quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Para refletir

Fiquei intrigado com o número de tiros de três que Karla disparou contra Catanduva nas semifinais do Nacional (derrota de seu time, o Americana, por 3-0). A média da ala fica em 10,3 por partida (31 tentativas para dez conversões). Para quem acha que o volume não é alto, vale a pena conferir o que se passou em Pequim, nas Olimpíadas.

Para se ter uma idéia, a seleção dos Estados Unidos, a mais talentosa e com mais opções de ataque em todo o planeta, tentou, na China, 110 bolas de três pontos em oito jogos. A média DO TIME INTEIRO foi de 13,7, e o aproveitamento ficou em 40%. Ou seja: em média, a ala Karla chutou, em uma semifinal de Nacional, quase tantas bolas de fora quanto o time inteiro dos EUA em uma partida olímpica (se pegasse a média de chutes da atleta de Americana por 40 minutos jogador, o índice subiria para 11,5).

A atleta não tem a menor culpa, já que suas atitudes, nos jogos, são reflexo dos treinamentos, ou da falta deles, do dia a dia. Para mim é mais do que claro: o estilo de jogo que vemos em quadra no Brasil (seja no masculino ou no feminino) são espelho da falta de atualização das comissões técnicas do país (com raríssimas exceções).

Por isso fica a pergunta: quem será que pratica o basquete correto? Nós, que chutamos tresloucadamente de fora, independente do aproveitamento, ou o resto do planeta?

13 comentários:

Anônimo disse...

Se vc reparar como ela chuta, ela acerta até bastante, ninguém deixa ela chutar, sempre bem marcada. Com certeza ela precisa maneirar, mas a equipe também precisa ajudar.

Toledo disse...

o resto do planeta voce quer dizer seleção dos Estados Unidos, a mais talentosa e com mais opções de ataque em todo o planeta.
com tantas opções, fica facil, concorda?

fábio balassiano disse...

não, toledo, não concordo com vc.
acho que o raciocínio é invertido.
se a seleção dos eua, a mais talentosa do mundo, chuta pouco (13,7), por que diabos o brasil, que tem menos talento e menos treinamento apropriado, arrisca mais?
não faz o menor sentido.

e o raciocínio não se aplica apenas aos eua, ok?
terciero e quarto colocados em pequim, rússia (13,3) e china (13,2) também chutam tanto quanto a karla.

e, insisto, a culpa não é dela, mas de quem deixa isso ocorrer.

abs, fábio.

fábio balassiano disse...

anônimo, concordo com vc. a karla é corajosa, gosto do jogo dela, as pessoas marcam muito os arremessos dela, mas o volume é inacreditável!

abs, fábio

Toledo disse...

acho que voce nao me entendeu. Estamos falando a mesma lingua, eu acho.
Se voce tem tantas opcoes, nao precisa colocar tudo numa arma so.
Mas se voce nao tem ninguem pra colocar a bola dentro, ou ninguem que saiba furar a defesa, ou ainda voce e a unica que sabe chutar, ou voce chuta ou entrega a bola pro outro time e volta pra defesa.
Concorda?
Se tivessemos varias opcoes no ataque seria mais facil.
Ainda acho que estamos falando a mesma coisa.

fábio balassiano disse...

toledo, sim.
mas acho que mesmo uma atleta de uma equipe com menos opções não deve chutar tanto.
isso que quis dizero, só isso.

mas é isso mesmo
abs, fábio

PS disse...

A seleção dos EUA chuta menos de 3porque tem Lisa Leslie, Candace Parker e Silvia Fowles como pivôs. "Só" isso. Lógico que elas vão explorar jogo embaixo da cesta. Americana tem Flávia (Miss Foul), Carina e Cintia Tuíu (não a mesma de anos atrás). As 3 recebem bola durante o jogo para fazer a parte delas, mas juntas não passam de 15 pontos por jogo (Carina responsável pela maior parte).

Além do mais, é tradição equipes com pivôs fracas arremessarem bastante de 3 (e o aproveitamento não é muito diferente do da Karla). Basta ver a escola asiática, China, Japão, Coréia do Sul. É o resto do mundo. Você não pode pegar o caso dos EUA e generalizar. Rússia e Austrália tb não! Já seleções como Espanha guardam semelhança com o Brasil (Aguliar, Palau e Valdemoro são crazy shooters tb). E 30% de aproveitamento é um ótimo número para basquete feminino, normalmente mais baixo que o masculino.

Vale lembrar também que é função da Natália distribuir a bola. Ela sim é bem incompetente no que faz. E a responsabilidade nunca cai sobre ela. Garanto que se ela tivesse mais assistências, certamente a Karla chutaria menos de 3.

Duda 11 disse...

Bala, gostei do seu artigo, mas discordo um pouco qdo vc fala que a Karla "não tem a menor culpa". Já faz alguns anos que ela exagera nos arremessos de 3, força muitas bolas tanto nos times em que defende e na seleção brasileira! Claro que a indiscplina tática resulta em arremessos forçados, mas acredito que ela poderia rever seu jogo.
Abs a todos

fábio balassiano disse...

duda11, sim, é isso mesmo.
mas é simples: se um técnico não corta, o atleta não vai fazer força para mudar.
poucos são aqueles que realmente entendem e lêem bem o jogo.
poxa vida, é simples: arremessou dez em um jogo, corta os minutos dela.
arremessou dez de novo, corta mais.
arremessou dez pela terceira, tira do time.

difícil?
abs, fábio

Duda 11 disse...

É o que eu penso também Bala! Talvez o Zanon, q adorava chutar de fora, agora como técnico tb não ligue muito para isso!!rsrsrsrsrs
Abs

Anônimo disse...

Realmente acho que aqui se joga o melhor basquete do mundo!!! Afinal ganhamos TUDO nos últimos anos, tanto no masculino quanto no feminino!!!! Mundiais, olimpíadas, melhor de 3 ptos, meia quadra, etc...
E temos uma escola que já é copiada em todo o mundo!!!!
Vixe, acordei!!! será que tava sonhando!!!!! ahahahahahah
A Paulista

Anônimo disse...

Caro Fábio, o inteligentissimo "PS" fez um belo artigo sobre basquetebol, com observaçoes profundas, em um belo contexto e o principal, que faltou no seu artigo, analise tática. Aprenda a entender a dinamica do basquetebol, antes de escrever essas besteiras ...
Como sugestao, troque seu artigo pelas sabias palavras de "PS" !!

Anônimo disse...

Quero so lembrar que as 3 pivôs de Americana tem de 3 a 4 bolas por jogo!!!