segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Moncho fala

Moncho Monsalve está ansioso. Ansioso para saber se fica ou não como técnico da seleção masculina de basquete. A decisão, porém, sai apenas no dia 15 de janeiro, e até lá o espanhol de 65 anos terá que conviver com muita especulação sobre a sua permanência em um cargo tão desejado por quem nunca disputou um Mundial, como é o da Turquia no próximo ano. O Bala na Cesta conversou com Moncho, que foi franco (até demais) e não fugiu de nenhuma pergunta.

BALA NA CESTA: Como foi a reunião com André Alves e Vanderlei no domingo retrasado, em Murcia? Crê que continuará como treinador da seleção masculina após o encontro?
MONCHO MONSALVE: Foi um papo correto, e tratamos de vários aspectos: como está a situação da minha coluna, o sorteio do Mundial, a programação, essas coisas. Além disso, os períodos em que permaneceria no Brasil até a competição. Gostaria de seguir como treinador, mas estou à espera da decisão da CBB. Espero que até 15 de janeiro tudo esteja esclarecido.

-- Como está, francamente, a sua situação de saúde? Você acha que isso pode ser um impedimento para continuar no cargo?
-- Sinceramente não creio. Está muito claro para todo mundo que no dia 5 de fevereiro terei uma resposta dos médicos espanhóis, e o trabalho com os jogadores selecionados para os treinos só começa em julho. O que sim é certo é que devemos colaborar com as equipes de base (sub-15, sub-17, dar alguma clínica ou curso). Minha idéia é, se possível for, estar no All-Star do NBB e a partir daí ver os períodos para trabalhar.

-- Muita gente no Brasil acha que a decisão sobre o treinador está demorando demais visando um planejamento mais adequado ao Mundial. O que você acha a respeito?
-- Pensei que a decisão seria mais fácil de se tomar, mas entendo que eles (CBB) queiram ver o programa da seleção nacional para as Olimpíadas de 2016. Depois de romper com a FEB, estou à disposição da seleção brasileira até 2012, e é onde gostaria de ficar. Não entendo este tal “atraso” que você diz. Existe um grupo de 30 jogadores selecionáveis, e temos que acompanhá-los e nos comunicarmos com eles. Mas o mais importante é termos o espírito que tivermos em Porto Rico. Isso sim é fundamental.

-- Uma das maiores críticas feitas a você é que você quase não vem ao Brasil. Você não vem ao país, não acompanha nossas competições e tampouco transmite o seu conhecimento aos técnicos brasileiros. O que o senhor pensa a respeito?
- - Respeito a opinião de todos, mas está muito claro que, por razões econômicas, meu acordo com os presidentes Grego e (Carlos) Nunes previa um período de apenas três meses de trabalho (2 períodos de 15 dias em fevereiro e maio, mais dois meses antes das competições). Hoje em dia, aliás, nenhuma confederação tem um técnico trabalhando por 10 ou 12 meses. No meu caso, só quero saber os períodos que a CBB quer que eu esteja no Brasil, e depois analisar a proposta econômica. Nunca pedi um aumento de salário, como muita gente disse.

-- Para ilustrar o que disse, você participou de apenas uma clínica no Brasil, e em mais de cinco pela Europa. Não há algo de errado nisso, visto que o país em que você é técnico tem treinadores defasados?
-- Felizmente não foram cinco, mas mais de 15 clínicas que participei. Acho que é preciso acelerar a escola de treinadores que vocês criaram. Além disso, que eu saiba, a clínica de Barueri que você citou foi a primeira em muitos anos que contou com tantos técnicos de nível, e mesmo assim houve poucos brasileiros por lá. No Brasil há muitos grandes técnicos, e a defasagem que você cita está na formação dos jovens jogadores, na metodologia de ensino e na técnica dos treinamentos que é praticada por aí. Isso, sim, é a chave de todo o sucesso.

-- Como é sua relação com o presidente Carlos Nunes?
-- Muito boa, e espero que ele diga o mesmo. Fora o salário, ele me deu um prêmio pela conquista da Copa América que não estava no meu contrato. Por isso não discuto dinheiro com ele. Tenho muito respeito pelo presidente, e ele sabe que será sempre meu amigo. Se puder ajudar em algo, eu o farei.

-- Pensando no Mundial, como você mantém contato com os atletas? Tem falado com o Nenê? Ele é fundamental para o Mundial, não?
-- Sem dúvida. O Nenê é um dos grandes em âmbito mundial. Já falamos com ele no ano passado, e ele só não foi à Copa América porque estava lesionado. De todo modo, creio que o presidente, o André e o Vanderlei falarão com ele a respeito. Sobre os outros atletas, falo com eles sistematicamente pelo telefone e por email. Na semana passada enviei uma mensagem de Natal aos atletas, e creio que todos me querem muito bem, como eu os quero muito bem também.

-- Por fim, te pergunto: de 0 a 10, qual é a chance de Moncho Monsalve permancer à frente da seleção brasileira?
--Para mim, de 0 a 10 a chance de permanecer na seleção é 10. Para a CBB, porém, eu não sei. Eles sabem quem eu sou (minhas qualidades e meus defeitos), e qual é a minha relação com o grupo (corpo técnico e jogadores). Espero ficar, mas o futuro não depende de mim.

16 comentários:

Anônimo disse...

bala, parabéns!
excelente entrevista. todo mundo querendo, e vc falou com o espanhol aí. vc é maluco, fez cada pergunta que nossa senhora! ahahaha

mas está claro: ele não fica, né.
parabéns e quem em 2010 o bala na cesta continue assim

ricardo-ms

Anônimo disse...

Muito boa a entrevista!

Parabéns!

Imagina se vc ganhasse pra manter esse blog hein?

Será que o Moncho fica? Na verdade acho que essa história de Bassul e Moncho já cansou... Decide logo!
Parece até que algum outro treinador ficou de dar a resposta dia 14/01 e ai dia 15 eles anunciam..rs


SG

Anônimo disse...

Pelos fatos e respostas apresentadas, me parece que mesmo o Moncho querendo ficar, a CBB vai criar entraves e ao final seu contrato não será renovado.

Acho que os entraves serão do tipo:
- Períodos longos (e em momentos não essencias ) no Brasil, longe da familia.
- Alterações na comissão técnica impostas pela dupla Andre/Vanderlei
- Não aumento de salário


Se o que imagino ocorrer, será péssimo para o basquete no Brasil........FICA MONCHO!!!!!!


Alex M.

Colin Foster disse...

Pelos comentárioas acima, acho que tds estão começando a entender essa novela: a CBB está dando voltas e voltas, criando desculpas, justificativas, seja lá o nome que vc quiser dar, pra dispensar o Moncho e sair como "mocinho" da história, dizer que só não ficou com o cara por causa dos problemas de saúde dele e porque ele não pode vir ao Brasil.

Uma pena, porque o Moncho se encaixou bem no que o basquete nacional precisa agora, no espírito de renovação dos jogadores, de olhar para o basquete nacional, de dar espaço a jovens talentos. Ele tem seus defeitos, claro, rodou muito pouco o time na Copa América, mas o momento do basquete brasileiro não é para se ter um treinador caro, top de linha, que vai chegar e encontrar uma terra devastada e sem dinheiro para se reestruturar a ponto de oferecer condições de manter um cara top.

O Moncho deveria ficar nesse Mundial, com certeza o Brasil terá uma campanha boa, que fará o basquete ser mais respeitado. Aí, se for o caso, que se contrate um novo treinador para o Pré-Olímpico e para as Olimpíadas de Londres (se Deus quiser). Porque ele terá tempo de trabalhar, e não somente 8 meses até o Mundial (se levar em conta os períodos que tem que estar no Brasil, ele não vai ter 2 meses de trabalho).

Desculpem me alongar, mas é isso aí o que penso

Fábio Barcelos disse...

A CBB não deveria questionar a troca de treinador nessa altura do Campeonato e sim a partir do Mundial na Turquia 2010. Não pela competência de Moncho mas por uma maior participação dele no nosso Basquete como um todo (clínicas, ginásios ao vivo, acompanhamento da categoria de base).
E na minha humilde opinião o treinador tem que ser estrangeiro até as Olimpíadas de 2016, o que daria confiañça a nossos atletas e daria mais tempo para uma renovação da filosofia de trabalho no Brasil.

Fábio Barcelos - ABASCA

mayrink12 disse...

O Colin falou a realidade toda aí realmente.
Mas tem que ser feito um esforço por parte da CBB de continuar com ele como técnico da seleção.

Hoje em dia é dificil ter um time disciplinado como a seleção estava se mostrando em Porto Rico, com a continuidade desse time e desse trabalho do Moncho, o Brasil tem tudo pra fazer uma bela participação no Mundial.

Mas a CBB realmente tem que deixar dar continuidade que pra mim, tem que ser pelo menos até Londres.

abraço e parabens pela entrevista Bala, ficou show mesmo.

Duda 11 disse...

Eu acredito que o Moncho vá ficar. Acho que o único empecilho seja mesmo o estado de saúde dele, já que ele mesmo falou (e acredito nisso) que a questão salarial não é o que emperra a renovação agora.
E se ele ficar, pode crer que o Brasil vai se apresentar muito bem no Mundial, pois o cara entende do riscado!
Abs

Morais disse...

Pelo que parece, pelas declarações do Moncho e da direção da CBB, estamos nas mãos de AMADORES e PROVINCIANOS. Aparentemente ninguem da CBB quer que o Moncho fique. Não tiveram coragem de dispensa-lo cara a cara. Como disse o "Colin" acima, estão querendo se passar por bonzinhos. Triste administração de gente despreparada para estar onde estão. Moncho deveria ficar senão outro estrangeiro melhor que ele, assim simples.

Victor Dames disse...

Belo trabalho, Bala! Realmente, se você ainda tivesse um patrocínio para manter esse blog, imagino que seria uma entrevista dessas por semana, no mínimo!

Agora, quanto a questão do Moncho ficar a frente da Seleção... Está claro que ele já se dispôs a continuar, bastando apenas acertar o cronograma de trabalho, de acordo com as necessidades que a CBB estabelecer e o tempo que ele dispor. Só não vejo uma posição clara da CBB quanto a manutenção ou não do espanhol. É tudo muito nebuloso por lá. Os comentários aqui me parecem palpites, fundados no histórico ruim de decisões de nossos cartolas. Torço, sinceramente, para que o treinador fique, parece ser uma grande pessoa e um profissional muito correto.

Abraços!

Anônimo disse...

GUTO

A PALHAÇADA CONTINUA.O ANDRÉZINHO-EX AUXILIAR DO MANTEIGA,E O WANDERLEI,DANDO UM PASSA MOLEQUE NO ESPANHOL.ENQUANTO ISTO O PRESIDENTE CARLOS VIAJANDO NUNES,SE LICENCIOU DA CBB,O CARA NÃO TEM 7 MESES E JÁ SAI, AGORA OFICIALMENTE DE LICENÇA,E ENTRA EM SEU LUGAR O REGINALDO,DO MATO GROSSO DO SUL,OFICIALMENTE PORQUE ATÉ AGORA ELE NÃO ASSUMIU!

Anônimo disse...

bala, seria interessante você bloquear os anônimos que escrevem de forma ofensiva, despejando suas frustrações pessoais em certas pessoas. Não se trata de censura, mas de manter o bom nível da conversa, que, ao meu entender, dev ser fundamentada e técnica e não raivosa e ofensiva.

Anônimo disse...

FABIO MELLO

Bala parabéns pela entrevista,voce demonstra uma competencia indicutivel,o que não podemos dizer da CBB,na condução das dua novelas Moncho e Bassul.Se,bem que a do Moncho de uma forma mais civilizada,justamente pelas pessoas diretamente envolvidas-Wanderlei e o Andrézinho,a do Bassul de uma forma totalmente desrespeitosa.Agora ao anonimo ai de cima,não vi em nenhum comentário dos anonimos-como voce também é,nada desrespeitoso.Voce questionar posicionamentos,competencias, não vejo isto falta de respeito algum.

fábio balassiano disse...

xará mello, eu também não.
quando há críticas, eu sempre deixo.
falta de educação, não.

abs, fábio

Anônimo disse...

Pareceme que o moncho vai deixar algumas viuvas na ct....rsrsrsrs

marcelo marques disse...

quem assistiu a analise do moncho no jogo entre real madrid e estudiantes no bandsport analisando o problema do real madrid viu o show q ele deu


qual treinador no brasil teria essa competencia resposta facil nenhum ainda citou a evolução do augusto lima,rafael heisetmeier e do jordan burger

sinceramente se trocarem o moncho voltaram a estaca zero

Anônimo disse...

O Moncho comenta bem , do lado de fora...mas sentado no banco, rsrsrsrsr chega viuvas da ct,e duro ouvir os mesmos comentarios nessa emissora e os risinhos forçados de seus comentaristas alinhados da CBB...fora Moncho Técnico Brasileiro Já!!!!