segunda-feira, 2 de março de 2009

A intenção do estudo

Logo que terminei de escrever o artigo de ontem, sobre a falta de passes no jogo entre Flamengo e Bauru, meu amigo e guru Rodrigo Alves perguntou a minha intenção com tal estudo. O Golias/RJ, na caixinha de comentários, fez o mesmo. Bom, o primeiro ponto foi provar que há escassez de passes nos ataques de brasileiros, o que parece-me cada vez mais cristalino. E isso não é bom, evidentemente.

Em basquete de alto nível, trocar passes não significa, apenas, selecionar melhor os arremessos. Serve para abrir a defesa, pensar na melhor jogada, envolver todo o quinteto ofensivamente e também cansar o rival - isso, claro, quando há defesa de alto nível, coisa que tampouco vemos por aqui com frequência. Diminuir os erros é o primeiro sintoma de quem faz um ataque com muitos passes. O segundo ponto foi tentar provar, novamente, que o jogo que fazemos aqui não tem nada que possa ser aproveitado em âmbito internacional. Nossos sistemas defensivos inexistem, e os de ataque são ultrapassados.

Marcelinho, para ficar em um exemplo, "brinca" em territórios nacionais, mas é completamente anulado quando passa da fronteira. Isso é muito sintomático. Se praticamos, internamente, algo que não dá resultados internacionais há 20 anos, e nossa mão de obra é cada vez menos "especializada" e numerosa, não podemos reclamar quando a classificação olímpica não vem, ou quando em um Mundial ficamos atrás do Líbano, por exemplo. Foi isso, em linhas gerais, o que quis dizer. Quando tiver mais tempo, mostrarei, em uma tabela ampla, as diferenças no ataque entre um jogo brasileiro, um europeu, um argentino e um da NBA.

2 comentários:

Anônimo disse...

O problema maior do basquete brasileiro é a defesa, e não o ataque.....

Anônimo disse...

O Problema do basquete brasileiro é o ataque também.
Já que durante a era Oscar buscamos um jogo egoísta e anti-coletivo. Oscar veio, cumpriu sua tarefa, mas a verdade é que fez escola e os demais não têm a mesma qualidade, afinco e categoria do craque. Tentamos com Rogério, depois com o Marcelinho alguém como o Oscar. Eles nao têm nada para acrescentar, por que hj o basquete é diferente do que o praticado na época do Oscar, o que justifica o fato do queixudo ter feito sucesso interna e externamente.
Técnicos, comentaristas, jornalistas babavam ovo pro Oscar/Marcel/carioquinha e a galera boa de arremesso (de fora principalmente) e enquanto isso nosso jogo coletivo foi deixando de existir. Hoje a garotada não tem princípios de jogo coletivo pois desde a base se privilegia o arremessador de fora em detrimento do jogo coletivo. Infelizmente a contribuição dos "gatilhos" para o jogo egoísta é fato. Fizeram escola e hj o que vemos é moleque no sub15, sub17,sub19 arremessando com 5 segundos de ataque o jogo todo.
Se nao temos passe é porque todo mundo (da posição 1 a 4) acha que pode resolver o jogo chutando tresloucadamente.
Lógico, nosso problema nao é apenas esse gente. Talvez esse seja sintomático do câncer tático e técnico que assola nosso basquete.

Nilton Silva