segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Promoção: álbum de figurinhas da NBA

Pra você que é fanático por NBA, o Bala na Cesta, em parceria com a Panini, vai sortear dez álbuns da NBA. Para participar, envie um email para fabio.balassiano@gmail.com com seus dados completos. Ao todo serão dez contemplados (cada um ganhará o álbum com 20 figurinhas)! A promoção é válida até o fim de fevereiro. No começo de março faço o sorteio e divulgo. Boa sorte!

Ratto caiu

Ratto não é mais técnico de Uberlândia. Ele foi demitido ontem, ainda no vestiário, após derrota para Assis. Chuí é o mais cotado para assumir. Depois eu volto com mais informações.

Uma justa menção

É óbvio que os holofotes do basquete feminino estão (justamente) voltados para Laís Elena, campeã da primeira edição da LBF (que, aliás, merece aplausos por ter enchido um ginásio neutro na decisão de ontem!), mas Antonio Carlos Barbosa, quase sempre criticado (inclusive aqui), merece créditos pela campanha com Ourinhos.

Após assumir no lugar de Urubatan, o veterano treinador, ausente das quadras desde o Pan-Americano de 2007, mostrou o seu valor ao levar Ourinhos, com um elenco bem mais modesto do que em outros anos (quem viu o time com Ariadna, Karen e Mamá no banco de reservas sabe do que estou falando), ao jogo final. Com um padrão tático bem acima da média do que estamos acostumados por aqui, Barbosa passou sem sustos pela Mangueira e deu um nó (na verdade foram três) em Zanon no grande triunfo do time na competição (3-2 contra Americana).

Barbosa tem defeitos (sua falta de originalidade no ataque, que vive dos curls, "balões" e high-lows, irrita demais), mas mostrou seu valor em um time que não vinha jogando bem. Fez jogadoras medianas atuarem melhor (Djane, Bethânia e principalmente Joice), deu um pouco de lucidez no sistema ofensivo e fez a defesa "pegar", como ela gosta de dizer, muito mais. Merece crédito, um voto de confiança da diretoria de Ourinhos e mais um ano de contrato na equipe. Parabéns a ele.

Ponto de equilíbrio

A rodada de ontem foi a última do NBB antes do carnaval. Vão curtir a folia com alegria Pinheiros (melhor campanha até aqui com 16-5), Assis (que venceu Brasília e Uberlândia seguidamente) e Bauru (ótima campanha de recuperação e brilhante retrospecto de 13-8).

Mas quem curtirá o carnaval com gosto mesmo é a organização da Liga, que vê oito times separados por apenas quatro vitórias na tabela (o líder, Pinheiros, tem cinco derrotas e o oitavo, o São José, nove), nove com campanha positiva e um equilíbrio jamais registrado nas duas primeiras edições do NBB. Apenas como comparação: na Liga ACB (Espanha), a diferença é de sete vitórias entre o primeiro e o oitavo; e na Itália, de nove.

A explicação é simples: Flamengo, Joinville (14-8) e Minas (12-10) caíram um pouco, e outras equipes evoluíram demais - São José e Bauru, por exemplo (sem contar com Uberlândia, que entrou neste ano já com um time fortíssimo).

O nível técnico do NBB3 não é dos melhores, mas o equilíbrio desta edição faz bem demais à competição. Traz emoção na disputa por vaga aos playoffs, mostra que as equipes brigam em pé de igualdade (no fim de semana o Vitória, vice-lanterna, venceu Limeira, campeã Paulista) e despeja emoção em uma fase regular que podia ser arrastada - e que não está sendo (ainda bem!). Ponto para a LNB.

Sem alarde, CBB lança camisa hoje

A CBB não informou a ninguém, mas o Twitter da Centauro, loja esportiva, avisa: será hoje, às 19h, no Shopping Leblon, o lançamento da camisa nova da seleção brasileira. Marcelinho Machado estará por lá, e creio que o Bala na Cesta também. Só achei estranho que não divulgaram nada.

A maior guerreira

"A CBB fala muito em renovação, mas quero saber em qual sentido. O basquete não muda, o que muda é a forma de trabalhar e sigo fazendo meu trabalho". Essa foi a frase de Laís Elena antes da conquista do título a Fábio Aleixo, no Lancenet.

E no domingo Laís deu outro show de basquete. Comandou Santo André com mãos de ferro, explicou o jogo às atletas ("a defesa mudou pra individual, vocês não viram?"; "o jogo é de infiltração, gente"; e "se não defender não ganha, moçada") e acabou vencendo o seu segundo título nacional (e com um time infinitamente inferior àquele de 1999, que tinha, entre outras, Janeth e Helen).

Independente do elenco, Laís, de 67 anos, está em Santo André desde 1974. Com verba, sem verba, com título, sem título, ela está lá, lutando para fazer um basquete melhor a cada dia (e sempre com a palavra 'ensinar' em primeiro lugar). Infelizmente experiência e sabedoria não são valorizadas por aqui, mas a melhor treinadora do país merece todo o crédito pelo troféu de ontem (por favor, gente, vamos colocar uma coisa na cabeça: há veteranos atualizados e jovens sem o menor conteúdo - logo não é a idade que dita se a pessoa é boa ou não). Quando o cronômetro zerou, só pensava na maior guerreira do basquete brasileiro. Laís Elena merecia demais!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma imagem


A imagem vem do site da Liga Nacional de Basquete, e dava conta da transmissão ao vivo dos quatro jogos entre capixabas e paulistas (link aqui). Pobre deste blogueiro que acreditou nisso. Na sexta-feira às 19h estava na frente da televisão para ver Vila Velha e Limeira no canal campeão. O Sportv, parceiro da LNB, decidiu transmitir o tênis. Vai entender...

Santo André é campeão!

Com exceção de uma pane no segundo período, foi menos sofrido do que se imaginou. Santo André bateu Ourinhos por 65-49 na manhã deste domingo e acaba de se sagrar campeão da primeira edição da LBF. Monstruosa, a pivô Simone Lima foi a melhor da partida (em minha opinião), com 10 pontos, 17 rebotes (terceira maior marca da competição!), dois tocos, 25 de eficiência e uma luta assustadora no garrafão.

O título coroa o ótimo trabalho de Santo André, que conquista um Nacional pela segunda vez (a outra foi em 1999). E aqui vai um parabéns especial a quem mantém um projeto tão duradouro com mãos tão boas e tão fortes: Laís Elena mais do que ninguém merecia esse troféu. São quase 30 anos à frente do time do ABC, e sempre com muita visão de basquete (hoje ela deu show!).

Parabéns também a Ourinhos, que chegou à decisão com orçamento bem menos que alguns de seus concorrentes, mas hoje a festa é de Santo André, legítimo campeão da primeira edição da LBF. Que seja o primeiro sinal do crescimento que o basquete feminino tanto precisa.

Santo André e Ourinhos, comente aqui!

Santo André e Ourinhos decidem, em 50 minutos, o título da primeira edição da LBF. Se vencer, Antonio Carlos Barbosa entra na galeria dos campeões do Nacional Feminino. Caso conquiste o troféu, Laís Elena coroa os quase 30 anos de trabalho em Santo André (por lá desde 1974) com o sua segunda conquista. Abaixo os treinadores que já venceram.

Edson Ferreto (2009)
Urubatan Paccini (2008)
Paulo Bassul (2003, 2006 e 2007)
Antonio Carlos Vendramini (1998, 2000 2004 e 2005)
Alexandre Cato (2002)
Maria Helena Cardoso (2001)
Laís Elena (1999)

Vai ver o jogo? Então comente aqui!

Alto-falante

"Mais uma vez a Federação Paulista de Basketball perdeu a chance de fazer um grande Campeonato Paulista com 15 equipes. Essa questão do desequilíbrio já foi demonstrado nesta LBF que não é bem assim. Infelizmente a Federação Paulista não está preocupada em melhorar o produto basquete e sim fazer o campeonato"

O desabafo é de Ricardo Molina, presidente da Unimed, patrocinadora de Americana. Ele fala sobre a "sensacional" atitude da Federação Paulista, que decidiu fazer o estadual feminino com cinco equipes na A-1, e dez na A-2 (fiz um post a respeito). Só fica uma questão: os clubes se calarão até quando?

sábado, 26 de fevereiro de 2011

É piada?

Acabei acordando bem cedo no sábado. E acordei assustado. Primeiro com o post de Rodrigo Alves no Rebote, que falava sobre a vergonha ocorrida em Vila Velha. Depois com as imagens do VT no Sportv. O time da casa venceu Limeira, Riddick anotou 46 pontos* (desculpe, mas a marca ficará sempre com um asterisco ao lado), mas a vergonha foi imensa.

Simplesmente não houve jogo devido à umidade na quadra. Os atletas patinaram tanto que, no final, Demétrius ordenou que seu time simplesmente desistisse do jogo (estourando o cronômetro dos 24 segundos com a bola nas mãos). Lamentável, além da péssima condição da quadra, a atitude do árbitro José Carlos Pelissari, que não suspendeu a partida por julgar haver condição de jogo (incrível, Pelissari!).

No Twitter, a revolta foi imensa. Daniel Alemão, sincero ala de Limeira, bradou: "Hoje o problema foi a quadra. Uma merda de jogar". A conta oficial da Winner/Limeira disse: "Nossos jogadores não paravam em pé. Todos escorregaram o jogo inteiro. A quadra não apresentou nenhuma condição de jogo. Umidade total".

Na boa, não é possível que aconteça uma coisa dessas num campeonato profissional. É lamentável, terrível, inadmissível. Quando o artista do espetáculo não pode exercer a sua função, algo de errado há. E que a LNB haja com correção, porque este foi provavelmente o episódio mais bizarro dos seus três anos de existência.

No embalo de Huertas

Será a reedição da final da Liga ACB da temporada passada e a revanche da semifinal da Copa do Rei de duas semanas atrás. E não poderia haver momento melhor para Marcelinho Huertas pisar em Barcelona novamente. Será neste sábado, às 14h de Brasília, com transmissão do Bandsports.

O brasileiro vem de (mais) uma atuação magistral (18 pontos, cinco assistências, seis rebotes, três roubos e alucinantes 30 de eficiência na vitória sobre o Unicaja/Málaga por 78-63 na Euroliga nesta quinta-feira) e passou a liderar as estatísticas do Top-16 da competição em eficiência (agora com 20,6 de média - na temporada completa ele é o oitavo). Para se ter uma ideia, seu técnico, o exigente Duško Ivanović, disse que não há mais palavras para descrever o momento do brasileiro em 2011.

Tiago Splitter, MVP das finais de 2010, não estará lá para ajudar o Baskonia, e muito por causa disso este sábado será outro grande teste para o melhor armador da Europa. Caso consiga levar o seu time ao triunfo na casa do maior rival, Marcelinho se credencia para ser o melhor jogador da temporada da ACB e colocar o seu time entre os favoritos ao título do campeonato. Não precisa de mais nada para derrotar o atual campeão europeu, precisa?

Pelo sucesso da decisão

Estou bem ansioso para ver o que Santo André e Ourinhos nos mostrarão amanhã na decisão da primeira edição da LBF. Para mim não dá para negar que chegaram à final os dois times que estão (ao menos no momento) melhores armados no país em termos táticos (vale sempre lembrar: são os dois técnicos mais veteranos do país).

Quero muito ver como Barbosa armará a marcação sobre Micaela e Ariadna (32,2 pontos somados) sem esquecer do jogo de garrafão do time do ABC com Fabiana Guedes, Êga e Simone (o trio produz 32% dos pontos da equipe). Também quero ver como Laís Elena fará para resgatar a cubana Ariadna do buraco em que ela se enfiou na quinta partida contra Catanduva (1/11) e tentará deter o trio formado por Plutín, Chuca e Joice (que evolução a desta menina!), responsável em média por 34 dos 67 pontos de Ourinhos.

Mas sobretudo quero que seja um ótimo espetáculo. Se não for pedir demais, que a partida seja bem jogada, com emoção e boa técnica das meninas. Estarei torcendo para que tudo corra bem. O basquete feminino merece um pouco de alegria. Sucesso para as atletas na finalíssima de amanhã (10h, com transmissão do Sportv).

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

É crise

Recentemente escrevi um post sobre o Flamengo em que perguntava se o time estava em crise após perder quatro partidas seguidas. O tempo passou, mais derrotas vieram, e a resposta é: sim, os rubro-negros estão na pior (sugiro, inclusive, a leitura do ótimo artigo do Rodrigo Alves a respeito).

Não consigo acessar as estatísticas do NBB3 (confesso que desisti do site) para uma análise mais profunda, mas é muito claro que o rendimento do trio Duda, Hélio e Fred caiu demais. Com isso a responsabilidade de Marcelinho, que já era alta, ficou ainda maior. E como o ala já adora arremessar vocês sabem bem o que acontece, né. A defesa, que havia melhorado no começo da Era Gonzalo Garcia, voltou a apresentar falhas terríveis nas coberturas (a marcação no lado oposto do Flamengo seguramente está entre as piores do país). Isso sem falar nas oscilações (técnicas, táticas e mentais) que o time sofre durante as partidas.

Aquele time quase invencível no país deu lugar a uma frágil equipe. O Flamengo irá se classificar aos playoffs do NBB3, mas precisa melhorar demais se quiser recuperar o título perdido ano passado para Brasília. Hoje contra o Pinheiros, em São Paulo, pode ser um bom começo para sair da lama.

No passo do caranguejo

Então chegamos à final da primeira edição da Liga de Basquete Feminino (aka Nacional Feminino da CBB) e nem assim a organização do torneio acha que é hora de promover o aguardado duelo entre Santo André e Ourinhos (isso sem falar na absoluta falta de tato ao sequer mencionarem a aposentadoria de Helen).

Para se ter uma ideia, o site da LBF está sem atualização desde segunda-feira, quando a final foi definida. Não há, até o momento em que escrevo este post (quinta-feira, 23:17), sequer uma informação sobre a ansiedade das meninas para a decisão de domingo, comentários dos dois técnicos ou impressões das duas torcidas. Se não há no "espaço oficial", seria demais pedir alguma ação no local do duelo (São José) ou nas redes sociais, certo? Pois é...

O formato da decisão é esdrúxulo, a quadra é neutra, as torcidas não devem ir, o basquete feminino anda numa draga danada e não haverá transmissão na TV Globo. E o que fazem, então, LBF e clubes para atenuar tantos problemas e promover a decisão? Absolutamente nada. Sinceramente, é absolutamente impensável ver uma luz no fim do túnel assim. Andar para trás é isso aí. Falar em comunicação, consumidores, futuros praticantes é demais pra essa galera. Uma pena.

Explicando o inexplicável

Dentre as 689 trocas de ontem na NBA (aqui você encontra um resumão e aqui também), gostei muito da movimentação do Portland, que ficou mais "físico" com Gerald Wallace (fará uma bola ala com Wesley Matthews agora, e no futuro com Brandon Roy) e do risco calculado do Houston Rockets, que foi buscar o pivô Hasheem Thabeet (pouco utilizado no Memphis devido à boa forma de Marc Gasol). Mas confesso que não entendi as atitudes de Boston e Oklahoma.

Para quem ainda não sabe, os Celtics pescaram Jeff Green e Nenad Krstic, enviando Kendrick Perkins e Nate Robinson. É o tipo da troca que é ruim para as duas partes. O Oklahoma, que parece confiar demais no desenvolvimento de Serge Ibaka (ainda uma aposta!), perde a terceira (e confiável) via ofensiva da equipe (Green era responsável por 15% dos pontos do time) para tentar defender um pouco com Perkins. É uma aposta, mas uma aposta para um time que tinha um estilo leve e solto de atuar (mexer agora para quê?). Com o pivô, os Thunder terão que modificar seu jogo, e verão Russell Westbrook e Kevin Durant ainda mais marcados (sobretudo Westbrook, que cansou de se beneficiar do jogo "aberto" de Green para infiltrar no garrafão adversário). Sobre Nate Robinson eu nem comento...

A tacada do Boston é ainda mais estranha (para dizer o mínimo), e mexe fortemente na estrutura de um time vencedor (bem vencedor!). Danny Ainge talvez tenha esquecido que o quinteto Rondo-Allen-Pierce-KG-Perkins JAMAIS perdeu uma série de playoff quando atuou junto (na final passada Perkins se lesionou no sexto jogo da final) e que num eventual confronto com o Orlando Magic nem Krstic (lento) e muito menos Shaquille O'Neal terão capacidade física para deter Dwight Howard (de quebra Ainge ainda despachou o turco Semih Erden, que conseguiria pegar uns cinco ou dez minutos nos playoffs). Kendrick Perkins não é nenhum Wilt Chamberlain, mas fazia muito bem o trabalho sujo debaixo da tabela e conseguia frear um pouco da sanha dos pivôs adversários (Andrew Bynum, o próprio Shaq ano passado e D12).

Dizem no mundo corporativo que um negócio só é bom quando é satisfatório para as duas partes. Neste caso sinceramente eu não consigo enxergar o lado agradável nem para Oklahoma, muito menos para o Boston.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dia agitado na NBA

Dia agitado de trocas na NBA, hein! Algumas trocas ainda estão sendo finalizadas, e depois comento tudo. Por enquanto o espaço aqui está aberto pra vocês comentarem! Estou chocado com a de nate Robinson + Kendrick Perkins (Boston) por Nenad Krstic e Jeff Green (Oklahoma).

E você, o que achou do dia final de trocas na NBA? Comenta aí na caixinha!

Chance de greve

Aproveitando o All-Star Game em Los Angeles, Derek Fisher, representante dos jogadores da NBA, convocou uma reunião de emergência com os 30 donos de franquia da NBA e David Stern (foto), presidente da liga. O tema: o aumento no salário dos jogadores.

E como era de se esperar o encontro foi tenso, bem tenso. Fisher, que não é bobo, levou consigo LeBron James, Dwyane Wade, Kobe Bryant e Carmelo Anthony, e disse que não temia uma greve ao final da temporada 2010-2011 (e foi aí que os dirigentes tremeram na base).

A verdade é que Stern e os proprietários pensavam que Fisher e o Sindicato estavam blefando quando falavam em parar tudo, em suspender a temporada seguinte. Depois das palavras de Billy Hunter, diretor-executivo do grupo de atletas, eu acho bom os engravatados colocarem as barbas de molho: "Essa reunião não adiantou de nada. Vou dizer aos jogadores que se preparem para a greve, tal qual aconteceu em 1998-1999. Queremos chegar a um acordo, e se tivermos que lutar para isso, assim o faremos".

Alto-falante

"Quero aproveitar para agradecer aos profissionais com os quais convivi, desde técnicos até os roupeiros, passando pelos dirigentes, médicos, fisioterapeutas, jogadoras, jornalistas e torcedores que tanto carinho me deram nos diferentes clubes em que eu joguei. Vou me esforçar como sempre fiz para melhorar o basquete brasileiro, só que agora do lado de fora da quadra"

A frase é de Helen à CBB - o site, aliás, está de parabéns, pois fez uma outra justa homenagem a ela (clique aqui). Sorte para ela nesta nova fase de sua vida. Já disse e repito: dona de comportamento fora do comum, Helen foi uma das melhores atletas que vi em quadra. Fará muita falta! Todas as homenagens serão poucas a medalhista olímpica (2000) e campeã mundial (1994).

Miopia e a esperança

Surtei quando li ontem que o próximo paulista feminino terá cinco clubes na série A-1 e dez na A-2. Sei que foi opção dos clubes devido a problemas financeiros, mas me surpreendo cada vez mais com a falta de capacidade de gestão dos nossos dirigentes. Ora bolas, uma singela questão: se o objetivo é promover o espetáculo, desenvolver a modalidade, por que diabos a Federação Paulista não "comprou o barulho" para fazer um torneio com 15 equipes (quase o dobro da LBF, diga-se de passagem!)?

A tristeza, porém, deu lugar a esperança rapidamente. Li ontem no Clipping do Basquete, de Alcir Magalhães, que João Fernando Rossi, diretor de esportes olímpicos do Pinheiros, pode se tornar candidato a presidente da Federação Paulista em 2012 (hoje o cargo é ocupado por Antonio Chakmati, espécie de dirigente esportivo que se perpetua no poder com ideias pouco modernas e atitudes muito retrógradas). Rossi é um dos responsáveis pelo excelente projeto esportivo do Pinheiros, e quem já conversou com ele (como eu) sabe que se trata de uma pessoa educada, com ideias arejadas e com ótima índole.

Vamos ver até quando as péssimas práticas de gestão terão espaço no basquete brasileiro. Se quiser crescer, a modalidade precisa extirpar dirigentes que estão há 20, 30 anos no mesmo cargo sem resultados práticos (de gerenciamento, de resultados, financeiros). Que a Federação Paulista de Basketball seja a primeira.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

D-Will nos Nets

Foi surpresa, pero no mucho, a transferência de Deron Williams para o New Jersey Nets. Conversei na semana passada com um dirigente do Utah, e ele me garantiu que o clima na franquia estava pesado demais para D-Will. Ninguém por lá gostou que Jerry Sloan tenha pedido para sair por causa das vaidades do armador.

Mas isso não foi o pior. Os jogadores, quase todos, ficaram ao lado de Sloan, e prometeram lutar para que o treinador ficasse. Como não ficou, Deron estava isolado nas trincheiras de sua vaidade. Com contrato próximo do fim (2012), o Utah juntou o útil ao agradável: despachou D-Will, trouxe um armador ótimo (Devin Harris, cujo contrato vai até 2013) e um jogador draftado entre os cinco primeiros (Derrick Favors, o terceiro, que tem bastante futuro). A única coisa ruim é que eles não terão Jerry Sloan de volta (a não ser que o veterano mude de ideia, né...).

Para o Utah foi ótimo, para os Nets também, mas Deron Williams está com sua imagem cada vez mais arranhada. Vamos ver como será o seu relacionamento com Avery Johnson, conhecido como "general". No mínimo ansioso para ver isso...

Helen sem cortes

Imperdível a entrevista de Helen a Rodrigo Alves. Clique aqui e leia.

Alto-falante

"Ettore Messina é um dos melhores treinadores que tive, sem dúvida, e foi o que mais me marcou ao lado do Gregg Popovich. Sei que o estão criticando duramente agora, mas perder para o Barcelona não é tão trágico assim. Ele está fazendo um grande trabalho"

A frase é de Manu Ginóbili, que foi treinado por Messina na Itália, ao Marca. Lá, eles foram campeões da Euroliga em 2001, com o argentino sendo o MVP das finais. A declaração de Manu é um alento, mas não atenua as pressões que o italiano vem sofrendo no Real Madrid, em crise após perder a final da Copa do Rei para o rival Barcelona em casa. Amanhã os merengues, invictos no Top-16, enfrentam o Partizan.

O general que moldou Blake Griffin

Quem viu o (bom) torneio de enterradas no sábado deve ter ficado ainda mais impressionado com a habilidade atlética de Blake Griffin, vencedor da competição e maior sensação da temporada da NBA até aqui (22,8 pontos, 12,6 rebotes e autor de 27 duplos-duplos seguidos).

Se há um responsável por ter transformado o "mirradinho" Blake do Draft de 2009 nessa montanha de músculos ágeis de 2011 este alguém é Frank Matrisciano, com quem o ala-pivô dos Clippers trabalhou antes desta temporada. Frank foi do exército norte-americano e há cerca de dez anos "molda" corpos de feras da NBA (Gilbert Arenas foi um de seus clientes).

Excêntrico, Frank acorda todos os dias às 05:22 em sua casa em São Francisco, e exige que seus atletas estejam prontos para trabalhar às 7h da matina. Fanático pela boa alimentação, não é à toa que apenas 30% de seus clientes chegam ao final dos 30 dias de extenuante trabalho. Blake Griffin, claro, chegou, e chegou depois de ter corrido durante duas horas/dia em dunas, subido e descido degraus de um campo de futebol com 156 lances de escada e "brincado" de andar com sacos de terra em suas costas - isso sem falar nos exercícios de flexibilidade e peso que o professor adora.

Para piorar a situação, o solteiro convicto que odeia ter a sua identidade revelada (na foto, a maneira como ele dá os seus treinos) leva sempre consigo o seu único amigo, o cachorro Seminole, um Husky Siberiano que late raivoso a cada reclamação de seus atletas. Blake Griffin não reclamou, não latiu, não bateu perna, e hoje brilha na NBA. Com as bençãos do general Frank Matrisciano.

Por mais jogos na LBF

Quem acompanha o Nacional Feminino desde o começo sabe que o nível técnico da competição é fraco, bem fraco. Mas uma coisa é certa: nos playoffs semifinais o crescimento técnico das meninas foi absurdo, espantoso, bem legal de se ver. E a constatação é óbvia: quando jogam contra meninas da mesma categoria, as atletas se desenvolvem mais rápido (clichê, mas é fato!).

Por isso é cruel pensar que a LBF tenha um calendário tão apertado (menos de três meses), com jogos tão colados e em pouca quantidade (14 na temporada regular). Uma maneira de evoluir o Nacional sem, necessariamente, aumentar o número de equipes (é o ideal, claro!) seria fazer, ao invés de dois turnos, três ou quatro. Ao invés das 14 já citados, teríamos 28 partidas na fase de classificação, número idêntico, por exemplo, ao do NBB3. Ao invés de haver jogos no sábado e na segunda-feira com rivais diferentes, Ourinhos e Mangueira, por exemplo, poderiam se enfrentar, evitando assim dois deslocamentos.

Sei que realmente não é isso que fará com o nível técnico de fato cresça (são as divisões de base que mudam isso tudo!), mas ao menos seria um começo. Ao ver os desempenhos da veterana Micaela (foto) e da jovem Fabiana Caetano, de Americana, eu só ficava imaginando como elas estariam se atuassem em uma temporada com mais de seis meses de duração. Duração que permitiria que todas as jogadoras ganhassem ritmo de jogo, experiência e permitiria mais tempo de quadra para as jovens. Fica a sugestão.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

BEC: Once Brothers, por Giuliano

A partir de hoje, o Bala na Cesta passa a receber sugestões dos amigos para algumas seções do blog. Para começar, Giuliano Deliberador, leitor fiel deste espaço, fala sobre Once Brothers, documentário exibido pela ESPN recentemente, aqui no "Basquete é Cultura". Conta aí, Giuliano!

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por Giuliano Savioli Deliberador (foto)

A década de 90 testemunhou algumas das mudanças mais dramáticas que o mundo viveu no Século XX. Em seguida à queda da União Soviética, que polarizava a busca da hegemonia mundial com os Estados Unidos, uma série de acontecimentos sacudiu o mundo, principalmente os países até então sob a chamada Cortina de Ferro, órbita de influência da URSS no Leste Europeu. Seguindo a derrocada da potência comunista, países surgiram e se desintegraram em processos mais ou menos pacíficos. Nenhum deles, porém, experimentou mudanças tão sangrentas quanto a então Iugoslávia.

A Iugoslávia era uma Federação que congregava seis diferentes nações sob a mão de ferro do Marechal Tito, ditador que governou o país desde a expulsão das tropas nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Com a sua morte, e o vácuo de poder derivado da queda do comunismo, o país viu renascerem rivalidades históricas entre as nações que o formavam, implodindo numa guerra sem precedentes. País de longa tradição no basquete, a Iugoslávia tinha na época uma das seleções mais fortes do mundo (campeã mundial em 1990). E essa seleção, que à imagem e semelhança do próprio país, era um caldo que reunia sérvios, croatas, macedônios e montenegrinos, no qual destacavam-se o pivô Vlade Divac, sérvio, e o armador Drazen Petrovic, de origem croata, dois dos maiores jogadores da história do basquete europeu. Ambos não poderiam passar incólume à guerra que destruiu o país.

O filme Once Brothers, produzido pela NBA Enterteinment para a série 30 for 30 da ESPN americana, procura retratar como a guerra que corria na Iugoslávia afetou a relação entre os dois craques daquela seleção. Até o esfacelamento do país, ambos eram muito próximos, e dividiam o quarto na concentrações da seleção desde a juventude. Porém, um episódio até certo ponto fortuito na comemoração do título mundial de 1990 mudou o rumo das coisas. A entrada de um torcedor na quadra carregando a bandeira do movimento nacionalista croata, e a imediata reação de Divac no sentido de escorraçá-lo dali para mostrar ao mundo uma Iugoslávia unida acabou servindo de pretexto para uma campanha de demonização do pivô sérvio junto à mídia croata, o que acabou contaminando Petrovic, que, rompendo uma amizade que havia se aprofundado quando ambos penetraram no até então fechado mercado da NBA, passou a tratar Divac com absoluta frieza e até um certo desprezo.

Narrado pelo próprio Divac em primeira pessoa, o filme é espetacular porque, ao mesmo tempo em que celebra a trajetória desses dois grandes ídolos, não descuida de retratá-los em sua dimensão mais humana, com seus erros e acertos. É impossível não imaginar a dor de Divac ao perceber que a morte precoce de Petrovic impediria qualquer tentativa de reconciliação futura. Da mesma forma, impressiona a reação das pessoas nas ruas de Zagreb, mesmo mais de uma década depois do fim das hostilidades, que ignoravam a presença do outrora ídolo local, quando não acusavam-no de genocida, o que mostra que feridas de conflitos como aquele não se curam facilmente, nem mesmo com a existência de um Tribunal Internacional criado pela ONU para julgar os crimes cometidos (aliás, por ambos os lados) naquela guerra.

Para nós, fãs, "Once Brothers" é uma obra obrigatória. Inclusive para deixar na cabeça de todos a grande dúvida: poderia a grande seleção iugoslava, completa, fazer frente ao Dream Team dos EUA em Barcelona?

Sobrou pro Nenê

Com a troca de Carmelo Anthony e Chauncey Billups para o New York, a imprensa norte-americana especula que o Denver tem uma carta na manga pronta para os próximos dias: renovar com o brasileiro Nenê por um longo período - caso queira, o pivô pode optar por sair ao final desta temporada. Vale lembrar que, agora, ele será o segundo mais bem pago da equipe, depois de Kenyon Martin, cujo contrato termina em julho - ele não deve ficar por lá.

Com as vindas de Felton, Gallinari (muita gente diz que o italiano e o armador nem desembarcarão em Denver - há chance de serem trocados novamente), Chandler e Mozgov, Nenê passa a ser não só o jogador mais antigo da franquia (já era antes da troca), mas principalmente aquele que pode ser a principal figura de um time em reconstrução. Após as saídas de Melo e Billups, Nenê, com os melhores números da carreira (15 pontos e 63,7% nos arremessos), poderá enfim ter mais chances de arremessar - isso, claro, se a comissão técnica dos Nuggets enxergar isso.

Se financeiramente deve compensar (imagina mais uma bolada de US$ 60 milhões por seis anos?), resta saber se esportivamente será válido para o brasileiro ficar no Colorado com um time menos dependente de uma estrela só, mas obviamente em reconstrução. Pode parecer paradoxal, mas se fosse Nenê ficaria por lá mesmo. Seria ídolo da torcida, teria mais touches em quadra e teria a chance que nenhum brasileiro ainda teve na NBA: ser protagonista em uma equipe da liga. E você, o que acha?

Sem surpresa: Melo nos Knicks

O Denver não tinha muita escolha. Carmelo Anthony queria ser trocado, e queria ser trocado apenas para os Knicks. E assim o foi. Na noite de ontem tudo foi concretizado: Melo, Chauncey Billups Shelden Williams, Anthony Carter e Renaldo Balkman vão para Nova Iorque, e Raymond Felton, Danilo Gallinari, Wilson Chandler e Timofey Mozgov desembarcam em Denver.

Além disso, o New York cedeu picks de 2012, 2013 (segunda rodada) e 2014 (primeira rodada), além de US$ 3 milhões para o Denver. Num acordo separado, os Knicks trarão o reserva Corey Brewer em troca do contrato expirante de Eddy Curry (lembra dele?) e de Anthony Randolph - e vão dar outros US$ 3 milhões aos Timberwolves por isso.

Agora vamos lá. Em termos frios, numéricos apenas, o New York Knicks não mandou bem. Chandler, Felton, Gallinari e Mozgov (três titulares!) respondiam por 53,4 pontos da equipe (50,3% do total). Os que vieram somam 50,9 pontos ou 47,3% do total do Denver. Além disso, o entrosamento de um time que jogava junto há seis meses se perdeu.

Mas esse, claro, não era o ponto para os Knicks (no post seguinte eu falo do Denver, que nem deve receber Felton e Gallinari, e Nenê). Na cabeça de Donnie Walsh (ou Isiah Thomas), é muito mais fácil você reconstruir o elenco de apoio do que conseguir uma estrela de primeira linha (e é mesmo). E o New York conseguiu a estrela com Carmelo Anthony, que é excelente e estará mais do que motivado a atuar na Big Apple onde nasceu (ele é do Brooklyn), perto da esposa (a apresentadora LaLa Vazquez), com quem se casou em 2007 (o local da festa? Nova Iorque, claro), e de seu filho.

Para mim também está claro que os Knicks não chegarão à final do Leste neste ano (como não chegaria com Felton, Gallo, Chandler e Mozgov). Também não me animo muito com a atual fase de Chauncey Billups (será que ele conseguirá correr no esquema de D'Antoni?), armador de 34 anos que registra os piores números desde 2004-2005 (a boa notícia é que o contrato do veterano pode ser encerrado ao final da temporada). Mas, claro, um time titular com Billups, Fields, Melo, Amare e (só tem ele) Turiaf é respeitável.

Com Carmelo e Amare, os Knicks terão uma dupla que hoje soma 51,2 pontos (o combo da Big Apple só perde para o de Miami com LeBron e Wade no quesito) e capaz de encher o ginásio novamente. Se será responsável por um título que não vem há quase 40 anos (desde 1973), só o tempo e os novos reforços dirão (o banco do time agora inexiste). Mas a tentativa foi feita, e Melo, cidade e NBA saem ganhando nessa.

Te conheço

Na capital federal, Brasília e Flamengo fazem nesta quarta-feira um duelo com muita história pelo NBB3. Finalistas das primeiras duas edições e com uma rivalidade de dar gosto (quando só jogam bola, claro), estarão em quadra Marcelinho, Alex, Giovannoni e Bábby, entre outros. Promessa de um jogaço, com transmissão do Sportv a partir das 19h30.

Os times são os que menos perderam no NBB3 até aqui (quatro vezes), e vêm de ótimas vitórias no domingo (no Rio de Janeiro o Flamengo não suou para vencer o Bauru por 84-64; em Brasília os candangos atropelaram o Vitória por 105-62). Para os rubro-negros, a semana ainda promete mais emoções, pois o time de Gonzalo Garcia viaja até São Paulo para enfrentar o Pinheiros na sexta-feira (outro grande duelo!).

Acho que pelos momentos dos times e por jogar em casa Brasília leva ligeira vantagem. Mas em se tratando de clássico, o maior do NBB diga-se de passagem, isso não quer dizer muita coisa, claro. E você, verá a partida amanhã? Tem algum palpite? Comente na caixinha pra gente trocar uma ideia!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Helen se despede

“Claro que eu gostaria de ir a final e disputar o título da Liga. Infelizmente não conseguimos avançar a final, mas encerro minha carreira feliz, defendendo uma cidade pela qual sinto muito carinho, ao lado de grandes jogadoras", afirmou Helen Luz, que aos 38 anos anunciou o fim de sua brilhante carreira. Campeã mundial em 1994 e medalhista em 2000, a ala-armadora merece aplausos! Valeu, Helen!

Na final, via renascimento

Micaela foi descrita como "acabada" após três temporadas ruins. Vinha fazendo um Nacional apenas razoável, mas nessa segunda-feira ela roubou a cena. Anotou 28 dos 62 pontos de Santo André para levar o seu time à terceira e derradeira vitória no confronto contra Catanduva (62-59). Laís Elena viu Ariadna ruir (1/11), mas mesmo assim venceu.

Do outro lado, Americana tinha tudo para vencer Ourinhos em casa. Mas faltou organização, cabeça e disciplina tática. Viu Ourinhos vencer por 66-63 após dominar 35 dos 40 minutos de partida e se classificar com inteira justiça à decisão de domingo - às 10h, sem garantia de transmissão na TV Globo. E aí entra o mérito de Antonio Carlos Barbosa, outro dado como "morto" para o basquete brasileiro. O veterano arrumou o time no segundo turno, deu um nó em Zanon na semifinal e está na final. Ponto pra ele!

Apenas para reflexão: Laís Elena e Antonio Carlos Barbosa têm, somados, mais de 120 anos de idade e farão a final no domingo. Zanon, convidado a assumir a seleção feminina, verá tudo de casa.

Alto-falante

"Poder estar junto do grupo numa competição importante como a Eurocup vai ser uma ótima experiência. Treinei com a equipe e fui muito bem recebido por todos. Todos me deram muita força, me deixaram muito à vontade. Estou trabalhando forte aqui para poder ajudar minha equipe e ser chamado para estar na equipe principal me deixa orgulhoso e ainda mais motivado, porque estou sendo observado e o meu trabalho está sendo reconhecido"

A frase é do animado Lucas Bebê, que, depois de agradar ao treinador Luis Casimiro Palomo para três dias de treinos com o time adulto, viajou pela primeira vez com a equipe principal para a República Tcheca, onde o seu time, o Estudiantes, enfrenta o CEZ Nymburg pela Eurocup (uma espécie de Liga Europa do basquete). Sorte para ele neste começo de carreira internacional com seu clube.

De hoje não passa

Não pude ver os jogos de sábado, mas (como quase sempre acontece) concordo muito com a análise do Bert sobre as atuações dos treinadores nas semifinais (leia aqui). Nas duas séries houve mais erros do que acertos, mas uma coisa é certa: de hoje não passa.

Com promessa de muita emoção, Americana e Ourinhos (20h, com Sportv) e Santo André e Catanduva (no mesmo horário no ABC) fazem o quinto e último jogo da semifinal da LBF. Quem vencer avança à final, que será disputada no próximo domingo, em jogo único, em São José dos Campos.

Não consigo apostar, mas acho que o fator casa em jogos decisivos traz grandes vantagens. Se quiserem vencer, Ourinhos precisará defender melhor, e Catanduva precisa manter a consistência do ataque nas duas vitórias do confronto. Sorte para as meninas.

Pintou o MVP do NBB3?

Rubén Magnano esteve ontem no Pinheiros para ver o time da casa contra Joinville (93-81 para os paulistanos). Viu Marquinhos (16 e cinco assistências), Manteiguinha (17 + seis passes) e Shammel (13+6+6) com bons números. Mas o técnico da seleção brasileira viu, sobretudo, mais uma atuação genial de Olivinha, que teve 30 pontos (12/13 nos arremessos), dez rebotes e absurdos 40 de eficiência.

Mas quem acompanha o NBB desde a primeira edição sabe que não há surpresa alguma nisso. Olivinha pode não ter a técnica dos sonhos, mas possui uma disposição invejável e um posicionamento bem acima da média. Jogando como um ala-pivô falso (ou, como chamam, de "três-e-meio"), ele é o maior destaque do "galáctico" Pinheiros (14-5) de João Marcelo Leite: com 24,7 ele é o terceiro mais eficiente da competição, com 19,2 ele é o quarto cestinha (59,2% nos arremessos) e com 8,7 rebotes ele lidera a competição no quesito.

Olivinha não foi ao Mundial da Turquia porque havia lesionado a mão, mas, aos 27 anos, não há a menor desculpa para ele não integrar a seleção brasileira que vai ao Pré-Olímpico da Argentina neste ano. Sem Anderson Varejão, ele pode injetar a dose de "sangue" que ultimamente tanto tem feito falta. Pouco valorizado por aqui, o melhor jogador do NBB3 merece cada gota do sucesso.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Roese assume a seleção - na Universíade

Após ter confirmada a saída do comando da seleção Sub-19, Walter Roese deve embarcar em outra empreitada. Ele provavelmente será o técnico da seleção brasileira na Universíade, que este ano acontecerá na China.

"A CBDU é uma confederação séria e que sempre me apoiou e confiou no meu trabalho. Já estamos juntos desde 2007 e estou muito animado com a possibilidade de representar o meu país novamente em um evento tão grande e importante como este", disse Roese por telefone ao Bala na Cesta a caminho do All-Star Game da NBA em Los Angeles. Pelo que apurei, Roese e a CBDU estão bem próximos de um acerto, só faltando pequenos detalhes.

A preparação inclui o torneio Top Four Nations, no qual, sob o comando de Roese, o Brasil foi campeão em 2009, amistosos contra equipes da CBA (Chinese Basketball Association) e um amistoso contra a forte equipe dos USA antes da Universíade na China. Sorte para Roese e a seleção brasileira universitaria nesta competição, que é pouco conhecida no Brasil, mas absurdamente reconhecida no mundo.

Dia das crianças

Recebi ontem o álbum de figurinhas da NBA. Editado pela Panini e vendido desde o começo de fevereiro nas principais bancas do país com um custo de R$ 3,80 (cada cromo custa R$ 0,80), o produto impressiona pelo projeto gráfico (belíssimo), pelas informações de cada jogador e até pela possibilidade de o colecionador enviar uma carta para a Panini com as figurinhas que faltam (isso pra mim é novidade).

A se lamentar, apenas, a falta de timming para o lançamento do produto. Com a temporada rolando - e com as trocas cada vez acontecendo mais -, alguns jogadores já mudaram de camisa (Terrence Williams e Hedo Turkoglu, por exemplo). De todo modo, o saldo é bem positivo, e para quem gosta do passatempo é um prato cheio.

Na próxima semana deveremos ter uma promoção com o álbum por aqui. Enquanto isso, vou colando as figurinhas que recebi, fato que não acontecia brincando há uns 15 anos. Está sendo divertido. Se quiser saber mais sobre o álbum da Panini clique aqui.

Minha melhor memória

Já devo ter escrito aqui algumas vezes que não me empolgo muito com o All-Star Game. Não sei o motivo, mas não me apetece em nada (via de regra, acabo sempre dormindo no meio do segundo período). Com duas ou três exceções eu nem me lembro direito do que houve nesta festividade nos últimos 15 anos (tenho todos os jogos gravados).

Mas uma das memórias que ficaram foi a do All-Star Game de 1992 (em Orlando, sede do Magic), aquele em que Earvin "Magic" Johnson (ídolo máximo deste blogueiro aqui) voltou após ter anunciado, em 1991, que havia contraído o HIV. Naquela noite de 9 de fevereiro o armador anotou 25 pontos e deu nove assistências, mas emocionou a todos quando desafiou Isiah Thomas e Michael Jordan para duelos de 1-1 (o último deles, contra Isiah, foi no fim do duelo).

Para quem não lembra, coloco abaixo o vídeo do chute final que coroou a atuação memorável de Magic Johnson, MVP do All-Star. É emocionante! No Youtube, um rapaz colocou os melhores momentos do jogo em 18 partes (clique aqui).

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Alto-falante

"Não vou mentir e dizer que não passava pela minha cabeça. Passava, passava sim. Gostaria de estar, mas obviamente não joguei muito tempo e tampouco consegui bons números"

A declaração é de Tiago Splitter ao site da ACB. É uma pena, mas o brasileiro não esteve no desafio dos calouros contra os jogadores do segundo ano da NBA nesta noite em Los Angeles..

Presente e Futuro

Duelo interessante pela Liga ACB neste domingo em Vitória. Jogando diante da sua fanática torcida pela primeira vez depois daquela festa incrível da Copa do Rei, o Baskonia receberá o Granada, último colocado da competição.

Claro, o confronto é interessante para nós brasileiros. De um lado da quadra estará Marcelinho Huertas, melhor armador da Europa e descrito em diversos sites do velho continente como o maior candidato ao troféu de MVP da temporada da ACB. Do outro, os pivôs Paulão Prestes (que completou 23 anos essa semana) e Augusto Lima, elogiado aqui outro dia.

É clichê, mas o trio representa o presente e o futuro da seleção brasileira. Huertas já é um nome consagrado, Paulão já esteve presente em cométições internacionais, e Augusto Lima segue o mesmo caminho. Que continuem assim.

O fator Karla

Com apenas uma derrota na fase de classificação, Americana se vê, com 1-2 nos playoffs, em sérios problemas na semifinal da Liga Feminina contra Ourinhos. Se perder hoje em casa (às 20h), tudo o que foi plantado cai por terra - simples assim. No ABC e com transmissão do Sportv no bizarro horário das 13h, Santo André tem tudo para fechar contra Catanduva (também 2-1).

E se quiser se manter vivo na competição Americana terá que contar com a pontaria de Karla, quinta maior cestinha da competição com 14,8 e aproveitamento de 31,3% nos três pontos. O problema, e isso não é coincidência, mas sim uma mostra de como ela é importante para a equipe, é que nas três derrotas do time na LBF (Santo André e duas vezes Ourinhos) o rendimento é ruim: se na pontuação ela até que não caiu muito (para 13 pontos), nos chutes de longe a marca despenca para 16,6% (3/18).

Se quiser avançar à final, Americana precisa vencer as duas partidas em casa. Se quiser avançar à final, é bom torcer para a mão de Karla estar calibrada. Do contrário, Antonio Carlos Barbosa sorrirá mais uma vez no basquete feminino brasileiro.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Congresso Técnico no Rio de Janeiro

Acontece, entre os dias 15 e 20 de abril, aqui no Rio de Janeiro o I Congresso Técnico de basquete na UERJ. O evento contará com a presença do técnico Marvin Harvey e uma mesa de debate que contará com Byra Bello, Miguel Ângelo da Luz e Beegu (ex-jogador do Flamengo e atualmente técnico da Escola Americana do Rio de Janeiro). O custo do evento é de R$ 185,00.

Nos EUA, Marvin Harvey é conhecido como "Shot Doctor", o que, numa tradução livre, seria "Doutor Arremesso". Suas clínicas na Flórida são sempre muito concorridas, e seu último case de sucesso chama-se Tamika Catchings, ala do Indiana Fever que evoluiu horrores após aprender as lições de Harvey.

Para quem quiser saber mais, é só clicar aqui.

Recordando MJ

Alguém lembrou aqui no blog que Michael Jordan completou 48 anos de idade nesta quinta-feira. Por coincidência, neste final de semana acontecerá, em Los Angeles, o All-Star Game.

E aí foi impossível não lembrar do que MJ fez nos campeonatos de enterrada nos anos de 1987 e 1988. Fui buscar o vídeo no Youtube, e reproduzo-os abaixo. Dá para entender um pouco do espírito competitivo do melhor de todos os tempos em seus duelos sempre acirrados contra Dominique Wilkins (outro craque).

De lambuja ainda coloco o vídeo do All-Star Game de 1988 (em Chicago), em que Jordan fez absurdos, anormais, incríveis 40 pontos (17-23 nos chutes) Divirtam-se!

LNB explica

Por falta de tempo, acabei não conseguindo escrever a respeito da agressão sofrida por Valtinho na partida em Franca. Mas acompanhei atentamente a acalorada troca de comentários na caixinha durante todo o dia. Veja, abaixo, o vídeo.

No final desta quinta-feira, a Assessoria de imprensa da LNB me enviou a seguinte mensagem, que reproduzo abaixo:

"Todos os casos disciplinares têm um caminho natural que compreende: recebimento dos relatórios do árbitro e representante na Liga, recebimento da súmula do jogo e do DVD da partida, uma vez que todos os nossos jogos são filmados. Após receber qualquer relato sobre transgressão de ordem disciplinar ou regulamentar, o mesmo é encaminhado para o Presidente da Comissão Disciplinar, que encaminha para o Procurador que decide se deve, ou não, oferecer denúncia sobre o caso. Sendo feita a denúncia, a mesma é enviada novamente para o Presidente da Comissão Disciplinar que marca o julgamento dos envolvidos. No caso da agressão ao Valtinho as provas já foram enviadas para a Comissão na terça-feira (15/02).

Caso seja do seu interesse, sugerimos a leitura da coluna do Dr. José Luiz de Lana Mattos, presidente da Comissão Disciplinar que julga os casos do NBB (clique aqui). Importante também, caso você tenha o interesse em acompanhar este ou outros casos julgados, passo a passo, tomar conhecimento do andamento dos processos através do link.

Para melhor informação ainda, destacamos que não houve, nestas três edições do NBB, nenhum caso merecedor que não tenha sido julgado pela nossa Comissão Disciplinar. Todos os julgamentos são abertos e com livre acesso de quem quer que seja. O site “Justiça Desportiva” tem, por hábito e por vocação, acompanhar e transmitir ao vivo, via site, os julgamentos. Desta forma você está convidado para também acompanhar e ter a oportunidade de saber como tudo funciona".

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dois pontos

-- Apenas 17 pessoas pagaram para ver Flamengo e Araraquara ontem na HSBC Arena, em jogo válido pelo NBB3. O Rodrigo escreveu isso no Rebote.

-- Recebi ontem por email um vídeo com uma agressão de um torcedor de Franca ao armador Valtinho. Escrevo sobre isso mais tarde. Mas quero muito saber qual será a punição da LNB - se é que haverá, claro.

Ourinhos e Santo André quase lá

Fora de casa, Santo André contou com 34 pontos de Ariadna e 20 de Micaela para triturar Catanduva por 87-58 e fazer 2-1 na série, mesmo placar de Ourinhos, que fez 66-61 contra a até então favorita Americana (Plutin teve 17, Chuca 14 e Tatiana outros 11).

Ourinhos precisa vencer uma longe de casa para passar, e o time de Lais Elena precisa "apenas" confirmar o mando de quadra em uma das duas partidas em casa.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

BEC: "On the Shoulders of Giants"

Nascido em Nova Iorque, Kareem Abdul-Jabbar sempre ouviu de seu pai que ele nunca faria parte do melhor time da história do basquete. Ferdinand Lewis Alcindor, o pai do então bebê Lewis Alcindor, dizia sem parar que igual ao New York Renaissance o filho nunca veria. O tempo passou, Lew virou Kareem Abdul-Jabbar, seis anéis de campeão vieram, mas a inquietação persistia. Persistiu tanto que virou filme. Com o longo nome de "On the Shoulders of Giants: The Story of the Greatest Basketball Team You Never Heard Of", Kareem escreveu o roteiro do documentário (a direção ficou com Deborah Morales), que será lançado amanhã, sobre o time.

Fundado em 13 de fevereiro de 1923 a partir do movimento cultural "Harlem Renaissance", também conhecido como "New Negro Moviment", o time carregava consigo um propósito de jogar basquete e se diferenciar pelas atitudes pouco ortodoxas fora de quadra. Por conta da segração racial, os atletas dormiam em ônibus (não eram aceitos em hotéis), tinham uma alimentação pouco recomendável para atletas (comida fria quase sempre) e, claro, se vestiam de maneira provocativa.

E em quadra o clube de Bob Douglas, o fundador e técnico, também fez história: entre as décadas de 30 e 40 do século passado eles dominaram o basquete norte-americano. Na temporada 1932-1933, a campanha foi de incríveis 120-8, com a incrível sequência de 88 vitórias consecutivas e o título (não registrado). Em 1939, no primeiro torneio nacional oficial registrado pela USA Basketball, os Rens se tornaram primeiro time formado apenas por negros a conquistar o troféu (na decisão, 34-25 no Oshkosh All-Stars). Ao todo, o retrospecto, de 2588-539, mostra bem quem dominava a modalidade na época.

Como tratar bem da memória é especialidade dos EUA, em 1963 o New York Renaissance entrou para o Hall da Fama (como clube). Anos mais tarde, três membros da equipe também tiveram a honraria: Tarzan Cooper, Pop Gates e Bob Douglas, o fundador e técnico. Depois de gravar o documentário, Kareem deu entrevista e disse: "Consegui constatar que tudo o que meu pai falava era verdade. Pena que nunca pude vê-los". Fica a dica do "Basquete é Cultura" desta semana.

O jogo mais importante do campeonato

Sem transmissão do Sportv, ocorrem hoje às 20h os dois jogos mais importantes do Nacional Feminino até aqui. Com os duelos empatados em 1-1, Catanduva e Ourinhos jogarão em casa e poderão liderar os confrontos pela primeira vez contra Santo André e Americana, respectivamente.

Pelo que apresentou na segunda-feira, Catanduva mostrou que pode, sim, enfrentar Santo André de igual para igual. O ataque funcionou com Silvinha Luz (foto), ótima com 19 pontos (bem acima da sua média de 13,5), e Clarissa, que teve 19 pontos e 14 rebotes e não descansou por um minuto sequer. Até a defesa, ponto fraco da equipe, funcionou bem na segunda etapa. Em Ourinhos, Bethânia acertou quase tudo (16 pontos em 17 tentados) e ajudou o time a forçar Americana ao segundo revés na competição - ao todo foram 23 assistências em 30 arremessos convertidos.

Caso vençam, Catanduva e Ourinhos viajam para conseguir apenas uma vitória na casa das rivais, que certamente jogarão pressionadas em seus domínios. Não será fácil (Santo André e Americana não perdem jogos consecutivos com tanta facilidade), mas a chance para chegar à decisão está nas mãos dos times mandantes nesta quarta-feira. Vencer significa colocar o rival contra a parede. E vocês sabem como a falta de equilíbrio emocional age por aqui...

Alto-falante

"Jogar pela seleção é uma opção, mas é uma obrigação que eu tenho comigo mesmo. É algo que eu faço por gosto, por orgulho do meu país. Mas não tenho obrigação nenhuma de jogar pela Seleção Brasileira. (...) Como disse antes, não é obrigação de ninguém. Cada um pensa de uma forma, cada um sabe como está seu corpo, o cansaço que tem, a pressão que o clube exerce"

A frase é de Marcelinho Huertas, em ótima entrevista ao Lance! de domingo. Na reportagem, o melhor armador da Europa também diz que é preciso aprender a vencer os jogos apertados. Ele tem total razão.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Leia agora!

Artigo imperdível do DraftBrasil sobre o público do NBB3. Clique aqui e leia. A média de público presente é de 615,6. E ainda querem falar que a TV vai resolver tudo...

Para pensar - e comparar

Períodos de treinos da seleção feminina Sub-16 que jogará a Copa América em 2011

1ª fase - 20/02 a 15/03 (Santos)
2ª fase - 06/04 a 18/04 (Colorado Springs)
3ª fase - 02/05 a 05/06 (a definir)
TOTAL DE DIAS: 69

Períodos de treinos da seleção masculina Sub-16 que jogará a Copa América em 2011

1ª fase - 16/02 a 27/02 (São Sebastião do Paraíso - leia mais sobre o projeto da cidade aqui, em ótima matéria do Draft Brasil)
2ª fase - 27/02 a 31/03 (São Sebastião do Paraíso)
3ª fase - 01/04 a 30/04 (Las Vegas & São Sebastião do Paraíso)
4ª fase - 14/05 a 31/05 (São Sebastião do Paraíso & Buenos Aires)
TOTAL DE DIAS: 89

Não conto o torneio preparatório no México e nem abordo o tema da falta que o período de aulas fará aos alunos (como se vê, serão mais do que duas semanas, como alguns argumentaram nos comentários do post "Cruzada"), mas fico chocado com a diferença de dias entre meninos e meninas. Discrepante, não?

De cinema

O Baskonia acabara de perder para o Barcelona na semifinal da Copa do Rei em Madrid em uma partida em que fora completamente dominado. Desolados, os jogadores voltaram para o vestiário e começavam a se trocar quando ouviram um som conhecido e em ótimo som. Eram as músicas da torcida, a mais fanática da Espanha.

Sem saber o que fazer, os atletas voltaram para a quadra para ver o que diabos estava acontecendo. Viram os enlouquecidos 2.500, 3.000 torcedores cantarolando a plenos pulmões palavras de incentivo ao time que, repito, acabara de ser derrotado. Sem saber o que fazer, os jogadores, emocionados, aplaudiram a torcida sem saber o que exatamente acontecia ali. No Twitter, Marcelinho Huertas resumiu a sensação: "Incrível a nossa torcida. Temos que tirar o chapéu para eles. Muito obrigado de verdade". No site oficial do clube, a agremiação também agradece pelo apoio, considerado "surpreendente".

Abaixo você, querido leitor, vê o vídeo e depois me diz se não é de arrepiar! Há muito tempo não via uma demonstração tão legal de afeto de uma torcida numa quadra de basquete.



Cruzada

Foi convocada ontem por Janeth a seleção Sub-16 feminina que tentará vaga na Copa América da categoria em junho, no México. Gostei de ver entre os 19 nomes os de Polyana (da Apada, do Mato Gross), Serena, nascida em Rondônia e atuando no Vizinhança (DF), Andrine, do clube Sobral (Ceará) e as já conhecidas Izabella (que treina com a Sub-19), Kawanni (a boa ala de Osasco está na foto) e Vitória.

Também fiquei animado com a lista de André Germano para a Sub-16 masculina. Há nomes importantes, como o do ala Lucas Dias (foto), de Fernando Stafleu Andrade, do Barcelona, de Adriano Alves, pivô de 2,05m do Paulistano, e de Fábio Billieri, de Santa Catarina.

O que eu fico encucado, no entanto, é o período em que estes meninos (de 20 de fevereiro a 2 de março) e meninas (de 21 de fevereiro e 15 de março) estarão treinando. Se por um lado será uma oportunidade de desenvolvê-los em dois períodos, o que é ótimo esportivamente, por outro há um prejuízo escolar sem tamanho.

Estes jovens, que deveriam estar estudando, perderão suas aulas por conta de um sonho que, claro, muitos não conseguirão realizar (o de se tornarem jogadores profissionais de basquete - ainda mais aqui no Brasil). É meio ranzinza dizer isso, é meio chato, é um assunto difícil, já falei disso antes, mas não me animo muito com a ideia de "jogar tudo pro alto atrás de uma possibilidade só". É arriscado, cruel e injusto, e a modalidade precisa começar a pensar em alguma maneira de não deixar isso continuar a acontecer. Teremos, portanto, atletas muito bons - e estudantes horríveis. Se isso é bom? Acho que vocês sabem a resposta.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um registro importante

Acabo de conversar com Wlamir Marques, que me informa que ele e todos os componentes vivos da geração mais vitoriosa do basquete brasileiro não foram à cerimônia de cremação de Edson Bispo porque não conseguiram informação a respeito. Também disse que não só ele, mas todos mantinham contato regularmente com Edson e sua família.

"Quero deixar claro que não houve desunião e omissão da nossa parte. Mantínhamos contato com o Edson, e ficamos muito tristes e chocados com o seu falecimento. Todos queríamos comparecer, mas por falta de informação não foi possível".

De minha parte, digo que em nenhum momento quis dizer que a desunião do basquete brasileiro, que existe, passa pela geração dele - pelo contrário: pude ver nas comemorações pelo cinquentenário do título de 1959 que todos são extremamente carinhosos e companheiros uns com os outros. Foi um post mais generalista, e menos particular. Fica o registro do (meu ídolo) Wlamir, a quem respeito e admiro demais.