Classe A

O Caja Laboral viveu uma verdadeira montanha-russa na Lituânia nesta quarta-feira. Precisando da vitória para manter as chances de avançar ao Top-16 da Euroliga, os vitorianos abriram 9-0, viram o show de Mirza Teletovic (sete bolas de três convertidas em oito tentativas no primeiro tempo) e abriram 19 pontos. Num passe de mágica, o Zalgiris Kaunas tirou a diferença, empatou e levou a partida para a prorrogação. Lá, os espanhóis recuperaram a concentração e venceram por 95-89 com uma exibição de gala de Marcelinho Huertas.

Com 13 assistências (mesmo número de todo o time rival), Huertas comandou a equipe (foram a partir de penetrações dele - no melhor estilo drive-and-kick - que Teletovic cravou as bolas de fora), recompôs o elenco após a vantagem descer pelo ralo no final e ainda teve fôlego para frear o ímpeto de Mantas Kalnietis.

Com os passes de ontem, o brasileiro passa a liderar a Euroliga em assistências (com 5,9 - o número representa 42,1% dos passes dados por todo o time e é maior, por exemplo, do que a média do Cibona Zagreb e do Asseco Prokom), entra para a história da competição (ele ficou a apenas uma do recorde de Theo Papaloukas, que teve 14 no dia 2 de dezembro de 2009) e fica perto de entrar para o grupo dos que mais passes deram em uma temporada (o décimo da lista é o sérvio Milos Teodosic, que no ano passado teve 107 - com as 53 que já possui, Huertas pode atingir a marca no Top-16 caso, claro, o Caja Laboral avance).

Papaloukas é excelente, Diamantidis é ótimo, Prigioni é muito bom (no sábado, aliás, brasileiro e argentino, o segundo em assistências da Euroliga com 696, medem forças pela Liga ACB), Teodosic será um craque no futuro, mas é muito bom vermos que um brasileiro está na elite (muito na elite) dos armadores europeus. Aos 27 anos, Marcelinho Huertas atingiu a maturidade na tomada de decisões e comanda o seu time em quadra. Do jeito que as coisas andam, pode ser que dentro de mais uma ou duas temporadas a Europa seja pequena demais para tanta visão de jogo.