quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Reflexo, reflexo

Não é difícil abrir o blog do Bert e se deparar com os números assustadores que Clarissa (foto) tem despejado em Portugal há quase um ano. É um tal de duplo-duplo pra cá, MVP pra lá, que é quase impossível não pensar logo em seleção para ela. Mas o 'quase' se faz necessário quando a gente vê que o time da brasileira, o Vagos, estreou ontem na Eurocup (a segunda divisão dos times europeus) e tomou uma tunda de ouro do apenas regular Mondeville (da França) por 99-37 (no segundo tempo as lusas fizeram apenas 14 pontos).

Vendo estes números eu penso em como o basquete feminino brasileiro está mal e atrasado. Tanto Clarissa quanto Izabela (ambas na foto ao lado), que agora defende as cores do Vagos também, são boas jogadoras, apostas para o futuro, mas ainda precisariam ser lapidadas por aqui. E decididamente não será em Portugal, que não figura nem no quarto escalação da modalidade entre as moças, que isso irá acontecer. Infelizmente para elas e principalmente para o Brasil.

Ué, mas então por que diabos estas meninas estão por lá, você deve estar querendo me perguntar. Dizer que o Nacional da CBB tem dois meses de duração, oito times, salários atrasados, falta de estrutura e tudo mais ajuda a responder? Creio que sim, né. Então que a Confederação coloque a mão na consciência e perceba que a falta de um plano estratégico de reestruturação para a modalidade só faz com que os jovens valores que um dia poderão (poderiam?) render frutos às seleções brasileiras se percam pelo caminho.

12 comentários:

.jota disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bert disse...

Gostei muito da análise, amigo.

E mais ainda da expressão "tunda de ouro".

Hahahhaa.

Abs.

Victor Dames disse...

Bala, pela sua opinião, ou por consenso que houver, quais são os países com campeonatos feminimos mais fortes, além da WNBA?

Abraços!

fábio balassiano disse...

fala, victor, tudo bem?
o bert, aqui em cima, é o mais indicado para falar, mas eu elegeria o campeonato espanhol, o russo e o francês - talvez com o italiano depois.

abs, fábio.

Anônimo disse...

a Francille vai pelo mesmo caminho

Victor Dames disse...

Também pensei em estender a pergunta a ele. Se este post lhe alcançar, Bert, fique a vontade para dar sua opinião.

Abraços!

Duda 11 disse...

Se a CBB tivesse um trabalho sério e contundente que envolvesse mais as agremiações, certamente essas meninas talentosas não estariam "perdidas" em Portugal. Além disso, Ega e Mamá já estariam empregadas e treinando tb!
Abs a todos

Anônimo disse...

"...que a Confederação coloque a mão na consciência..."
Vc é um sonhador Fábio...
Abraço

Paulinho disse...

Oi Bala,



Claro que o ideal seria que a Clarissa e Izabela estivessem sendo lapidadas aqui num grupo de desenvolvimento, juntamente com outras altetas que saem das seleções de base como destaques e ficam perdidas sem saber como dar continuidade à carreira, mas como estamos bem distantes do ideal para o basquete brasileiro, acredito que as duas conseguiram "salvar" suas carreiras ao serem contratadas pelo Vagos.

Você lembra qual era a siutação das duas antes de embarcarem para Portugal?

Clarissa disputava o Nacional pela Mangueira por alguns meses e tinha números bem semelhantes aos que ela tem no Campeonato Português, com muitos duplos-duplos, mas no restante do ano ficava inativa.

Izabela jogava 3 ou 4 minutos por jogo em Catanduva e no final da temporada ficou sem contrato.

As duas terem a oportunidade de jogar a Eurocopa que reúne o segundo ou terceiro melhor time de cada país vai ser, com certeza, uma experiência importante para o desenvolvimento da carreira das duas.

Muitos dizem que a Clarissa não tem estatura para jogar como pivô em nível internacional, seu desempenho na Eurocopa pode provar o contrário.

A Clarissa jogou os 40 minutos e enfrentou uma pivô da Letônia de 1,92m, uma da Ucrânia de 1,93 e teve um desempenho melhor que as duas, com 13 pontos e 7 rebotes.


Izabela tbm foi bem com 12 pontos.

O Mondeville está entre as melhores equipes da França (campeã européia), senão não estaria jogando a Eurocopa.

Então, apesar do massacre, acho que para as brasileiras o saldo foi positivo, pois elas assumiram a responsabilidade e foram as únicas que conseguiram produzir alguma coisa em quadra pela equipe portuguesa.

Espero que seja assim durante todo o torneio e que as portuguesas ajudem um pouco, para que os próximos jogos o time são seja massacrado dessa forma, porque com certeza também, não deve ter sido uma sensação agradável para elas.

Anônimo disse...

Ok,


O Campeonato Português não é dos melhores, mas lá pelo a Izabela é titular, aqui o Ferreto nem colocava a menina em quadra.
Jogar a Eurocopa vai ser muito bom para as duas e vamos poder acompanhar o desempenho da Clarissa contra pivôs altas.
Mais um detalhes para se pensar:
A Fernanda Beling (27) foi titular da seleção brasileira na Copa América e jogou a temporada passada por esse mesmo time, na mesma posição da Izabela (22), que foi cortada antes dos amistosos.

Polipeptídios disse...

As jogadoras portuguesas não tem uma qualidade para consolidar uma equipe forte para jogarem contra outros centros europeus
Clarissa e Izabela, são muito boas jogadoras e atletas, deveriam ser vistas com mais sensibilidade...darem condições delas trabalharem aqui mesmo no Brasil

Anônimo disse...

Na época que jogava no Rio a Clarissa não tinha nem dinheiro para a condução, e tinha que tomar onibus para ir treinar e jogar. E como fazer para pagar as contas no final do mes e fazer mercado??? Pelo menos na Europa recebem relativamente bem, em dia, e conseguem dar continuidade na carreira!!! Como falam no Rio: demoro!!!!