sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sobre a final do Interligas

É óbvio que o Pinheiros poderia ter vencido a final do Interligas na noite de ontem em São Paulo (com ginásio cheio, uma beleza!). Teve bons momentos (no final do primeiro período principalmente), mas pecou como quase todo time brasileiro peca: na marcação, nas escolhas erradas de seu treinador e na precipitação do ataque.

No sistema defensivo, o primeiro fator se mistura com o segundo. O Pinheiros encaixou bem a marcação individual no começo do jogo, chegou a liderar por seis, oito pontos, mas inexplicavelmente João Marcelo Leite mudou para uma defesa por zona. Resultado: duas bolas de três seguidas, o Obras de novo no jogo e a confiança de volta ao time argentino, que venceria o segundo período por fáceis 22-12 (houve uma sequência de 19-4). Além disso, JML leu mal a partida quando manteve, ao mesmo tempo, Marquinhos (que não marca absolutamente nada!) e Shammel em quadra. Claramente eles estavam sendo anulados pela marcação rival, e André, vindo do banco, tinha melhor entendimento das situações, seria menos vigiado pelos adversários e ao menos tenta defender algo.

E como ataque é consequência da defesa (e vice-versa), em direção a cesta o Pinheiros também vacilou demais. Abusou dos tiros de fora precipitados (ao todo, 4/22), que geraram rebotes longos (16 de Mac Farlan e Gutierrez) e, claro, contra-ataques para os argentinos (dez dos 14 pontos de Cequeira saíram em bandejas fáceis após chutes equivocados dos pinheirenses). Se isso não fosse o suficiente, o espaço (obrigado pela lição, Moncho!) entre os jogadores no ataque é ínfimo, impedindo, assim, infiltrações, jogos de um-contra-um perto da tabela e melhor troca de passes (apenas sete assistências ontem). Ao final da partida, encucado pela surreal circulação de bola dos argentinos, perguntei ao Cequeira sobre este estilo de jogo. A resposta dele: "Gostamos de tocar, rodar e ver qual a melhor situação. E dá uma bela amaciada na bola", disse-me sorrindo.

Não se trata, aqui, de execrar João Marcelo Leite, que, diga-se, vem fazendo um bom trabalho no Pinheiros até aqui. É simples: Julio Lamas é o melhor técnico da Argentina há mais de uma década (sorry, Magnano), e o brasileiro está começando a escrever a sua trajetória. Derrotas como a de ontem machucam, mas ensinam demais também. Ao Pinheiros, a João Marcelo e ao basquete brasileiro principalmente. Ter humildade para aprender com quem faz o jogo como ele deve ser não é pecado algum. Basta dar o primeiro passo.

8 comentários:

Anônimo disse...

Derrotas como a de ontem machucam, mas ensinam demais também. Ao Pinheiros, a João Marcelo e ao basquete brasileiro principalmente. Ter humildade para aprender com quem faz o jogo como ele deve ser não é pecado algum. Basta dar o primeiro passo.

onde eu assino?

jônathas

Anônimo disse...

que aula de tática levou o joão marcelo ontem!
não viu o osimani matar o shammel, cantou isos pro marquinhos...

ótima análise bala!

arthur

Anônimo disse...

Perfeito Bala
Absolutamente

Que grande análise

Só mais uma coisa. Meu Deus, como o Marquinhos é mala e não marca absolutamente nada. Insisto, de que adianta falar em ter um jogador alto na 3 se o cara não pega um rebote, não protege o garrafão e todo mundo passa por ele como bem entender, seja infiltrando ou arremessando. Pensar que o MM marcava mal, mas o Marquinhos ultrapassa o limite do bom senso. Por isso, foi escurraçado da NBA.

Alguém tem notícia do Tavernari na Itália. Tá jogando ou ainda não?

Abraços
Gustavo

fábio balassiano disse...

tavernari ainda nao pode jogar na itália.
na próxima temporada ele estará em quadra

abs, fábio

Anônimo disse...

Caros;
Primeiro vou alertar que nada tem haver com o post acima o que vou levantar.
O Brasília ganhou do Obras la na Argentina sem o Giovanonni e o Lucas. terminou o jgo com 5 abertos. Dito isso, na minha opniao, nos de uma maneira geral desprezamos o trabalho do José Carlos Vidal. Campeao de 2007 e em 2008 saiu por questoes particulares teve como sucessor o Lula que foi segundo e com um excesso de mal caratismo declarou q nao ganhou porque nao foi ele que montou o time. Voltou esse ano em um time nao tao forte quanto ao do ano passado e foi campeao sulamericano. mostra uma variacao interessante durante os jogos. Ocorre que nunca é sequer lembrado como um bom treinador, sempre os mesmos JM, Guerrinha, etc.. concordam, discordam? abs

Anônimo disse...

Muito boa a análise.

Gostaria de saber a opinião dos amigos se o fato de contar com 4 estrangeiros não favoreceu o Obras.

Leonardo Rodrigues

Anônimo disse...

3 ptos...apenas uma bola de fora do perimetro , separaram ecp e obras....okokok...tem q saber definir o jogo, etc.. e tal...
Sera que detalhes tao peuqnos entre os 2 times mostram alguma superioridade tao discrepante? Foi um jogo igual, mas como basquete nao tem empate, o ecp perdeu.
Alias,belissimo jogo.
manoel

Anônimo disse...

Lamas melhor que Magnano..nem ele mesmo acha isso. Bala, só porque o Magnano treina a Seleção Brasileira e vc é contra tudo da CBB, não precisa exagerar!