segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Muito prazer, Gabriel Aguirre

Da seleção Sub18 que conquistou a prata na Copa América nos EUA recentemente, um jogador me chamou a atenção em especial. Foi Gabriel Aguirre, valente ala-pivô de 2,08m. Filho do argentino Gustavo Aguirre, que chegou a jogar basquete por aqui em Palmeiras (SP), Vasco (RJ) e Franca (SP), Gabriel, nascido em São Paulo, jogou na Europa até o ano passado, quando voltou do Sevilla para atuar no Palmeiras, clube do seu coração (“Sinto-me à vontade lá porque é a minha casa. Tenho amigos e me relaciono muito bem com todos”). Por isso o Bala na Cesta decidiu entrevistar este educado e simpático atleta na seção Muito Prazer.

BALA NA CESTA: Por que você decidiu voltar da Europa para o Brasil, fazendo o caminho inverso do da maioria dos jovens?
GABRIEL AGUIRRE: Atuei no Palmeiras da categoria pré-mini até infanto-juvenil, quando fui para a Espanha em 2008. Fiquei duas temporadas no Cajasol (de Sevilha) e iria para o profissional, mas como não tenho passaporte comunitário e por ter optado pela seleção brasileira, não poderia atuar como espanhol selecionável. Como com a minha idade a experiência é pequena, seria muito difícil conseguir uma vaga de estrangeiro. Soube que o Palmeiras teria time adulto e achei interessante a possibilidade de jogar dois anos de juvenil e também atuar no grupo principal. Sobre meu tempo no Cajasol, foi uma experiência muito boa. Pude jogar vários campeonatos internacionais, como o Final Four juvenil da Euroliga, e conquistei um titulo inédito para o clube, o do L´Hospitalet, evento que reunia os melhores times e jogadores da Europa. Para se ter uma ideia, em todos os outros torneios o Cajasol jamais havia chegado às oitavas-de-final. Foi inesquecível para mim, até porque foi meu primeiro título. De todo modo, estou contente com a minha volta e espero continuar evoluindo.


-- Na semana passada vocês tiveram uma notícia no mínimo diferente. O Walter Roese não será o técnico de vocês na Sub19. Como isso bateu para você, e como foi aquele torneio em que vocês perderam na final para os EUA? Você ainda sonha com aquele duelo?
-- O Roese é um excelente técnico e tem o respeito muito grande do grupo. Foi uma surpresa para todos nós, mas ainda não há nada decidido. Aquele jogo foi inesquecível mesmo. O ginásio estava cheio e acreditando em uma vitória fácil do time americano. Por vários momentos a torcida ficou muda porque marcamos uma pressão e soubemos ler as fragilidades deles. Foi por pouco…

-- No torneio, consegui ver que sua parte técnica é boa mas a parte física precisa ser aprimorada. É por aí mesmo?
-- É exatamente por aí. Durante a temporada e jogando em duas categorias é difícil ter tempo para fazer treinamentos específicos, mas terminando os campeonatos eu pretendo focar na parte física e trabalhar força, agilidade e impulsão. O preparador físico da seleção irá me ajudar e pretendo melhorar neste quesito para o próximo ano.

-- Você tem pai argentino (na foto à direita) e jogou na Espanha. Em algum momento pensou em atuar por estas duas seleções? Pelo que seu pai conta e pelo que vê, como analisar a situação do basquete nos três países mencionados?
-- Nunca pensei em atuar pela Argentina ou pela Espanha. Sempre sonhei em jogar pela seleção brasileira, tenho orgulho de defender meu país e não me sentiria à vontade defendendo outra camisa. Na Espanha insistiram para que não atuasse pelo Brasil e assim ser espanhol selecionável. Se tivesse feito isso poderia estar na Europa até hoje – e com mais facilidade. Técnicos da argentina também disseram ao meu pai para eu me naturalizar, mas a vontade de defender meu país sempre esteve acima desses convites. Nunca pensei duas vezes antes de escolher a amarelinha (risos)! Sobre a situação do basquete destes centros que você cita, vejo o Brasil em uma incrível ascensão. A LNB está muito forte e no caminho certo, a Espanha continua muito forte (é a segunda melhor liga do mundo), mas está passando por uma forte crise no momento (os salários diminuíram muito e times faliram) e a Argentina para segue igual: não está crescendo mas ainda tem uma base muito forte e um padrão de jogo bem definido. Mas Sinceramente: lá (na Argentina) não há tantos jogadores talentosos como o Brasil nessa nova geração. Já os vencemos no Sub-18 e daqui para frente acho que vamos levar vantagem nos confrontos.

-- Por fim, um pouco de sonho: dentro de cinco anos, como você visualiza a sua carreira?
-- Quero continuar melhorando e evoluindo com muito esforço e trabalho. O tempo dirá em que patamar estarei daqui a cinco anos.

21 comentários:

marcelo marques disse...

gostei boa entrevista bala

Anônimo disse...

O aquirre foi um dos melhores do Brasil, alias acho que ele ja poderia ser convocado para principal, assim como lucas bebe e raulzinho. Alias a unica coisa que esta pegando para os garotos é o porte fisico, por que todos tem uma tecnica maravilhosa. Quanto mais cedo entrarem para principal melhor para o brasil.

Anônimo disse...

geeeeeente ele é lindo !! "educado e simpático atleta"
o melhor! que orgulho!

Anônimo disse...

Pela resposta dele a gente entende o porque outros jogadores nao voltam para a seleçao. Todos querem manter o status de espanhol selecionavel.
boa Aguirre!!!

Diogo Aquino disse...

O estranho é ele jogar pelo Palemiras que sequer participa do NBB, vejamos como a carreira dele seguirá no Brasil.

Mas sinceramente acretido que Raulzinho e Lucas Bebe tem que cravar cadeira cativa na seleção principal, nem que seja só pro experiencia.

Anônimo disse...

Isso que é Homem, não muleke, viu RAFAEL FREIRE LUZ.

Leram a entrevista aqueles q me chamam de corneteiro qdo reclamo do Rafael Luz não apresenta-se ...Gabriel Aguirre, isso q é pessoa de caráter, isso q é Brasileiro meu amigo.

E a entrevista dele só vem compravar a absurda situação que passam nossos jovens no exterior, sofrendo uma pressão psicológica tremenda de seus cubles, que só tem interesses prórprios e ficam aliciando nossos garotos, sorte que alguns são homens mais cedo ( Splitter, Paulão Prestes, Aguirre e Lucas Bebe).. já outros... sucumbem.

Anônimo disse...

Importante também que o preparador físico da Seleção Brasileira está acompanhando ele.

Anônimo disse...

O Aguirre com certeza não foi um dos melhores na Copa America sub-18:

Ficou bem atrás dos destaques: Lucas, Raul, Vezaro e Durval.

Precisa melhorar muito ainda para poder ter uma chance na seleção principal. Não vamos correr com as coisas. Boa sorte Aguirre e continue melhorando.

Anônimo disse...

Bala, por falar em jovens brasileiros, por onde anda o Fred Duarte que estava na Espanha na temporada passada?
Ele jogava no BALONCESTO TORREJON, mas ele não aparece mais nas estatistica do time nessa temporada.
Ele voltou pro Brasil?

fábio balassiano disse...

se é o fred que estou pensando, está no flamengo, mas vou apurar melhor, ok?

abs, fábiop

Anônimo disse...

Não Bala, num é esse Fred não. O que estou me referindo é o Fred que jogava no Central, junto com o Lucas Bebe, e depois foi jogar na Espanha. Ele tem 19 anos de idade.

fábio balassiano disse...

ok, vou apurar.
fábio

Anônimo disse...

é desse fred que ele ta falando
http://www.youtube.com/watch?v=D4MTKeLXa5k

Guilherme disse...

Pelo que eu vi na Copa América, esse cara tem tudo para se tornar um bom ala. Domina bem os fundamentos , faz uma boa leitura do jogo, tem boa estatura. Mas não tem muita força nem pega muitos rebotes.
Por isso espero que não façam com ele o que normalmente fazem com jogadores altos que aparecem na base, ou seja colocam o cara de pivô e o fazem treinar apenas pra fazer bloqueio e pegar rebote. Podem notar que nós temos vários jogadores (Jefferson, Teichmann, Olivinha, Ricardo Probst, o próprio Giovannonni) que poderiam ser ótimos alas, mas tiveram sua formação limitada. Aí, vão bem aqui no basquete interno, mas quando atuam em nível internacional não dão conta.

Vitor disse...

Eu ouvi dizer que tá jogando de ala (3), é verdade?

fábio balassiano disse...

vitor, é sim.
o neto tem treinado com ele na 3 (ala).
seria uma ótima opção caso ele consiga.
mas é bom tomar cuidado.
lembra do exemplo do thomas? era 4, tentaram migrá-lo pra 3 e não conseguiram. o menino, coitado, ficou pelo caminho.

abs, fábio

Anônimo disse...

Acho que cada um tem que cuidar da sua vida e carreira. Esse negócio de ficar esperando ser chamado pela CBB (panela) e despresar as oportunidades é suicidio.
Só daqui a alguns anos saberemos se a decisão foi acertada ou não.
Cavalo arreado passa uma vez só!

fábio balassiano disse...

fred está no flamengo mesmo

abs, fábio

marcelo marques disse...

o palmeiras tem uma otima base e não jogou o nbb porque õ regulamento não permite esse ano ainda

mais a partir do ano q vem o basket do palmeiras vai continuar evoluindo há não ser q ganhe a chapa do mustafa ai não sei

Anônimo disse...

Ondrej Balvin

o motivo do retorno...

Belotto disse...

Fabio,

O Thomas jogou na posição 3 desde o pré-mini...esse ficou no caminho por outros motivos.

Abs.