Recebi, do Bert, a notícia de que o jovem goiano Diogo Cardoso (cujo apelido é Mandioca e está na foto) está se transferindo para o basquete espanhol. Ele tem 15 anos. Bebê, citado aqui recentemente, é outro que cruza o oceano. Dimitri Sousa também. A jovem Tássia, de apenas 16 anos, já começa a ser olhada com "carinho" pelos gringos e empresários. Com Tiago Splitter, há quase uma década, já foi assim, e nada mudou. Meninos que nem possuem a escolaridade completa, uma bagagem de vida sedimentada, vivendo longe da família, fora de seu país. Será que isso é bom?
Some-se a isso o violento e predatório trabalho dos empresários, que procuram jovens talentos com 13, 14 anos. O resultado é simples: os Nacionais, masculinos e femininos do Brasil, ficam cada vez mais esvaziados, as seleções com cada vez menos referências e o público sem a menor identificação com seus ídolos. Aonde iremos chegar com isso? O esporte, hoje em dia, é um negócio, sem dúvida, mas onde estão os valores pessoais destes meninos? Será que eles sabem, ou dizem isso a eles, que o basquete não durará para sempre?
Pedir auxílio ao COB e Ministério do Esporte é loucura, porque eles não fazem nada mesmo. Mas a CBB deveria prezar pelo que a modalidade ainda possui de maior valor: a sua mão de obra qualificada e extremamente técnica. "Blindar" e proteger essas revelações é o mínimo que podemos pedir. O tema é complexo, eu sei, mas merece uma reflexão e uma análise de todas as esferas envolvidas.
11 comentários:
É complicado, pois vários desses garotos, daqui a pouco, vão aparecer em seleções européias como naturalizados. Vários garotos que poderiam estar nos ajudando em seleções de base e posteriormente em seleções adultas. Será que daqui a pouco teremos meninos de 10, 11 anos, que sabem fazer bandeja por ambos os lados, saindo também? Preocupante, espero nao ver num breve futuro um João da Silva brilhando com a camisa da Grécia, um Roberto Soares com a camisa da Alemanha, etc.
E os agentes ficando ricos...
Acho que o problema da saída de jovens promessas é um problema do Brasil e não especificamente do basquete brasileiro. Se no futebol, principal esporte do país e que "dá futuro" em terras nacionais, isso acontece, é normal que se repita no basquete.
Apesar do esporte estar "sucateado" no país, tem muito prestígio no exterior e se justifica a "garimpagem' de talentos.
Agora, o fato de naturalizar-se por outro país não impede o jogador de atuar pelo Brasil, não é?
Abs.
na argentina fizeram isso e todo mundo bateu palma, tinha blogueiro dizendo que o argentina e que estava certa em mandar seus atletas para a europa pra ganhar experiencia, mas quando acontece aqui, o mesmo blogueiro aparece e critica, vai entender...
coimbra, vc pode dizer quando eu escrevi isso?
na argentina tem uma lei que só permite que atletas saiam de lá com 21 anos ou mais desde que o novo presidente da cabb assumiu...
sinceramente não me lembro de ter escrito algo diferente.
abs, fábio
eu acho que se o cara quer se naturalizar não é problema de país Y, país X... é da personalidade (educação, formação, etc) de cada um.
Por exemplo, o Splitter saiu com 15 anos e joga pelo Brasil. Acho que o cara pode sair com 15, 16 anos que já vai ter seu carater quase formado, essa questão vai muito de interesse pessoal.
Em outros esportes temos casos, como o do Deco que se naturalizou português só depois que viu que ninguem ia convoca-lo pra seleção brasileira. Mesma coisa aconteceu com o Pepe (Portugal) e agora vai ser com o Amauri(atacante da Juventus).
Portanto, acho que ganhar cidadania européia é uma coisa - muito valida - agora, jogar por outra seleção é opção do jogador e na minha opinião falta de patriotismo e principalmente de berço.
ahh , e esqueci de dizer... temos o Meligeni no tênis, que nasceu na Argentina e não é menos brasileiro do que ninguem que nasceu aqui. ele é um cara patriota de verdade.
Agora, por outro lado tem o Ricardinho (do volei) que fez birra com o Bernardinho e ja ta ameaçando se naturalizar italiano pra jogar por la...
dai acho que vocês tiram as conclusões dessa questão de naturalidade.
No futebol é comum o cara se naturalizar porque a seleção de futebol tem uma concorrência absurda. Vide a seleção de Futsal que na última copa enfrentou na final e semi-final seleções brasileiras europeias, porque os naturalizados europeus alegam que não tinham chance de entrar. Acredito que pelo basket não ser tão popular quanto o futebol, inicialmente os caras não vão se naturalizar, mas depois de alguns anos percebendo que é mais fácil ir a uma olimpíada por outro país do que pelo Brasil, aí sim, os caras vão pensar em chutar o pau da barraca.
Heverton Elias
Delfino, Scola foram pra europa com 18 anos, o que tem de errado nisso?
O problema é que esses meninos e meninas vão em busca de estrutura que o basquete brasileiro não possui.
E como o Fábio disse, cada vez o campeonato fica mais esvaziado e o Brasil ausente de ídolos.
Se a CBB fosse uma confederação séria, que oferecesse respaldo a esses atletas, tenho certeza que não sairiam....
Ganhar uma ajuda de custo em euros, obter cidadania européia, desenvolver, aliás, cidadania, a chance de progredir esportivamente... O pacote é valioso, e os bons clubes bancam o estudo dos garotos, não os deixam à toa
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