segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Mais um sinal

Leitores reclamam, com razão, que escrevo pouco sobre o basquete brasileiro, e que quando o faço é sempre com péssimo humor. Minha resposta sobre o "humor" nem precisa de palavras. Os fatos falam por si. Neste sábado, Franca e Limeira faziam a final dos Jogos Abertos quando Márcio Dornelles, a quem reputava como um ser educado e correto, teve um momento de boçalidade ao agredir Nezinho, que saiu de maca do ginásio com sangramentos na cabeça (o vídeo vem ao final do post). Revoltado com a agressão ao irmão, Nezão, também errado, invadiu a quadra para tomar as dores e apanhou dos francanos (que raiva era aquela, Rogério?).

Chegamos ao ponto em que está tudo errado. E tudo é tudo mesmo. Arbitragens péssimas e coniventes, técnicos que inflam os ânimos já exaltados de seus jogadores, atletas sem a menor esportividade, Confederação e federações omissas, etc. Até mesmo nos fóruns de discussão vemos uma inversão de valores: após apanhar, como vem ocorrendo a torto e a direito nos últimos meses, os internautas discutem o caráter do armador de Limeira, não lamentando as consequências da selvageria de Márcio.

A verdade, como já escrevi há dois anos, sem que nada tenha mudado para melhor aliás, é que o basquete brasileiro acabou. As pessoas de bem não estão mais na modalidade. Fica a pergunta: quantos outros sinais precisarão para perceber isso?



18 comentários:

@lisangelo disse...

Pior que eh verdade. O objetivo agora nao eh recuperar o basquete nacional, eh criar um novo.
Enquanto isso a garotada joga faceira nas poucas quadras publicas usando as camisetas da NBA, e o basquete de rua segue fazendo a festa debaixo do viaduto. Que os novos dirigentes tenham a humildade de aprender com quem sabe fazer.

Bert disse...

Você está certo, Bala!

E, às vezes, eu me sinto como um daqueles animadores de velório, sabe?

Abraço.

Anônimo disse...

Bom dia Fábio!
Inicialmente, gostaria de dizer que acompanho diariamente seu blog e o parabenizo por isso! Um excelente trabalho! Sou estudante de educação física, trabalho com basquete e amo esse esporte!! Com todo respeito,discordo quando diz que o basquete acabou pois existem diversos trabalhos de base acontecendo em várias cidades do país! Profissionais ainda engajadíssimos com a modalidade e que ainda acreditam nela! Eu sou um deles por exemplo e iremos reverter esse quadro, com muito trabalho!
Quanto a atitude do Márcio e a toda a repercussão, sem dúvida, foi um fato extremamente infeliz! Sim, devemos discutir a atitude e não se o Nezinho merecia ou não isso, como esta acontecendo em vários fóruns de discussão! Necessitamos de apoio psicológico para nossos atletas desde a base!
Pra encerrar,alguem tem notícias do nezinho!?
Forte abraco

fábio balassiano disse...

Rogério, pelo que sei o estado de saúde do Nezinho é O.k.
Vou saber de notícias mais tarde.

abs, fábio

Anônimo disse...

O chato é que sempre tem gente falando sobre a arbitragem do Rio de Janeiro(que é ruim,bla,bla), chega agora, agente vê isso, essa palhaçada que aconteceu nos jogos abertos, é de se lamentar mesmo.
Arbitragem do jogo permitiu até tentativa de toco de lance livre, vê se pode.

Anônimo disse...

putz! ontem eu estava na praia, vendo os playoffs do Carioca Bowl de futebol americano, e poucos foram os tackles tão violentos quanto essa falta do Márcio!

cara, vou te falar. eu, sinceramente, e já expus isso antes, não tenho problemas com as brigas e confusões entre jogadores - você vê isso em jogos de basquete por todo o mundo, todos os dias. o problema, realmente, é a falta de estrutura para educar os jogadores, evitar e conter essas confusões, e também para PUNIR quem participa delas! e como a arbitragem está péssima - estranhíssimo, considerando que toda vez que entro no site da CBB, anunciam uma nova clínica eletrobrás de arbitragem. arbitragem ruim só piora a frustração dos jogadores e dá chance para isto acontecer

abraços

Anônimo disse...

Nezinho está bem e se recuperando..Graças a Deus não houve nada de mais grave...

Luiz Melo disse...

Vamos por partes. Primeiro a atitude do Márcio foi altamente reprovável. E disso não restam dúvidas. Segundo, e aqui só posso falar pelo que li e vi nos vídeos postados, a arbitragem realmente parece ter sido horrorosa. O que pode, e deve, ter ajudado a acontecer toda essa celeuma. Agora, até onde eu sei, os Jogos Abertos do Interior não são uma competição realizada pela CBB, e nem é ela a responsável pela escolha e escala dos oficiais que lá trabalham. Então, pelo menos nessa situação específica, não vejo como se possa imputar à Confederação qualquer parcela de culpa pelo ocorrido. E vamos deixar bem claro que não estou aqui defendendo a gestão do Grego que, com absoluta certeza, está longe de ser um exemplo. Mas daí a acusar a CBB por tudo o que ocorre de errado em competições nas quais ela não tem participação acho que é procurar um discurso fácil e fugir da busca por soluções adequadas.

Anônimo disse...

Nezinho, que não deixa de ser um molequinho, deveria ir na polícia relatar a ocorrência.

Enquanto o Nezinho se comporta como moleque, o seu Márcio se comportou como um BANDIDO.

Isso ai é caso de polícia.

Obs: O Basquete anda tão esculhambado que os treinadores foram pedir permissão ao Trajano para pararem o jogo. Pelo amor de DEUS...

Isso é basquet profissional???
Imagine se fosse amador...

Anônimo disse...

basquete profissional? hahahaHHAHAHAH

Anônimo disse...

A atitude do Marcio foi deplorável ainda mais que ele deve ser o exemplo de atleta para uma serie de jovens se veem o idolo fazer este ato de vandalismo vão se achar no direito de fazer tambem, mas isto reflete a situação da desorganização do basquete brasileiro, o correto era pagar uma multa pesada em dinheiro e ficar fora do resto do campeonato paulista, mas como somos o país do jeitinho vão arrumar um para acabar em pizza.
Jacob Will

Anônimo disse...

O que tem o trajano a ver com os Jogos Abertos???Pedir conselhos para saber se acaba ou não o jogo!!!!Até pensei que tinham nomeado ele pra algum orgão Estadua ligado ao Desporto de SP!!Isso nos mostra a falta de prestigio...Precisando da "Benção" da imprenssa para saber se estão fazendo a coisa certa e também a certeza de sairem ilesos da confusão!!Quanta demagogia...Os técnicos conversando perto das cameras como se fossem JUIZES de paz!!!

Alfredo Lauria disse...

É realmente lamentável que coisas do gênero ocorram por aqui com tanta freqüência.

Confusão no basquete é algo inevitável. É jogo de contato físico, provocações e sangue quente.

A confusão ocorre na NBA, na Euroliga, em qualquer lugar.

O problema é que a questão torna-se recorrente aqui no Brasil por causa da impunidade.

E é impunidade geral.

Nezinho tenta dar um toco no Márcio em pleno lance livre e sequer é advertido pelos juízes.

Todo mundo sabe que ele é arruaceiro, mas ninguém pune.

O Márcio, por sua vez, cometeu uma falta bossal. E aí? Tem punição?

Depois, um jogador é agredido com um direto por uma pessoa alheia à partida em plena quadra. O que é isso?

E, o pior, é capaz de ficar por isso mesmo...O sujeito vai continuar freqüentando os ginásios e talvez revidando as corriqueiras faltas anti-desportivas que o irmão sofre, faltas estas que se não são justificáveis, sempre são provocadas.

Mas é isso aí. Estamos discutindo aqui e daqui a 3 ou 4 meses acontece um episódio similar.

Isso é o nosso basquete.

Anônimo disse...

NÃO SE JUSTIFICA, mas por acaso alguem sabe o pq da atitude do Marcio?? ele ja disse alguma coisa sobre o assunto? o fato friamente é uma coisa, precisamos saber o que o Nezinho ando fazendo durante o jogo para ele chegar a este extremo.
Tadeu Rosa

Anônimo disse...

um dia ia chegar a hora do nezinho
mesmo sendo errada a atitude do marcio....admito que ao inves de dizer COITADO disse BEM FEITO!

Anônimo disse...

Basquete é jogo de sangue quente e confusão?

Discordo.

Na minha opinião o basquete sempre se diferenciou de futebol e outros afins por ser um jogo clássico, de técnica e força (dosadas e combinadas), porém de lealdade e espírito coletivo e esportivo à prova de qualquer desvio de caráter e/ou comportamental.

Não é cabível agressão.

O Nezinho é um retrato bem fiel destes tempos pelos quais passamos... olha a cronologia: Wlamir Marques, Amauri Pasos, Marquinhos, Oscar, Marcel, Nezinho... sinal do fim dos tempos, não, amigos?

Alfredo Lauria disse...

Mr. Hill, eu nunca falei que basquete era jogo de confusão, mas sim que as confusões são de fato freqüentes.

Na NBA, por exemplo, em que são jogados quase 10 partidas por dia, é impossível passar uma semana sem que haja uma confusão de pequeno porte ou uma falta flagrante do nível dessa do Márcio.

Apenas para citar um exemplo que eu me lembro de cabeça. Alguns da série melhor de 7 jogos entre Hawks e Celtics na temporada passada:

http://www.youtube.com/watch?v=jwpaWFAFH7w&feature=related
(KG no Pachulia, talvez um pouquinho mais sutil do que a falta do Márcio)

http://www.youtube.com/watch?v=q6JNQHZSkfE&feature=related
(E mais Pachulia x KG na mesma série, com cotoveladazinha básica do Pachulia)


http://www.youtube.com/watch?v=0QE5_hDtUnA
Marvin Williams no Rondo (muito pior do que a falta do Márcio)

Agora, cabe aos organizadores punirem os envolvidos para evitar ao máximo.

Se você pune (sem salários, estilo NBA) o Márcio por 5 partidas, eu tenho certeza que ele pensará 2 vezes antes de ele fazer uma barbaridade daquela.

Se você pune o Nezinho com uma falta técnica na hora em que ele tentou o toco no lance-livre do Márcio, duvido que ele tente algo parecido.

Mas não. Isso aqui é o país do conformismo, da impunidade.

No início do ano, tivemos um episódio lamentável em que alguns jogadores brigaram com os juízes e ninguém foi punido (Liga das Américas, salvo engano).

No mês passado, 2 jogadores do Bauru sentaram o pau num juiz no meio da partida. Ficou a temporada toda suspenso? Duvido. Fica por aí mesmo...

Agora, o que eu acho mais absurdo é deixarem um desvairado entrar na quadra e acertar um soco na cara de um jogador.

Já imaginou se a moda pega? O Balassiano já viu como costuma ficar o Ginásio do Tijuca Tênis Clube em partidas importantes do Flamengo (e a quantidade irrisória de policiais no local). Se um sujeito sozinho tem essa liberdade, imagina uma multidão enlouquecida querendo invadir a quadra.

Alfredo Lauria disse...

Mais alguns exemplos ilustrativos:

http://www.youtube.com/watch?v=hD7oMY2qeho&feature=related
(Kidd no Jannero Pargo nos últimos playoffs)

http://www.youtube.com/watch?v=AJz6Op1cBTQ&feature=related
(Stackhouse em O´Neal nas finais da NBA - 2006)

http://www.youtube.com/watch?v=QrkkDgh_zMo&feature=related
(Stackhouse no Manu)

http://www.youtube.com/watch?v=jsUPFtXsM0Q&feature=related
(Raja Bell no Manu)

http://www.youtube.com/watch?v=tvEfAQB-7vU&feature=related
(Carlos Boozer no Mo Evans)

http://www.youtube.com/watch?v=PZRyj31mYK4&feature=related
(Odom no Ray Allen)

http://www.youtube.com/watch?v=TO2Ow6klf7A&feature=related
(Brand no Turiaf...repare que nesse lance a falta nasceu de uma provocação - o que não justifica, obviamente, mas ajuda a explicar)

Dá para fazer uma lista interminável...

Não estou querendo justificar nada, mas esse papo de que o basquete se diferencia do futebol por ser menos agressivo é conversa para boi dormir...