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BALA NA CESTA: Aqui no Brasil, você é visto por torcedores e pela crítica especializada como um exemplo de atleta, já que nunca recusou uma convocação para a seleção. Como é a sua relação com o time nacional, e qual a expectativa agora para o Mundial da Turquia?
TIAGO SPLITTER: Sempre gostei de defender a seleção brasileira. Tenho vários amigos no time, e a gente se diverte jogando. Poder representar o seu país é a melhor coisa que existe para mim, não resta a menor dúvida. Conversei com o técnico Rubén Magnano sobre a minha data de apresentação, que deverá ser atrasada devido ao casamento e lua de mel, mas uma coisa é certa: vou estar na Turquia. Estou muito motivado e espero ajudar. Estamos em um bom momento, com um ótimo técnico e um grupo excelente de jogadores. Agora, é mostrar na quadra. O basquete do Brasil precisa desses resultados, e vamos fazer de tudo para conseguir. Sobre o carinho do público brasileiro, eu sinceramente agradeço, porque sei que é sincero.
-- Comenta-se muito por aqui sobre uma acirrada briga por posição entre você, o Nenê e o Anderson Varejão. Você já chegou a pensar sobre isso?
-- De verdade, não. Não penso nisso em momento algum, e isso é decisão do técnico. Vou esperar, e acho que ninguém tem que se preocupar com isso. Temos que nos orgulhar de termos vários bons jogadores para a mesma posição, só isso. Isso é seleção brasileira. Sabemos que fazemos parte de um grupo cheio de estrelas, e ninguém pode ficar chateado por ficar no banco.
-- Falando em seleção brasileira, você conviveu bastante com o Marcelinho Huertas no Caja Laboral. Como foi a temporada dele por aí?
-- Cara, vou te dizer uma coisa: o Marcelinho não tem todo o reconhecimento que deveria ter. Ele é um grandíssimo jogador de basquete e está jogando um bolão. Ele se contundiu no começo da temporada, mas quando voltou a jogar, o técnico botou literalmente o time na mão dele e deu no que deu. Ele tem um lindo futuro pela frente, mas com certeza já é um dos maiores armadores do Brasil. Ter vindo para o Baskonia foi muito bom para o Huertas, porque ele sempre teve muita velocidade, nunca teve medo, mas jogando em um time de ponta ficou mais maduro. Feliz por ele, porque ele é um belíssimo jogador.
-- Termino fazendo duas perguntinhas em uma. Você não parece ser um cara que traça metas de longo prazo, certo? E a segunda: talvez a melhor temporada de sua carreira tenha vindo um ano depois da morte de sua irmã, Michelle. Como foi aquele momento, e como foi colocar a cabeça no lugar depois de uma perda tão forte para você?
-- Cara, eu traço metas, mas de curto prazo. Penso no próximo ano, em nada muito longo. Sempre fiz assim, deu certo, não vou mudar. Sobre a Michelle, ela foi e sempre será meu maior exemplo de motivação e superação, tanto no momento em que ela lutou contra a doença dela quanto pelo que ela falava para mim naqueles momentos tão duros. A Michelle só queria ser feliz dia após dia. Isso é o importante, e é o que desejo.