"A minha geração tão badalada, inclusive nos dias de hoje quando vamos completar 50 anos da conquista do nosso 1º CAMPEONATO MUNDIAL, nunca foi preparada para defender. Sempre fomos induzidos apenas para atacar. Não me lembro de nenhum exercício dado pelo técnico Kanela, assim como outros técnicos, que nos levassem a defender melhor ou no mínimo que nos dessem melhores condições para isso. A partir daí, quando saí das quadras no ano de 1974, já com 36/37 anos, comecei a dar aulas de basquete em nível superior e comecei a me interessar por aquilo que nunca fui trabalhado, ou seja, defender. Dizem que eu não defendia bem, e eu concordo com quem afirmava isso, pois nunca fui defensor.
Fui apenas um atacante cuja função era fazer pontos. Defendia por obrigação e nunca por imposição de quem quer que fosse. Foi um grande erro que cometeram comigo, pois poupava o esforço na defesa para aproveitá-lo ao máximo no ataque. Mas era assim naquela época, o que importava era eu fazer 30 ou 40 pontos por jogo. Nunca me cobraram defesa, embora algumas vezes tivesse que marcar pra valer e me dedicava para defender bem. Como estava dizendo, fui ser professor de basquete, tive que correr atrás daquilo que nunca me ensinaram. Fui atrás dos sistemas defensivos, estudei as diferenças entre elas, criei imagens defensivas e comecei a ser um grande adepto de todos os seus segredos. Confesso que na minha cabeça não passavam dúvidas em ser atacante (ataquei de tudo quanto foi jeito), sei quase tudo sobre fazer cestas e fui atrás de como evitá-la.
Hoje eu vejo que as coisas mudaram, e muitos jogadores defendem melhor do que atacam. Vejo muita vontade defensiva, embora apenas isso não baste para defender bem. Defender bem é determinação e trabalho. Determinação vem da mente e o trabalho corre junto. Os dois não se separam, um não sobrevive sem o outro. Entretanto percebo muito mais vontade do que trabalho, quando vontade é algo que dá e passa".
Fui apenas um atacante cuja função era fazer pontos. Defendia por obrigação e nunca por imposição de quem quer que fosse. Foi um grande erro que cometeram comigo, pois poupava o esforço na defesa para aproveitá-lo ao máximo no ataque. Mas era assim naquela época, o que importava era eu fazer 30 ou 40 pontos por jogo. Nunca me cobraram defesa, embora algumas vezes tivesse que marcar pra valer e me dedicava para defender bem. Como estava dizendo, fui ser professor de basquete, tive que correr atrás daquilo que nunca me ensinaram. Fui atrás dos sistemas defensivos, estudei as diferenças entre elas, criei imagens defensivas e comecei a ser um grande adepto de todos os seus segredos. Confesso que na minha cabeça não passavam dúvidas em ser atacante (ataquei de tudo quanto foi jeito), sei quase tudo sobre fazer cestas e fui atrás de como evitá-la.
Hoje eu vejo que as coisas mudaram, e muitos jogadores defendem melhor do que atacam. Vejo muita vontade defensiva, embora apenas isso não baste para defender bem. Defender bem é determinação e trabalho. Determinação vem da mente e o trabalho corre junto. Os dois não se separam, um não sobrevive sem o outro. Entretanto percebo muito mais vontade do que trabalho, quando vontade é algo que dá e passa".
As palavras são do Mestre Wlamir Marques em sua comunidade no Orkut. É incrível como as palavras de Wlamir são um guia para entendermos o basquete de antes e o de hoje. Fica, deste blog, mais uma vez os parabéns pela sua inteligência e capacidade de leitura de seus próprios defeitos.
3 comentários:
Ele é inteligente, suas explicações ficam faceis de se interpretar e entender.
vlw
abraço
o comentário todo é surpreendente e genial, especialmente o último parágrafo e última frase: "vontade é algo que dá e passa"; sem trabalho, não é nada. grande Alemão!
Olhe a barbaridada que o Oscar Schmidt falou sobre a conquista do Pan de 1987: "Foi a coisa mais linda do mundo, e a maior felicidade da minha vida foi poder ter participado disso. Sem querer tirar os méritos do Mundial, mas até 1987 os norte-americanos só se importavam com o Pan e com as Olimpíadas."
Mais uma do Oscar!
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