que em dois, três anos poderei ter um papel de destaque na equipe, com jogadas desenhadas para mim, por exemplo. Neste momento que o time está ganhando, só penso entrar e continuar mantendo a boa fase da equipe.

-- Dá para dizer que o Manu Ginóbili tem sido uma espécie de irmão mais velho por aí? E seu antigo tutor na Espanha, o Iñaki Iriarte, tem conversado com você?
-- Sobre o Manu, não tenho palavras para descrever o que ele tem feito por mim. Ele me passa boas energias, dá conselho, me mostra muita coisa. É um grande amigo e o respeito muito. Sobre o Iñaki, temos conversado muito, sim. Ele é experiente, entende do jogo, sabe o que estou passando aqui e sempre me recomenda ter paciência.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A Twitcam do Bala na Cesta

Abaixo os vídeos da Twitcam desta noite. Obrigado a todos que participaram.




Twitcam nesta noite

Acontece nesta terça-feira, às 20h, mais uma Twitcam do Bala na Cesta. Vocês poderão perguntar da seguinte maneira:

1) Pelo Twitter
2) Pelo blog, na caixinha de comentários abaixo da transmissão (sim, colocarei a Twitcam ao vivo aqui também)
3) Por e-mail, para fabio.balassiano@gmail.com
4) Através do MSN, estarei disponível também
5) Ufa, por SMS também posso ser encontrado.

Aguardo vocês!

O problema de ser tampão

Das 769 declarações desastradas de Hortência em seu mandato de 19 meses, talvez a pior seja a sobre a certeza de que Janeth será a técnica nas Olimpíadas de 2016. Não pela convicção em si e nem pela aposta na ex-jogadora, mas sim pela sinuca de bico em que ela, Hortência, acabou se colocando neste momento.

Após a recusa do espanhol Carlos Colinas em continuar na seleção feminina, a Rainha ligou, desesperada, para a própria Janeth, que, com muito de sabedoria, agradeceu mas não quis. Depois a chamada foi para Zanon - e nova negativa. A conclusão após a rejeitada que o técnico de Americana deu em Hortência é óbvia: ninguém em sã consciência aceitará um mandato tampão de tanto risco assim, e muito menos alguém tão bem empregado como ele.

Por mais honroso que seja treinar o Brasil em Londres (2012), todo mundo sabe que o cargo será de Janeth a partir de 2013 (é o tal ciclo olímpico até 2016, não?). Mas não é só isso: a geração que está aí não é das melhores e todo mundo sabe de onde as ordens vêm na Confederação. Precisa do fancho para sair dessa sinuca, Hortência?

Uma aulinha do Dallas

Foi um jogo apertado, mas o Dallas Mavericks deu uma mostra de como jogar contra o Miami Heat na noite de ontem (98-96 para os texanos). Usando e abusando da defesa por zona criada por John Chaney (lendário ex-técnico da Universidade de Temple) na década de 80, o time não jogou bem, mas venceu na Flórida e acabou com a série de 12 jogos sem derrotas de LeBron James e companhia.

A estratégia, implantada no Texas pelo assistente-técnico Dwane Casey, foi simples e eficaz: "plantou" os pivôs Tyson Chandler ou Brendan Haywood no centro do garrafão e fincou os outros quatro como se fosse um quadrado em que as pontas se movimentavam na direção da bola (no Brasil chamamos de zona match-up - clique aqui e aqui para ver as imagens).

O resultado? LeBron James não conseguiu infiltrar, Dwyane Wade teve sossego apenas no primeiro período e o Miami foi obrigado a arremessar de fora. Chutou 11-31 e perdeu a partida (simples assim). No final, ao ser perguntado sobre o que viu, Chris Bosh não conseguiu disfarçar a sua falta de leitura de jogo: "Para ser sincero, nem sei se eles estavam marcando por zona ou de forma individual", afirmou o ala-pivô, sem notar que, de acordo com levantamento do scout do Dallas, o time marcou por zona em 85 das 109 posses de bola dos Heat (77,9%).

Para o Miami, o desespero é ainda maior. A última derrota do time havia sido justamente contra o Dallas, e no mesmo esquema zona-defensiva-de-Temple-de-John-Chaney. Nas duas partidas LeBron James chutou 11-36 (30,5%) e errou dez vezes, e o time não acertou a mão dos três pontos (5-15 no duelo de 27 de novembro). Os Mavericks não são o melhor time da liga, mas provavelmente são aqueles que praticam a melhor combinação de defesa por zona e individual da NBA (junto com os Spurs). Isso renderá dividendos a eles. E aos adversários dos Heat que souberem usá-la também.

Alto-falante

“Quando não houve mais acordo com o Colinas, a primeira coisa que fiz foi ligar pra Janeth. E disse: ‘O cargo é seu’. Mas ela disse não. Disse que queria cumprir todo o processo que estamos preparando para que ela se torne treinadora da seleção nos Jogos Olímpicos de 2016. Mas se ela dissesse sim, o cargo seria dela"

A frase é de Hortência ao IG. No sábado, eu coloquei aqui o seguinte: "Espero sinceramente que Hortência não coloque Janeth na função desde já - não pela competência dela, mas sim por uma natural falta de experiência da ex-jogadora e para que etapas não sejam queimadas". Parecia que estava adivinhando, não? Na boa, não há mais palavras para definir a gestão de Hortência no basquete feminino brasileiro.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Zanon diz não

O técnico Zanon, de Americana, foi convidado por Hortência para assumir a seleção feminina, mas recusou a oferta. Preferiu ficar no time e renovou contrato por mais um ano com Americana.

Da Prancheta

29-17-7-6 - Foram os números de pontos, rebotes, assistências e roubadas da jovem Izabella Sangalli na final do Brasileiro Sub-15 de seleções. Ela ajudou São Paulo a bater o Rio de Janeiro por 81-37 e a conquistar o título da competição. Grande revelação do basquete brasileiro, a ala de 1,78m terminou a partida com 41 de eficiência, com médias de 20,8 pontos, 5,2 rebotes e 4,3 assistências na competição e fechou o ano com o bicampeonato sul-americano com a seleção nacional, o título paulista e agora o Brasileiro com São Paulo. Ponto também para Anne de Freitas, técnica da menina há cinco anos. Como venho alertando, está aí uma menina para ficarmos de olho.

Os deles e os meus

A NBA divulgou na quinta-feira a primeira parcial dos titulares para o All-Star Game - Nenê é apenas o sexto mais votado entre os pivôs do Oeste. Como muita gente tem perguntado sobre meus palpites (inclusive na Twitcam, quando respondi absolutamente de supetão), aproveito o ensejo para divulgar a lista da liga e os meus palpites também.

NBA
LESTE: Rajon Rondo, Dwyane Wade, LeBron James, Kevin Garnett e Dwight Howard
OESTE: Chris Paul, Kobe Bryant, Kevin Durant, Pau Gasol e Yao Ming

MEUS ALL-STARS
LESTE: Rajon Rondo, Derrick Rose, LeBron James (foto), Amare Stoudemire e Dwight Howard
OESTE: Deron Williams, Manu Ginóbili, Dirk Nowitzki, Pau Gasol e Nenê

E você, amigo leitor, já tem os seus quintetos titulares definidos? Então comente na caixinha pra gente trocar uma ideia!

A tradição para as estrelas

Ao contrário das previsões de que uma cidade do Nordeste seria a escolhida, foi Franca quem acabou levando a sede do Jogo das Estrelas do NBB3. A edição acontece em 28 e 29 de janeiro de 2011, e premia a cidade cuja tradição basqueteira chega a assustar

A decisão da liga, contudo, vem em momento não tão bom para os francanos. Em crise após derrotas na fase final da Liga Sul-Americano (perdeu de um Boca Juniors cujo time é fraquíssimo) e na semifinal do Paulista (com varrida do Pinheiros), o time de Hélio Rubens tem sido criticado até por políticos locais, que andam querendo cortar as verbas de uma equipe que, segundo eles, não tem dado muitos resultados nos últimos anos.

Do meu canto, não vejo motivo para crise no time que, aliás, perdeu ontem no NBB para Joinvile. Acho que o elenco precisa, sim, de uma mexida, de uma revigorada em algumas posições (dar 36, 38 minutos por partida a Rogério e Márcio é cruel com os veteranos), mas não ter conquistado título nos últimos 12 meses está longe de ser desabonador. Acho, sinceramente, que estar sempre "chegando" já é uma baita prova de qualidade e regularidade, o que no basquete sabemos quão difícil é - mas sei, também, que só chegar" em Franca talvez seja pouco demais.

E você, gostou da decisão da LNB? Tem acompanhado as derrapadas recentes de Franca? Comente na caixinha!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Da Prancheta

88 - É o número de vitórias consecutivas de Connecticut na NCAA. A última veio hoje à tarde no Madison Square Garden sobre Ohio State (81-50, com 26 pontos de Tiffany Hayes e 22 de Maya Moore). A marca é igual à de UCLA de John Wooden, e pode ser quebrada na terça-feira, quando UConn enfrenta Florida State. Na saída da partida, o técnico Geno Auriemma (foto) tentou desconversar sobre o recorde fantástico da sua equipe: "Números são números, e não sei se isso muda muita coisa em mim agora. Vou sair daqui, ir a um bom restaurante e tomar uma taça de vinho. Exatamente como eu faria se não houvesse essa sequência".

Mais Kouros

Deveria ter falado aqui antes, mas faltou tempo. Presidente da LNB nestes três primeiros anos, Kouros Monadjemi foi reeleito, de forma unânime, nesta terça-feira para novo mandato à frente da entidade (serão mais dois anos).

É óbvio que a LNB tem falhas, e o Kouros é o primeiro a reconhecê-las sempre com muita educação e sobriedade, mas o trabalho de resgate que vem sendo feito nestas três primeiras edições do NBB é absolutamente louvável. Ninguém poderia imaginar que naquele cenário de terra arrasada deixado pela CBB poderia surgir uma competição organizada, com calendário definido e com crescimento bem razoável até aqui.

Que a LNB continue em seu desenvolvimento, porque, conforme já disse aqui, o negócio agora é crescer em termos de receita, em capacidade de comunicação com os diferentes públicos (consumidores) e principalmente em termos técnicos.

Por um lugar na história

Não será um domingo qualquer no Madison Square Garden. Com 87 vitórias consecutivas, o time feminino de Connecticut pode igualar o histórico recorde de John Wooden com a UCLA (o mestre atingiu o feito entre 1971-1974) se vencer Ohio State (8-1) nesta tarde. Na terça-feira, será a vez de Flórida State na noite em que de fato a marca pode ser batida.

Não será um jogo fácil contra Ohio State, mas com Maya Moore (24,2 pontos, 4,1 passes e 7,3 rebotes) em quadra (foto ao lado) e com Geno Auriemma no banco de reservas será muito difícil que Connecticut deixe passar essa oportunidade de entrar na história.

Sem perder um jogo há mais de dois anos (desde as semifinais de 2008) e com uma incrível série de 236 partidas relegando os adversários a menos de 50% nos arremessos, não sei se alguém imagina que a sequência de UConn possa terminar neste domingo. Falecido há poucos meses, John Wooden sem dúvida ficará orgulhoso de ver a sua marca ser batida por alguém da grandeza de Geno Auriemma.