Uma das maiores estrelas da segunda edição do NBB (23 de eficiência e 21 pontos por partida), Guilherme Giovannoni está empolgado com seu retorno ao Brasil. Por isso o blog decidiu bater um papo rápido com ele. Ficou bem legal, e você confere agora.
BALA NA CESTA: Como está sendo sua volta ao Brasil? Seu desempenho está acima do esperado?
GUILHERME GIOVANNONI: A volta está sendo ótima, e acredito que coincidiu com um momento positivo do basquete brasileiro, com o NBB ganhando credibilidade e visibilidade. Quanto ao meu desempenho, é difícil dizer se é acima ou abaixo do esperado, simplesmente pelo fato de eu estar jogando em um time com muitas opções, com um elenco muito bom, onde qualquer jogador tem potencial pra definir um jogo. Acho que essa é uma pergunta que é mais fácil ser respondida por você, por exemplo. O que você acha? (Eu acho que seu desempenho está acima do que esperava, para ser sincero)
-- Depois de passar anos e anos na Europa, o que você tem achado do NBB, técnica e estruturalmente?
-- Penso que o NBB ainda está dando seus primeiros passos. Eles estão tentando melhorar muitas coisas estruturalmente, como padronização de aros, tabelas e penso que em um futuro não muito distante o piso dos ginásios também. Acredito que esse seja o caminho, tendo muito ainda a melhorar. Para essa melhoria é fundamental o diálogo, mas não só entre dirigentes e técnicos. Acho que alguns jogadores poderiam participar também. Quanto maior o número de idéias surgindo, melhor para o desenvolvimento do campeonato. Com certeza serão pouquíssimas aproveitadas, porque senão vira uma bagunça, mas é importante que todos sejam escutados. Quanto ao nível técnico, acho que teve uma melhoria em relação à primeira edição. Devagarzinho, acho que o NBB está ganhando credibilidade e o investidor já está começando a olhar com outros olhos pro basquete. Você já pode ver os times tendo um orçamento mais alto, tentando repatriar alguns jogadores ou mesmo trazendo estrangeiros. Mas na minha opinião algumas coisas podem ser feitas para que o nível técnico seja elevado, como a formação de atletas e a criação de uma segunda divisão do NBB, que são fundamentais a longo prazo. Mas este é um tema completo, que precisaria ser explicado mais detalhadamente. Quem sabe alguém se interesse por isso algum dia...
-- Apesar de ter perdido a invencibilidade, muita gente acha que o Brasília tem o melhor time e elenco do NBB. Qualquer coisa que não o título será um resultado aquém das expectativas de vocês?
-- É claro que o nosso time tem a consciência que o investimento feito pelo nosso proprietário foi alto, e sempre que alguma pessoa faz um investimento alto, independente do ramo, essa pessoa espera bons resultados, e isso não é diferente com a gente.
-- Sobre o Mundial, o que você achou do sorteio? A indefinição sobre preparação e nome do técnico chega a preocupar a vocês, atletas?
-- Acho que os grupos ficaram bem nivelados. Se o Brasil tivesse caído em qualquer outro grupo, a dificuldade seria a mesma. Teremos que ter o mesmo espírito de grupo que tivemos na última Copa América se quisermos ter algum sucesso no Mundial, e talvez isso não seja suficiente, porque no basquete de hoje basta um dia ruim pra você cair de quinto pra décimo-terceiro. Quanto ao técnico, isso é a função da CBB, acho que ela está no direito dela de decidir quem estará no comando, e o nosso grupo está bem fechado (no sentido que sabe o que quer, não que ninguém possa entrar, não me entendam mal!), com a consciência de que temos que estar todos muito focados no que temos que fazer, seguindo as instruções de quem estiver no comando.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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2 comentários:
Tá aí um cara que pode, e deve, ser ouvido sempre. Além de bom jogador, sabe expor suas ideias como poucos jogadores e não cai na mesmice de entrevistas. Coisa essa, aliás, terrível pra qualquer jornalista.
Enfim, torço muito pra que ele se mantenha em alto nível até o Mundial. A seleção precisa da experiência dele e dos chutes Marcelinho (podem me xingar a vontade), mas, pra mim, os dois são fundamentais para a seleção.
Parabéns, Bala.
muito legal esse bate papo, o guilherme é um cara muito simpatico, atende bem a todas as pessoas, nao é estrela e responde tudo. dentro de quadra, é de uma eficiencia e importancia enorme. foi mt bom te-lo de volta ao brasil, é um incentivo para os mais jovens ficarem no país e para outros nomes voltarem para cá.
só achei que ele, como um lider do grupo, deveria se posicionar com mais firmeza quanto a indefinição do novo treinador. nao se trata de defender o moncho, mas realmente, a 9 meses do mundial, sem saber quem vai dirigir, é prejudicial, sim.
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