
Como é bom ver Adrianinha com "fogo" nos olhos e jogando basquete de alto nível. A armadora teve 18 pontos, cinco assistências, nove rebotes, 6/7 nos arremessos e nenhum desperdício de bola nos 28 minutos. Foi a principal jogadora na fácil vitória brasileira por
78-34 na estréia da Copa América contra a seleção de Porto Rico. Como se vê, o Brasil venceu, mas não foi só alegria.
Continuo, insistentemente, me perguntando por que diabos Paulo Bassul teima com Mamá de titular. O que fez a ala-pivô de Ourinhos para merecer tal deferência? De novo: nada contra a atleta, a quem respeito, mas não há um raciocínio plausível que explique isso. Bassul, como quase sempre, quer ser mais realista que o rei. Franciele (nove pontos e oito rebotes), que parece voltar aos bons tempos e com uma explosão física e nos saltos impressionante, merecia uma chance.
Por fim, termino com algumas perguntas sobre o que vi hoje à noite.
1- Kelly continua com uma forma física inacreditável. Sua forma técnica, para piorar, está um caco. Será que Nádia ou Karina Jacob fariam pior?
2- Erramos 15 vezes contra Porto Rico (a maioria de fundamentos que, evidentemente, deveriam ter sido treinados nos quase 456 meses de preparação em Barueri). Se jogar contra uma Austrália ou Rússia, quantos desperdícios veremos? De 75 para cima, não?
3- Natália jogou apenas seis minutos. Se o técnico não a escala contra uma seleção do nono escalão do basquete mundial, para que levá-la para a Copa América? Dá para imaginar onde está a "baixo-estima" de Natalinha, não?
4- O aproveitamento de três pontos foi de 6/20. Se quisesse ser cruel, tiraria as 4/4 de Adrianinha, e o percentual cairia para 2/16 (12,5%). Onde está a comissão técnica, para frear o ímpeto das atletas?
5- Apesar dos 20 pontos no garrafão, a seleção não apresentou jogadas para Franciele, que ficou a todo instante balançando os braços pedindo bolas, e Alessandra. Por mais paradoxal que possa parecer, as duas receberam bolas apenas "na rebarba", na sobra. Se até Paulo Bassul admite que a força do grupo está nas jogadoras altas, por que não explorá-las com mais veemência?
Respostas na caixinha! Amanhã às 20:30 a seleção volta a atuar, desta vez contra a fraca República Dominicana, que hoje apanhou do Canadá por 103-37. Vamos ganhar, mas precisamos evoluir demais até que possamos dizer que estamos praticando basquete.