sexta-feira, 5 de junho de 2009

O perfil das campeãs

Conversei com Sergio Maroneze, assistente técnico da seleção feminina campeã mundial de 1994, e pedi para ele fazer um pequeno perfil daquela bela equipe. Ficou legal. Vamos lá.

Hortência - Nunca descumpriu nenhuma ordem técnica e finalizou como de costume, sem se afetar com a enorme pressão - Rainha que foi e sempre será.

Helen - Teve equilíbrio dentro da quadra e serenidade fora para entender a importância de seu papel na química da equipe.

Adriana Santos - Jogadora veloz e experiente, fez a ponte com as jogadoras mais jovens, dividindo sua bagagem com as demais.

Leila Sobral (foto à direita) - Para muitos, foi a revelação. Não para nós, que já sabíamos do que ela era capaz desde 1992, quando fomos campeões Pan-Americanos Juvenil no México.

Paula - Nunca descumpriu nenhuma ordem técnica e socializou o jogo sem vaidade, pensando na equipe em primeiro lugar, despida de qualquer vaidade.

Janeth - Nunca descumpriu nenhuma ordem técnica e usou sua magnífica polivalência como elemento de desequilíbrio nos jogos, para desespero das adversárias.

Roseli - Excelentes qualidades defensivas e polivalência nas posições fizeram dela um elemento fundamental durante o campeonato.

Simone Pontello - Jogadora de grupo, muito atenta às determinações da comissão técnica, não mediu esforços para colaborar da melhor forma quando foi solicitada.

Ruth - Como pivô mais experiente da equipe foi exemplo de competência técnico-tática. Teve muita facilidade de se adaptar às diferentes funções defensivas que delegamos.

Alessandra - Os 110% de dedicação integral ao nosso treinamento fizeram com que essa guerreira fora das quadras se firmasse igualmente dentro delas. Impôs muito respeito na tábua.

Cintia - Teve personalidade para entrar em momentos delicados e importantes das partidas, matando bolas difíceis e mantendo o padrão defensivo estabelecido sem duvidar.

Dalila - Dedicação e disciplina pessoal foram duas das características demonstradas, já que teve pouco tempo para entrar no timing da equipe que já se conhecia.

Waldyr Pagan (chefe da delegação) - Apaixonado, idealista, exigente, engraçado, ponto de equilíbrio do grupo, disposto a colaborar com qualquer um a qualquer hora.

Miguel Ângelo da Luz (técnico) - Soube agüentar uma pressão imensurável e multidirigida. Como head coach, teve a humildade de dividir (bem) as funções, as quais respeitou e incentivou até o último dia em que trabalhamos juntos. Parceiro. Irmão.

Hermes Balbino (preparador físico) - Brilhante, inspirava confiança de todos em seu trabalho e nos seus métodos. Sempre trazia óticas diferenciadas e qualificadas à respeito de tudo. Parceiro. Irmão.

8 comentários:

Anônimo disse...

O Maroneze, de forma muito sutil e inteligente, deu uma cutucada na história da Iziane ou eu tô vendo coisas que não existem?

fábio balassiano disse...

nao, anônimo.
ele deu uma cutucada naqueles que dizem que paula, hortência e janeth é que comandavam aquele time.
o que ele quis dizer, ao meu ver, foi que existia, sim, diálogo entre as partes, mas quem definia era a comissão técnica mesmo.

acho que é isso.
abs, fábio

Anônimo disse...

Santa Imparcialidade

Bala voce como um critico fiel as estatisticas de uma olhada e avaliada para vc concluir e fechar a entrevista,veja o comparativo do tempo de quadra, o total de pontos do trio em relação as demais.
Mesmo que elas não discutissem as ordens voce acha que ele falaria?Opa,não disse em momento algum e não estou também falando que elas não cumpriam, a Paula deixou claro que eles escutavam a opinião do grupo,isto não quer dizer que elas davam ordens.

Anônimo disse...

Acompanho a trajetória do Sérgio desde Sorocaba e garanto a vc que ele falaria ou não ficaria pagando mico. Ele, bem como o Hermes e o Pagan, ficaram fora desde 96 injustamente pagando o preço por ser sinceros, honestos e extremamente profissionais ou a Paula não teria declarado o que declarou na entrevista dela. E não discordo de que as três ficavam muito tempo em quadra na seleção só que nas equipes delas tambem acontecia a mesma coisa! Aquela comissão técnica, independente do boato que diz que o Miguel era isso ou aquilo, foi nota dez! Tenho só saudades daquele tempo...

fábio balassiano disse...

Santa Imparcialidade, não foi uma cutucada na Iziane. Foi uma cutucada, sim, naqueles que até hoje insistem em dizer que aquela seleção ganhou porque as jogadoras é que mandavam na comissão técnica.
como se isso fizesse sentido em alguma partida de basquete deste planeta!

o sergio é um cara legal, e só quis valorizar o trabalho daquela comissão técnica maravilhosa!

abs, fábio

Anônimo disse...

Acredito que o Maronezi tenha falado a verdade. Gostei da entrevista do link (acho que foi para o Bert), onde o cara foi articulado e me passou confiança no que declarou. Por outro lado, nunca ouvi dizer que nesse tempo enorme em que esteve fora da CBB ele tenha feito alguma crítica a alguém ou tenha reclamado de alguma coisa. Nem do Barbosa (afff...) o cara falou mal!!!!!!!! Hehehehe...
Gosto da forma que ele se posiciona, ao contrário de outros que são uns malas mas nunca ganharam nada e só falam.
Balassiano, muito boa iniciativa de trazer essa discução de volta.

Anônimo disse...

Tive a felicidade de trabalhar com o professor Maroneze,só tenho elogios para este mestre( Ele tem a titulação de mestre em educação).Pois é uma pessoa diferenciada, estudiosa e sempre em busca da perfeição. Que pena que apenas agora o assunto veio a tona, pois nesses 15 anos,nenhuma jogadora da época falou do professor Sérgio ou citou em entrevistas o seu nome. Mas durante esses anos , com certeza ele deixou muitos bichinhos na veia de seus 10 mil alunos (durante esses anos ) e se pelo menos um entender o significado , vai estar valendo).Lembro que na época eu acho que só ele falava inglês e espanhol fluente, pois em alguns momentos ele ia na mesa ou na arbitragem conversar..È acho que o professor merece algo muito melhor que isso.Professor, você com certeza já faz para das nossas vida.
Boa sorte.

Anônimo disse...

Não colocaram a pessoa que estava lá para justamente organizar, dar padrão, criou conceitos e não deixou que a seleção virasse uma bauburdia. Se dependessemos do comando do Miguel, essa seleção seria igual a de hoje, sem identidade, fraca de personalidade. Muito se deve ao Maroneze, diferente, organizado, que se preocupou em documentar todos os treinos, a trajetória do trabalho organizado por essa comissão.
Técnico carioca, fraco, assistente comprometido e que sabe tudo do basquete feminino. A volta do Pagan para a comissão técnica, é uma luz no fim do túnel. Tomara que as portas se abram novamente para o Maroneze, esse merece!!!