terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Muito Prazer, Joseane

Joseane surgiu em 2007, quando foi titular do Botafogo no Nacional. Mostrou habilidade, rapidez nos movimentos, boa técnica, um gosto absurdo pelos contra-ataques e anotou 7,2 pontos e 2,3 rebotes por jogo, boa média para uma estreante. Ainda reticente na defesa e um pouco calada dentro de quadra (fora dela até que ela se solta, principalmente no MSN, quando se mostra divertida e sarcástica), a ótima ala de 17 anos e 1,77m acaba de se transferir da Mangueira para Jundiaí (SP), onde será treinada por Luiz Cláudio Tarallo, seu técnico durante a campanha da seleção sub-18 na Copa América de 2008. A educada Jose, como é conhecida pelas amigas, foi a única carioca do time que também contava com promessas como Tássia e a pivô Fabiana, e por isso é a entrevistada de hoje da seção “Muito Prazer”.

BALA NA CESTA: Quem é a jogadora Joseane?
JOSEANE: Alguém que dá o sangue para favorecer o seu time.

-- Como foi a sua trajetória no basquete?
-- Comecei a jogar depois que vi na televisão uma cesta que a Janeth fez do meio da quadra (nas Olimpíadas de Sydney, 2000), e queria porque queria fazer uma igual. Perturbei meu pai durante cinco meses porque fazia natação e ele não queria que eu saísse. Em 2001 entrei na escolinha do Botafogo F.R, em 2002 me chamaram para a equipe onde fiquei até 2007 e em 2008 fui jogar na Mangueira.

-- Em 2008 você jogou o Brasileiro de seleções e o JEBS. Conseguiu ver como está o nível do basquete no Brasil, e onde ele é "melhor"?
-- Há uma disparidade enorme entre o time de São Paulo e o resto do Brasil. No Brasileiro o Rio ficou entre os quatro primeiros, e a experiência não foi das melhores porque não houve disputa de terceiro lugar por causa das chuvas que ocorreram em Santa Catarina. O JEBS foi perfeito mesmo a gente ficando em terceiro lugar. Foi um time batalhador, que lutou até o último segundo em todos os jogos. E lá fui considerada a melhor jogadora do campeonato.

-- Você está indo jogar em Jundiaí, sob o comando do Tarallo, seu técnico na seleção sub-18. Por que decidiu sair do RJ?
-- Para sair da 'rotina'. Para enfrentar novos desafios, ter que disputar uma vaga na equipe, para tentar crescer como pessoa - não só como jogadora . Mas a falta de estrutura foi o principal fator que me fez mudar de cidade. No Rio o basquete não é valorizado, os campeonatos não são disputados, há poucos times. O resultado é que as meninas saem do estado ou param de jogar.

-- Você, aliás, foi a única carioca na Copa América. Como foi a experiência? Você, que é até certo ponto tímida, se entrosou bem com as meninas?
-- Foi ótima e ao mesmo tempo 'traumatizante'. Travei de um jeito que nem sei porque, o que fez com que eu não soubesse aproveitar o momento. Deu pra perceber como é o nível do basquete lá fora, e que tenho que suar bastante para chegar onde quero. As meninas foram maravilhosas, me ajudaram, passaram tranquilidade e não foi tão difícil me entrosar. Fiquei muito amiga de algumas delas.

-- Em um mundo de sonhos, onde você quer estar daqui a cinco anos?
-- Não quero muito - formada em engenharia química e jogando na Espanha com minha família morando lá também. Por que não?!

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JOGO RÁPIDO
Ídolo: Candace Parker
Livro: ‘O caso dos dez negrinhos’, de Agatha Christie e ‘Anjos e Demônios’, de Dan Brown
Uma referência fora das quadras: Minha mãe
Uma bola que eu arremessei e caiu: Foi no Jebs do ano passado. O Santa Mônica estava perdendo de dois pontos para o Dom Bosco (Maranhão), a dois segundos do final do jogo, com o lateral a nosso favor. Só deu tempo de pegar a bola , virar e chutar – na prorrogação e nós ganhamos. O jogo nos classificou para a semifinal.
Uma bola que eu arremessei e não caiu: Foram tantas (risos)
Uma palavra que eu amo: Felicidade
Uma palavra que odeio: Falsidade
Filme: Sete Vidas
Música: Undiscovered, do James Morrison
Um(a) amigo(a): meu poodle
Um sonho: Ser feliz em todos os sentidos.
Meu jogo inesquecível e por quê: Esse que eu citei ali cima e o da Copa América entre Brasil e Argentina. Foi disputado o tempo todo e a Tassinha (Tássia) fez a bola que empatou o jogo no final - na prorrogação nós ganhamos.
Uma comida: Lasanha
Um(a) técnico(a): Os meus primeiros: Eduardo Aviles e Gustavo Cabelo.
Minha maior qualidade em quadra: Antecipação, roubada de bola e contra-ataque.
Onde eu preciso melhorar: Na defesa, no aproveitamento dos meus arremessos, nas habilidades... Em tudo.
Uma frase: A que um amigo vive me dizendo: "enquanto você dorme ou descansa, tem alguém treinando", do Michael Jordan.

3 comentários:

Unknown disse...

Parabens Jose e boa sorte nessa nova empreitada , realmente foi sensacional aquela bola la em joao pessoa no segundo final
só quem viu aquele jogo sabe o quanto aquela bola merecia cair
bjs
Bruno Peri

Bert disse...

Muito lúcida a menina.

Gostei muito.

Anônimo disse...

'Um(a) técnico(a): Os meus primeiros: Eduardo Aviles e Gustavo Cabelo.'

É, Jose...
Você nem imagina que nossa maior recompensa, depois de tanto esforço - de todos nós - é ver que aquele início láááááá atrás, realmente deu lindos frutos!
=)

Beijos, sorte e sucesso!

Gustavo KBLO ('cabelo') Montenegro