Na semana passada, Eike Batista, mais conhecido como oitavo homem mais rico do mundo, anunciou a criação de um time de vôlei aqui no Rio de Janeiro. Com orçamento anual previsto em R$ 13 milhões (uau!), a equipe se chamará RJX (vocês conhecem a tara do Eike pelo X, certo?) e terá nomes como Dante e Bruninho para sustentar um projeto sócio-esportivo em que mais de 720 crianças de favelas pacificadas (UPP's) irão praticar o voleibol.
Fazendo uma conta boba, temos uma folha mensal de mais de R$ 1 milhão, o que, de acordo com pessoas com quem conversei ontem, daria para bancar, brincando, três times masculinos ou todos os oito times que disputaram a LBF em um mês. Mas a questão mais importante é: por que diabos Eike escolheu o vôlei? A resposta parece clara: organização, transparência e trabalho social de qualidade (olha o projeto 'Viva o Vôlei' que mencionei aqui na semana passada).
O caso não é único, e obviamente a tendência é que o ciclo virtuoso de sucesso do vôlei acabe abocanhando os melhores investidores do esporte brasileiro. Na semana passada, recebi um email (não posso reproduzir aqui e nem dizer o nome do remetente) em que a pessoa me perguntava se deveria investir no basquete ou no esporte que tem Bernardinho como carro-chefe. Argumentei, ponderei e ainda tentei colocar uma visão de longo prazo (citei os avanços da LNB por exemplo). O rapaz, muito educado, disse-me que não há a menor condição da (grandíssima) empresa colocar dinheiro em qualquer modalidade que se tenha a clara percepção de retorno sobre o investimento (ROI).
Infelizmente não tive como falar mais nada. O basquete, hoje, não tem a menor condição de receber o Eike Batista. Enquanto não trabalhar as palavras 'organização', 'gestão', 'transparência' e 'comunicação' com mais carinho será muito difícil termos grandes avanços. Com ou sem X.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
11 comentários:
Que otima noticia para o volei e principalmente para o esporte brasileiro. Em relação ao basquete é necessário que se tenha a consciencia de que o que acontece na CBB é o que acontece na maioria dos orgãos publicos :estão lotadas de pessoas erradas no momento errado.Tenho fé que um dia isso acabe e pode ter certeza que quando alguém competente assumir e pensar no bem coletivo do BASQUETE BRASILEIRO, daremos um grande salto de qualidade. Só nos resta torcer para que esse momento não demore muito porque enquanto isso estamos perdendo espaço no cenário mundial, ASSASSINANDO a nossa base e o pior de td é que ainda colheremos por muito tempo os resultados dessas ações irresponsáveis prinicpalmente no feminino.Lamentável.
Ontem, no intervalo da novela das 21:00h, a Rede Globo apresentou a a vinheta Vôlei 2011 anunciando sua nova programação.
Agora, todos os sábados às 10 da manhã será apresentado um jogo da Superliga Masculina, Superliga Feminina ou do Circuito Mundial de Vôlei de Praia.
Na vinheta, a esfera central do logotipo da Globo é substituída por uma bola de vôlei.
É mais que merecido, tanto pelos resultados internacionais alcançados, quanto pela estrutura e organização das competições nacionais que, como diz o locutor, reúne os melhores jogadores do mundo.
Fica difícil esperar que o basquete alcance a mesma projeção, com a seleção masculina fora das Olimpíadas há 15 anos, com a seleção feminina em franca decadência e mal gerenciada, com nossos principais atletas do masculino e do feminino atuando fora do país e com as competições locais engatinhando ou patinando em organização.
Existe muito trabalho pela frente para diminuir a discrepância entre o vôlei e o basquete, o pior é que o post anterior sobre o caso Enio Vecchi, mostra que não estamos no caminho certo.
Será tarefa "hercúlea", mas uma hora quem realmente ama o basquete e tem um desejo de mudança, uma hora vai ter que partir pra cima e derrubar esse castelo de cartas que é a CBB e sua côrte atualmente.O Ministério do Esporte e o COB não se manifestam porque também lá reinam o "carguismo"(quintal do PC do B) e os apadrinhamentos. Cada um nos seus quadrados... As federações em sua maioria são coniventes e mal administradas também. Portanto no basquete brasileiro hoje sobram a incompetência associada à arrogância e má-fé! PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO JÁ! Vamos levar essa bandeira adiante! Será uma guerra, mas é duro ver tanta gente desistir do basquete por conta da incompetência dos nossos gestores...
Bala, fazendo um abrincadeira grosseira.
Vc com esse post descreveu o X do problema do Basquete.
É continuar trabalhando serio e as mudanças irão ocorrer.
Abs
Alexandre Reis
O melhor remédio são os resultados dentro de quadra.
Vide o futebol - no qual as palavras organização', 'gestão', 'transparência' e 'comunicação' passam longe.
e que 13 milhões podem ser considerados dinheiro de pinga!
Ou se melhora dentro da quadra ou não ha perfumaria que de jeito.
Luiz
desculpa fabio discordo do texto
o volei assim como o basket é vendido ao cancer brasileiro a rede globo
claro q o volei e o ary graça merecem elogios mas faz mt coisa errada tb não sai do poder
entre outras acusações q o jose cruz postou em seu blog
em um país serio o sr eike batista estaria cumprindo pena para começar por informação privilegiada
sorte do basket em não ter esse cara patrocinando nada
Naum podemos de maneira nenhuma compara o basquete com o volei, o volei tem titulos olimpicos e mundial, os melhores atletas e td mais q chama midia. Mas naum acho q o Eike tenha analisado a forma de gestao do volei. Ele eh milionario, ele quer eh prestigio, divulgação do seu projeto social. Quer marketing maior em montar uma equipe na cidade q sediará os jogos olimpicos? Vai ser chamado de messenas do volei, ganhar prestigio, ele naum quer retorno financeiro...
Concordo com o Marcelo.
É só dar uma pesquisada sobre o Eike e ver qual foi a origem desta fortuna!
Ainda bem que o basquete não esta preparado para ele.
Uma pergunta.
por que empresas gigantes como Santander, Pirelli, Suzano, Bradesco etc deixaram de investir no volei?
Por que Unilever e nestle só patrocinam o volei feminino?
Luiz
isso ai galera, so falr mal e muito facil!!!!!
alguem ai pode responder essas perguntas?
Os últimos comentários disseram tudo que eu queria. Não compensa ter esporte forte com dinheiro de origem suja, como ocorre, principalmente, na Rússia.
Pessoal é ingênuo ou hipócrita!!!!
Não existe nenhuma empresa ou empresário que tenha crescido fazendo caridade.
O mundo dos negócios não é lugar para gente inocente.
Se os órgãos competentes consideram que as atividades do sr. Eike estão dentro da lei, quem pode contestar? comentaristas de blogs?
Ok , então o basquete só vai aceitar patrocínio de empresas puras e imaculadas, para que o dinheiro seja bem limpinho.
Que tal das Igrejas?
Postar um comentário