segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ótimas pedidas do PBF

Inspirado, o Bert escreveu ótimos artigos nos últimos dias. Aqui os links:

-- Alguma coisa está fora da ordem
-- Há Esperança
-- Prudentina x Minercal
-- Magic Paula no Minercal

Sim, Carina é seleção

Recentemente o Bert escreveu um texto sobre a ala Carina Felippus - e eu discordava sobre uma possível convocação dela à seleção brasileira. Não passou um mês, e sou obrigado a rever minha posição: sim, Carina merece muito ser convocada.

Dona de sólidas médias na LBF (13,5 pontos - sétima melhor marca da liga -, quatro rebotes, 60% de aproveitamento nos dois pontos - quarto melhor índice da liga - e 2,1 assistências), é Carina quem mantém o equilíbrio de um time que, como quase todos os outros do basquete feminino brasileiro, abusa da correria. Com a elegância de seu basquete, é a ala de 31 anos e capaz de jogar em duas posições (3 e 4) que muitas vezes toma conta da partida - como foi no último sábado quando Americana bateu Ourinhos com 16 pontos da camisa 11.

Virou clichê dizer que a jogadora não poderia jogar na seleção porque não era ágil para a posição três e baixa para ala-pivô. Então vamos mudar a ordem das coisas: Carina tem dado verdadeiros bailes em atletas que atuam nas duas posições - algumas delas com passagens pelo time nacional. Na boa, não há mais motivo para duvidar do talento dela, e nem há mais razão para não convocá-la para a seleção que disputa o Pré-Olímpico neste ano. Torço para Ênio Vecchi estar atento a atleta mais cerebral do país na atualidade.

Ecos do Jogo das Estrelas

"Não sou basqueteiro, mas fico feliz ao assistir esporte da Globo estar dando o justo e merecido espaço ao novo basquete brasileiro", Luciano Huck

"No jogo de hoje, sentei ao lado Marquinhos Abdala. Em certo momento ele não conseguiu segurar as lágrimas. Fico imaginando o que rolava em sua cabeça", Rossi, diretor de esportes olímpicos do Pinheiros.

"Grande jogo hoje, mas principalmente grande festa. Estão todos de parabéns - a Liga, a cidade de Franca e a TV Globo. Valeu mesmo", Guilherme Giovannoni, ala do Brasília.

"Parabéns para o basquete brasileiro, uma festa mto bonita, a cidade de Franca apoiou e fez a parte dela - ginásio lotado nos dois dias. Parabéns", Olivinha, ala do Pinheiros.

"Festa linda no Pedrocão mais uma vez! O basquete mostrou o seu potencial em rede aberta no Jogo das Estrelas!", Roby Porto, narrador da TV Globo/Sportv.

Alguma dúvida de que este foi um momento histórico do basquete brasileiro?

Sou contra, mas é compreensível

A notícia mais importante do fim de semana do Jogo das Estrelas foi dada por Kouros (ao centro na foto): a final do NBB4 será em um jogo só - tampouco haverá mais semifinais, mas sim um quadrangular entre as quatro melhores equipes. Para justificar isso, o presidente da LNB disse que "perde-se um pouquinho na questão técnica, mas ganha muito em exposição com uma transmissão na TV Globo para milhões de pessoas".

Eu entendo, respeito demais a posição da LNB e até acho que o basquete deve mesmo correr alguns riscos para tentar voltar aos dias de glória em termos de exposição (argumentarão alguns que o vôlei já fez final em jogo único). Mas não curto a ideia de que o lado técnico seja deixado tão de lado assim "apenas" para aparecer em TV aberta - por mais que, repito, eu saiba exatamente que milhões de pessoas estarão sendo impactadas com isso. Pior do que a decisão, no entanto, é este formato de quadrangular ao invés de semifinais em mata-mata.

E se digo que sou contra é justamente por acreditar que a LNB possui um produto que pode, sim, se vender melhor do que com um raso "final em jogo único garante TV". Acredito, sinceramente, que o basquete brasileiro precisa buscar novas formas de aparecer, criar formas diferentes de encontrar receitas e se comunicar melhor com seu público-alvo sem, necessariamente, se distanciar de sua maior aliada (a TV Globo) e daqueles que já acompanham a modalidade. Até porque, no final das contas, um produto que é mais reconhecido, "vendável", é melhor para a emissora também, não?

E você, leitor, o que acha dessa mudança de formato da final do próximo ano? Repito: sou contra a decisão, mas entendo perfeitamente a posição da LNB. Agora é sua vez de comentar na caixinha!

domingo, 30 de janeiro de 2011

As últimas voltas

Já foi melhor a vida esportiva de Jorge Garbajosa, ala que brilhou no Toronto Raptors (NBA) e no Málaga e que ganhou o Mundial de 2006 e a medalha de prata pela Espanha em 2008. No Real Madrid há duas temporadas, ele foi dispensado pelo italiano Ettore Messina, que justificou a demissão do veterano de 33 anos como "uma oportunidade para abrir espaço para os mais jovens".

Mesmo em baixa, no entanto, Garbajosa segue despertando o interesse na própria Espanha. Unicaja, Cajasol e Lagun Aro têm interesse no ala, mas é bom correr: a janela de transferências na ACB se encerra no fim do mês, e é necessário inscrevê-lo até o dia 31 de janeiro.

Fato é que a carreira de um dos mais brilhantes alas do começo do século está chegando ao fim. Sem a mesma mobilidade (seu deslocamento lateral está terrível) e com tempo de quadra reduzido (11 minutos e apenas 3,9 pontos), Garbajosa busca um fim digno para sua excepcional trajetória profissional.

O dia do revival

Lakers e Boston se enfrentam hoje, às 18h30, na Califórnia para reviver a final do ano passado (aquela decidida no último minuto do sétimo jogo, lembra?). Mas não sei se os dois têm algo para comemorar.

Os Lakers conseguiram a proeza de perder em casa para o Sacramento Kings, que antes de sexta-feira havia vencido apenas quatro de seus 20 jogos longe do lar. Do outro lado está o Boston, que tem a melhor campanha do Leste, mas ainda não conseguiu colocar o que há de melhor em quadra por três partidas seguidas desde dezembro (Rondo, Shaq, que joga em LA como Celtics pela primeira vez, Garnett e agora Glen Davis perderam jogos por lesões).

Não resta dúvida de que será um jogão (acho que o Boston vence), mas se quiserem reeditar a final de 2010 e de 2008 ambos terão que jogar muito melhor - principalmente os Lakers, que vêem os Spurs se distanciar no Oeste. Hoje pode ser um ótimo dia para começar a botar em prática o melhor basquete da temporada.

A retomada

Meu celular tocou, sem brincadeira, umas dez vezes durante o Jogo das Estrelas. Eram amigos, familiares ("Fábio, esse Day já jogou na NBA?") e curiosos querendo saber o que diabos um esporte como o basquete fazia na TV Globo. Desculpe, mas é assim que a modalidade é vista atualmente: quando aparece muito, e bem, há surpresa - nada mais natural para quem não conquista nada há 16 anos e cujas gestões passadas assustam, certo?

Talvez por isso o espanto de jogadores, técnicos e organizadores com a repercussão do evento (a TV Globo tem essa capacidade de arrastão mesmo - e isso é excelente para o basquete!). Para se ter uma ideia, com exceção dos flashes da final do NBB entre Flamengo e Brasília, um jogo de basquete não era exibido na maior emissora do país há mais de 12 anos (veja aqui), e para a imagem do esporte foi ótimo que a festa tenha sido mesmo em Franca - cidade que respira a modalidade e que inflama o ginásio com uma facilidade de assustar. E, que legal, tudo correu muito bem. Não é ótimo assim?

A LNB tem muito trabalho ainda pela frente (a parte técnica do torneio é fraca, o site ainda é mambembe e o torneio juvenil ainda não saiu do papel), mas é muito óbvio que o basquete brasileiro masculino entrou novamente em uma curva positiva em seu torneio mais representativo. Que o Jogo das Estrelas seja um marco dos novos tempos. Serão precisos mais sábados como o de ontem para que a modalidade atinja os níveis que todos desejamos. Torçamos.

O time de Huertas

Se existia alguma dúvida sobre quem é o "dono" do Baskonia nesta temporada, é melhor não duvidar de mais nada. Neste sábado, Marcelinho Huertas anotou 16 pontos, apanhou quatro rebotes, deu três assistências e terminou a partida contra o Unicaja com 17 de eficiência. Não satisfeito com isso tudo, fez a bandeja decisiva com o cronômetro zerando, dando a vitória por 76-74 para os vitorianos.

É óbvio que o Baskonia sente muito a falta de Tiago Splitter, mas a imprensa espanhola afirma que o rendimento do time (acima do esperado mesmo sem a presença do pivô brasileiro) só se mantém acima do esperado (12-7) por causa dos números de Huertas (5,5 assistências - melhor marca da ACB - e 9,6 pontos - 20% a mais que em 2009-2010).

Está ficando repetitivo elogiar Huertas dia sim, outro também, mas o que ele vem fazendo nesta temporada é absolutamente incrível na Espanha. Que ele continue assim.

Veja abaixo a cesta decisiva de Huertas!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Mangueira vence e avança

Foi mais fácil do que se poderia imaginar - tao fácil que o período final nem precisava ter existido. Com 25 pontos de Camila, a Mangueira fez 83-49 sobre Joinvile, contou com a derrota de Araçatuba para Catanduva (94-85) e avançou pela primeira vez às finais do Nacional feminino - mesmo feito da equipe do Sul, diga-se de passagem. Depois volto com mais detalhes. Parabéns ao treinador Guilherme Vos e às atletas.

Mamãe é campeã

O Ekaterinburg sagrou-se campeão da Copa da Rússia pela terceira vez seguida. Bateu o Nadezhda Orenburg por 79 a 73 e viu Olga Arteshina ser eleita a MVP da competição. Mas a melhor notícia mesmo foi ver de volta Candace Parker, a queridinha deste blog, às quadras. A mãe de Lailaa (nascida em maio de 2009) recuperou-se de sérias contusões no joelho e no ombro e anotou 10 pontos e seis rebotes. Bom retorno para ela!

O dia do Robert

Tudo bem que era um jogo festivo, mas Robert Day, ala de Uberlândia, exagerou. Marcou 50 pontos, foi obviamente o MVP e levou o NBB Mundo ao triunfo sobre o NBB Brasil (115-99).

E você, viu Jogo das Estrelas? Pelo pouco que acompanhei, vi uma bela festa no Pedrocão (ginásio cheio) e todos animados. Espero que a LNB continue assim. Amanhã ou segunda-feira comento a decisão da Liga de fazer a final do NBB4 (2012) em jogo único.

Última chamada

Acontece neste sábado a última rodada da fase de classificação da Liga de Basquete Feminino (torneio curto, não?). Com Americana garantida na primeira colocação, Santo André e Catanduva disputam a segunda colocação (o time do ABC só precisa vencer o eliminado São Caetano para isso). Vale lembrar que os dois melhores "folgam" na primeira rodada dos playoffs.

Mas emoção, emoção mesmo, teremos no Rio de Janeiro (tentarei ir), quando a Mangueira recebe, a partir das 18h, Joinvile em duelo direto pela classificação. Caso vença, o time de Guilherme Vos garante vaga na pós-temporada se Araçatuba não derrotar Catanduva (fato improvável). Se o time de Cléia Crepaldi e companhia bater o do técnico Édson Ferreto e as cariocas triunfarem, teremos empate triplo (aí entra aquela numeralha toda para definir os dois últimos qualificados).

E aí, querido leitor, quem é que avança às quartas-de-final do Nacional Feminino? Comente na caixinha!

A cereja da festa

Com transmissão da TV Globo, acontece hoje a partir das 10h o Jogo das Estrelas do NBB. Com a disputa entre brasileiros e estrangeiros, a cidade de Franca deve ver um jogo mais animado e disputado do que o dos dois anos anteriores (haverá mais, digamos, combatividade).

Fico ansioso também para ver, mais uma vez, o Pedrocão cheio e alegre, e tenho certeza que a exposição em rede nacional fará com o que a partida tenha um comprometimento e uma preocupação maior com a técnica (o que é ótimo).

Durante a partida a caixinha de comentários ficará aberta e sem moderação para a troca de ideias entre os amigos (já fizemos isso aqui antes, lembram?). E você, o que acha que acontecerá em Franca? Comente aqui!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O trigésimo-nono

Sim, eu sei que escolhas no Draft da NBA são problemáticas pacas. Todo mundo conhece a história do Michael Jordan (ele foi terceiro em 1984), a troca do menino Kobe Bryant por Vlade Divac e a loucura do Detroit, que selecionou Darko Milicic em segundo lugar.

Mas choca, e choca muito, o fato de Landry Fields ter sido apenas o trigésimo-nono na seleção deste ano (o nono da segunda rodada portanto). Com médias de 10 pontos, 7,2 rebotes, 52,1% nos chutes e 1,9 assistências, o calouro esteve sensacional na vitória de ontem contra o Miami Heat no Garden. Ele foi o responsável por 19 pontos, 13 rebotes e por grande parte do equilíbrio de uma equipe que quase sempre joga como se não houvesse amanhã - isso sem falar na estupenda defesa de perímetro, marca registrada até aqui.

Donnie Walsh, presidente dos Knicks, comparou Landry Fields a John Havlicek, lendário ala dos Celtics. Pode ser um exagero, mas o ala de Stanford faz de tudo um pouco na Big Apple e tem jogado um basquete de altíssimo nível até aqui (insisto: se o time de Mike D'Antoni tem a boa campanha de 24-21, deve muito a ele). E pensar que na frente dele vieram "feras" como Damion Jones e Trevor Brooker, por exemplo.

Sem bobear

Foi divulgada ontem a tabela do Pré-Olímpico masculino que acontece em Mar del Plata a partir de 30 de agosto. O Brasil está no grupo A, com Canadá, República Dominicana, Venezuela e Cuba. No outro estarão Porto Rico, Uruguai, Panamá, Argentina e Paraguai. O torneio classifica os dois primeiros para as Olimpíadas de Londres e do terceiro ao quinto para o Torneio Pré-Olímpico Mundial.

Da primeira fase avançam os quatro melhores de cada grupo, que enfrentam os da chave em que não estavam. É muito óbvio que, a não ser que aconteça uma catástrofe o Brasil estará por lá. Mas é bom não bobear: como os resultados são levados, vacilar e perder para República Dominicana ou Canadá pode ser fatal para uma pretensão olímpica - prefiro, por agora, não pensar no Pré-Olímpico Mundial.

Pode parecer clichê, e é mesmo, mas se quiser avançar à Olimpíada depois de 16 anos é melhor o Brasil de Rubén Magnano não perder pontos bobos. Neste Pré-Olímpico não haverá os Estados Unidos, mas Porto Rico costuma complicar, os dominicanos também e o Canadá é um time imprevisível. Olho aberto desde já é a chave.

O começo da festa

Começa hoje a festa do Jogo das Estrelas em Franca. Com competições de enterradas, habilidades e três pontos, o ginásio deve esquentar e se emocionar mesmo quando os veteranos locais e de Monte Líbano e Sírio se enfrentarem. A programação começa às 19h, e o Sportv exibe tudo.

Todo mundo sabe que não curto muito esses festejos, mas como hoje é sexta-feira, vamos entrar no clima. Aposto em Fernando Fischer (campeão da primeira edição - na foto) nos três pontos, Fernando Penna no torneio de habilidades e Rafael Mineiro (campeão em 2010) no de enterradas.

E você, aposta em quem? Comente na caixinha! Não estarei em Franca, mas vou tentar acompanhar tudo e trocar uma ideia com vocês no Twitter!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

E aí, gostou?

Foram anunciados agora há pouco os times titulares do All-Star Game da NBA. Abaixo a lista, mas desde já lembro que Yao Ming não atuará pelo Oeste (Andrew Bynum deve vir em seu lugar).


Oeste: Chris Paul, Kobe Bryant, Kevin Durant, Carmelo Anthony e Yao Ming
Leste: Derrick Rose, Dwyane Wade, LeBron James, Amare Stoudemire e Dwight Howard.

E aí, gostou? Comente na caixinha!

Alto-falante

"Infelizmente já é fato que ele não poderá comparecer ao Pré-Olímpico. No encontro, disse ao Anderson Varejão para não se preocupar na seleção, e se focar apenas em sua recuperação"

A declaração é de Carlos Nunes, presidente da CBB, ao Lancenet, e fala sobre a já confirmada ausência de Varejão no Pré-Olímpico da Argentina.

Na mesma entrevista, Nunes disse que, em razão de uma possível greve na NBA, o Pré-Olímpico da Argentina pode não contar com os atletas da liga norte-americana. Na competição, o Brasil está no Grupo A com Canadá, República Dominicana, Venezuela e Cuba. Amanhã comento a respeito disso.

Aperitivo

Na última parada antes do Jogo das Estrelas acontece hoje (e com transmissão do Sportv às 19h) o duelo entre Franca e Flamengo (9-2) pelo NBB3. Por trás da partida, uma oportunidade para a imprensa acompanhar um jogo valendo na capital do basquete e uma prévia do que deve ser a festa do final de semana.

Confesso a ansiedade para ver o duelo entre os armadores (Hélio e Fred pelos rubro-negros, Penna e Benite pelos francanos) e quem conseguirá deter Marcelinho, que anotou incríveis 43 pontos na vitória do Flamengo contra Araraquara nesta terça-feira. Lembro que David Teague, Fred Duarte, Jefferson William e Wagner não atuam pelos cariocas.

E aí, quem será que vence o duelo entre francanos e rubro-negros nesta noite? Comente na caixinha? Acho, sem dúvida, que será um ótimo aperitivo para o Jogo das Estrelas deste sábado!

O enigma da 3

Um dos assuntos mais comentados da Twitcam do blog ontem foi sobre a falta de opções na posição 3 da seleção masculina adulta. E, sim, é verdade, não temos alguém para assumir a posição mais carente do país há alguns anos.

Há os nomes conhecidos de sempre por aqui (Marcelinho Machado, Marquinhos e o possível naturalizado Shammel), há os da nova geração (Jordan, Luiz Felipe Gruber, Felipe Vezzaro) e há os que poderiam atuar por ali de forma improvisada (Alex, Olivinha, Giovannoni e até Anderson Varejão). Mas nada muito animador e muito confiável.

Fato é que, para mim, falta um nome confiável para a posição 3, um dos diferenciais no basquete mundial (vide o sucesso da Argentina de Nocioni e da própria Turquia de Turkoglu no Mundial). E você, quem colocaria de titular na posição 3 da seleção masculina? Comente na caixinha!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Os vídeos da Twitcam - 26.01.2011

Aqui os vídeos da Twitcam de hoje. Obrigado a todos pela participação.



Twitcam nesta noite

Acontece nesta noite mais uma Twitcam do Bala na Cesta. Entre 20 e 21h estarei por aqui e no Twitter (@balanacesta) respondendo às perguntas dos amigos. Aguardo vocês!

O homem Shouse de Franca

Dexter Wayne Shouse (agora com 47 anos) teve uma boa carreira no circuito universitário. Jogando pela South Alabama, registrou de 10,9 e 3,7 assistências e 14,3+4,9 e acabou indo atuar nas Filipinas. Na fraca liga local, chegou a registrar 50 pontos por partida, marca que chamou a atenção do Philadelphia 76ers, da NBA, que o chamou para a temporada 1989-1990. A experiência de Dexter foi rápida (18 minutos) e não teve nenhum ponto para ficar registrado, mas para nós, brasileiros, isso foi ótimo.

Dos EUA ele veio para Franca, onde brilhou na década de 90. Brilhou tanto que ganhou o apelido de Dexter Show, e encantou tanto que daquele time que tinha Vargas e os iniciantes Demétrius ("um grande exemplo de jogador que conheci foi o americano Dexter Shouse", disse o agora técnico de Limeira certa vez), Helinho e Rogério, este blogueiro só se lembra mesmo dos passes e das cestas alucinantes de Shouse, amado pela mais fanática torcida do basquete nacional.

É impossível não lembrar de Dexter, o Homem-Shouse de Franca, no começo da semana das estrelas que a cidade organiza a partir desta quinta-feira. Para quem começou a amar basquete no começo dos anos 90, é impossível esquecer daquele armador que mostrava os caminhos e guiava os francanos a uma vitória atrás da outra. Bons tempos!

Socas na armação

Em 2008, o armador Jefferson Socas viajou de Joinvile, sua cidade, para fazer testes na Espanha. Não foi bem, mas mesmo assim recebeu convites para treinar no Majahonda Spartas (de Madri) 2009. Por lá, evoluiu e foi treinado pelo lendário Nikola Lončar (medalha de prata em 1996 com a Iugoslávia) até receber o convite de Ettore Messina para integrar a base do poderoso Real Madrid no começo desta temporada.

Aos 20 anos, o armador de 1,95m tem merecido atenção especial do técnico italiano e registra as sólidas médias de 12,7 pontos, 55,8% no aproveitamento de arremessos, 3,9 rebotes e 2,3 assistências na boa campanha do Real Madrid (11-5) na Liga EBA B (de desenvolvimento). Não obstante isso tudo, tem treinado com os profissionais com bastante frequência.

Para uma seleção que vive com problemas constantes na armação, o nome de Jefferson Socas nos enche de esperanças. Atuando no centro europeu mais forte e em um dos clubes mais importantes do mundo, a carreira do atleta tem tudo para decolar. O basquete brasileiro agradece.

A hora do empurrãozinho

Dois jogos chamaram a atenção na rodada de segunda-feira da Liga de Basquete Feminino. No Rio de Janeiro, Americana, favorita ao título, suou para vencer a Mangueira por 70-63 (arrependido demais de não ter ido...). No Sul, Ourinhos também penou para bater Joinvile por 81-72.

É óbvio que há uma disparidade técnica absurda entre os times que venceram e os que perderam, mas os resultados mostram que há, sim, bom basquete fora do interior de São Paulo. Guilherme Vos faz excepcional trabalho na Mangueira, e tem na veterana Leão (11,2 pontos e 5,6 rebotes) e nas jovens Ivana (10,2 pontos, 4,1 rebotes e 3,8 assistências), Camila (9,2 pontos) e Ramona (aos 17 anos, registra 17 minutos e 4,2 pontos por jogo) seus principais alicerces. No Sul, Rose, batalhando há anos por um lugar ao sol, deu outra vida ao time liderado pela ótima Laís (12,3 pontos e 4,3 rebotes) e coadjuvado por Gilmara (9,5), Lisiane (9,4) e Luciana (8,5).

O problema das duas equipes, que se enfrentam no sábado na rodada final da fase de classificação (se a Mangueira vencer se classifica - Joinvile entra, independente do resultado, caso Araçatuba não vença Catanduva), é que o Nacional termina em menos de duas semanas, e como os estaduais são muito fracos, os jogos de alto nível só voltam em meados de setembro (depois das competições da seleção brasileira). Chegou a hora de a CBB dar uma empurrãozinho para os clubes que ainda insistem em fazer basquete feminino no país (fazer a competição durar mais e proporcionar maior estrutura ajudaria demais). Eles merecem, e, como se viu na segunda-feira, há talento de sobra no país.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ricardo Fischer em São José

O armador Ricardo Fischer, destaque do time juvenil de Barueri que conquistou o título paulista no final de 2010, acaba de fechar contrato de um ano com o São José, que disputa o NBB3. Lá, Ricardo será reserva de Fúlvio e poderá, no returno, fazer um interessante duelo contra seu irmão, o bom ala Fernando Fischer, de Bauru. Sorte para o menino de 19 anos! Ele tem futuro!

As estrelas e o horizonte

Não resta dúvida que o Jogo das Estrelas da LNB é um acerto imenso - desde a sua concepção, passando por suas ideias e culminando com a sua realização. No evento que acontece a partir de sexta-feira, além dos já famosos torneios de três pontos e de enterradas, haverá um duelo pra lá de interessante entre os veteranos de Franca e um combinado dos extintos-e-saudosos Monte Líbano/Sírio Libanês (leia aqui). Será, sem dúvida, sensacional (e este blogueiro aqui está chateado por não poder acompanhar tudo no Pedrocão). Ponto para a organização, que resgata grandes nomes da modalidade e difunde ainda mais o NBB em um de seus grandes pólos.

Eu, no entanto, só fico chateado ao notar que não há atividade voltada para os jovens valores da competição. Seria salutar se, tal qual acontece na NBA, houvesse uma partida entre os calouros e os atletas de segundo ano. Sei que isso é complicado de se fazer aqui, mas poderia haver um duelo, por exemplo, entre uma equipe Sub-21 (Jordan) e uma Sub-23 (Douglas Nunes), de modo a apresentar os possíveis grandes nomes ao país. Outra boa ideia seria colocar os jovens em uma baita clínica com um profissional renomado - renderia frutos para todos, não?

A LNB tem ótimas intenções, trabalha muito bem a palavra sustentabilidade em seu modelo de negócio, mas precisa estar atenta, também, a quem será fundamental ao seu futuro. Rever o passado e promover o presente são atitudes essenciais, mas é necessário planejar o futuro desde já também.

Fracasso na gestão

Dois fatos interessantes me chamaram a atenção no site da CBB. Em primeiro lugar, tomo conhecimento da Assembleia Ordinária, que acontecerá no dia 28 de fevereiro aqui no Rio de Janeiro e tem o objetivo, entre outras coisas, de "apreciar as contas do exercício de 2010" e "conhecer o relatório das atividades de 2010". Será que haverá novidades?

Outro assunto interessante é o lançamento do calendário de 2011 (veja aqui). Primeiro porque não conheço empresa séria que lance o cronograma no final do primeiro mês do ano. Para quem tem uma agência de comunicação no comando (a de José Carlos Brunoro), é incrível que a palavra 'planejamento' passe longe das práticas da entidade (o normal seria apresentar tudo no final de 2010 obviamente).

Em segundo lugar porque este calendário merece ser sempre analisado com ressalvas, visto que no ano passado não houve seis campeonatos de base (relembre aqui). E por último porque está como "a definir" o local dos treinos da Sub-16 feminina que começam em 13 de fevereiro (em menos de 20 dias portanto). Isso, claro, sem falar dos Brasileiros de Base, todos sem cidade-sede ainda.

A intenção da Confederação pode ser boa (acredito que é!), mas a execução da entidade ainda deixa muito a desejar. São erros primários, erros de quem não conhece as melhores e mais elementares práticas do mercado. Para mim, na boa, é muito claro: enquanto o basquete não modernizar a sua gestão, cobrar resultados em quadra será um verdadeiro devaneio. É triste, mas hoje não é possível falar em formação de atletas sem mencionarmos a palavra deformação de conceitos no topo da pirâmide.

Muito prazer, Dimitri Sousa

Aos 16 anos, Dimitri Sousa já trilha os caminhos que sua família conhece bem. Filho de Marcelo Pará (ex-jogador) e irmão de Adonis Sousa (atualmente no Arizona Western College, nos EUA), Dimi, como é conhecido, parecia não ter escolhas se não jogar basquete. Mas o que o menino vem conseguindo em tão pouco tempo de carreira assusta. Já atuando na Itália (ele defende o Teramo, onde tem médias de 26 pontos na competição Sub-17, 18,8 na Sub-19 e 14,5 na Série C do Italiano), o ala de 1,96m evoluiu na defesa, desenvolveu sua técnica, diz que pretende atuar pelo Brasil e promete ser uma das sensações do país num futuro não muito longo. Por isso o Bala na Cesta foi ouvir Dimitri na seção “Muito Prazer”

BALA NA CESTA: Para quem não conhece, quem é o jovem Dimitri Sousa? Vindo de uma família de basqueteiros, não havia outra opção que não fosse jogar basquete, né?
DIMITRI SOUSA: Sou um garoto muito esforçado, que corre atrás dos seus sonhos e que ama o que faz. Com certeza tenho o basquete no DNA, e meu pai e meu irmão sempre me deram muita força. Deram conselhos e ensinaram a amar o jogo e a dar sempre o meu máximo em quadra.

-- Muito atleta acaba saindo do país muito cedo e depois volta alegando “saudade”. Como é isso para você? Já pensou em desistir de morar longe de família e amigos e voltar para o Brasil?
-- Com certeza essa é a parte mais difícil de jogar fora do país. Apesar de me sentir bem aqui e ter me adaptado muito facilmente, não existe nada como a sua própria casa. Sobre pensar em desistir, sim, isso já passou pela minha cabeça, mas sempre acreditei que não se obtém sucesso sem sacrifício e, além disso, minha família e amigos sempre me dão forças quando eu estou com saudades.

-- Por jogar na Itália, você consegue diferenciar os treinamentos que você tinha aqui no Brasil e os que têm aí? E em relação à estrutura, é muito diferente?
-- Aqui, os treinos são muito voltados para a leitura do jogo, pois em certos níveis não adianta ter só talento – é preciso saber o que fazer na hora certa. Na Itália tudo é muito profissional, e as coisas funcionam com muita eficiência e rapidez. Acho que falta isso para o basquete brasileiro dar um salto de qualidade.

-- Em que pontos você melhorou aí, e em quais ainda precisa evoluir?
-- Com certeza a defesa foi o ponto em que mais evoluí. Sempre pegaram muito no meu pé aqui por causa disso e me puseram para marcar o melhor jogador do outro time em quase todas as ocasiões. Mas ainda preciso trabalhar muito em todos os aspectos do jogo, mas se for falar em um, digo que a parte física é a que estou trabalhando com mais foco atualmente.

-- Seu irmão, Adonis, passou por um processo conturbado de nacionalização pela Grécia, e nunca chegou a atuar pelos gregos. Você pensa em seguir o mesmo caminho, ou quer atuar pelo Brasil? Neste ano há convocações para a seleção Sub-17, em que você pode atuar, e o Mundial Sub-19 da Letônia.
-- Meu objetivo, como o do meu irmão, é jogar pela Seleção do nosso país - Brasil. Ainda não estreei com a amarelinha por causa de problemas contratuais com o clube mas essa é a minha vontade. Seria a realização de um sonho, e ficaria muito feliz de jogar pela sub-17 ou pela sub-19.

BATE-BOLA
Uma palavra que amo:
Família
Uma palavra que odeio: Saudade
Minha maior virtude dentro de quadra: Versatilidade
Um ponto que tenho que melhorar em quadra: Parte Física
Uma Qualidade fora de quadra: Amigo para todas as horas
Um defeito: Desorganização
Uma mania: Levantar da cama com o pé direito
Um sonho: Jogar na NBA e conquistar uma medalha olímpica
Uma cidade: São Paulo
Um ídolo: Drazen Petrovic
Um lugar: Minha Casa
Uma comida: Churrasco
Um livro: Percy Jackson e o Ladrão de Raios
Um filme: Rocky IV
Uma música: Teach How to Dougie - California Swag District
Um amigo: Matheus Matos e Arthur Pecos
Uma bola que eu chutei e caiu: Um arremesso no último segundo contra Chieti, na final do Sub-19 desse ano, nos levando para a prorrogação
Uma bola que chutei e não caiu: Última bola do jogo nas quartas-de-final da Copa Itália, contra Rimini, em que perdemos de dois
Um momento triste: Morte de meu avô
Um momento feliz: Minha primeira convocação para a Seleção Brasileira em 2008
Um técnico: André Germano e Vinicius Louzada
Uma frase: ''No Pain No Gain'' (Não há ganho sem dor”)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Apenas um rumor?

De acordo com a CBS, o pivô Nenê estaria chateado com o Melo Drama de Denver e cogita sair do Colorado para outra equipe (o Miami Heat estaria interessado).

A informação é simples de ser entendida: na véspera de uma possível greve devido ao possível aumento dos salários dos jogadores, todo mundo quer garantir a sua extensão contratual - e o brasileiro pode optar por isso caso encontre uma equipe com disposição para tê-lo por um período longo.

Do meu canto, ainda acho que a informação é um balão de ensaio muito grande. Nenê tem a melhor média da carreira em pontos (15,1), tem jogado bem, recebe poucas bolas no ataque, mas não sei sinceramente se é o momento de sair do Denver Nuggets - apesar de achar que o time não ganhará nada jogando da maneira atual.

E você, o que acha? Nenê deve mesmo sair do Denver? Comente na caixinha!

É na defesa

O New Orleans entra em quadra hoje contra o Oklahoma City Thunder com a defesa menos vazada da liga (leva apenas 90,9 por partida). Foi através dela que os Hornets conseguiram igualar a melhor sequência de vitórias do time na temporada. Já são oito, a melhor atualmente na NBA, e com direito a surras homéricas contra Spurs (96-72 no sábado) e Hawks (100-59 na noite anterior).

Com 29-16 e na quinta colocação do Oeste, não dá para dizer que os Hornets agora passam a ser favoritos ao título da conferência (longe disso). O time tem limitações, mas cresceu muito com as evoluções de Marcus Thornton (quatro partidas com 11 pontos ou mais na sequência vitoriosa), Emeka Okafor (cinco duplos-duplos e presença excepcional na defesa) e David West (49,4% nos arremessos em janeiro, mês em que o time venceu 10 das 12 partidas).

Depois de ter destruído o ataque dos Spurs (o quinto melhor da liga), hoje é a vez de o New Orleans tentar aniqular o sexto que mais pontua (Thunder fazem 103,7 por noite) para continuar a dar alegrias a Chris Paul (9,6 assistências, terceiro melhor índice da liga), craque do time sempre envolvido em rumores de troca. O mantra, portanto, é: "Quanto mais a gente defende, menos chance CP3 tem de sair".

Mais sobre o método

Um gentil leitor me enviou o link de uma entrevista de Hortência sobre o "Método de Ensino Hortência de Basquete" (veja mais aqui e aqui), implantado em Guaratinguetá (aqui o áudio completo). Abaixo, as principais, e assustadoras, declarações.

"Como a gente vai ter vários núcleos no Brasil inteiro, a gente precisa que os professores comecem, em todos os lugares, independente do lugar, da mesma maneira. Aí você precisa ter o Método"

"Quando a gente vai fazer as clínicas, a capacitação dos professores, a gente capacita em cima deste método que foi elaborado pela minha empresa, que é o "Método Hortência de ensinar a jogar basquete"

"Falei dessa possibilidade (do Método), e logo o prefeito e o vice se encantaram com o projeto. Logo conseguimos um parceiro maravilhoso - sem ele a gente não conseguiria fazer nada. Então, logo nos juntamos - a prefeitura, o parceiro e a minha empresa - e montamos o projeto"

Sinceramente, é o fim da picada. Só queria saber até quando a Confederação Brasileira vai continuar calada a respeito do assunto.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O repertório de Blake Griffin

Já tinha visto algumas partidas de Blake Griffin, mas ontem fiquei a madrugada analisando e contemplando o basquete do ala-pivô do Los Angeles Clippers. Ele anotou 30 pontos, 18 rebotes e, sim, fez uma cesta de três pontos no último minuto nos 113-109 sobre o Golden State Warriors (o primo-pobre de Los Angeles agora tem 17-26, e seis triunfos em oito jogos).

Acho difícil imaginar que os Clippers cheguem aos playoffs (até o dia 9 de fevereiro, duelos fora de casa contra Mavs, Rockets, Hawks, Heat, Magic e Knicks, e apenas Bobcats e Bucks em casa), mas está muito claro que a NBA tem uma nova estrela (sim, ele é All-Star em seu primeiro ano). Arrisco-me a dizer que ele tem a melhor temporada de um calouro de garrafão desde Tim Duncan no agora longínquo ano de 1998.

E não é uma questão de estatística (que é ótima com 22,8 pontos e 12,9 rebotes), mas de repertório mesmo. Dos dez arremessos convertidos neste sábado, três vieram em enterradas, outros três em infiltrações (duas pelo lado esquerdo) e quatro em arremessos longos (um deles o petardo final de três pontos). Com DeAndre Jordan fazendo grande parte do trabalho sujo na defesa (ponto fraco de Griffin), o calouro tem espaço e energia para mostrar todo o seu talento (veja os lances abaixo). A gente agradece.

Alto-falante

"A questão central é: por que Ricky gostaria de jogar em Minnesota? É óbvio que ele vai continuar a falar as coisas de forma diplomática, mas a preferência da sua família é a Costa Leste, especialmente Nova Iorque, Miami ou Boston. Ele, inclusive, não teria problema algum em ficar no Barcelona por mais um ano para isso"

A frase é de um conhecido de Ricky Rubio em uma excelente reportagem sobre o espanhol no New York Times cujo título é: "Será que o melhor futuro de Rubio está no passado?", e fala sobre a falta de evolução no jogo do armador espanhol. Será que a promessa de craque um dia se tornará um fora de série? Comente na caixinha!

Plantando

Se há uma vantagem em não haver rebaixamento no NBB é a de poder vermos times jovens e sem tanto compromisso com vitórias imediatas como é este atual grupo do Paulistano. É óbvio que o elenco (média de 23 anos) tem muito a evoluir (ainda erra e se afoba demais), mas gostei bastante do que vi na última sexta-feira contra Franca (apesar da derrota por 80-74 e dos assustadores 32 chutes de fora a defesa manteve uma postura excelente).

Comandado pelo não menos jovem Gustavo de Conti (o técnico - na foto - tem 30 anos), o Paulistano resgata o salutar e necessário projeto de dar chance a jovens que poderão ter futuro na modalidade (Betinho, Jordan, Pedro e Eduardo, por exemplo), e até que os resultados não são tão ruins assim (a campanha de 4-8 pode não ser das melhores, mas surpreende pelo trabalho correto e pelo basquete sem sobressaltos).

Torço sinceramente para que o Paulistano e Gustavo de Conti continuem em seu projeto de plantar para um futuro melhor. O caminho é duro, tortuoso, mas apresentações como a de sexta-feira nos enchem de esperança de que o panorama mude em um futuro próximo. Hoje, ao meio-dia e com transmissão do Sportv, é mais uma chance de vê-los em quadra (contra Araraquara).

sábado, 22 de janeiro de 2011

Xô, uruca

Não dá para dizer que o Miami Heat esteja em crise, mas ninguém gosta de perder quatro seguidas - principalmente para quem vinha de nove vitórias consecutivas e de 21 nas últimas 22. É óbvio, também, que os desfalques de LeBron James e Chris Bosh fazem/fizeram muita falta, mas já chega, né.

Hoje o adversário é o Toronto Raptors, que vem de cinco derrotas na sequência, na Flórida (reencontro de Chris Bosh com seus ex-companheiros caso o ala atue), e não há a menor desculpa (nem a possível ausência do ala-pivô) para mais uma derrota - derrota esta que deixaria o Miami Heat ainda mais longe do Boston, líder do Leste com quatro vitórias a mais.

Pat Riley, presidente da franquia, disse essa semana que sabia que altos e baixos aconteceriam na temporada de estreia de seu trio de luxo. Chegou a hora de o Miami Heat reencontrar o viés de alta então. De hoje não pode passar.

Que clima?

Não há jogos imperdíveis neste sábado pela LBF, mas se pudesse juro que acompanharia este São Caetano e Catanduva que será disputado no ABC Paulista neste sábado, às 18h. Pouco pela técnica das atletas, muito pelas notícias da semana em relação ao time de Borracha.

Como tudo mundo sabe, São Caetano não continuará investindo no basquete feminino após o Nacional, e, já eliminado do torneio, queria saber com que clima as jogadoras e o técnico Borracha entrarão em quadra para estes três jogos que faltam na competição (depois de Catanduva, Araçatuba e Santo André).

Se já não tinha um público razoável nos jogos em que lutava por alguma coisa, hoje não creio que o ginásio receba mais do que 50 torcedores. É mais um retrato triste do basquete feminino, que perde mais uma equipe, vê jogadoras até então consideradas talentosas sem clube (Nádia, Patricia, Mônica, Izabela e Jacqueline) e não vê luz no fim do túnel.

Alto-falante

"Fiquei surpreso, não estava esperando o convite. Espero contribuir com a experiência que tenho com equipes femininas. Na parte técnica, sou muito preocupado com a defesa. Acredito que o trabalho defensivo favorece o ataque"

A frase é de Urubatan Paccini, novo assistente-técnico da seleção feminina, ao site da CBB. Eu não sei se rio ou se choro, sinceramente. O que o ex-técnico de Ourinhos tem a agregar ao selecionado brasileiro eu não sei, sinceramente.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Da Prancheta

26 - Foi a eficiência de Marcelinho Huertas na abertura do Top16 da Euroliga. Seu time, o Caja Laboral, venceu o Unicaja Málaga por 76-71 fora de casa com 19 pontos (cestinha da equipe), quatro assistências e quatro rebotes.

Tenho recebido no Twitter muitas perguntas sobre o armador brasileiro, provavelmente hoje um dos três melhores da Europa. A maioria fala sobre uma possível ida dele para a NBA. Vamos abrir o debate na caixinha, e depois faço um post sobre o assunto. Você, amigo leitor, acha que Huertas merece ir para a NBA?

Discutir a relação

É um assunto mala, cansativo, repetitivo e que não deve mudar em um futuro muito próximo, mas vamos lá. É absolutamente inacreditável que Pinheiros e Araraquara se enfrentem nesta sexta-feira em São Paulo a partir das 16h. Ginásio vazio? Este é o menor dos problemas.

O lance é que todos sabemos o porquê de o horário ser tão incomum assim. Para adequar a grade de programação ao basquete, o Sportv, "parceiro" da LNB, apenas "pede" mudanças no calendário - e a Liga cumpre. Do meu canto, só fico tentando imaginar a "felicidade" dos anunciantes, que poderiam estar veiculando as suas marcas em horário nobre (o normal). Triste, também noto que os clubes não possuem voz ativa para contestar as decisões.

Acho que já passou da hora de a LNB, entidade séria e organizada, repensar este modelo de parceria e discutir a relação com seu principal parceiro comercial. O potencial de "arrastão" das Organizações Globo é excepcional para o basquete, mas é preciso dar um passo adiante para crescer mais. Só lembrando: na Espanha, a Liga ACB é exibida por quatro canais - e os jogos são exibidos gratuitamente no site também.

Choque de gestão

Está muito claro que o basquete feminino brasileiro como um todo precisa de um choque de gestão. Hortência tem a melhor das intenções (juro que acredito nisso), mas nunca foi treinada para exercer uma função gerencial tão importante (é o famoso dilema entre a pessoa habilidosa - ela - e o profissional com técnica). A Rainha pode entender de "quadra", mas de incentivo aos clubes, fomento à base e criação de novidades, não.

Não é, tampouco, Marcio Cattaruzzi, presidente da Liga de Basquete Feminino esta pessoa. Pelo que vem apresentando no torneio, o ex-funcionário da Brunoro Sports não traz absolutamente nada de novo em termos de gestão (a comunicação da LBF com o mercado é fraca, os clubes estão cada vez mais "quebrados" e com exceção das viagens de avião não houve novidade alguma em relação aos torneios passados).

Chega-se, então, à óbvia (e triste) conclusão que a CBB precisa buscar um gestor de nível para o basquete feminino (do mercado preferencialmente). Do contrário, as atuais práticas (ruins, arcaicas e sem resultado prático algum) deteriorarão ainda mais as bases do basquete brasileiro. Base feminina esta que é incapaz de fazer um Nacional sem a intervenção da entidade máxima. É hora de os clubes mostrarem um pouco de força também.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Isso é sério?

Conforme noticiei aqui ontem, Urubatan Paccini não é mais técnico de Ourinhos (sugiro que vocês ouçam o áudio do ótimo trabalho de Felipe Modesto no blog Gatilhaço clicando aqui). Com a saída do treinador, duas notícias sugiram: 1) Uruba, como é conhecido, será assistente de Ênio Vecchi na seleção adulta; e 2) Antonio Carlos Barbosa assume Ourinhos.

Na boa, é aí que começo a achar que o basquete brasileiro anda mesmo sem rumo algum. O que diabos Hortência viu em Urubatan para colocá-lo como assistente-técnico de uma seleção que precisa de oxigenação no comando e renovação? Com o treinador, as jovens Jennifer (15,8) e Tatiele (16,8) não atuam por muito tempo (e elas têm futuro!) no Nacional e registram médias pouco animadoras (7,3 e 6,4 pontos). A outra notícia que beira a loucura é a ideia de Ourinhos trazer de volta o interminável Antonio Carlos Barbosa para dirigir a equipe (não pode ser sério, sinceramente).

Lembro, por fim, a declaração do próprio Urubatan quando do anúncio de Ênio Vecchi para comandar a seleção feminina: "A Hortência manteve a posição de não confiar na gente. É um direito que ela tem. Não fomos chamados para conversar, justamente porque, na palavra dela, não temos condições. A decisão é dela, sozinha, sem consultar ninguém. Seria muito importante se nós estivéssemos ajudando". As coisas mudam rápido, não?

Mais um baque

Menos de um mês depois de a Unimed do Estado de São Paulo ter anunciado que não permanece patrocinando Catanduva, Ourinhos e Americana depois do Nacional Feminino, nesta terça-feira foi a vez de São Caetano oficializar que vai reavaliar os contratos de algumas modalidades esportivas. O basquete, no caso, está entre os esportes que terão suas verbas cortadas.

A notícia assusta, mas não dá para dizer que é surpresa. Basquete feminino no país não dá, há quase uma década, retorno algum (de mídia, de resultados internacionais e financeiro), e para aumentar o problema o time de São Caetano vem de campanha pífia no Nacional atual (1-10 até aqui).

O ano está apenas começando, mas pelo andar da carruagem é melhor colocarmos o sinal de alerta em estado máximo. As verbas das prefeituras e de patrocinadores diminuem a cada dia, a CBB (que tal começar a se mexer de forma mais veemente?) demonstra total incapacidade de fomentar o basquete de base (seleção de desenvolvimento para aparar esse furacão todo?) e os clubes não possuem uma moderna capacidade gerencial. Para pular do precipício do basquete feminino basta mais um passo. Quem se habilita?

O basquete na UTI

No ótimo blog do jornalista José Cruz fico sabendo que parte da verba das loterias federais que se destina à preparação de atletas foi usado durante três meses para pagar o seguro-saúde de funcionários e seus dependentes da CBB. Reportagem idêntica foi publicada na Folha de S. Paulo de ontem também.

A irregularidade foi identificada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) durante auditoria nas prestações de Contas de 2005/2006 do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), referente às verbas da Lei Agnelo Piva, que repassa 2% das loterias federais para os esportes olímpicos e paraolímpicos.

É uma situação lamentável, mas uma pergunta é absurdamente cabível neste momento: qual é a posição da Confederação em relação a isso? Vale lembrar que a auditoria da nova gestão não foi divulgada até agora, e o atual presidente, Carlos Nunes, estava presente no mandato de Grego em 2006 - durante a farra das verbas mal utilizadas portanto. Palavra muito utilizada na campanha que o levou à presidência, queria saber também onde se encontra a tal "transparência" apregoada por Nunes há dois anos.

Não resta dúvida: com ou sem plano de saúde pago pelo Ministério dos Esportes, o basquete brasileiro está na UTI.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Urubatan fora de Ourinhos

Acabo de receber a informação que Urubatan Paccini não é mais o treinador de Ourinhos (foi demitido nesta quarta-feira). Ele deve ser substituído por, pasmem, Antonio Carlos Barbosa. Em breve trago mais novidades, mas Urubatan havia sido convidado por Hortencia para ser assistente da seleção adulta - embora um fato não tenha relação com o outro.

Quem leva?

Eu nunca pensei que fosse escrever isso, mas vamos lá: estou muito ansioso para ver este Minnesota e Los Angeles Clippers desta noite (juro que estou completamente sóbrio ao escrever isso). Não pelos times em si, mas por saber que Blake Griffin e Kevin Love medirão forças no garrafão.

Há um time em ascensão (os angelinos venceram cinco das últimas seis - Denver, Miami e Lakers incluídos), mas pouco importa. Os olhos estarão fixados no duelo de garrafão entre dois dos melhores reboteiros do campeonato até aqui. Blake Griffin, "cavalo" que na segunda-feira teve 47+14 contra os Pacers, tem média de 12,7 e 32 duplos-duplos em 39 partidas (26 seguidos). Do outro lado estará Kevin Love, líder da liga com 15,7 e 36 duplos-duplos em 41 partidas (cinco 20-20 nesta temporada). De quebra, o ala do Minnesota ainda tem 21,2 pontos (50% a mais que 2009-2010).

E você, ansioso para ver quem se sai melhor na partida de hoje? Comente na caixinha! Para sair do muro, digo que Kevin Love vence Blake Griffin nos rebotes e perde na partida.

A surpresa da feminina

Quem acompanha este blog conhece muito bem a jovem Izabella Sangalli, de 15 anos e destaque da seleção que conquistou o bicampeonato Sul-Americano com Janeth - na competição de 2010 ela teve ótimos índices em pontos (14), rebotes (8,5), tocos (1,2) e roubadas (3,4).

Pois foi Izabella, ainda com 15 anos, a grande surpresa da lista feminina divulgada. Não pela sua técnica, que é enorme, mas porque é uma seleção que disputará o Mundial Sub-19 no Chile. Em Jundiaí, ela treinará com meninas mais velhas e experientes (Damiris e Tássia, por exemplo), e crescerá muito em pouquíssimo tempo.

Sendo assim, parece clara a intenção de Hortência, diretora do departamento feminino: preparar a talentosíssima Izabella para liderar a seleção brasileira em um futuro próximo, já que, caso avance para o Mundial Sub-17 de 2012, a jogadora de Americana permanecerá treinando em tempo integral em Jundiaí também no ano que vem. Sorte para ela.

Pelo Fantasy do NBB

Das minhas loucuras no basquete, uma delas atende pelo nome de Fantasy, aquele joguinho em que você finge que é diretor-geral de franquia da NBA. Há a seleção dos atletas numa espécie de Draft, uma escalação bem básica (qualquer jeca faz) e uma série de possibilidades de mexer com o elenco (adoro esta parte). Há três anos me tornei um celerado por isso a tal ponto que acesso as duas ligas que participo antes de checar meu e-mail. Antes que perguntem, digo que estou ótimo em uma e péssimo em outra.

Foi aí que pensei em como seria legal se houvesse um jogo parecido com os times do NBB na próxima temporada. Pode parecer besteira, mas passei a ser ainda mais tarado por números desde que comecei no Fantasy - e alguns posts saíram por causa do joguinho.

Mas não é só diversão, claro. Os marqueteiros costumam dizer que essas ações "periféricas" servem para criar mais volume, abrangência e capilaridade da marca central (no caso a NBA). Para criar um Fantasy, no entanto, o primeiro passo seria arrumar o site por completo (colocando fichas dos jogadores, com histórico e tudo mais) e o seguinte seria mexer na área de estatísticas (sei que a Liga vem tentando melhorar, mas até agora é uma seção incompleta pacas). O último passo seria ter um calendário com menos mudança de datas.

Creio que um jogo como este cativaria ainda mais a garotada (o público do basquete se encontra atualmente na Internet e é majoritariamente jovem) e seria ótimo para a LNB explorar ainda mais o seu potencial para uma comunicação segmentada para um nicho que ainda é pouco explorado (as mídias sociais para serem muito exploradas). Torço para que em 2011 eu fique alucinado com os pontos de Marcelinho, os tocos de Murilo e as assistências de Valtinho. Os alucinados precisamos disso.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Da Prancheta

26-23-45 - Foram os pontos, rebotes e a eficiência de Clarissa (as duas últimas são as melhores marcas da competição), ala-pivô de Catanduva na vitória de hoje de Catanduva sobre Ourinhos por 75-63.

Será que alguém ainda duvida que Clarissa (11,5 rebotes - líder do torneio - e 15,4 pontos - a terceira) merece vaga na seleção?

Da Prancheta

R$ 2,1 milhões - É esta, de acordo com o blog de José Cruz, a verba disponibilizada pelo Ministério do Esporte para financiar o período de treinos das seleções masculina e feminina Sub-19 neste ano. Os cofres da CBB estão cada vez mais cheios (somando as verbas da Eletrobras - R$ 11 milhões anuais -, Bradesco - R$ 7 milhões -, COB, Nike e TV Globo a entidade recebe cerca de R$ 20 milhões por temporada), e é uma pena que não exista transparência na divulgação de como verbas são utilizadas. Verbas que, como vemos, vêm dos cofres públicos em sua maioria.

O outro lado da moeda

Ao contrário da seleção masculina, que conseguiu fazer uma pré-lista com 22 nomes de diferentes regiões do país antes de fechar o grupo, na feminina o óbvio prevaleceu: com exceção da baiana Isabela Ramona, da Mangueira (RJ), as outras 14 vieram de São Paulo - dez nasceram no próprio Estado. A novidade atende pelo nome de Thamara, pivô que foi tema de post deste blog há algum tempo e agora atua pelo Osasco.

E a explicação é mais do que clara também. Se no masculino há um viajante Magnano, no feminino ninguém exerceu a função de vasculhar, fuçar, averiguar as meninas nos campeonatos de base em 2010. Não dá nem para culpar Ênio Vecchi, novo técnico da seleção adulta que, é verdade, dirige o Vitória no NBB3 porque o comandante assumiu há menos de um mês. Fica a pergunta: por que Hortência não colocou Janeth, assistente da adulta, para fazer isso?

O reflexo disso tudo que acontece no feminino é o fraquíssimo nível deste Nacional Feminino, cujo jogo de ontem na TV (Mangueira e São Caetano) foi (para dizer o mínimo) horrível (37 erros). É bom que Hortência e a CBB revejam seus conceitos, porque o milagre da multiplicação de talentos de meninas acabou por aqui há alguns anos. Agora é preciso trabalhar, e trabalhar com planejamento e organização. Que tal começar em 2011?