segunda-feira, 8 de março de 2010

Colinas fala

O assunto de maior destaque na última semana no basquete feminino brasileiro foi a contratação de Carlos Colinas para dirigir a seleção. Aos 43 anos, ele chega ao time para encarar o seu maior desafio. Com programação de treinos e amistosos para o Mundial da República Tcheca ainda a ser definida e apresentada na próxima semana, o treinador conversou, de maneira franca e bem direta, sobre alguns aspectos de seu trabalho: orgulho, falta de currículo extenso, Iziane, Érika & Franciele e muito mais. Confira.

BALA NA CESTA: Carlos, qual é seu sentimento depois da confirmação de sua contratação? Quando você chega ao país, aliás?
CARLOS COLINAS: Estou muito satisfeito que a CBB tenha pensado em mim para a equipe adulta. Trabalhar no basquete brasileiro é sinônimo de responsabilidade e alegria. Estarei no Brasil em abril e maio para reuniões de trabalho e para acompanhar o Paulista. De maneira permanente, a partir de junho. Meu papo com a Hortência foi sério, direto e cordial. Estamos em sintonia sobre o que a CBB pretende a médio e curto prazo: idéias modernas, melhora nos métodos de trabalho e estar no nível máximo de competitividade nos torneios. Considero-me capacitado para responder às demandas solicitadas.

-- Pode parecer grosseiro eu dizer isso a você, mas aqui no Brasil ainda é uma pessoa desconhecida. Poderia se apresentar, dizer qual a filosofia que tentará colocar em prática?
-- Sou um técnico dedicado ao basquete feminino há 26 anos. Adquiri experiência dirigindo equipes adultas na Espanha e trabalhando com as jovens do meu país que brilham na Europa atualmente. Meu método se baseia no trabalho, na boa planificação das atividades e também na busca do equilíbrio entre os recursos que oferecem as jogadoras individualmente e o conjunto.

-- Não ter uma experiência grande com equipes adultas é um problema para você? De acordo com suas primeiras análises, você trabalhará mais com as jovens ou com as mais rodadas?
-- Vou trabalhar com todas – novas ou veteranas. Temos que construir um jogo de equipe, definindo o estilo do mesmo. Com as mais jovens me interessa reforçar a adaptação às competições de alto nível, até porque em pouco tempo elas terão peso importante no selecionado brasileiro, não? Sobre sua primeira indagação, digo o seguinte: minha experiência com equipes profissionais é suficiente para não temer nada. Creio que a gestão de um time passa por coisas mais importantes que apenas ter ou não ter experiência.

-- A ala Iziane foi uma das principais responsáveis pela saída de Paulo Bassul do comando técnico da seleção. Você chamará esta atleta? Já falou com ela ou qualquer outra jogadora? O que você tem em mente quando o assunto é disciplina?
-- Iziane é uma jogadora de primeiro nível, com muita experiência internacional e uma capacidade técnica extraordinária. Se acharmos que ela deve estar na seleção e ela também o quiser, voltará a jogar pelo Brasil. Mas ainda não falei com nenhuma menina. Sobre a questão da disciplina, o que te digo é que a gestão de uma equipe profissional compreende aspectos e situações claras que qualquer jogadora deve aceitar. Temos que ter conversas, entendimentos, para encontrar um caminho adequado para o êxito da seleção. Simples.

-- Na Espanha, país em que vive, há duas jogadoras que o Brasil aposta muito: Érika e Franciele. Poderia dizer o que pensa sobre elas?
-- São duas excelentes jogadoras, e creio que podem nos ajudar muito com sua juventude, determinação e, principalmente, pelo crescimento que ainda podem ter em suas carreiras. Elas têm qualidade suficiente para atuarem juntas.

-- Diz-se em nosso país que os técnicos estudam pouco. Como você faz para se manter atualizado? Qual é seu método de análise para seu time, jogadoras e rivais?
-- Atualmente nós, técnicos profissionais, temos que manter um nível de atualização altíssimo. Necessitamos de preparação, ver o basquete de todos os lados e conhecer os avanços tecnológicos que podem nos ajudar a conhecer os rivais e suas armas. Para isso, é importante contar, também, com uma comissão técnica recheada de pessoas capacitadas.

-- Se pudesse deixar uma frase para o torcedor brasileiro, o que diria?
-- O torcedor brasileiro sempre se mostrou apaixonado e passional à seleção. Sempre foi fiel, e este é um valor que identifica seu povo e sua seleção. Nesta nova etapa, meu desejo é que a seleção siga entre as melhores. Vou lutar para isso com minhas forças.

7 comentários:

Anônimo disse...

otimo papo bala!
vc eh meio maluco ao chamar o cara de desconhecido, mas perguntou o que queríamos ouvie

ricardo ms

Anônimo disse...

iziane está de volta.
boa entrevista!

denis

Bert disse...

Parabéns, amigo.

Achei ótima a entrevista!

O espanhol parece disposto. Isso já é um ótimo começo.

Abs.

Duda 11 disse...

Bala, legal a entrevista, parabéns! Agora é esperar para ver como vai se desenvolver o trabalho dele à frente da equipe. Agora, me diz uma coisa, é muito em cima da hora, não é? Abs

fábio balassiano disse...

valeu, amigo bert.

duda11, o tempo é curto mesmo, sem dúvida alguma.

abs, fábio

Anônimo disse...

Ótima entrevista!

Ao que me parece, o Colinas, assim como o Paulo Bassul, não é nenhum bunda-mole (como talvez a Hortência desejasse). Dessa forma, quero vê-lo suportar a arrogância e prepotência da Iziane (aquela que só sabe arremessar para virar cestinha do jogo, mesmo que com isso o time perca...). Aguardem uma nova novela e um novo técnico. Melhor seria trocarmos logo a Diretora do Basquete Feminino. Assim não perderíamos tanto tempo!

João Niederauer disse...

ACHO MUITO INTERESSANTE FALAR QUE OS TÉCNICOS BRASILEIROS NÃO ESTUDAM,NÃO ESTÃO PREPARADOS FALAM EM PROFISSIONALISMO,MAS EU GOSTARIA DE SABER QUEM É QUE PODE SE CONSIDERAR TÉCNICO PROFISSIONAL NO BRASIL QUANTOS ESTARIAM ENQUADRADOS NA CATEGORIA DE PROFISSIONAL.TRAZER UM TÉCNICO DE UM PAIS QUE NO BASQUETE FEMININO ESTÁ ATRÁS DO BRASIL É DOSE MAS TAMBÉM ACHO QUE DEVEMOS APRENDER COM OS OUTROS MAIS INTERCAMBIO,CURSOS QUE REALMENTE QUALIFIQUEM OS TÉCNICOS DE BASQUETE E NÃO SÓ AQUELES QUE FAZEM PARTE DA TURMINHA DO CENTRO DO PAÍS . ANTES DE TRAZERMOS TÉCNICOS ESTRANGEIROS TEMOS QUE TER BASQUETE DE BASE FORTE NO NOSSO PAÍS.TEMOS VÁRIOS EXEMPLOS DE ESPORTES QUE IMPORTARAM TÉCNICOS E CONTINUARAM NA MESMA POSIÇÃO DO RANKING OU MELHORARAM MUITO POUCO. FALAM EM TÉCNICO QUALIFICADOD ESTAMOS CHEIOS DE TÉCNICOS QUE NEM FORMADOS EM EDUCAÇÃO FISICA OU PELO MENOS UM CURSO DE TÉCNICO DE BASQUETE QUE NÃO EXISTE .JÁ TEMOS O TECNICO DA OLÍMPIADA DO BRASIL E A JANETH ESTÁ TÃO NA CARA QUE É ATÉ UMA VERGONHA,QUEM SABE ATÉ LÁ ELA FAZ O CURSO DE ED. FÍSICA OU UM CURSO DE TÉCNICA DE BASQUETE SEI LÁ TUDO É POSSIVEL NO BRASIL.