terça-feira, 8 de setembro de 2009

Estamos diferentes - e melhores

Muito se tem dito que o Brasil sob o comando de Moncho Monsalve (foto) joga diferente de quando era comandado por Lula Ferreira. Por isso o blog varreu os números de cinco competições (Copa América de 2005, Mundial de 2006, Pré-Olímpico de Las Vegas, em que Lula foi o técnico, e o Pré-Olímpico da Grécia e a Copa América de Porto Rico, com Moncho) para ver no que dava.

Sete quesitos foram analisados (posses de bola, média de arremessos por chutes de três pontos, bolas de três e seu percentual, erros, assistências e pontos). Os números que você vê abaixo são assustadores, e reveladores. Como brinde, coloco, também os da Espanha campeã do Mundo em 2006 e vice-olímpica em 2008 (se queremos ser os melhores, que nos comparemos com os melhores deste planeta). Para ler a tabela em formato maior, clique sobre ela.


Ou seja: apesar de o número de desperdícios ser um pouco menor, o número de posses reduzido faz com que a seleção de Moncho "cuide" bem melhor da bola. A média entre arremessos de dois e de três, por menor que seja, também implica em grandes mudanças: com menos oportunidades de ataque, o time tem se revezado em diferentes armas, deixando as bolas de fora como uma opção, e não a única. Isso sem falar na defesa: quase não levamos mais contra-ataque por conta de uma ofensiva responsável e balanceada e aprendemos que em nível internacional ela precisa funcionar por 40 minutos.

Como se vê, fica claro que Moncho Monsalve trouxe outra dinâmica para a seleção masculina. Mantê-lo ou não é uma questão (eu o manteria até o final de seu ciclo, no Mundial da Turquia). Outra, bem maior, dá conta da necessidade de capacitar os nossos técnicos urgentemente. Onze entre dez dos treinadores que por aqui estão possuem visão turva, atrasada e pouco lógica sobre o basquete que é praticado mundialmente.

21 comentários:

Fabio_Fortal disse...

"Gostei muito [da experiência de um estrangeiro como técnico da seleção], mas acho que devemos dar preferência para os treinadores nacionais. Não digo para o pessoal que está aí há muito tempo, mas buscar novos ventos, uma nova filosofia". Entrevista de Carlos Nunes no SporTV. Sinceramente, creio que vem Neto por aí... nunca esperei estar tao errado!

Bruno disse...

Acho que esse números contam apenas um pedaço da história:apesar do ataque estar mais equilibrado e cadenciado, com menos bolas de 3 pts,e menos erros, a diferença principal está no comprometimento defensivo do time.
Sem esse comprometimento na defesa, o grande legado do Moncho, não teríamos ganho a Copa América.
O ataque,por sua vez, tem muito o que melhorar.
Ainda falta "punch" ofensivo ao Brasil, mas estamos indo em um bom caminho.

jdinis disse...

Muito legal o post. Sem "achismo" e com informações que permitem análise e direcionamento do trabalho da forma correta (seria o desejável).

Importante notar como o percentual de acertos de 3 cai ASSUSTADORAMENTE nos torneios mundiais. Dado muito interessante para demonstrar que, em nível mundial, "o buraco é mais embaixo".

Sds.

leo aracaju disse...

Fábio_Fortal tive a mesma sensação.

Carlos Nunes ta doido pra entregar a seleção para o Neto (só pode ser ele ou será João Marcelo??, hehehe).

Se fizer isso o Brasil voltará para estaca zero. E outra. Infelizmente o treinador estrangeiro além de ter MUITO MAIS carga tática do que os nossos treinadores goza de respeito dos nosso jogadores.

Sei lá, mas fico com a impressão que os jogadores nacionais não respeitam nossos técnicos...

Fábio_Fortal disse...

Olha Leo, acho que se tivesse treinadores como George Karl, Mike Brown e tantos outros excelentes nomes da Europa, ficaria muito decepcionado em viajar de tao longe para encontrar uma selecao com um comando pífio. Como tô fora do país tive que assistir aos jogos pelo site da Bet365 (nao sei se era a mesma transmissao da FIBA TV) e lá tinha uns comentários bem bacanas. Os caras falaram que o Brasil tinha no comeco da Copa América apenas 3 ou 4 jogadas ensaiadas (como por exemplo aquela que o Huertas passa a bola e recebe na frente) e que depois mais algumas foram sendo incorporadas, mas que estas estavam em um nível de execucao muito bom, ou seja fruto de muito treinamento. Mas o que mais impressionaram os caras foi a defesa, que mudou radicalmente. Cometemos muitos erros contra Porto Rico, e estamos longe de atingir um nível de Espanha ou Grécia. Mas sem dúvidas estamos no caminho certo, e esse caminho se chama Moncho. Concordo com o Bala que deveríamos mantê-lo no mínimo até a Turquia. Sinceramente, ele poderia fazer até um trabalho mais longo, mas sabemos que ele tem diversos problemas também. Soube inclusive que ele vai ter que ser operado novamente por conta daquele problema nas costas. Mas enfim, mantê-lo nesse momento é fundamental... e mesmo após o ciclo Moncho, deveríamos procurar uma alternativa viável do exterior. Nao é do dia pra noite que nossos treinadores irao "aprender" a treinar de verdade. E ainda penso mais, um tanto hipócrita o Nunes em falar que decisao de manter ou nao nao é competencia dele. Afinal quem seria esse corpo técnico da selecao?! Abracos!

Saulo disse...

O basquete brasileiro mudou muito mesmo nesses últimos dias.

Rafael disse...

Fabio_Fortal,
Pelo que ele disse ontem no Tá na Área, esse corpo técnico seria formado por 4 pessoas: Vanderlei, André, Fernando Larralde e Brunoro.

Eu sei que ele é da tchurma do Grego, mas gostei dele falando no programa sempre na 3ª pessoa, quando falava da CBB.. sei lá, uma opinião minha... quando disse sobre as reivindicações dos jogadores em coisas como a marca do esparadrapo ou +1 fisioterapeuta e não um massagista p. fazer as tais botinhas de esparadrapo; enfim, essas pequenas coisas ajudam a fazer a diferença no grupo. Obviamente que não é só isso, mas vamos evoluindo...

Aqui está o link com a entrevista: http://sportv.globo.com/Sportv/2009/videos/0,,SRI1119682-17088,00-CARLOS+NUNES+FALA+DA+PERMANENCIA+DE+MONCHO+MONSALVE.html

abs

Leo Aracaju disse...

Li num blog que o salário do Moncho é de 8 mil euros.

Com esse salário realmente vai ser difícil contratar um treinador de ponta.

Sei da dificuldade - é caro mesmo - mas a CBB não pode querer economizar na contratação do treinador.

É melhor guardar, economizar, em viagens de dirigentes, cafézinho, etc...

obs: Mas tirando esse lance dele preferir um treinador nacional tb gostei da entrevista dele (da pequena parte que assisti)

Morais disse...

Concordo com os comentarios acima. Mudamos pra melhor. A constatação de que NÃO EXISTE tecnico brasileiro capacitado p/ assumir a seleção eh um avanço. Antes dos treinos começarem muita gente queria o Moncho fora só por ser estrangeiro, defendendo uma reserva de mercado que não faz sentido e nos levou onde estavamos. Tecnicos estrangeiros são corriqueiros pelo mundo todo, em times e seleções. O Moncho quebrou preconceitos e é um avanço que deve permanecer. Apos o Mundial pode-se pensar em outro estrangeiro de nivel superior ao Moncho, pq não haverá ninguem por aqui em condições e com moral p substitui-lo, nem Neto (que prova/te deva estar mais preparado depois de receber uma lavagem cerebral, convivendo com Moncho 24 h), que deve estar preocupado com seu emprego qdo chegar por aqui. Tecnicos de seleção, qualquer categoria, TEM que ser EXCLUSIVO, NÂO pode trabalhar em clubes e na seleção ao mmo tempo, deveria ser norma da CBB. Agora eh esperar que o bom senso prevaleça nas decisões de Presidente da CBB, que eh que tem q ter a palavra final e pronto. Não aceito esse papo de que não eh decisão dele, Carlinhos. Se não eh de quem seria então? Se não eh que peça demissão do cargo e q assuma quem toma as decisões.

Rafael disse...

Morais, o Carlinhos disse que seria dessa tal comissão de 4 pessoas que disse acima e que os jogadores tb teriam direito a opinar.

E lembrando que o indiscutível Bernardinho é técnico da seleção masculina de voley e do Rexona, campeões em ambos. E tb, não tenho certeza absoluta se ainda é, mas o Zé Roberto foi técnico da seleção feminina e time, Pesaro - Ita, ao mesmo tempo.

Tudo é questão de profissionalismo e capacidade.

abs

Jorge disse...

Gostei da análise mas o dado principal e transformado com certeza foi esquecido. São sem sombra de dúvidas os dados da nossa defesa.
Quando se observa a média de pontos feitos sem a média dos tomados causa uma falsa impressão de que a diferença não é tão grande assim.
Abraço

Anônimo disse...

Com certeza a CBB não pode economizar com o tecnico!!!
deu para perceber que o Moncho fez uma enorme diferença em relação aos trabalhos anteriores!! digo isto desde o pré-olimpico mundial aquele time já tinha um padrão bom, só não tinha jogadores de nível....
resumindo o Moncho tem que continuar!!! obs: se for apenas 8 mil euros de salario merece também um aumento!!
crítica apenas pq tem que ver mais partidas do nbb, além dos nossos jogadores na europa
breno

Anônimo disse...

Com certeza a CBB não pode economizar com o tecnico!!!
deu para perceber que o Moncho fez uma enorme diferença em relação aos trabalhos anteriores!! digo isto desde o pré-olimpico mundial aquele time já tinha um padrão bom, só não tinha jogadores de nível....
resumindo o Moncho tem que continuar!!! obs: se for apenas 8 mil euros de salario merece também um aumento!!
crítica apenas pq tem que ver mais partidas do nbb, além dos nossos jogadores na europa
breno

Fábio_Fortal disse...

Rafael, valeu pela informacao. Mas fora o Vanderlei, nao conheco André, Fernando Larralde e Brunoro ou quais sejam suas funcoes ou formacoes profissionais. Enfim, de qualquer maneira, seja quem for, tomar a decisao de que o Moncho nao deva continuar é de uma tremenda injustica. Como o moncho falou, é claro que eles vao falar em dinheiro, mas sinceramente ele merece. E mais, se essa cifra dos 8.000 euros estiver correta, nao acho nada caro. Dá pra bancar isso sim...
Abraco!

Rafael disse...

Pois é, Fabio, eu tb não acho nada caro... não tenho a mínima noção de quanto ganha um MM, por exemplo, mas certeza, transformando em real, não é menos que isso, será?

O Brunoro é um manager da nova diretoria e veio do voley tb... foi técnico daquele timaço da Pirelli e depois migrou p. área de gerenciamento, mkt e tal; chegou a trabalhar no Palmeiras na época da Parmalat...
Os outros não conheço; fui procurar no site da CBB e vi que o Fernando Larralde estava na comissão da Copa das Américas como administrador. Esse tal de André: ni puta idea... hahaha

Mas acho válido esta reunião de "colegiado" p. a escolha!

abs

Henrique Lima disse...

Gostei dos comentários do Fabio Fortal, muito bons. Parabens ! Enriqueceu muito o debate aqui, abraço.

Anônimo disse...

Realmente estamos começando a trilhar o caminho correto,sem o imediatismo peculiar nas criticas e elogios.Assim como os atletas necessitam de tempo para entrar em forma e apos o periodo de um treinamento bem administrado apresentar seu real rendimento, temos tambem que preparar nossos tecnicos para assumir o comando (sem bairrismo e estrelismo) de uma equipe de profissionais de alto gabarito.
Hoje na minha opinião o unico profissional com esta visão,é o Neto, lembrando que temos bons tecnicos que ajustando pequenos detalhes e estudando (lendo, reciclando) podem almejar tambem o cargo.

abs
Vital

Anônimo disse...

O Neto está na estrada ha muitos anos. Conviveu com Lula, Flavio e Guerrinha. Errou e acertou com eles, mas aprendeu, e gosta disso. Respeita os mais experientes. Conseguiu aparecer e crescer no cenario adulto do basket brasileiro com uma equipe de juvenis do Paulistano, com alguns jogadores de experiencia mas discretos na época, lançando Marcelinho Huertas a titular, ainda juvenil, e foi uma equipe sensação, quando chegaram ao campeonato brasileiro, e ja no ano seguinte deram canseira em muitos dos grandes de SP e do Brasil. Ja se vão uns 9 anos que ele assumiu as equipes adultas e o conheço muito bem, é um estudioso, procura se reciclar, ve videos, pesquisa muito, cria e copia jogadas e taticas de defesa e ataque, e é um otimo preparador de jogos, estuda minuciosamente os adversarios no conjunto e individualmente.
Penso que a dupla formada por ele e o Moncho se encaichou na perfeição. Se gostam, não tem disputas entre eles, nem terão traições , nem disputas de vaidades.
Sou pela manutenção da atual equipe tecnica, que provou se entender e deu resultados muito bons e poderão melhorar ainda mais.

Anônimo disse...

resumindo a tabela do bala.
o brasil de 2005 e melhor do que a espanha de 2008.
menos erros, mais assitencias, mais pontos e melhor aproveitamento dos 3!

Anônimo disse...

Que tecnico brasileiro poderia substituir MONCHO e manter a união dos jogadores e esquema de jogo que a seleção conseguiu depois de tantos anos?
Mortari, Helio Rubens, Lula, Flavio Davis, Guerrinha, Zanon, Chui, Marco Aga, Chupeta, Joao Marcelo, Neto ?
Sugiro um blog para opinarmos sobre este assunto !

Anônimo disse...

Que tecnico brasileiro poderia substituir MONCHO e manter a união dos jogadores e esquema de jogo que a seleção conseguiu depois de tantos anos?
Mortari, Helio Rubens, Lula, Flavio Davis, Guerrinha, Zanon, Chui, Marco Aga, Chupeta, Joao Marcelo, Neto ?
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