terça-feira, 5 de abril de 2011

Ainda um campeonato fraco

Sem surpresa, todos cantaram em verso e prosa o emocionante final da fase de classificação do NBB3. É justo, foi maneiríssimo mesmo e deu uma visibilidade interessante para a liga. Em termos de equilíbrio, nada poderia ser melhor.

O problema é que por trás desse equilíbrio há uma enorme defasagem técnica no basquete do Brasil. Sei que não é culpa da LNB, e que isso não se resolve em cinco minutos (é através da base, e isso demora, brincando, uns dez anos), mas algo precisa ser feito. Os jogos são cada vez mais fracos, os tiros de três em doses cavalares persistem e as defesas inexistem. Depender da CBB para melhorar a formação dos atletas seria o mínimo, mas sabemos que é complicado demais esperar algo da Confederação, e mexer nas arcaicas estruturas das Federações parece impossível, mas a Liga precisa se coçar. Que traga técnicos internacionais de renome para dar clínicas, que converse com árbitros para que eles permitam mais contato nas partidas (as marcações poderiam "apertar" mais), que ajude os clubes a trazer jogadores estrangeiros de qualidade, sei lá. Algo precisa ser feito, e é para ontem.

Por mais que a Liga se esforce para fazer uma comunicação razoável (que nem é tão boa assim ainda), não há como dourar a pílula: enquanto o produto final (o jogo, a quadra, o nível técnico do espetáculo) não for bom, não há muito o que fazer (para mercado, consumidores ou formadores de opinião). Que a LNB se esforce horrores para melhorar a qualidade da competição, porque do contrário o torneio dos rapazes nunca dará seu salto de qualidade.

14 comentários:

Rodrigo Leonardo disse...

10 anos é pouco, Bala.
Mas desde que comece logo, vale a pena esperar até 20 anos.
O problema é que nunca começamos a repensar a base. Sempre estamos em busca de atletas que "puxam" pontos pro seu time. E quando mais velho vemos atletas que não se envolvem e não enxergam em um trabalho de defesa qualificado. Os pedidos de tempo sempre falam de jogadas ofensivas, raramente falam sobre erros na defesa. E assim, vamos reproduzindo o estilo de basquete que está deixando nosso país pra trás faz tempo. Estamos com um excelente campeonato nacional em termos de emoção. Mas quando transferimos esta qualidade de jogo pra intercâmbio, não conseguimos andar contra seleções estrangeiras.

É preciso começar e está cheio de gente pelo Brasil que já iniciou faz tempo. Mas estes trabalhos perdem força, pois não dão conta de levar os meninos e meninas até a categoria adulta.

Abraço

Anônimo disse...

parabéns pela coragem de se manter independente com senso crítico apurado.

é por aí mesmo.
o nível técnico do nbb é horrível, triste, patético.
enquanto não melhorar isso, o basquete brasileiro será visto como piada até sempre!


augusto

Diogo Aquino disse...

Concordo qo nivel precisa melhorar e mto, mas é bom ressaltar q ja existe uma evolução gradual neste sentido, basta por exemplo perceber que o time do flamengo no primeio NBB estava a 10 anos luz de tds os outros, inclusive do brasilia, e no NBB2 as duas equipes estavam no mesmo nivel, e hj mesmoofla tendo o seu melhor elenco dessas 3 edições tem umas outras 4 ou 5 equipes q evoluiram ao mesmo apatamar.

Isso não quer diser q as equipes de ponta do brasil são as melhores do mundo, mas não devem tanto, as equipes das ligas americanas, haja vista que estam sempre na elite dos torneios continentais.

Nesse mesmo sentido vale observar algumas declarações de tecnicos argentinos que tem sido vstos qse como salvação do nosso basquete, mas tds eles ao compararem nossas ligas,constuam dizer que nos temos mais jogadopres bones, mas la se tem outra visao dojogo, os jogadores tem mais comprometimento tatico e um melhor dominio dos fundamentos.

Então, isso deixa claro que precisamos evoulir sim, é inadimissivel formarmos atletas sem um mínimo de dominio dos fundamentos, mas não da pra achar q a nossa liga é a pior das americas.

Luiz disse...

No basquete feminino, as atletas que atuam na WNBA jogam meia temporada nos Estados Unidos e meia temporada na Europa.

Será que não existe nenhuma possibilidade da NBB conseguir viabilizar algo parecido, seja com os atletas que atuam na NBA (o que deve ser mais difícil) ou com os que atuam nos clubes europeus?

Para isso é necessário ajustar o calendário e ter recursos disponíveis para fazer propostas finaceiras vantajosas aos atletas.

Ter Nenê, Leandrinho, Tiago e Varejão ou Huertas, Paulão, Rafael Luz, Tavernari e Lucas Bebê por alguns meses, com certeza elevaria o nível técnico da competição.

Victor Dames disse...

Bala, você acompanha a modalidade desde 1992. Nestes 19 anos, quanto tempo levou para o nosso basquete cair tanto? Esses mesmos cinco anos? Ou menos, uns dois, três? Ou uns 10, o longo período sem Olimpíadas, etc. e tal? Acho que só saberemos quanto tempo a recuperação leva quando ela terminar. A questão é que esse tempo será medido com um marco inicial de mudanças, e terminará com uma conquista que reflita efetivamente o aumento da qualidade técnica do jogo aqui praticado. Até acho que o termo inicial já aconteceu, com a fundação da LNB. E já há mudanças técnicas paulatinas, na minha humilde opinião. A sanha de três pontos, por exemplo, me parece ter saído de uma consciência coletiva (das equipes), mas se mantem presente na cabeça de alguns jogadores, que individualmente insistem num arremesso distante e difícil quando a espaço para arremessar próximo a cesta. A ausência de defesa ainda é crônica, as boas jogadas são muito pontuais, e não se mantem postura defensiva durante todo o jogo, como vemos na Europa, na NBA e em menor escala na própria Argentina.

Só estou colocando aqui que existe alguma evolução. Mas ainda muito insipiente. Ou seja, no fim das contas concordo muito contigo. Só sou um pouquinho mais otimista na recuperação.

Abraços!

fábio balassiano disse...

desde 1996 o basquete daqui é horrível.

abs, fábio

Anônimo disse...

concordo com voce
jogos horrorosos no nbb.
meu deus, o que vi em limeira e em franca no domingo foi anormal!

charles

Marcelo Nogueira - MuniciPais disse...

Caro Bala... Acredito que só começaremos a melhorar efetivamente o nível técnico do nosso basquete quando houver uma preocupação efetiva com a base. Não no sentido de obter resultados a curto prazo, mas sim no intuito de trabalhar de forma massificada e séria os fundamentos do basquete com nossos jovens atletas. Não tenho nada contra os clubes, até sou ligado a um, mas a saída para tornar o basquete um esporte mais praticado e efetivamente popular está nas escolas de nosso país(exemplo espanhol). Enquanto quem pensa e administra nossos esportes olímpicos, agir de forma corporativista, imediatista, elitista e, muitas das vezes, colocando interesses pessoais à frente do bem coletivo, nada mudará de verdade... Paralelo a isso, é necessário que se faça um trabalho de formiguinha com relação aos profissionais de arbitragem e com os técnicos de basquetebol. Não basta somente que esses sejam competentes "técnicamente"! A maioria deve ser avaliada periódicamente e ter um comportamento exemplar, dentro e fora do âmbito de jogo. Profissionais que atuam no basquetebol de base devem ter a consciência de que estão formando atletas e sobretudo cidadãos de bem. Isso passa por um controle maior das federações e da própria confederação. Posso estar sendo utópico nas minhas considerações, mas acredito que o começo de um bom caminho para evoluirmos, passa por essas questões.

Douglas - Paraná disse...

Apertar mais a marcação?? Os caras não tem coragem para ir para cima com essa marcação de mãe que se vê aí na liga, imagina com o pau comendo. Na verdade tem q incentivar a marcação com o uso das pernas e contato com o tronco, que é diferente de uma marcação com mais contato onde consequentemente os marcadores usam mais braços e mãos, privilegia o maior bíceps não a maior habilidade e melhor técnica.

Você como formador de opiniões deveria ser mais cuidadoso com um comentário desse. Não adianta liberar a pancadaria e esquecer de ensinar a mulecada a marcar e liberar contato JAMAIS será uma forma de ensinar as novas gerações e sim um motivo a mais para eles ficarem preguiçosos, já que marcar certo cansa, e muito.

Victor Dames disse...

Mas ele ficou horrível da noite pro dia, dia 31 de dezembro de 1995 ainda praticava-se um jogo de qualidade, no dia 1º de janeiro de 1996 virou uma porcaria? Acho que deve ter fatores nos anos anteriores a 1996 que culminaram com o decaimento técnico. Já que falaram na base, os técnicos que nela trabalharam não saíram do setor nesses meados? Será que ali não tivemos uma mudança no ensino de fundamentos, na prática do jogo? Tem quem diga ainda que houve uma "contaminação", uma soberba, pelo título do Pan de 87. Será? O Oscar se aposentou da seleção em 96. Daí o basquete brasileiro ficou horrível? Tem bastante caroço nesse angu...

Abraços!

Anônimo disse...

Victor, concordo com você
Acompanho basquete desde 1982 e na minha humilde opinião,o inicio desta era negra começou em torno de 1990. Como ainda existia o último suspiro da geração Oscar-Marcel, ainda deu segurar mais um pouco ( até 1996!).
Talves a Argentina ( e até mesmo Espanha) esteja prestes a enfrentar situação semelhante.
Engraçado que tinha-se uma grande esperança na geração pós - Oscar. havia jogadores muito inteligentes- Fernando Minucci, Rogério, Danilo Castro, Josué, etc mas que infelizmente não vingou.
Acho que foi a transição mais mal feita da história do esporte brasileiro - devia virar "case"
Ouvi uma vez que o grande culpado disto tudo teria sido o Renato Brito Cunha, que como presidente da CBB vetou a ida de brasileiros para jogar em clubes europeus. Isto procede?
Abraços
Luiz

Anônimo disse...

É muito difícil um país que tem seus melhores jogadores atuando em outros países ter uma Liga Nacional de alto nível.

Anônimo disse...

Caros amigos:
A geraçao Marcel e Oscar ficou na seleçao por muito tempo. Muitos falam que era uma otima geraçao porque ganhavm jogos e participavam das olimpiadas. Duas coisas a respeito dessa geraçao, primeiro foram eles que começaram um jogo totalmente diferente do resto do mundo onde atacar era a prioridade e a defesa ficava em segundo plano.Eles preferiam arremessar de tres a fazer uma bandeja. Para mim foram os grandes responsaveis por esse basquete irresponsavel que se ve ate hoje em dia e segundo e que quando eles ficavam em quinta, sexto em olimpiadas, a Eslovenia,Lituania,Servia,Croacia e etc ainbda nao existiam ja que eram apenas dois paises. Hoje em dia o buraco e mais embaixo, nos vemos paises como Italia, que tem um campeonato muito bom ter uma seleçao bem ruim.
Outra coisa ao amigo Marcelo aqui em cima, para o esporte fazer parte das escolas nao depende nem da confederaçao nem do COB e sim do governo que e o grande responsavel por tudo isso.
Abraços

Eliana disse...

Concordo que o nível, sobretudo dos últimos jogos foi sofrível.

Não acho q os melhores jogadores do Brasil estejam fora. Eles estão aqui mesmo.

Falta "olhar", falta reconhecimento da imprensa, dos críticos dos técnicos e dos políticos. Vocês olham sempre os mesmos.
Acho q Franca merecia a primeira colocação: pelo seu esforço, por seu técnico... Mas dói ver um time de Helinho, Rogério, Marcio, etc.. velhos caquéticos...
E dói em todo mundo.
Uma rapaziada que deu o sangue, que sabe jogar, que ainda teria futuro, e que é esquecida (no banco) pelos técnicos,longe do noticiário,sempre dando lugar aos mesmos privilegiados. Quem aguenta? Na próxima competição vão chutar de três adoidado pra ser cestinha, jogar sozinhos pra aparecer, puxar o saco pra ser citado...
Boa sorte Brasil