terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Os nossos meninos

Recebi, do Bert, a notícia de que o jovem goiano Diogo Cardoso (cujo apelido é Mandioca e está na foto) está se transferindo para o basquete espanhol. Ele tem 15 anos. Bebê, citado aqui recentemente, é outro que cruza o oceano. Dimitri Sousa também. A jovem Tássia, de apenas 16 anos, já começa a ser olhada com "carinho" pelos gringos e empresários. Com Tiago Splitter, há quase uma década, já foi assim, e nada mudou. Meninos que nem possuem a escolaridade completa, uma bagagem de vida sedimentada, vivendo longe da família, fora de seu país. Será que isso é bom?

Some-se a isso o violento e predatório trabalho dos empresários, que procuram jovens talentos com 13, 14 anos. O resultado é simples: os Nacionais, masculinos e femininos do Brasil, ficam cada vez mais esvaziados, as seleções com cada vez menos referências e o público sem a menor identificação com seus ídolos. Aonde iremos chegar com isso? O esporte, hoje em dia, é um negócio, sem dúvida, mas onde estão os valores pessoais destes meninos? Será que eles sabem, ou dizem isso a eles, que o basquete não durará para sempre?

Pedir auxílio ao COB e Ministério do Esporte é loucura, porque eles não fazem nada mesmo. Mas a CBB deveria prezar pelo que a modalidade ainda possui de maior valor: a sua mão de obra qualificada e extremamente técnica. "Blindar" e proteger essas revelações é o mínimo que podemos pedir. O tema é complexo, eu sei, mas merece uma reflexão e uma análise de todas as esferas envolvidas.

11 comentários:

Unknown disse...

É complicado, pois vários desses garotos, daqui a pouco, vão aparecer em seleções européias como naturalizados. Vários garotos que poderiam estar nos ajudando em seleções de base e posteriormente em seleções adultas. Será que daqui a pouco teremos meninos de 10, 11 anos, que sabem fazer bandeja por ambos os lados, saindo também? Preocupante, espero nao ver num breve futuro um João da Silva brilhando com a camisa da Grécia, um Roberto Soares com a camisa da Alemanha, etc.

Anônimo disse...

E os agentes ficando ricos...

Anônimo disse...

Acho que o problema da saída de jovens promessas é um problema do Brasil e não especificamente do basquete brasileiro. Se no futebol, principal esporte do país e que "dá futuro" em terras nacionais, isso acontece, é normal que se repita no basquete.

Apesar do esporte estar "sucateado" no país, tem muito prestígio no exterior e se justifica a "garimpagem' de talentos.

Agora, o fato de naturalizar-se por outro país não impede o jogador de atuar pelo Brasil, não é?

Abs.

Anônimo disse...

na argentina fizeram isso e todo mundo bateu palma, tinha blogueiro dizendo que o argentina e que estava certa em mandar seus atletas para a europa pra ganhar experiencia, mas quando acontece aqui, o mesmo blogueiro aparece e critica, vai entender...

fábio balassiano disse...

coimbra, vc pode dizer quando eu escrevi isso?
na argentina tem uma lei que só permite que atletas saiam de lá com 21 anos ou mais desde que o novo presidente da cabb assumiu...
sinceramente não me lembro de ter escrito algo diferente.

abs, fábio

Anônimo disse...

eu acho que se o cara quer se naturalizar não é problema de país Y, país X... é da personalidade (educação, formação, etc) de cada um.

Por exemplo, o Splitter saiu com 15 anos e joga pelo Brasil. Acho que o cara pode sair com 15, 16 anos que já vai ter seu carater quase formado, essa questão vai muito de interesse pessoal.

Em outros esportes temos casos, como o do Deco que se naturalizou português só depois que viu que ninguem ia convoca-lo pra seleção brasileira. Mesma coisa aconteceu com o Pepe (Portugal) e agora vai ser com o Amauri(atacante da Juventus).

Portanto, acho que ganhar cidadania européia é uma coisa - muito valida - agora, jogar por outra seleção é opção do jogador e na minha opinião falta de patriotismo e principalmente de berço.

Anônimo disse...

ahh , e esqueci de dizer... temos o Meligeni no tênis, que nasceu na Argentina e não é menos brasileiro do que ninguem que nasceu aqui. ele é um cara patriota de verdade.

Agora, por outro lado tem o Ricardinho (do volei) que fez birra com o Bernardinho e ja ta ameaçando se naturalizar italiano pra jogar por la...

dai acho que vocês tiram as conclusões dessa questão de naturalidade.

Anônimo disse...

No futebol é comum o cara se naturalizar porque a seleção de futebol tem uma concorrência absurda. Vide a seleção de Futsal que na última copa enfrentou na final e semi-final seleções brasileiras europeias, porque os naturalizados europeus alegam que não tinham chance de entrar. Acredito que pelo basket não ser tão popular quanto o futebol, inicialmente os caras não vão se naturalizar, mas depois de alguns anos percebendo que é mais fácil ir a uma olimpíada por outro país do que pelo Brasil, aí sim, os caras vão pensar em chutar o pau da barraca.

Heverton Elias

Anônimo disse...

Delfino, Scola foram pra europa com 18 anos, o que tem de errado nisso?

Anônimo disse...

O problema é que esses meninos e meninas vão em busca de estrutura que o basquete brasileiro não possui.
E como o Fábio disse, cada vez o campeonato fica mais esvaziado e o Brasil ausente de ídolos.
Se a CBB fosse uma confederação séria, que oferecesse respaldo a esses atletas, tenho certeza que não sairiam....

Anônimo disse...

Ganhar uma ajuda de custo em euros, obter cidadania européia, desenvolver, aliás, cidadania, a chance de progredir esportivamente... O pacote é valioso, e os bons clubes bancam o estudo dos garotos, não os deixam à toa