
Que outros times sigam o exemplo.
Por isso a pergunta que fica é: Paulo Bassul merece continuar à frente do time feminino? Há três temporadas no cargo, o técnico carrega consigo uma penca de decisões sem critério, um discurso moderno-na-teoria-porém-vazio-na-prática e uma filosofia que não dá mais certo nos dias de hoje: a de que tudo se resolve nos treinamentos - isso sem esquecer de que ele é vítima da falta de planejamento e rumo da CBB.
Com atletas cada vez mais mimados e sem formação adequada, Bassul deveria, sim, se preocupar com outros aspectos que não apenas os técnicos e táticos (desde a alimentação da Kelly até o "pacto" com veteranas com quem já trabalhou em clubes).
De modo geral e pensando racionalmente, até agora acho o trabalho de Bassul fraco, bem fraco, e sinto-me bem à vontade para dizer isso porque fui um dos maiores defensores de sua manutenção pós-Pequim. Por mais paradoxal que isso possa parecer, ainda o manteria no cargo até o Mundial de 2010, pelo simples motivo de que ele completaria, lá, um ciclo completo na função - se fosse sádico, diria que ele provaria de seu próprio veneno ao ver as "balzaquianas" que ele tanto ama afundando a sua reputação. Depois da competição, aí sim seria a melhor hora de analisá-lo por completo.
E você, o que acha? Manteria Paulo Bassul como técnico da seleção feminina? A caixinha está aberta!Minha única relação com este esporte se dava durante as aulas de Educação Física na escola, quando, certa vez, do alto dos meus 1,58m, consegui praticamente romper um dos ligamentos do pé na tentativa de seguir rumo à cesta.
Mas como não sou uma pessoa intransigente, a paixão do meu amigo Fábio Balassiano pelo basquete me fez considerar a possibilidade de dar umas olhadelas em alguns jogos para tecer comentários aqui no Bala na Cesta.
E quero começar falando um pouco do primeiro jogo da Copa América: Brasil xPorto Rico.
1) Só consegui assistir a dois quartos do jogo. Resisti bravamente, mas alternando entre os discursos da Assembléia Geral da ONU e o jogo do Fluminense. OK, aceito o argumento de que nada disso era, de fato, melhor que o jogo de basquete.
2) Que preguiça desse time de Porto Rico! Impossível avaliar o desempenho das meninas do Brasil em relação às moças porto-riquenhas. Um horror!
3) Hortência e suas belas unhas cor-de-rosa A-R-R-A-S-A-R-A-M!
4) A menina da faixinha branca (Kelly), que tem dois metros de altura, é ruim assim sempre? Jesus, difícil acertar a cesta. Faz jus ao nome desta coluna!
5) Palmas para a Adrianinha. Na minha avaliação, a melhor em campo. Ou melhor dizendo, em quadra.
E um desabafo: não entendo qual é o parâmetro para a marcação de faltas no basquete. Pô, um bando de homens e mulheres gigantescos que não podem nem se encostar. Tudo é falta. Tudo é lance-livre. Tem que ter porrada e bola na cesta!
Voltando depois de longa ausência, a ala, craque de bola, anotou 18 pontos (em 17 partidas, ela colocou dígitos duplos em 12) e fez o time jogar quando Pondexter e Taurasi estavam marcadas no começo do quarto período (31-26). Por mais que Michael Cooper, técnico angelino, tente demonstrar otimismo, ficou quase impossível para Lisa Leslie ganhar um anel em sua despedida. O jogo 2 é na sexta-feira em Phoenix, e acho muito difícil que o Mercury perca duas vezes seguidas em seu domínio.
Do outro lado, o Detroit Shock continua mostrando porque a música que toca em Auburn Hills assusta tanto. As músicas são um terror principalmente para o Indiana Fever, que fez apenas 19 pontos no segundo tempo (seis no terceiro período), padeceu diante da defesa do time de Rick Mahorn e perdeu o primeiro duelo por 72-56. Além da ótima Deanna Nolan (22 pontos), quem brilhou foi a caloura Shavonte Zellous (foto à direita), que fez 16 de seus 23 pontos no primeiro tempo. Esta foi a 12ª vitória nos últimos 14 jogos para a franquia, que está bem próxima de chegar às finais pela quarta vez consecutiva.
Tamika Catchings (nove pontos, quatro erros e 4/11 nos arremessos) e Katie Douglas (6/19 nos chutes) foram bem marcadas, e precisam melhorar se quiserem fazer com que a freguesia de Indianápolis não siga a todo vapor.