quarta-feira, 10 de junho de 2009

O legado (ou a falta que ele faz)

Por Rodrigo Alves, editor do Rebote

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"É impossível não olhar para o Mundial de 1994 com um forte sentimento de nostalgia. Uma nostalgia boa, porque foi a última grande conquista do basquete brasileiro, e ao mesmo tempo uma nostalgia ruim, porque o cenário de hoje não nos permite sonhar com nada parecido num futuro próximo.

Nos três Mundiais seguintes, ainda com remanescentes da geração campeã, a seleção feminina arrancou dois quartos lugares (1998 e 2006) e um sétimo (2002). Agora, acabou. Janeth (foto à esquerda), Helen, Alessandra (foto à direita, abaixo) e Cíntia, que cumpriram campanha muito digna há três anos, no Ibirapuera, não vestem mais a camisa amarela. O que podemos esperar, portanto, do campeonato de 2010? Muito pouco.

Porque a Era Grego, iniciada três anos após o título na Austrália, não percebeu que é preciso criar um sistema sólido de formação de atletas. Lançar todo o basquete de um país nas costas dos (raros) ídolos é arriscado demais. Está aí a prova. Não temos mais Hortência, não temos mais Paula, não temos mais Janeth. Temos o quê? Um bom técnico e um grupo de jogadoras guerreiras, mas nenhuma capaz de botar a bola embaixo do braço e decidir um torneio, como fazia o trio campeão em 1994.

Muitas de nossas meninas, mesmo as da elite, carregam limitações táticas e de fundamento fatais para quem joga em nível internacional. E a culpa não é delas, sabemos bem. A culpa é de quem administrou a modalidade nas últimas décadas, talvez acreditando que Paula, Hortência e Janeth quicariam bolas até os 60 anos. Ver o Brasil campeão mundial? Hoje, infelizmente, só olhando para trás".

RODRIGO ALVES

2 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, concordo em partes com voce: hoje as jogadoras não são guerreiras, mas sim interesseiras!!! E não tiro a razão delas: afinal quem põe comida na mesa não é a seleção, e sim o time que contrata!!!
Guerreira é Alessandra disputando rebote como se fosse a última jogada da vida, a Hortencia suspirando antes do lance-livre, a visão de quadra da Paula, e a tranquilidade da Janeth nos momentos cruciais de uma partida da seleção!!! E seu choro sentido e comovente na despedida do PAN!!! E note que elas NUNCA afirmaram que eram as ESTRELAS da equipe, por mais que merecessem este rótulo!!!!

Paulista

Anônimo disse...

Santa Imparcialidade

Rodrigo,infelismente voce não foi feliz em suas colocações,não se trata de defender ninguem,nem entidades.
A Hortencia,Paula e Janete estão entre as melhores jogadoras de basketball do MUNDO,basta dizer que a Hortencia esta no Hall da Fama,e pelo que já vi de basket,olha sou do tempo de jogos maravilhosos-Ponte Preta(M.Helena)x Sorocaba(Vendramini) Ponte Preta(a mesma) x Unimep(Barbosa)Lacta(lais),e claro acompanhei os Mundiais,Olimpíadas,mas não vejo jogadoras do nível da Hortencia e da Paula.Torna menos complicado voce buscar substitutas para Marta,por ex.surgiram Alessandra-Kelli-Cintia-Erika,para a Leila,vieram varias com igual ou pouco melhor ou pouco pior,e veja bem a modalidade esta ainda entre as 4 melhores ranqueadas pela FIBA,tivemos um vice campeão sub 21, um quarto lugar sub 19,em nível mundial, e estas remanecentes que tiveram de assumir juntamente com a Janete,a Paula ainda jogou a Copa América de 1997 e Mundial de 1998,era trocas com pouquissimo tempo de jogo no mundial de 1994 e olimpiada de 1996,é só voce consultar as estatisticas.
Temos ainda uma boa geração surgida neste período de entresafra,Micaela-Keli-Adrianinha,Iziane,Érika-e mais algumas.Temos de considerar que com exceção do futebol temos dificuldades no item MASSIFICAÇÃO,e o basquete feminino sofre mais ainda com isto.Depois da dupla Wlamir-Amauri,levamos 20 anos para aparecer Oscar-Marcel e depois,agora Leandrinho-Tiago-Nene-varejão,assim é com gugas,Cielos,Daiane,hipolitos,joaquim cruz etc.