sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Tiros em Columbine

'Tiros em Columbine', o documentário de Michael Moore, me impressionou muito. Não pela qualidade do filme, mas pelo gosto dos americanos por armas de fogo. Transferindo a realidade da obra para o basquete, outro dia ouvi um diretor de franquia dizer que, sem exagero, mais de 75% dos atletas andam com revólveres (lá o porte é liberado). Por isso não me espanta nem um pouco a confusão que envolveu Gilbert Arenas (foto), craque do Washington Wizards (e do meu Fantasy, um baita azar!), na última semana.

Tampouco me espanta a suspensão por tempo indeterminado aplicada por David Stern no armador. Em uma tentativa de "limpar a imagem da NBA", o comissário-geral tenta frear esse ímpeto americano por armas de fogo ao menos nos vestiários da liga em que comanda.

O problema, porém, é muito maior do que apenas tirar do circuito um rapaz que puxou uma arma num recinto basqueteiro. O problema é muito maior do que parece - é estrutural, social, cultural. Medidas de emergência, como esta de Stern, apenas estancam o sangue. A ferida, no entanto, permanecerá aberta.

8 comentários:

Anônimo disse...

A punição dada por Stern foi totalmente justa, Arenas ainda fez piada contra o Sixers na apresentação, merecia punição mesmo.

Anônimo disse...

e o seu ponto entao e qual?

fábio balassiano disse...

meu ponto de vista, como está no texto, é o seguinte: o problema é muito mais estrutural da sociedade americana do que do basquete.
o stern pode fazer o que ele quiser, mas a sociedade dos caras é moldada assim. logo, não adianta nada.

ah, o stephen jackson disse ontem no garde que anda, ou andava, com armas também, e que não vê problema algum nisso.

alguém pode argumentar que o arenas deu um passo à frente, levantando a arma para um companheiro no vestiário. no meu modo de ver, ele fez apenas o que a regra permite (e eu acho lamentável, evidentemente).

para se ter uma idéia, ontem uma playmate dos eua foi morta com armas do seu namorado e jogada num lixo em miami...

abs, fábio.

Anônimo disse...

qual é a pagina do fantasy que vc joga??

fábio balassiano disse...

anônimo, qual o seu nome?
é uma liga de amigos. nada sério.
é meu segundo ano em fantasy. ano passado perdi na final, mas neste ano perdi o draft e não montei o time como deveria.

abs, fábio

Artur disse...

Oi Bala,
Como já falamos, os EUA possuem uma cultura armamentista muuuuito arraigada e parece que todos querem ser (ou já são) cowboys e de arma na cintura, evidentemente. Daí à troca de tiros (ou intimidação armada)é um passo muito pequeno, como Arenas já deu o triste exemplo.
Claro que a punição em si tem um toque muito forte de "jogar para a torcida", mas não é injusta - afinal, só quem tem areia na cabeça pode achar divertido ou correto alguém sacar a arma contra um colega de trabalho e ainda achar que fica tudo por isso mesmo.
Ainda mais num time que mudou de nome devido à conotação violenta que o nome anterior passava... No site da NBA há um trecho do comunicado do time, em que essa questão do nome e da preocupação com a não-violência também é comentada e frisada.
1 abraço,

MarceloCampinas disse...

Bala, não é porque é um problema estrututal dos EUA que o Stern não deve punir o Arenas. Um erro não justifica o outro. O Arenas ter uma arma, ok, beleza. Mas dai apontar para uma pessoa dentro do vestiario da NBA, ou seja, em um local pertencente a NBA, beleza, a punição deve existir após julgamento da justiça e tal, mas depois ele vai lá no outro jogo e faz graça antes da partida contra o Sixers, ai sim foi o fim da linha, Stern agiu antes e fez o certo. Arenas é ridiculo fazer aquela piada, e ainda dar entrevista dizendo que era tudo brincadeira, MAS DEPOIS IR A POLICIA DENUNCIAR CRITTENTON. Ou seja, não era brincadeira.

PONTO PRO STERN NESSA

fábio balassiano disse...

marcelo, to contigo. ponto pro stern nessa.
mas o que quis dizer é que o problema é bem mais amplo.


abs, fábio