sábado, 11 de outubro de 2008

Técnico ou animador de auditório?

Aceitei o convite dos amigos Bruno e Fernando e assisti, ontem à noite, ao bom jogo entre Fluminense e Tijuca pelo infanto-juvenil do Carioca. Cheguei cedo, e ainda consegui ver o final do da categoria mirim, quando o tricolor foi derrotado pelo time bem dirigido por Daniel Bello.

Por outro lado, não dá para esconder o desapontamento com o jogo de fundo. Se a partida apresentou bom nível técnico, com os dois armadores se destacando (Rodrigo, do Flu, merece um olhar mais apurado), fiquei absolutamente embasbacado com o show particular do "técnico" do Fluminense.

Apesar do bom trabalho (o time é organizado e com boa defesa), Buiú prefere se destacar pelo outro lado - o lado da mediocridade. Proferiu uma quantidade inacreditável de palavrões durante toda a partida, tratou os atletas de 16 ou 17 anos com sermões animalescos e utilizou todas as paradas técnicas para desqualificar o seu elenco. Isso sem falar em outras artimanhas obsoletas, como a ameaça aos árbitros, e um showzinho de gritos-e-braços-levantados.

Sinceramente, pra quê isso? Qual será a função do educador? Preparar atletas para o futuro dentro das quadras e fora delas assim será um bom remédio? Tratá-los como bichos é uma boa solução?

Acho que não, e talvez um pouco de psicologia faça bem ao Buiú, que, com certeza, não é o único que age desta maneira nas categorias de base. Se o futuro do treinador é dentro das quadras, eu sinceramente torço para ele rever seus conceitos. Se quiser se tornar um animador de auditório trash, ele está no caminho certo.

4 comentários:

Unknown disse...

Fábio foi ótimo vc ter feito essa coluna, é lamentavel que treinadores na base usem desse artifício ultrapassado para tentar animar seus jogadores, mas ao contrário disso esse tipo de conduta os intimida e muito durante as partidas, e isso não acontece só no basquete, mas em vários esportes coletivos. Veio a calhar essa historinha que vou contar, quando joguei basquete dos 10 aos 17 anos tive um treinador que nunca sequer falou um palavrãozinho em quadra ou fora dela para nós jogadores e foi um exemplo para mim, a algum tempo atrás fui brincar em uma quadra da prefeitura perto de casa, e ao ouvir o barulho de uma bola de basquete um senhor que passava ao lado me reconhecendo disse sorrindo "vc não dexiste heim", olhei para ele e o chamei para jogar era o meu ex-treinador, parei a brincadeira e ficamos conversando por um longo tempo. Pois com ele e o basquete só aprendi coisas boas. Espero que os treinadores de todos os esportes na base tenham o dissernimento de que estão trabalhando com crianças e adolecentes e que esses devem ser respeitados sempre, a base é feita para revelar jogadores e ajudar no crescimento dos jovens como cidadões e nenhum treinador tem o direito de ficar xingando os atletas. Que exemplo esse treiandor em especifico pode dar aos seus comandados? Jogar é preciso, educar é mais que preciso.

Anônimo disse...

Esta é uma questão importantíssima a ser levantada, Fábio, parabéns pela iniciativa! Quantos garotos desistem do basquete por caírem nas mãos de "pseudo" técnicos (de quinto escalão) que se utilizam de assédio moral para tentar fazer acontecer "na marra" aquilo para o qual não possuem habilidade desenvolvida de comunicação para fazer?
Agressividade desmedida, xingamentos, berros e gestuário exagerado são uma quase mania entre os técnicos de base, será muito pedir para orientar as criuanças e os adolescentes e mini-los de informações práticas simples e objetivas? Quando falta informação e comunicação certamente sobram gestos e palavras desmedidamente grosseiras. Será que a única forma de ganhar jogos e desenvolver um trabalho competitivo é agir assim?

Anônimo disse...

é facil falar pessoal....gostaria que algum de vcs fossem treinadores, obviamente excesso devem ser evitado, mas náo da pra ser muito polido em algumas ocasioes. O engraçado é que o Bobby Knight ai exemplo....mesmo com todas as coisas que ele fazia.

Anônimo disse...

Concordo e muito fala la en cima da arquibancada, quando vc tem no seu elenco garotos de 16 e 17 anos que tem sua vida normal desregrada, ou melhor que quando termina o treino vão para parcinha perto do clube fumar maconha e cheira cocaina, e mais quando precisasão de dinheiro fazem pequenos furtos, para poder vim treinar no dia seguinte.

Me diga como comandar 20 garotos com este perfil, que sabe que alei da sua comunidade e na base da violençia.

Muito facil ne fala, queria ver seu fabio vc nesta situação.

E te digo mais, eles são os melhores jogadores que nos temos atualmente, vc mandaria embora ou trataria como principes.