domingo, 31 de outubro de 2010

Alto-falante

“Estou em um ponto da minha carreira em fisicamente e mentalmente me sinto pronto para jogar, e é o quero fazer. Se não podia ser na NBA, paciência, o que eu quero é jogar basquete. Na verdade, tudo se reduzia a se sentir desejado, amado, querido por alguém. Acho que isso é o mais importante: que você se sinta querido”

A frase é de Allen Iverson, ao falar sobre a sua ida para o turco Besiktas. O armador tem previsão de estreia para o dia 20 de novembro. Que o craque seja feliz em terras europeias.

Pouco animador

Não parece ter começado bem o NBB3. Em menos de 24h, tivemos os seguintes acontecimentos:

1) Desabamento do teto do ginásio de Araraquara, que teve que levar seu jogo contra o Minas para Limeira.
2) O Pinheiros foi até Vitória e aplicou a maior sova da história do NBB (109-56). O time capixaba entrou em quadra com apenas seis jogadores.
3) Na sexta-feira, na abertura da competição, São José estava absolutamente morto após jogar duas partidas em menos de 24h.
4) Falando do site, que é pesado e lento pacas, as estatísticas continuam ilegíveis. É impossível descobrir quantos pontos, rebotes e assistências um jogador obteve em menos de cinco minutos.

Aí ficam algumas perguntas:
1) Não há qualquer vistoria por parte do pessoal da LNB nos ginásios em que haverá partidas do NBB?
2) Qual foi o motivo pelo qual o Vitória entrou na competição? Não foi pelo princípio técnicos, certo?
3) Se o nível técnico do NBB já é ruim, o que os organizadores esperavam quando uma equipe atuasse com tão pouco descanso assim? Será que não poderia haver nenhum acordo entre Federações, que organizam os estaduais, e a Liga?
4) Será que é tão complicado colocar, na mesma tela e sem que eu precise mexer no mouse, todos os números do jogador?

Começo pouco animador do NBB3, não? Espero, sinceramente, que melhore, porque se nem a parte organizacional for boa, aí sim será um péssimo sinal - visto que a parte técnica continua igual, ou seja, ruim.

sábado, 30 de outubro de 2010

Quem é você, 77?

A fatídica partida entre Pinheiros e Vitória pela estreia do NBB (triunfo dos paulistanos por 109-56 na casa dos capixabas) teve, entre várias coisas, um lance inusitado na estatística. O camisa 77 de Vitória aparece como "Sem Nome", lembrando coisas que eu só tinha visto em Nacionais femininos da CBB (clique aqui e aqui). Veja abaixo.

O pior é que no site da LNB não é nem possível ver o nome dos atletas do Vitória (clique aqui). Incrível, não? Se alguém souber quem é o 77, é só avisar.

Alto-falante

"Sabe o que é? Durante as férias ouvimos calados tudo o que o pessoal do Orlando disse, e não foi muito satisfatório. Não estou aliviado, porque sei que é uma longa jornada, mas é bom eles saberem quem nós somos. Nos encontraremos mais à frente do campeonato"

A frase é de LeBron James, que fala sobre a já quente rivalidade contra o Orlando Magic. LeBron está, com razão, irritado com as declarações de Otis Smith (diretor-geral) e Stan Van Gundy (técnico) sobre a sua transferência para os Heat. Ambos falaram demais, e ontem pagaram na quadra. O Miami deu um baile no Orlando.

Apenas o começo?

No ano passado, o New Jersey Nets abriu a temporada com 18 derrotas consecutivas - um desastre retumbante. Com novo proprietário, a franquia contratou o ótimo técnico Avery Johnson e parece não querer repetir o vexame após duas vitórias em duas partidas. Apesar dos 26 erros, venceu ontem o Sacramento Kings por 106-100 (17-3 nos últimos quatro minutos do duelo) com mais uma ótima atuação da dupla formada por Brook Lopez (29 pontos e seis rebotes) e Devin Harris (21 pontos e dez passes), além de 32 pontos do banco de reservas.

Pode ser apenas o começo da temporada, mas é um baita alento para o sofrido torcedor do New Jersey. Com o calouro Derrick Favors entrando nos eixos (10 pontos e sete rebotes nesta sexta-feira), Lopez (foto) se firmando como um pivô de elite e com a maturidade de Devin Harris, é bem capaz de os Nets conseguirem ao menos não fazer muito feito já nesta temporada.

Agora, se quiser brigar por algo, o time pode medir o seu potencial contra adversários de nível - e todos do Leste. Até o próximo sábado, os Nets enfrentam Heat, Bobcats e Magic. O primeiro desafio é o Miami, também em casa, neste domingo. Nova vitória enche os comandados de Johnson de confiança.

Imagine com ritmo

Miami Heat e Brasília deram uma boa noção ao público de como chegarão ao final de suas temporadas na NBA e no NBB3. Enquanto o primeiro simplesmente destruiu o Orlando por 96-70 com 26 pontos de Dwyane Wade (foto), o segundo atropelou São José fora de casa com 78-63.

Por Brasília, quem comandou o show contra a cansada-e-errática defesa de São José foi Nezinho (foto à direita), que teve 31 pontos e uma incrível marcação sobre o cada vez mais confuso Fúlvio (cadê o jogo dele?). Apesar dos momentos de irregularidade psicológica, o time foi muito bem para quem estava sem ritmo nenhum.

No clássico da Flórida, fiquei bastante impressionado com os ajustes que o Miami fez no intervalo para destroçar o Orlando com 28-10 no terceiro período. Com uma boa defesa no garrafão e contando com os erros dos Magic do perímetro (4/24 ao todo), LeBron James mostrou-se bem mais adaptado aos seus novos companheiros, passou a bola com correção (sete assistências), errou menos (3) e viu Dwyane Wade alucinar Quentin Richardson no ataque.

Miami e Brasília são dois dos grandes favoritos ao título em suas competições, e eu só fico imaginando como eles serão com ritmo de jogo. A curva de crescimento é que determinará se ambos terminarão com o caneco. Sem comparar os dois times (por favor, hein!), fica claro que talento eles têm.

Da Prancheta

24 - Foram as assistências de Rajon Rondo (maior marca de sua carreira) na vitória do seu time, o Boston Celtics, sobre o New York Knicks por 105-101 nesta sexta-feira. O excelente armador ainda teve 10 pontos e 10 rebotes e chegou ao triplo-duplo.

Rondo ficou a apenas quatro do recorde da franquia (28, de Bob Cousy) e mantém a absurda média de 16,7 assistências em três jogos nesta temporada. Joga muito o garoto, hein!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Alto-falante

"Se eu não fizer nada agora, eu nunca farei alguma coisa a respeito. Sinto que o tempo de tomar uma decisão sobre ficar ou sair é agora. Nada contra ninguém, mas acho que é hora de mudar"

A frase é de Carmelo Anthony, declinando, desde já, a oferta de renovação de salário do Denver Nuggets. Para mim está mais do que claro: Carmelo quer sair do Colorado, e quer sair logo. Se não for até março, ele muda de cida na próxima temporada.

Faça você mesmo

Em sua sétima temporada da NBA, Anderson Varejão, que é dúvida para o jogo de hoje contra o Toronto Raptors (seu pai opera o coração nesta sexta-feira), vive o maior desafio de sua carreira. Seu time, o Cleveland Cavs, perdeu a maior estrela (LeBron James), e agora o que resta é lutar na briga não mais pelo título da liga, mas por algo bem menos nobre – uma vaga entre os oito do Leste. No entanto, Varejão, um dos mais experientes da equipe, joga para escanteio qualquer desânimo que possa existir e decreta: os Cavs vêm para brigar neste campeonato – como ficou claro na partida de estreia contra o Boston Celtics nestsa quarta-feira . É o que ele fala em entrevista ao Bala na Cesta.

BALA NA CESTA: Esta será a sua primeira temporada sem a companhia de LeBron James no Cleveland. Qual a expectativa para o campeonato, e como está sendo se adaptar à ausência dele?
ANDERSON VAREJÃO: O Cleveland mudou bastante da temporada passada para cá. Não foi apenas o LeBron que saiu (foi a que teve mais impacto, claro, inclusive de mídia), mas não estão outros muito importantes como Shaquille O'Neal, Delonte West e Zydrunas Ilgauskas. Perder atletas desse nível mexe com qualquer equipe. Chegaram reforços de qualidade, e é natural que o grupo precise de tempo para se adaptar, se encaixar, assimilar o sistema de jogo que o Byron Scott quer. LeBron saiu e a vida segue para o Cleveland. Ele faz falta, claro, mas os Cavaliers são maiores do que qualquer atleta e isso é passado, página virada. Estamos pensando no que temos pela frente nessa temporada desgastante e difícil que vamos enfrentar.

-- Até a temporada passada, o Cleveland começava o campeonato em busca do anel - que acabou não vindo. Nesta temporada, a briga de vocês será para entrar nos playoffs. Como ajustar a expectativa pessoal de cada um em relação a isso, e como convencer o torcedor a lutar junto com o time mesmo sem a maior estrela por perto?
-- Começamos esta temporada pensando da mesma maneira que as outras: em ir bem, sonhando alto e querendo estar entre os melhores. Nossa campanha é dividida em etapas, por objetivos, e a primeira meta é o playoff. Depois vamos pensar passo a passo, mas entramos no campeonato com a mesma vontade de sermos campeões. A saída do LeBron é página virada para nós. Ele agora é jogador do Miami e passa a ser nosso rival. Nosso torcedor sempre esteve ao nosso lado, nos bons e nos maus momentos, e tê-lo ao nosso lado só depende da gente, do nosso empenho, da nossa postura dentro de quadra, de como vamos trazer a torcida para jogar conosco.

-- Em entrevistas recentes, o novo técnico (Byron Scott) disse que pretende utilizá-lo de pivô (também por conta da falta de um "cincão" no elenco). Como vai ser essa adaptação para você, e como será marcar gigantes como Dwight Howard, Shaquile O'Neal e Andrewe Bynum?
-- Já joguei como pivô muitas vezes, principalmente na última temporada, e estou à disposição para ajudar como sempre estive. Já marquei Howard, O'Neal e Bynum muitas vezes,e sei que eles possuem presença no garrafão, muitos recursos e são difíceis de serem marcados. A primeira coisa a fazer é diminuir o volume de jogo deles, fazer com que a bola chegue menos. Ainda estamos assimilando o sistema de jogo do Byron Scott e com o tempo o Cleveland vai estar mais bem ajustado.

-- Volto a um tema bastante recorrente: como evoluir em uma das partes que mais precisam ser aprimoradas em seu jogo - no ataque? Suas férias foram bastante puxadas e com algumas lesões no período de seleção, então acredito que não houve um trabalho específico do Cleveland com você neste sentido.
-- Tenho muito a evoluir, a melhorar, e procuro aprimorar tudo, não só no ataque, mas na defesa também. Trabalhei forte nessa pré-temporada, primeiro para me recuperar completamente das lesões e estar pronto para disputar o campeonato, e depois nessa parte de fundamentos. A pré-temporada é fundamental e o Cleveland fez uma boa preparação. Agora é entrar em quadra e jogar, pois a sequência de partidas é fundamental para o nosso time encaixar, se acertar. Quanto antes isso acontecer, melhor.

-- Por fim, seleção brasileira: você mais uma vez fez parte de uma campanha não muito boa do time no Mundial. Bate uma certa angústia em você ao reparar que você está no meio da sua carreira e esta geração não obteve conquista alguma?
-- O resultado final do Campeonato Mundial não foi o que queríamos, não foi o que a torcida queria e não ficamos satisfeitos porque tínhamos condições de chegar mais longe pelas partidas que fizemos na Turquia. Acho que a seleção mostrou evolução, mostrou que está trabalhando no caminho certo. Mas não há angústia alguma. Eu não jogo pelo Brasil por objetivos individuais ou porque acho que é uma obrigação, jogo por orgulho, porque tenho prazer em defender o meu país e a minha motivação é sempre a mesma. Quero ajudar a o país a voltar às Olimpíadas e essa é a meta de todos para 2011. Temos um grupo focado em fazer a equipe voltar a ser vencedora, voltar a estar entre os melhores, a conquistar títulos importantes.

Pelo crescimento sustentável

A terceira edição do NBB que começa nesta sexta-feira entra em quadra com objetivo bem diferente daquele torneio de 2008. Se no começo a Liga Nacional de Basquete (LNB) precisou arrumar a casa para dar uma condição mínima de organização para atletas, clubes e técnicos, agora chegou a vez de dar o passo adiante, o passo da consolidação do crescimento da competição e do desenvolvimento técnico. Foi pensando nisso que o Bala na Cesta decidiu ouvir Kouros Monadjemi, presidente da LNB.

BALA NA CESTA: Nos dois primeiros anos, a LNB parece ter se focado em “arrumar a casa”, e até que teve sucesso nisso tudo. O foco agora está em evoluir em termos técnicos e obter mais receitas?
KOUROS MONADJEMI: Sem dúvida em obter mais receitas. Para atingir o lado técnico, contratamos o Lula Ferreira para a Diretoria Técnica da LNB com o objetivo de aprimorar o nível da competição, proporcionando maior atratividade ao NBB.

-- Como fazer para melhorar a parte técnica, que todos concordam que até o ano passado foi sofrível? De objetivo, o que vem sendo feito?
-- Estamos trabalhando em várias frentes: qualificação dos Técnicos, torneio Sub-20 (estamos trabalhando na captação de recursos e tenho certeza no sucesso da nossa empreitada), maior participação em torneios internacionais, aumento de dois para três estrangeiros por equipe e melhoria no nível das arbitragens.

-- Uma das coisas que venho escrevendo no blog é sobre a necessidade de LNB e CBB trabalharem juntos na formação de novos atletas. Se a Confederação é responsável pelo fomento do esporte, vocês, da Liga, acabam trabalhando muito com os principais clubes do país. Há alguma coisa sendo feita neste sentido?
-- Os clubes e as escolas serão sempre os principais responsáveis pela formação de atletas no Brasil. A CBB tem a responsabilidade, através das Federações, de ajudar e apoiá-los nessa formação - além de cuidar das seleções de base. Acredito que a viabilização da Liga Sub-20 é a melhor forma de a LNB ajudar os clubes a se conscientizarem da importância desse trabalho de formação na base, bem como viabilizar o desenvolvimento de futuros atletas para o país. Temos convicção de que a realização do torneio Sub-20 irá, sem dúvida, reduzir muito o êxodo de nossos atletas de Estados menos favorecidos para aqueles mais desenvolvidos, bem como do Brasil para o exterior na expectativa de conseguir sucesso no esporte e na seleção.

-- Uma das polêmicas antes do NBB3 começar foi sobre a (agora abortada) possibilidade de o playoff final ser em um jogo só. Repito uma pergunta que já foi feita há algum tempo: até que ponto a influência da TV Globo, uma das parceiras oficiais de vocês, não deixa a LNB sempre refém de interesses comerciais em detrimento dos esportivos?
-- Não é verdade essa suposição. Temos o maior orgulho da nossa parceria com a TV Globo e total consciência do apoio e da importância deles no sucesso da Liga. O nosso objetivo, conforme já exposto na fundação da Liga, sempre foi reconduzir o basquete para se tornar novamente o segundo esporte mais popular do país. Para isso, será muito importante que o torcedor brasileiro tenha condição de ter acesso aos jogos. Daí a importância do NBB poder ter a cobertura da Globo na TV aberta. A LNB tem consciência da importância do assunto exposto, e saberá conduzi-lo adequadamente no momento oportuno sem pressão de quem quer que seja.

-- Os dirigentes da Liga de Basquete Feminina chegaram a entrar em contato com vocês pedindo algum tipo de auxílio? No que vocês, da LNB, poderiam auxiliar a Liga Feminina?
-- A Liga Feminina está sendo administrada de forma independente, mas com o apoio da CBB, e nunca chegamos a discutir o assunto. De todo modo, sempre estaremos prontos para ajudar no que for preciso.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Alto-falante

"É algo novo para mim, de verdade. Não estou acostumado a ter tantas opções, tantas possibilidades em um mesmo ataque. Terei que me adaptar a isso rapidamente. Nunca foi assim em minha carreira"

A frase é de LeBron James, e fala sobre a sua adaptação para atuar com feras como Dwyane Wade e Chris Bosh. Ontem, LeBron viu Wade anotar 30 pontos para liderar o Miami Heat ao primeiro triunfo na temporada (97-87 sobre os Sixers, que, na Philadelphia, viram o calouro Evan Turner estrear anotando 16 pontos). Os ex-companheiros de Cleveland devem ter adorado a frase de LeBron, hein...

Cruel, muito cruel

Vamos lá. Se eu te dissesse que o quinteto inicial formado por Anthony Parker, Ramon Sessions, Jamario Moon, Anderson Varejão (entrevistado de amanhã no blog) e JJ Hickson bateria o Boston Celtics em seu primeiro jogo da temporada você riria de mim, né? Pois foi o que aconteceu ontem, em Cleveland, quando os Cavs levaram os seus mais de 20 mil fiéis torcedores ao delírio ao marcarem 95-87 nos verdes. Isso sem Mo Williams, e com Antawn Jamison vindo do banco.

Foi uma atuação excepcional do time, em especial de JJ Hickson (21 pontos), Anderson Varejão (um leão na defesa, ótimo nos rebotes - dez - e cirúrgico em dois lances-livres que definiram a partida) e Daniel Gibson (16 pontos e oito passes), e que mostra quão cruel é o esporte. LeBron James saiu de Cleveland porque não conseguiu um anel de campeão - e principalmente porque não conseguia bater os Celtics. No primeiro jogo com o Miami, LeBron perdeu dos verdes (de novo). Sem ele, os Cavs conseguiram, enfim, bater o Boston. É ou não é cruel esse tal de basquete?

Brincadeiras à parte, acho que o Cleveland terá que suar muito para conseguir uma vaga nos playoffs, mas foi legal ver o time correndo e lutando até o final (os 27-14 no último período comprovam isso). Se continuarem assim, no mínimo eles conquistam os torcedores de Ohio.

Mais do mesmo

Houve inúmeras "tentativas": mais participantes, novos patrocinadores, modelos diferentes e possibilidade de repatriar as principais atletas do país. Nada disso, porém, sairá do papel e o Nacional Feminino da CBB (também conhecido como Liga Nacional) será igual ao dos últimos quatro, cinco anos.

E "ser igual" significa o seguinte: poucos times (oito), maioria absoluta de São Paulo (seis), calendário espremido (menos de quatro meses de uma competição cujas datas ainda nem saíram), pouquíssima divulgação (no site da CBB não há nada a respeito), nível técnico fraquíssimo e provavelmente nenhuma menina nova surgindo (para se ter uma ideia, Damiris, de Jundiaí, não atuará, e Tássia, de Americana, deverá suar sangue para conseguir dez minutos por noite).

Em entrevista ao Lance! de ontem, Hortência disse o seguinte: "Isso dá a dimensão exata de como pegamos a CBB há um ano". Ela não deixa de ter razão, mas eu poderia dizer também o seguinte: Rainha, já é o segundo Nacional feminino sob a sua gestão, e nada mudou. E permanecer no mesmo nível de antes, neste caso, pode ser considerado um retrocesso. Uma pena.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Da Prancheta

26 - Foi a eficiência, a maior entre todos os jogadores da partida, de Marcelinho Huertas na vitória de seu time, o Caja Laboral, sobre o Asseco Prokom por 80-73 na Polônia - foi o segundo triunfo consecutivo dos bascos na Euroliga. Huertas anotou 12 pontos, deu oito assistências, apanhou cinco rebotes e ainda roubou duas bolas em atuação bem acima da média. O armador será atração da nova seção do blog, que começa na quarta-feira (pós-feriado). Vale a pena ficar ligado.

Na Big Apple

Todos os torcedores dos Knicks com quem conversei acham que "este ano vai". Eles se referem às mexidas do elenco, às aquisições de Amare Stoudemire (foto), Raymond Felton, Kelenna Azubuike e Anthony Randolph e ao crescimento de Danilo Gallinari. Sei não, mas acho que é um baita exagero - apesar de achar que o time da Big Apple consegue, até, uma vaguinha nos playoffs.

Amare Stoudemire é bom demais, mas Felton nunca foi aquilo que se esperava dele na NBA (nem de longe ele consegue rivalizar com Chris Paul ou Deron Williams). No mais, o elenco de apoio é fraquíssimo e falta um chutador de longa distância confiável. Mike D'Antoni pode até tentar, mas acho muito difícil que consiga fazer com os Knicks aquilo que conseguiu com os Suns (cadê o Marion?) a partir de hoje contra os Raptors no Canadá.

Ainda acho que o New York Knicks, com grana em caixa, precisam investir pesado na contratação de grandes reforços. Enquanto um Carmelo Anthony ou um Tony Parker não pisarem por lá, o time vai viver de uma sétima, oitava colocação do Leste. E isso é pouco demais para os Knicks.

Falta pouco para o NBB3

A temporada da NBA começou ontem, e a do NBB3 terá início nesta sexta-feira com São José e Brasília (o Sportv promete transmitir a partir das 19h). Competição mais bem organizada do país, é consenso no meio que desta vez a LNB precisa tentar dar um jeito na parte técnica.

Seminários de marketing foram feitos (muito bom!), clínicas para árbitros ocorreram (show de bola!), reuniões de treinadores aconteceram (legal!), mas patrocinadores e públicos só verão no NBB algo de qualidade quando o produto for de fato excelente - o que ainda não é.

É óbvio que a LNB pegou um cenário de terra arrasada, mas chegou a hora de lapidar um pouco mais as equipes, seja trazendo jogadores estrangeiros, seja com ações técnicas direcionadas aos clubes (talvez a presença do gerente técnico Lula Ferreira ajude nisso). O basquete brasileiro agradeceria bastante se o nível dos jogos crescesse na mesma proporção da organização da competição.

Bem além do trio

O Miami acaba de começar a temporada com uma derrota para o Boston Celtics (88-80, com 17 assistências do excelente Rajon Rondo e 20 pontos de Ray Allen), mas a análise dos Heat não muda - ainda. É preciso dar tempo para as peças se encaixarem, principalmente as do elenco de apoio. Sem elas, não há anel.

Fiel ao estilo "cerque os craques com jogadores razoáveis", Pat Riley foi às compras e, se não voltou com um quarto All-Star (isso seria mágica!), ao menos vê LeBron James (31 pontos ontem), Dwyane Wade (mal com 4/16) e Chris Bosh (3/11 e dominado por Kevin Garnett) cercados por Eddie House, Mario Chalmers e Carlos Arroyo (ai) na armação (falta um de bom nível, claro!), Mike Miller (lesionado até janeiro), James Jones e Jerry Stackhouse (ótimo reforço!) nas alas e por Zydrunas Ilgauskas, Juwan Howard e Jamaal Magloire no garrafão. Vamos combinar que não é um elenco qualquer.

É evidente que a força do Miami está em LeBron-Wade-Bosh, mas o título que apontei ontem no palpitão virá apenas se o elenco de apoio funcionar. "Nome por nome", os titulares dos Heat ficam em igualdade de condições contra Lakers, Boston e até Orlando. A capacidade do banco é que poderá render o anel ao pessoal da Flórida.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Três pontos

-- A temporada 2010-2011 da NBA começa em poucos minutos e, conforme comentei no Twitter, comprei o League Pass pela primeira vez. O atendimento da liga foi incrível (primeiro via chat, depois pelo telefone), uma aula de como se deve tratar o cliente, e pressinto noites inteiras sem dormir. Convém ficar de olho no Twitter do Bala na Cesta (@balanacesta) para comentários durante os jogos, ok? O site do Terra e os canais Space, ESPN e Esporte Interativo exibem a temporada.

-- Mandei ontem email para Vanderlei, da CBB. Perguntei a respeito da saída de Walter Roese da Sub19. Em breve espero novidades. Ainda não consegui falar com Roese.

-- Em relação às perguntas que mandei para a CBB, ainda não tenho novidades. Vou ficar cobrando!

Um joelho pelo anel

Para os analistas da ESPN, o time a ser batido na temporada que começa hoje é o Los Angeles Lakers - e não o Miami Heat. Todos, porém, concordam com uma coisa: o tricampeonato angelino depende essencialmente da condição física de Kobe Bryant (ou, em português claro, do joelho de Kobe Bryant). Isso, claro, no eterno drama chamado Andrew Bynum.

Ainda recuperando-se de contusão, está muito claro que, em não sendo mais nenhum garoto (são 14 temporadas e 32 anos), Phil Jackson terá que dosar os minutos de sua principal estrela. Nas últimas três temporadas, em que os angelinos chegaram à decisão, Kobe teve médias de 38,9, 36,1 e 38,8 minutos por partida na temporada regular. De acordo com o próprio treinador, com a renovação de Shannon Brown e a adição de Matt Barnes a tendência é que esse número caia para 34 ou 35 por noite.

A questão é saber se o impacto no número de minutos da principal estrela do time vai impactar no de vitórias.

A melhor escola da NBA

Não tenho muita dúvida: Tiago Splitter entrou na NBA na melhor escola possível. Com um técnico excepcional (e que lida bem com estrangeiros), com um jogador que já está lhe ajudando muito na adaptação à cidade (Manu Ginóbili), com um baita professor dentro de quadra (Tim Duncan) e com um elenco excelente, o brasileiro terá menos problemas do que a maioria dos que chegam à liga. Além disso, a tabela no começo ajuda (dos dez primeiros jogos, pedreiras apenas contra o Oklahoma, Chicago e Phoenix)

No entanto, nem tudo serão flores para Tiago Splitter. O elenco do San Antonio não é tão novo assim, Tim Duncan está em declínio e o DeJuan Blair, pivô com quem Splitter disputará minutos, é um dínamo que está prestes a explodir.

Meu palpite: Na balança, acho que Tiago Splitter se sairá bem na NBA, mas há que se ter cuidado. Em primeiro momento, é melhor analisá-lo em relação às adaptações ao jogo físico do garrafão e às novas regras do que em relação aos números. Não espero, sinceramente, uma profusão de duplos-duplos, nem números impressionantes, mas creio que Tiago termina a temporada da NBA muito mais valorizado e como titular dos Spurs.

E você, o que acha que acontece com Splitter em sua estreia na NBA?

Palpitões para a temporada 2010-2011

A temporada mais aguardada da NBA começa hoje cercada de expectativas. Será que o Lakers consegue o tricampeonato? Será que o Miami Heat vai superar as 72 vitórias do Chicago Bulls? Será que Kevin Durant explode e se torna o MVP? Será que New York Knicks consegue alguma coisa? Será que os brasileiros vão bem? Ninguém sabe, mas o meu palpite para algumas coisinhas coloco aqui embaixo. Vamos lá.

FINAL DO OESTE: Los Angeles Lakers x Dallas Mavericks
FINAL DO LESTE: Miami Heat x Boston Celtics
FINAL DA NBA: Lakers x Miami Heat (Miami campeão)
MVP: LeBron James
MELHOR DEFENSOR: Ron Artest
MELHOR TÉCNICO: Tom Thibodeau (Chicago Bulls)
SURPRESA DA TEMPORADA: Blake Griffin (Clippers)
DECEPÇÃO DA TEMPORADA: Vince Carter
TIME REVELAÇÃO: Sacramento Kings
TIME DECEPÇÃO: Philadelphia 76ers
CALOURO DO ANO: John Wall
MALA DO ANO: LeBron James
MIAMI HEAT: Entre 63 e 68 vitórias

E você, amigo leitor, arrisca alguma coisa? A caixinha está aberta!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alto-falante

"Já estava ciente de tudo. Falei com o Walter Roese ontem e sei os motivos - mas não vou dizer aqui. Apenas tenho a lamentar a saída de um amigo, pois ser treinador é "mole". Difícil é ser amigo, e ele foi meu amigo. Muito obrigado por tudo o que fez por mim e por todos nós. Agora é manter o foco para o ano que vem pois a nossa equipe mesmo sem o Roese ainda tem muitos valores para somar"

A frase é de Lucas Bebê (foto) na caixinha de comentários aqui do Bala na Cesta. O promissor pivô fala sobre a saída do técnico Walter Roese do comando da seleção sub-19 que irá disputar o Mundial da Letônia em 2011.

A metamorfose de Leandrinho

Sair de um time que briga para chegar às finais e ir para um que brigará (se tanto) para ir aos playoffs por incrível que pareça fará bem a Leandrinho. Não que o ala estivesse na zona de conforto no Arizona, mas ficou claro, ao menos para mim, que o brasileiro, cujo valor na NBA é alto, precisava de uma chacoalhada. Por isso a pedida de Toronto Raptors, com tempo de quadra e com mais "perdões" para os eventuais erros, fará muito bem a ele.

Para brilhar, porém, Leandrinho terá que driblar o espinhoso calendário inicial (oito dos primeiros 12 jogos serão fora de casa), a inexperiência do elenco (o brasileiro é o segundo mais rodado da trupe, atrás apenas de Reggie Evans) e o humor da torcida após a saída de Chris Bosh.

Meu palpite: Acho que os números de Leandrinho sobem em relação à média de sua carreira (12,6 pontos), e o brasileiro poderá até conseguir um contrato bom e de longo prazo para a próxima temporada (nos Knicks, do seu antigo técnico Mike D'Antoni, por exemplo - o time de NY, por coincidência, abre a temporada dos Raptors). Se conseguir acrescentar um pouco de liderança e senso defensivo, aí sim o brasileiro se torna um jogador muito, muito especial. No entanto, acho que esta última parte fica para uma próxima.

E você, amigo leitor, o que acha que acontece com Leandrinho na temporada 2010-2011 da NBA?

A arte da desconstrução

Independente dos motivos que a CBB alegará nesta segunda-feira, a saída de Walter Roese (foto) da seleção Sub-19 não tem nada de bom. Absolutamente nada. Como alguém lembrou na caixinha, quando a gente achava que a entidade tinha um caminho para trabalhar, ela vai lá e volta a estaca zero. Um absurdo, obviamente.

Walter Roese não é o Phil Jackson, não é o Ettore Messina, e não é isso que está em questão. O ponto é que nunca no basquete brasileiro conseguimos ver um trabalho com começo, meio e fim. Sempre há um porém, um senão, um motivo para pará-lo e começá-lo do zero - e quase nunca os motivos são de ordem profissional.

Para quem vive no mundo empresarial, não há nada mais irritante do que ver um bom trabalho ser interrompido. E é assim que vejo a situação de Walter Roese. O Mundial Sub-19 nem era o fim de uma etapa, mas sim mais uma etapa para os jovens brasileiros que ainda estão sendo formados. A CBB decidiu trocar, começar de novo do zero. Como diz o poeta, cada um faz as suas escolhas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Walter Roese não será o técnico da Sub19

Walter Roese acaba de colocar em seu twitter que não será o treinador da seleção brasileira no Mundial Sub19 da Letônia. Vou averiguar os motivos, mas estou surpreso. Quem assume agora? Estou bem surpreso com a informação.

Olhe para os lados

Bom jogo neste domingo pela Liga ACB espanhola. Depois de estupenda estreia na Euroliga (vitória fácil contra o Maccabi Tel-Aviv), o Caja Laboral (2-1), de Marcelinho Huertas, vai até Granada, onde o pivô Paulão Prestes (sete pontos e quatro rebotes em 20 minutos por partida) ainda tenta encontrar o seu melhor basquete - o time, aliás, ainda não venceu na competição.

Mais cedo, o Unicaja viu o armador Rafael Luz dar um show na vitória contra o Cajasol, de Sevilla (82-76). O jogador obteve 14 pontos, seis assistências, cinco roubadas e 24 de eficiência (a maior da partida) em 27 minutos. Muito elogiado pelo técnico Aito García Reineses, Rafael vai justificando a esperança do Unicaja em seu basquete.


Quem também brilhou, e brilhou muito, foi Rafael Hettsheimeir (na foto, com a camisa 10), que aprontou a maior zebra do campeonato até aqui. Anotou 16 pontos e seis rebotes na impressionante vitória de 71-70 do seu Zaragoza sobre o potente Barcelona na Catalunha. Suas médias no campeonato são de 11,8 pontos e 6.3 rebotes - nada mal. Foi a primeira vitória do Zaragoza no Palau Blaugrana, e a primeira derrota do Barça em uma partida regular da ACB desde 2009 (os 2/20 de longe ajudaram muito nisso)

Será que os brasileiros brilham nesta temporada da ACB?

Flo Rida canta o Miami Heat

O rapper Flo Rida gravou uma música em homenagem ao novo Miami Heat. Com o título de We already won (veja aqui a letra), ou "Nós já ganhamos", ele fala sobre a contratação de LeBron James e Chris Bosh, e sobre o título que, segundo ele, já está no papo. Veja o clipe abaixo e diga na caixinha se o otimismo do cantor não está sendo levantado cedinho demais.

sábado, 23 de outubro de 2010

Vale o registro

Franca disputa a partir das 21h a liderança do grupo A da Liga Sul-Americana contra o Boca Juniors - os dois times estão invictos. Ontem, os francanos sofreram para bater os uruguaios do Biguá por 80-77. Ricardo (22 + 10 rebotes) e Márcio (21) foram muito bem.

Exemplo

Chega a ser assustador de tão diferente, mas vamos lá: Rubén Magnano estará, a partir do dia 26 de outubro, no Acre para acompanhar o Brasileiro Sub-17 masculino. Se isso já não fosse maravilhoso, vamos a mais um motivo de aplauso: o argentino viaja para ver a segunda divisão.

Vale lembrar que na semana passada o único representante do feminino que esteve no Paraná foi o próprio técnico (Elias Rudek). Sem surpresas, Hortência e Janeth não estiveram por lá.

Que a atitude de levar o argentino (ou o pedido deste) sirva de exemplo. É imperativo que membros da Confederação estejam em todos os torneios de base do país. É o mínimo que qualquer entidade séria faz.

Contra a maré

De todo este imbróglio envolvendo Janeth, o que mais me chocou foram as reações de blogs e fóruns espalhados pela internet. Pessoas que, na falta de um Código de Ética da CBB (que deveria existir), perdoam o imperdoável.

Quer dizer então que, caso não houvesse uma lei, seria liberado jogar papel na rua, por exemplo? Creio que há uma deturpação muito grande nos valores morais e éticos da sociedade de um modo geral (e provavelmente as eleições atuais exemplifiquem muito bem isso tudo), e no esporte o basquete talvez explique isso como nenhuma outra modalidade. Para as pessoas que mencionei acima, já que não é ilegal, não importa se é imoral ou anti-ético.

E é aí que me assusto e pergunto se não é hora de parar com isso, se não é hora de desistir de algo que tomou proporções maiores do que deveria (para mim) e que me gera muito mais dor do que momentos felizes. Ganhar ou perder não é a questão. Fazer certo, com ética, com decência, é. E o basquete acaba afastando as pessoas de bem.

É chato demais ser sempre apontado como o "ranzinza que quer ver tudo uma porcaria" (como se eu realmente quisesse). É chato demais remar dia após dia contra essa maré de pensamentos deturpados que inundam o nosso esporte. Talvez seja a hora de repensar as coisas.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Para entrar de vez na elite

Ninguém tem dúvida de que Nenê tem uma sólida e boa carreira na NBA. Depois de seis anos de altos e baixos no Denver, o pivô se firmou como um dos melhores da liga e terminou as duas últimas temporadas com médias semelhantes de pontos (14,6 e 13,8) e rebotes (7,8 e 7,6).

O campeonato que começa agora, porém, reserva algo especial: com contrato terminando em 2011-2012, o brasileiro pode renovar antes com os Nuggets ou até mesmo trocar de time (ele tem opção de sair) se elevar as suas médias e provar que pode, sim, levar o Denver às finais do Oeste. Para isso, o pivô precisa provar que é uma peça confiável principalmente nos finais das partidas, quando invariavelmente a bola para nas mãos de Billups ou Carmelo Anthony.

Meu palpite: Pode ser otimismo demais, mas acho que esta será a melhor temporada de Nenê na NBA. Ainda recuperando-se da lesão que o afastou do Mundial, o pivô terá papel importante em um Denver que ainda procura uma identidade no jogo de garrafão. Conseguindo isso, o cara se torna ainda mais ídolo da cidade e garante um novo contrato. Penso que ele terá sucesso.

E você, acha o quê? Diga na caixinha!

Mais problemas

Boa reportagem do UOL mostra que dois assuntos muito comentados no basquete brasileiro vêm tendo problemas para sair do papel. O Nacional Feminino, que perdeu Botafogo e Blumenau nos últimos dias, e o Nacional Sub-20, que será promovido pelo LNB - o projeto ainda está em fase de captação de recursos.

Sobre o Nacional Feminino, serão, de acordo com a reportagem, oito clubes, mesmo número da competição de 2009 (saem Botafogo, São Bernardo e Blumenau e entram Mangueira, Araçatuba e Joinvile). O mais impressionante é que um time Sub-19 é visto como uma "possibilidade remota" por Marcio Cattaruzzi, gestor da competição.

Uma pena, não?

Alto-falante

"Em nenhum momento eu disse que era empresária. A Damiris começou a jogar no meu Instituto em 2006. Temos um carinho muito grande por ela e por todos que fazem parte do Instituto Janeth Arcain. A Damiris é como se fosse minha sobrinha e sempre vou apoiar, orientar e dar conselhos quando ela precisar"

A declaração é de Janeth ao site da CBB. A assistente técnica da seleção adulta e comandante da Sub-15 nega ser agente da maior revelação do basquete brasileiro.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Código e sua Ética

"Declinar de envolvimento em negociações de passes e transferências de atletas, abstendo-se de comissões, participações e favorecimentos, especialmente ligados a valores financeiros ou de qualquer outra natureza, ilícitos segundo as normas da Confederação Brasileira de Voleibol e do Código Brasileiro de Justiça e Disciplina Desportiva;

Este é o Artigo 12, do Capítulo II do Código de Ética da CBV. Creio que a sua CBB não tenha o seu Código. Ponto para o leitor Rafael, que foi no site da Confederação de vôlei e enviou a informação ao blog.

E ponto final

A NBA causou nova polêmica antes do começo da temporada (outro assunto palpitante é este sobre a medida que permite aos árbitros apitar 568 faltas técnicas por noite) ao proibir que atletas utilizem o Concept 1, tênis cujo nome é complicado, mas tem o objetivo de fazer com que jogadores ganhem valiosos centímetros devido às molas do calçado (a ótima reportagem do UOL explica bem isso).

A notícia é péssima para os dois fundadores da marca (os gêmeos Adam e Ryan Goldston), que já haviam firmado contrato com mais de 30% dos calouros. A liga, porém, alega que este seria mais um caso de "doping por vestuário", como ocorreu há 25 com o Air Jordan I.

Análise Brazuca na NBA

A partir de hoje, o Bala na Cesta faz uma análise da temporada dos brasileiros na NBA. O campeonato começa na terça-feira, e até lá você verá Nenê (sexta-feira), Leandrinho (segunda-feira) e Tiago Splitter (terça-feira). Para começar os trabalhos, Anderson Varejão.

A chance

De todos os brazucas, aquele que sofrerá o maior, digamos, "choque de ordem" será Anderson Varejão no Cleveland. Acostumado a brigar por um título que não veio, desta vez o ala-pivô pode se dar por satisfeito se conseguir 40, 45 vitórias e chegar aos playoffs. De todo modo, individualmente ele precisará mudar muito.

Com a saída de LeBron James e a chegada de Byron Scott (adepto a sistemas mais fluídos no ataque), Anderson, agora o terceiro mais experiente da equipe (atrás apenas de Mo Williams e Antawn Jamison), atuará de pivô, e precisará fazer muito mais do que quando sua presença era exigida apenas na defesa. Sem muitas opções no setor ofensivo, Varejão terá que mostrar um potencial para pontuar que até hoje não apareceu na NBA. Se tiver sucesso, pode se tornar uma ótima arma para os Cavs e se valorizar ainda mais na liga norte-americana.

Meu palpite: Não tenho dúvida de que quase todos os seus números aumentarão (de minutos, passando por pontos e terminando com rebotes - a exceção deve ser o aproveitamento nos tiros de quadra), mas não sei se as deficiências de Anderson Varejão ficarão expostas demais (pode ser que jogando de "cincão" a lentidão de seu arremesso fique mais "protegida"). De todo modo, para quem tem no mínimo mais quatro anos de contrato com uma franquia que não pode exigir muito no momento, é bom o rapaz aproveitar a chance de evoluir em coisas que até hoje ficaram escondidos na NBA (arremesso de média de distância, aumento de sua massa muscular e jogo de costas para a cesta). A chance é agora.

E você, concorda? Comente na caixinha!

O trigo e o joio

Foi com tristeza que li ontem as declarações de Janeth sobre o fato de ela ser empresária da jovem Damiris. Após ler o que foi publicado no jornal Folha de S. Paulo, gostaria apenas de fazer algumas ponderações aqui.

1) Respeito quem pensa assim, mas não concordo com a ideia de que Damiris tenha ido ao Mundial pelo fato de ser agenciada por Janeth. A menina é talentosa, e desde sempre figurou, e bem, nas seleções de base.
2) Surpreendi-me com a desfaçatez do discurso de Janeth ("Não vejo problema nenhum. Dá para conciliar as duas funções"). Se ela realmente pensa assim, estamos absolutamente perdidos.
3) Não surpreendeu, mas também fiquei absolutamente chocado com a declaração de Hortência (“Não pode ser empresária e treinadora ao mesmo tempo. Eu desconheço qualquer atividade da Janeth neste ramo, mas ela sabe que não pode. Não pode de jeito nenhum ganhar dinheiro com atleta e trabalhar em comissão técnica de seleção”). Peraí: agenciar atleta não pode (e não pode mesmo!), mas vender DVD para técnicos, federações e clubes pode?
4) A Confederação Brasileira de Basketball vai continuar sem se pronunciar a respeito, é isso mesmo?
5) Na mesma entrevista ao jornal, um ponto importante foi levantado: o fato de Damiris e outras jovens não disputarem o Nacional adulto que deve começar em 13 de novembro. Será que a CBB pensa em alguma coisa para mudar a situação?
Caixinha aberta para vocês!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

São Paulo vence o Sub-17

Com 14 pontos e oito rebotes de Sheila, São Paulo acaba de vencer o Brasileiro feminino Sub-17. Bateu o Rio de Janeiro por 71-63 e conquistou o caneco (na decisão do terceiro lugar, Paraná fez 88-72 no Maranhão, que teve uma Maria Claudia inspiradíssima com assustadores 54 pontos). Parabéns ao Estado que faz o melhor basquete do país. E uma pena que ninguém da CBB viu a competição. Quem sabe em 2011...

CBB e Travel Ace assinam parceria

Acabo de apurar que a Confederação Brasileira de Basquete e a Travel Ace, empresa que fornece serviços de assistência médica durante viagens. Eles assinaram contrato de um ano (a seguradora fechou recentemente com a CBV e com o COB também).

A formalização do acordo acontece nesta quinta-feira, dia 21 de outubro, na feira anual da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens).

Cinco coisinhas

-- Fiz uma promessa no Twitter, e estendo aqui: se o @balanacesta chegar a 1000 seguidores até o final do ano, eu sorteio uma camisa do LeBron James, ok? Quem quiser pedir ajuda ao Eike Batista...

-- Conforme prometido a vocês, enviei as perguntas para a CBB. Abordei quase tudo, e foram cerca de 30 questões ao pessoal da Confederação. Em breve trago novidades.

-- A Folha de S. Paulo de hoje traz informação triste: Janeth, auxiliar da seleção feminina adulta e técnica da Sub-15, é agente de Damiris, revelação do basquete brasileiro ("Não vejo problema nenhum, dá para conciliar as duas funções", disse). Você pode ler mais aqui. Hortência diz que não sabia de nada...

-- Anote o nome desta menina: Izabella Sangalli (foto), ala de Americana (15 anos e 1,78m). Campeã paulista mirim no último final de semana, ela foi convocada por Janeth para a seleção sub-15 e deve despontar em breve no cenário nacional. Convém ficar de olho!

-- Conforme anunciei também no Twitter, estou lendo o livro de Andre Agassi (tenista). Por isso, fica a pergunta: será que, para dar uma movimentada no "Basquete é Cultura", vale eu começar a colocar livros de outros esportes? Aguardo comentários de vocês.

Sem surpresas

Sem surpresa alguma, Rio de Janeiro e São Paulo decidem hoje, às 14h, o título do Brasileiro Sub-17 que está sendo disputado no Paraná. Pelo lado carioca, destaque para Isabela (foto), que ontem anotou incríveis 30 pontos e 18 rebotes na vitória por 74-71 contra as donas da casa. Pelas meninas de São Paulo, é bom ficar de olho na pivô Vanessa, que teve 32 pontos e 20 rebotes contra o Maranhão (87-41) nesta terça-feira (22,8+10,3 de média).

Por outro lado, não dá para não ficar preocupado com alguns dados do torneio. Para ficar em um exemplo, cito a maranhense Maria Claudia arremessou absurdas 37 vezes pelo seu time na partida contra São Paulo. Um detalhe surreal? Todas as outras meninas juntas chutaram em 21 oportunidades. Só uma questão: seu técnico, Herbert Lima, permitiu que tudo isso acontecesse passivamente?

Quem vence a partida final de hoje (haverá cobertura da TV Paraná Educativa para todo o Estado do Paraná e para o Brasil através de antenas parabólicas e SKY canal 115)? Não tenho a menor ideia, mas sei que o basquete brasileiro perde quando vemos a absurda discrepância que há na "primeira divisão" do país. Aliás, fica a pergunta: quando começa a segunda divisão do Brasileiro Sub-17?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vale o reinado

Começa nesta quarta-feira a Euroliga masculina de basquete (na prática, na verdade ela começou na segunda, quando o Olympiacos contou com 15 pontos e sete passes de Teodosic para destroçar o Real Madrid por 82-66). Único brasileiro na elite da maior competição do continente, Marcelinho Huertas está, com o Caja Laboral, no difícil grupo A (entre outros, com Maccabi, Partizan e Khimki). Além dele, Augusto Lima, Rafael Luz e Carlos Cobos (Unicaja) disputam a competição.

Mas o time a ser batido continua a ser o atual campeão Barcelona. Empolgado com a vitória sobre o Los Angeles Lakers na semana passada, os catalães estreiam contra o Cibona nesta quinta-feira para provar que continuam com a corda toda (o trio formado por Pete Mickeal, Ricky Rubio e Juan Carlos Navarro promete!). Vale, também, ficar de olho nos dois jovens inscritos pelo ótimo técnico Xavi Pascual (Angel Aparicio e Carles Marzo).

E para você, quem leva o título europeu? Se pudesse escolher, diria que o Barça mantém o caneco na Catalunha.

Da Prancheta

39 - Foram os pontos marcados por Nathália (foto) nesta segunda-feira na vitória de 129-69 do Rio de Janeiro sobre o Maranhão pelo Brasileiro Sub-17 - ela igualou a sua maior marca da competição, obtida contra Pernambuco dois dias antes. A ala do Botafogo tem futuro, e merece ser bem observada pela diretoria da CBB. Hoje acontecem as semifinais do torneio: as cariocas medem forças com as paranaenses, e as favoritas de São Paulo enfrentam o Maranhão.

Tente outra vez

Ninguém pode acusar Jerry Sloan de não tentar. Há 22 anos comandando o Utah Jazz, o treinador de 68 anos é, obviamente, o que há mais tempo está em uma mesma franquia na NBA. Como o esporte é cruel, o brilhante Sloan nunca teve o prazer de colocar um anel em sua mão - e provavelmente não será nessa temporada que isso irá acontecer.

Não que o Utah não tenha um time de respeito. Com Deron Williams (melhor armador da liga?) no comando das ações ofensivas e com a respeitosa nova dupla de garrafão formada por Al Jefferson e o ainda lesionado Mehmet Okur (enquanto o turco não volta, o útil Paul Millsap dá as cartas), os Jazz se reforçaram no banco de reservas (com Earl Watson, Raja Bell e Francisco Elson), mas ainda se ressentem de um chutador mais confiável.

A temporada que está por vir deve novamente mostrar as qualidades de Williams, o pulso firme de Sloan e a técnica refinada de Okur, mas também a mesma face cruel que mencionei lá em cima. Um dos melhores treinadores da liga vai passar em branco de novo. A não ser que o calouro calouro Gordon Hayward desencante e seja a válvula de escape ofensiva nas bolas de fora do garrafão, o Utah terá mais um frustrante final de campeonato.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Alto-falante

"Ninguém que tenha feito coisas como ele deveria estar pensando em encerrar a carreira na Turquia. Nós ainda temos um dos jogadores mais especiais de todos os tempos e acho que ele ainda poderia render algo na nossa liga. Sinto-me péssimo por causa disso, porque não é assim que ele deveria acabar"

A frase é de Larry Brown, atual técnico do Charlotte Bobcats, sobre o deprimente fim de carreira de Allen Iverson, seu ex-comandado na Philadelphia. É uma pena ou não é?

Vai ou fica?

"Meu trabalho é convencer Carmelo a ficar em Denver, e não acho que isso esteja fora de questão". A frase é de George Karl, técnico dos Nuggets obviamente preocupado com a possível (provável?) saída da sua estrela ainda nesta temporada da NBA.

Ao time do Colorado parece não haver escolha: Melo deseja sair, quer sair, pediu para sair (Capitão Nascimento?), e o Denver não tem muito mais a oferecê-lo do que aquilo que já foi proposto (um milionário contrato de seis anos). Trazer outra estrela para o elenco me parece impossível, e incharia ainda mais a já inchada folha de salário de Stanley Kroenke, proprietário da franquia.

Sinceramente, acho o seguinte: no atual estágio, é melhor o Denver trocar Carmelo por algo de útil (uma posição alta no Draft de 2011 talvez) a ficar com a sua estrela insatisfeita - que, de mais a mais, sairá no final desta temporada sem que os Nuggets ganhem nada em troca. E você, o que faria se fosse dirigente? Comentários na caixinha!

Muito prazer, Damiris

Não dá para dizer que Damiris Dantas do Amaral seja uma menina de 17 anos como as outras. Meninas de 17 anos não disputam um Mundial adulto antes de tirar a carteira de motorista, mas com esta adolescente de Ferraz de Vasconcelos (interior de São Paulo) a maioridade esportiva já chegou. No torneio recém-terminado na República Tcheca, ela fechou a competição com 5,7 pontos e 4,2 rebotes de média, um pontapé inicial em uma carreira que promete muito.

- Sinceramente, não esperava jogar um Mundial tão cedo. A ficha demorou a cair, mas fiquei feliz com meus resultados, com minha evolução e com a oportunidade de defender o Brasil em uma competição tão importante – confessa a tímida-e-carinhosa jogadora de 1,90m, que deixa claro o próximo objetivo de sua carreira: - Quero disputar as Olimpíadas em 2012.

Dona de sólida carreira nas divisões de base da seleção brasileira, Damiris foi descoberta por Janeth, agora assistente-técnica, mas antes um ídolo e uma referência. Antes de integrar o time que ficou em nono no Mundial, a menina havia se destacado na Copa América Sub-18 em que o Brasil voltou na segunda colocação. Assim, chamou ainda mais a atenção de Carlos Colinas.

- A Copa América foi a competição que tive mais tempo de quadra e fico muito feliz por ter ido bem. Sou uma garota que sempre quero evoluir, sou muito crítica comigo mesma e tenho que melhorar muito ainda, principalmente nos arremessos de quadra – admite a jogadora, muito elogiada por seu desempenho em ambas as competições: - Agradeço e fico muito feliz com as palavras. Sou nova, e sei que tem muita coisa para acontecer. Procuro não ficar pensando muito nos elogios para que não perca o foco. Daqui para frente, a cada dia tenho que treinar mais forte para, assim, assumir um lugar de destaque no basquete do país.

Lugar de destaque no país que crítica e técnicos apontam ser o caminho natural para Damiris. Sem querer atropelar as fases, no entanto, ela prefere dar um passo de cada vez.

- É bacana que as pessoas enxerguem em mim este potencial todo, mas eu não posso ficar cega com isso tudo. Tenho muito comprometimento com a equipe em que atuo, e procuro fazer com que as pessoas confiem em mim. Foi assim que aprendi, e é assim que vou continuar. Do começo ao fim, tudo o que faço é sempre com paixão, amor e sinceridade, e é assim que vou pautar a minha vida – dentro e fora da quadra.

Com experiência no exterior (ela já jogou na Espanha), Damiris também não deixa de analisar o basquete brasileiro com a clareza de uma veterana. Ciente das dificuldades, vê no aeroporto uma forma de dar passos mais longínquos em sua carreira.

- O basquete brasileiro está evoluindo muito, disso não tenho dúvida, mas quero muito poder jogar no exterior. Creio que ter vivência internacional será muito bom para os meus próximos anos. Acho que cresceria fora e dentro das quadras – afirma a jogadora, que se reveza entre as aulas do terceiro ano do ensino médio (provavelmente ela estudará fisioterapia na faculdade), os treinos do seu time, o Jundiaí, e as intermináveis horas em que fica sozinha treinando arremessos no ginásio.

BATE-BOLA
Uma palavra que amo: Família
Uma palavra que odeio: Saudade
Minha maior virtude dentro de quadra: Tranquilidade na hora de atacar
Um ponto que tenho que melhorar em quadra: Jogo de frente para a cesta
Uma qualidade fora da quadra: Amiga
Um defeito: Muito sincera
Uma mania: Roer unha
Um sonho: Jogar na WNBA e entrar para a história do basquete brasileiro
Uma cidade: São Paulo
Um ídolo: Janeth e minha mãe
Um lugar: Quadra
Uma comida: Arroz, bife e miojo
Um livro: Nunca deixe de tentar (michael jordan)
Um filme: Menina de ouro
Uma música: Não deixe de sonhar (Chimarruts)
Um(a) amigo(a): Minha irmãzinha de dez anos
Uma bola que chutei e caiu: Minha primeira cesta (Em 2006 contra Santo André)
Um momento triste: A morte da minha mãe
Um momento feliz: Hoje
Um técnico: Janeth
Uma frase: “Nunca desista de seus sonhos”