Pode melhorar

É meio assustador quando você chega no treino da seleção no Maracanãzinho e a primeira pessoa que você avista é o Grego, ex-presidente da CBB, né? Mas tirando isso, de resto foi tudo bem. Leandrinho e Marcelinho não participaram (o primeiro, poupado com dores musculares na coxa, e o segundo ainda se recuperando de uma tendinite no antebraço), mas Jonathan, Fulvio e Teichmann voltaram da Argentina, onde defenderam o Brasilstano (Brasil + Paulistano) no Super Four, e já arregaçaram as mangas.

Além disso, o coordenador técnico Vanderlei garantiu que todos os seguros já foram pagos, inclusive os de atletas que estão sem clube (Giovannoni, Huertas, Duda e Fulvio, por exemplo), mas que Paulão ainda não tem sua situação defininada (o Unicaja bate o pé em sua não liberação). O clima, aliás, é mais leve em relação à antiga gestão - e confirmando: não é permitida a entrada de torcedores.

Dentro de quadra, posso dizer que o treino que vi de Moncho Monsalve é bom, mas está longe de ser excelente (os de Ruben Magnano ou Julio Lamas são melhores, por exemplo). O espanhol ensina fundamentos, mas a carga tática e de jogadas não é a que precisamos ainda – isso sem falar de sua comunicação, nem sempre compreendida por todos os atletas. Apesar de ser melhor do que o da maioria dos técnicos brasileiros, o veterano treinador ainda deixa a desejar em termos de intensidade, sistemas de ataque, "pegada" defensiva e em maiores explicações sobre aspectos do jogo.

De todo modo, repito, é um baita avanço em relação ao que vimos nos últimos anos, e aqui vai uma observação: no treino noturno, apenas Daniel Bello, treinador do Tijuca, compareceu ao ginásio, o que é lamentável. A única pena é que a preparação (insisto nessa) será curta demais em relação ao que poderíamos ver em relação a evolução da seleção como um time. Talento, nós temos, e isso me parece bem claro. Formar um time, jogar coletivamente, defender como uma equipe de alto nível, isso é outra coisa. E requer tempo, algo que decididamente não teremos.