terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mais um passo

É evidente que uma Argentina sem o armador Pablo Prigioni é uma Argentina pior. É evidente, também, que é uma Argentina muito pior quando o seu pivô, Roman González, é expulso (justamente) após agredir Anderson Varejão (foto). É evidente, ainda, que não se pode tecer tantas loas a um time que há dois anos venceu o mesmo Tuto Marchand para, logo em seguida, cair diante dos mesmos hermanos no Pré-Olímpico de Las Vegas. Diante disso, vamos lá: o Brasil jogou muitíssimo bem hoje à noite na estréia em Porto Rico e surrou os rivais sul-americanos por 91-76. O time de Sergio Hernandez, aliás, não jogou bulhufas, e há muito eu não via uma camisa azul e branca tentando tanta bola de longe sem a menor necessidade (4/25).

É verdade que o aproveitamento de lances-livres segue deficiente (24/36), que a rotação não foi das melhores (sete jogadores ficaram em quadra por mais de 19 minutos), que os erros foram demasiados para uma partida que se apresentava fácil (12) e que a estabilidade emocional de novo voltou a nos pregar peças (a diferença oscilou demais quando o Brasil poderia ter fechado o caixão logo no terceiro período). Mas vimos uma defesa excelente em determinados pontos da partida, 42 pontos no garrafão (quase a metade dos 91, portanto), quatro jogadores em dígitos duplos (Leandrinho, com 18 pontos e sete rebotes, esteve fantástico!), uma variação ofensiva de dar gosto e um armador estupendo (Huertas soube dosar velocidade, audácia no momento certo e um tanto de cadência quando os hermanos tentavam se recuperar).

Na boa, sem querer ser mais otimista que o otimismo e sempre lembrando que o Brasil, recentemente, vem se transformando no bicho-papão dos torneios de preparação, devo dizer o seguinte: hoje deu gosto de ver a seleção masculina atuar. Há muito tempo eu não conseguia dizer algo assim, e isso é sensacional. Que Moncho Monsalve siga o seu caminho com seus comandados, pois hoje foi mais um passo rumo a uma vaga no Mundial e a um passo que parece estar sendo dado aos poucos: o passo rumo ao primeiro escalão do basquete mundial. Se mantiver essa toada, terá boas chances para tal.

14 comentários:

Anônimo disse...

Bala,

Agressao do Gonzalez no Anderson, omo foi isso?

Pelo que vc escreveu: PARABENS Brasil!!

Anônimo disse...

O Brasil está no caminho certo. Parabéns a nova gestão da CBB.

Leonardo Rodrigues disse...

Sou otimista por natureza, também acho q devemos ser cautelosos e não cair no oba-oba, mas é outro time com praticamente os mesmos jogadores, Moncho tem q ser elogiado mesmo.

Exatamente pelo Brasil ser outro time, duvido que se repita o que vimos em Las Vegas no jogo pra valer contra a Argentina. Aliás, acho que o Brasil controlou completamente o jogo, em nenhum momento foi ameaçado, mesmo o Anderson jogando muito pouco tempo, por ter se carregado de faltas cedo.

Foi animador.

fábio balassiano disse...

anônimo, o varejão tomou um chega pra lá daquele trator chamado gonzález
foi feio.

abs, fábio

rafael disse...

e eu vi o jogo todo..na hora que saí, perdi... rs

Unknown disse...

Não consegui ver o jogo, não esta passnado em nenhum canal de tv! Só consegui ver os primeiros minutos e não posso falar muito. Espero que o Brasil continue melhorando!

Victor Dames disse...

Achei um link quando ainda estava no escritório, mas o engarrafamento não me deixou chegar em casa a tempo de ver...

Vindo de alguém como você, Fábio, que ao criticar o faz sempre fundamentadamente, é animador.

Abraços!

Anônimo disse...

Pode até ter sido animadora a evolução do jogo do Brasil, mas um pouco de cautela no otimismo seria bom. Na hora do pau comer o jogo é outro, contra a Argentina ou qualquer outro adversário. Manter o padrão de jogo e a cabeça no lugar em um jogo apertado é que é o nosso grande e verdadeiro desafio. Em um jogo valendo pontos, pau a pau, e enfrentando a pressão psicológica, é que vamos saber se funcionamos ou não como uma equipe.

Bruno disse...

Ainda acho que quando a onça beber água,o Brasil se ressente de um cara pra botar a bola debaixo do braço e definir o jogo a nosso favor.
Nem toda a carga tática e comprometimento do mundo mudam isso, razão pela qual perdemos muitos jogos parelhos nos últimos anos.
Mas estamos melhores com o Moncho, não há dúvida.
Se tivéssemos um Scola, um Ginobilli, um Gasol, um cara pra decidir, poderíamos com o elenco que temos disputar medalhas em qualquer campeonato.

Anônimo disse...

Esse cara a quem o Bruno se refere vamos ter no futuro... O Paulão, que levou o Brasil nas costas naquele mundial sub19 e o Adonis Sousa que é cestinha nato.

Fernando Segura disse...

Nossa, Bala, sinceramente vi outro jogo.

Em primeiro lugar, o Brasil abusou de fazer contra-ataques – cestas fáceis devido à precipitação da Argentina. Aqui, sim, no contra-ataque, vi um time mais estruturado, fazendo passes ao invés da correria e bandejas erradas de antigamente.

No ataque 5 contra 5 ainda vi a mesma esterilidade de antes. A bola rodou com mais calma, mas sem os jogadores serem incisivos. E isso com uma marcação passiva da Argentina. Não vou me surpreender se no Pré-Olímpico os velhos hábitos voltarem – no sufoco, com relógio estourando, chute de 3 para o Leandrinho e Marcelinho.

Na defesa, vi Scola e Roman González (!?!?!) dominarem JP, Splitter e Varejão no 1.o quarto. Sorte que o Scola não jogou o 2.o quarto e o González foi expulso. A defesa de perímetro também continua com seus problemas, principalmente para defender os pick ‘n rolls.

Acho que um amistoso deve servir para corrigir erros como estes.

fábio balassiano disse...

fernando, a dicussão é boa mesmo.
conforme disse no texto, nem tudo foi bom, e muito precisa ser corrigido.

mas você mesmo citou um ponto que coloquei no texto: a defesa foi boa, e os contra-ataques surgem assim. Defesa boa força o erro adversário e... dá contra-ataque!

acho, sinceramente, que a sua dúvida é muito justa e salutar, e pode ser até que tenha exagerado nos elogios, mas vimos o mesmo jogo. eu fiquei otimista. vc, realista. lógico que as coisas podem piorar no pré-mundial e no próprio mundial, mas até agora só vimos evolução dia após dia.

e outra: não vi esse domínio todo no splitter, não. ao contrário do leandrinho, ele fez os pontos quando o brasil mais necessitou - no segundo período e no começo do terceiro, quando, é verdade, o gonzalez n tava mais.

parabéns pelo seu comentário!

abraços, fábio balassiano.

Anônimo disse...

Nao pude ver, uma pena. Fico com o texo do Bala !!!




Bala,quem vai transmitir a Copa America?

Abraço

fábio balassiano disse...

sportv e espn-br exibem a competição, henrique.
abs, fábio