quinta-feira, 11 de junho de 2009

Um sonho americano

Dá para imaginar uma seleção com Teresa Edwards, Dawn Staley, Ruth Bolton, Katrina McClain e Lisa Leslie perdendo para alguém? E se essa seleção colocar 15 pontos de frente e terminar a partida com 107 pontos? Mas foi isso que o Brasil fez naquele sábado, dia 11 de junho. Com os 110 a 107 nas semifinais, as comandadas de Miguel Ângelo da Luz já colocariam seus nomes na história: desde 1983 as norte-americanas subiam no lugar mais alto do pódio em Mundiais. Não seria o que aconteceria em 1994, quando os 32 pontos de Hortência e os 29 da inspiradíssima Paula (15 lances-livres convertidos em 18 tentados) colocariam a seleção a apenas um passo daquela conquista. Para muitos, aquela foi a maior atuação de um time feminino brasileiro em todos os tempos.

A PALAVRA DE QUEM ESTEVE LÁ: "Os Estados Unidos sempre foram o nosso bicho papão. Entrávamos sempre com a sensação que elas eram imbatíveis. Foi um dos melhores jogos da nossa geração, ou o melhor. Estávamos perfeitas. Equilíbrio tático e emocional. O importante foi ser campeã do mundo. Ser atleta da seleção da competição passa a ser secundário com a idade que estava ". O depoimento é de Paula, que não descansou um minuto sequer naquela partida.

A PALAVRA DE QUEM ESTEVE LÁ2: "Lembro que estávamos perdendo por 12 ou 15 minutos e nos olhávamos sem entender como viraríamos aquela partida. Mas conseguimos, e as americanas é que não entenderiam nada. Foi uma partida emocionante, e sabíamos, ali, que tínhamos toda a capacidade de ganhar o torneio", relembra Janeth.

CURIOSIDADE: Na semifinal, o Brasil, ultra-super-mega azarão, diminuiu os erros (cometeu apenas 12), contou com uma Leila inspirada (13 pontos e oito rebotes em apenas 22 minutos) e viu o seu trio de ferro anotar, pela terceira e última vez na competição, mais de 20 pontos cada: Paula (29), Hortência (32) e Janeth (22). Para se ter uma noção do que aquela vitória significava, a seleção norte-americana ficaria sem perder uma competição pelos próximos 12 anos (até o Mundial de 2006, no Brasil).

4 comentários:

jdinis disse...

Fábio,

Inicialmente me desculpo por entrar em um assunto que não se refere a matéria sobre a seleção feminina, mas...

Não consigo deixar de manifestar minha decepção com a atenção "quase zero" que está sendo dado nos diversos blogs e sites de basquete para a decisão da ACB que começa hoje.

A liga espanhola é talvez o 2º mais importante campeonato de basquete do mundo e teremos um brasileiro (Splitter) jogando a final Tau x Barcelona.

Na verdade ele não estará simplesmente participando mas é um protagonista do jogo, titular absoluto e enaltecido por todos na Espanha (ao contrário dos brasileiros na NBA, que são coadjuvantes).

O modelo de basquete no Brasil, muito baseado no individualismo e espelhado na NBA, só se reforça com a falta de destaque dado pela imprensa e sites especializados (Balanacesta, Rebote, DraftBrasil, etc) a tão importante campeonato e ao papel de protagonista exercido por um brasileiro (que não "pipoca" na hora de jogar pela seleção).

Em tempo: acredito que o jogo passará no Bandsports pois, apesar de não estar anunciado na grade de programação como "ao vivo", o horário (15:00h) é coincidente com o do 1º jogo da final. O site da tv espanhola também deve transmitir ao vivo, pois passou a seminfinal.

Sds.

fábio balassiano disse...

jdinis, obrigado pelo comentário. sobre os outros blogs eu não posso responder, mas falo pelo meu.

acho sua crítica bem válida, mas hoje às 13:35 entrou um post falando sobre a final:
http://balanacesta.blogspot.com/2009/06/quem-leva-o-titulo-espanhol.html

além disso, acho que fui o único alucinado que falou da liga abc desde o seu começo, e vim acompanhando-a da maneira que pude. é só vasculhar os arquivos do blog que você verificará isso.

mas eu concordo com você. o individualismo que você cita meio que cega os nossos olhos para o basquete europeu.

de todo modo, tem um post ali em cima.
abs, fábio

Anônimo disse...

leggere l'intero blog, pretty good

Anônimo disse...

Parabenizo o blog pela iniciativa, mas basta rever os vídeos deste jogo no youtube, site no qual está reproduzido na íntegra, para ver que em nenhum momento o Brasil esteve 15 pontos atrás- e sim, esteve no máximo 02 pontos atrás. Talvez o autor do texto tenha confundido com outra partida histórica- contra os EUA no Pan de Havana/91- nesta sim, ficamos em grande desvantagem e viramos a partida. Acho que este dado deveria ser corrigido, pois tira o que a na minha opnião é o maior mérito da seleção naquele jogo: o fato de ter controlado e dominado a seleção americana o tempo inteiro. Os EUA, que por sinal, perderiam sua terceira semifinal consecutiva (para Cuba, no Pan de 91, para a CEI em Barcelona de 1992, e para o Brasil na Austrália 1994.