quinta-feira, 31 de março de 2011

Uma imagem

Começou na terça-feira a Copa Brasil - Região Centro-Oeste. Parece perseguição, mas é triste olhar a tabela e verificar que já houve o dois W.O. na competição. Foi da UCB (DF), que não compareceu ao duelo contra o Dom Bosco, de Mato Grosso do Sul, e o IESPLAN, também do Distrito Federal, ontem. Parece que nunca vai mudar isso, né?

O engraçado é que o site da CBB achou por bem não divulgar nada a respeito. Vejam só: "São Camilo/Sinop (MT) chegou à segunda vitória na Copa Brasil Centro-Oeste ao superar o Clube Escolar Dom Bosco (MT) por 58 a 43, na rodada desta quarta-feira (dia 30), na cidade de Sinop, no Mato Grosso. A competição segue nesta quinta-feira (31), com a partida entre IESPLAN (DF) e Dom Bosco (MS), às 21h (horário de Brasília)". Transparência é isso, não é?

Contra a parede

Em situação delicada, Barcelona e Baskonia entram em quadra hoje pela Euroliga. Os times espanhóis perderam o mando de quadra na semana passada, e na terça-feira não resistiram ao Panathinaikos e ao Maccabi Tel-Aviv, que jogaram em casa. Com 1-2, só a vitória interessa na tarde desta quinta-feira.

Se quiser lutar pelo bicampeonato no Final Four na sua casa (que frustração seria a eliminação precoce, hein), o Barcelona precisa frear o excelente Dimitris Diamantidis (média de 20,3 pontos e 4,7 assistências na série). Responsável por passes e arremessos do time grego, o armador está com uma agressividade fora do normal neste duelo contra os catalães (já cobrou 28 lances-livres em três partidas e talvez por isso sua média de erros esteja em cinco).

Quem também terá tarefa complicada é o Baskonia de Marcelinho Huertas e Fernando San Emetrio (eles terão que aparecer hoje se não quiserem ser eliminados). Vencer em Tel-Aviv é tarefa complicadíssima (apenas o Barça conseguiu isso na Euroliga de 2010-2011), e o técnico David Blatt já afirmou que voltar para Vitória não faz parte de seus planos. Se quiser tentar algo, parar o ótimo Jeremy Pargo (14,3 de média na série) é um bom começo.

E aí, amigo leitor, será que Barcelona e Baskonia darão adeus à Euroliga na tarde de hoje? Comente na caixinha! Para não ficar em cima do muro, arrisco que catalães esticam a série para o quinto jogo, e os vitorianos serão eliminados pelos israelenses.

Alto-falante

"Estou bastante contente em poder contribuir para o basquete do Distrito Federal. Terei ao meu lado um grupo muito bom e bastante comprometido que me ajudará para ascensão da modalidade na região. Nosso projeto é grande, mas bem simples. Queremos em um primeiro momento fazer um fórum para aumentarmos o número de filiados da federação e trazer assim o máximo de pessoas para o basquete. Espero que meu nome, que é uma marca forte na modalidade, me auxilie para termos sucesso também neste novo desafio"

Foram estas palavras de Milton Setrini Junior, o Carioquinha, ídolo eterno do basquete brasileiro que acaba de vencer a eleição da Federação Brasiliense. Boa sorte para ele nesta nova etapa de sua carreira. Torço para que ele consiga transformar as suas palavras em ação. Será que vai dar certo? Comente na caixinha!

quarta-feira, 30 de março de 2011

O título e a vaga

Liga Sorocabana e Rio Claro decidem a partir de hoje o título da Copa Brasil Sudeste. Com os dois times classificados para a Super Copa Brasil, o que vale para as equipes mesmo é se preparar para tentar obter as duas vagas no NBB4 (é sempre bom lembrar que os classificados passarão por análise da LNB antes).

Em Macaé, sim, o jogo tem um significado maior. Os donos da casa recebem o Tijuca para a primeira partida da série (melhor de três) que define o último classificado do Sudeste para a Super Copa Brasil. Diante de sua torcida, a turma da terra do petróleo não pode nem pensar em vir à capital com um 0-1 se quiser realmente tentar algo no octogonal final. Os tijucanos confiam na boa fase do ala Marcellus, que tem ido bem na competição.

Tentarei comparecer ao Tijuca para a segunda partida do duelo, e seria legal se a divulgação aumentasse um pouquinho o volume. Não é nada, não é nada, a Copa Brasil Sudeste pode ajudar a carimbar o passaporte para a principal competição do basquete brasileiro. Começar com estatísticas e fichas técnicas atualizadas no site da CBB já seria muito bom.

Sujeito indeterminado

Não creio que tenha algo mais a falar depois de ler o que o Rodrigo Alves escreveu sobre a punição para a equipe de Franca (em relação à agressão sofrida pelo armador Valtinho, de Uberlândia, lembra?). Multa de R$ 8 mil e Pedrocão interditado por tempo indeterminado (há, ainda na primeira fase, Paulistano e Pinheiros por lá).

Como o Rodrigo bem escreveu, o problema não é a punição em si (ela é mais do que justa), mas o nível dos outros ginásios da competição. Nunca fui ao Pedrocão (uma pena), mas duvido que ele tenha, por exemplo, menos condição de receber uma partida do NBB do que o Tijuca ou o Tartarugão (e, óbvio, eles não são os únicos).

A punição a Franca é justa, claro, mas é necessário haver uma inspeção maior por parte da LNB aos ginásios da próxima edição da competição. Encher o regulamento com artigos que não serão cumpridos (falar em Wi-Fi é brincadeira) não pega bem.

Faça você mesmo

Ontem falei aqui sobre a quantidade de possíveis atletas que, sem oportunidade de continuarem no esporte, acabam desistindo. Aí cheguei em casa à noite e li uma matéria em que o Orlando Silva, Ministro dos Esportes, teria ficado chateado com o Blatter (presidente da FIFA) a respeito de uma declaração deste sobre os atrasos para a Copa de 2014.

Não precisa ser nenhum gênio para saber que realmente está tudo por fazer aqui no Brasil (aeroportos, estádios, transportes coletivos etc.), e que o Ministério dos Esportes possui uma gestão muito fraca. Por isso (e, de novo: não é uma cobrança à CBB) acho que o basquete deve tentar caminhar sozinho, com suas pernas, sem depender de forças políticas ou do COB (outra entidade que não preciso falar muito).

Está aí o vôlei, que cresceu assustadoramente de 20 anos para cá (o Projeto Viva o Vôlei, de cunho social, é um estouro!), que não nos deixa mentir. Seria muito legal se em dez, 15 anos conseguíssemos enxergar no basquete uma força tão grande assim em termos esportivos. Para chegar lá é preciso dar o primeiro passo. Alguém vai tentar?

terça-feira, 29 de março de 2011

Vai dar mole, San Antonio?

O San Antonio não teve Manu Ginóbili, Tony Parker e Tim Duncan, e ontem perdeu para o Portland Trail Blazers em casa (quarta derrota consecutiva). Com isso, a diferença para o segundo colocado do Oeste, os Lakers, despencou de sete para três vitórias. Pode parecer pouco faltando oito partidas, mas os texanos não podem bobear tanto assim.

Após o All-Star Game os Lakers estão voando (15-1 - fato que só aconteceu em cinco ocasiões na história da NBA), e o San Antonio Spurs perdeu, em sequência, Tim Duncan e Manu Ginóbili (as lesões que não vieram durante toda a temporada começaram a surgir agora, em momento perigoso). O calendário de ambos os times é duríssimo (os angelinos têm Dallas, Denver e Oklahoma por exemplo), e os texanos terão Celtics na quinta-feira, Houston e Atlanta fora de casa até o final da fase regular. Ah, e o penúltimo jogo será entre Lakers e Spurs.

Todo mundo sabe que os Lakers são o time a ser batido no Oeste e na NBA. Conseguir o mando de quadra é apenas o primeiro passo para tentar derrotá-los em uma eventual final de conferência. Se quiser conquistar outro anel, é bom o San Antonio Spurs não deixar escorrer pelas mãos a liderança que foi construída durante 90% da temporada regular. Os playoffs, querendo ou não, começam agora.

Quantos Marlons temos?

"Comecei a jogar basquete aos 10 anos na Escolinha do Moto Clube. Por causa da situação financeira dos meus pais não pude continuar no clube por não ter dinheiro para pagar a escolinha. Foi difícil continuar porque meu pai perdeu o emprego dele numa empresa de São Luís. Até que dois, três anos se passaram e minha família me levou para uma Colônia de Ferias. Foi por lá que meu futuro começou".

Foi com esta frase que Marlon (foto) começou a me contar a sua história (aqui) e fiquei pensando em quantos Marlons o esporte brasileiro acaba desperdiçando por não possuir uma política de esportes bem definida e que consiga trazer mais jovens para o caminho do esporte, da educação e da saúde.

Sei bem que não dá para exigir que o basquete tome a frente de uma situação muito mais de ordem política do que de qualquer outra instância (e sabemos como Ministério dos Esportes e COB trabalham "bem" nisso), mas seria muito bom se a CBB tivesse um planejamento para "caçar" os Marlons que o Brasil possui - e há uma série de meninos talentosos que acabam parando com o esporte por falta de oportunidade. Não é uma cobrança, não é uma crítica, mas seria um passo muito importante para tentar trazer o basquete de volta ao bom caminho de conquistas.

Alto-falante

"Eu nem pensava em voltar ao basquete até ser convidado para participar da Escola. Fui muito bem recebido e tive uma ótima impressão do Dante (de Rose Jr.) e do Diego (Jeleilate). São dois excelentes profissionais, que fizeram um ótimo trabalho. A minha função será totalmente administrativa e vim para colaborar. A parte pedagógica permanece com o Dante. Conheço bem os técnicos, por isso acho que vai dar certo"

A frase é de Emmanuel Bomfim, que assumiu a coordenação geral da Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol (ENTB) nesta segunda-feira. Ex-técnico de sucesso, acho que a adição de Emmanuel à Escola é excelente (o treinador sempre fez ótimos trabalhos dentro de quadra). Será que ele vai dar certo na "função administrativa" (fora de quadra)?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Bastidores

Não gosto muito de contar os bastidores de uma entrevista, mas acho que vale a pena neste caso. Conheci o Marlon logo após a derrota do time dele no March Madness. Ao invés de conversar com um garoto triste, abatido, lá estava ele simpático e educadíssimo no Skype para me contar a sua história de perseverança, luta e vitória (sim, se alguém ainda tem alguma dúvida, ele venceu).

Houve momentos em que as duas vozes (a dele e a minha) engasgaram, tal foi a emoção da história de Marlon (ele contou que não via a sua família há quase sete anos e que os contatos com seus pais são feitos uma vez a cada seis meses). Do outro lado, eu só procurava entender de onde vinha a força de um rapaz que tinha tudo para desistir, mas que seguiu em frente. Marlon não é caso único num país que liga muito pouco para esporte, saúde e educação, mas ouvir uma história assim, de um rapaz que luta dia a dia para evoluir e ser melhor a cada segundo foi muito, muito legal. Acho bom ressaltar: o maranhense está concluindo Comunicação aos 23 anos, fato que seria praticamente impossível de acontecer no Brasil.

No fim, Marlon insistentemente me agradecia por procurá-lo e entrevistá-lo. Repetia, sem parar, "obrigado", "obrigado" e "obrigado". Não era justo. Sinceramente disse que quem deveria agradecer era eu, e honestamente digo a vocês: são poucos os motivos que levam este blogueiro a ter orgulho do que faz. O papo com o Marlon foi um destes.

Obrigado, Marlon.

Alto-falante

"Acho que as coisas simples da vida é que são importantes. Para ser um jogador de alto nível é importante demais não ficar só no tempo normal. É importante se dedicar sozinho também, treinar arremesso, treinar os fundamentos também. Molecada só quer fazer cesta e esquece os fundamentos"

A frase, em entrevista ao site da LNB, é de Rogério, ala de Franca que completou 40 anos no sábado e que nem pensa em aposentadoria ("Vou continuar jogando até o momento que sentir que não dá mais"). A declaração de Rogério (22,2 minutos em quadra no NBB3) merece ser respeitada e analisada com carinho, não acham?

M-V-P

Se liga na sequência do jogo de sábado entre Chicago e Milwaukee, que vencia por 87-83 quando faltavam três minutos:

-- Derrick Rose converte dois lances-livres (02:50)
-- Derrick Rose dá assistência e Noah enterra (02:28)
-- Derrick Rose converte uma bandeja (01:53)
-- Derrick Rose anota dois em arremesso (01:07)
-- Derrick Rose anota mais dois (00:42)
-- Derrick Rose Rose (oito pontos e duas assistências nos últimos três minutos) passa e Ronnie Brewer dá números rinais ao duelo em 95-87 para o Chicago Bulls (00:29)

Não é mais necessário dizer quão craque é este rapaz chamado Derrick Rose (que ontem terminou com 30 pontos e 17 assistências - máximo em sua carreira), certo? Aos 22 anos, o armador será o mais jovem a conquistar o troféu de MVP da temporada da NBA e está absolutamente pronto (se vai acontecer eu não sei, mas ele está preparado) para tentar levantar o troféu pelo Chicago Bulls (anote aí algumas coincidências incríveis: a última vez que os Bulls conquistaram mais de 50 vitórias e tiveram o melhor jogador do campeonato foi em 1998 - e eles saíram com o caneco no fim).

Os números falam muito sobre Derrick Rose (ele saltou de 20,4 pontos, seis assistências e 26,7% nos três pontos para 24,8 pontos, 7,8 passes e 33,5% nos tiros longos), mas não dizem tudo. Rose hoje é um armador consistente (em 12 dos últimos 13 jogos ele teve 20 pontos ou mais), consciente de seu papel e com espírito de liderança apurado (seu senso de urgência, para usar um termo da moda, é excepcional). Os playoffs não começaram, ele pode não jogar nada por lá, mas a sua evolução é assustadora. Repito: ele tem 22 anos. E merece ser MVP.

Bye, Bye Brasil - Marlon Louzeiro

No dia 15 de março Marlon Louzeiro (cuja irmã Marlianne atua no Casper Junior College) saiu de quadra e foi direto chorar nos vestiários. Trancou-se em seu escaninho e viu as lágrimas descerem de forma feroz. E não era pela derrota da sua Universidade, a Arkansas Little Rock, para North-Carolina Asheville por 81-77 na prorrogação da partida válida pelo Torneio Nacional (o famoso “March Madness”). Com problemas de saúde, seu avô vivia problemas no Maranhão e o pivô de 23 anos e 2,03m não tinha como ajudar. Era um filme que se repetia (ele perdeu três parentes próximos desde que por lá chegou). Nos EUA desde os 17 anos, Marlon (12,3 minutos, 3,4 pontos e 2,6 rebotes nesta temporada) ainda não pisou no Brasil desde que se despediu de familiares e amigos com um único objetivo: vencer em sua vida fora do país. Formado em Educação Física e cursando Comunicação, o maranhense, filho de um segurança de casa noturna e uma funcionária de escola pública, superou a infância bem humilde (“comigo sempre foi tudo muito sofrido, contado, mas nunca passei fome”) e hoje brilha no deserto de Arkansas. Ele abre a seção “Bye, Bye Brasil” do Bala na Cesta.

BALA NA CESTA: Como um jovem nascido numa família humilde do Maranhão foi parar no meio do deserto de Arkansas?
MARLON: Nossa, minha vida começou muito cedo no basquete. Aos 10 anos estava dentro da Escolinha do Moto Clube com o técnico Leal, mas por dificuldades financeiras eu tive que parar de jogar. Minha mãe e meus avós ainda tentaram ajudar (nessa época meu pai acabara de perder o emprego em uma fábrica local), mas não foi possível continuar naquele momento. Somente aos 14 anos voltei a jogar em uma colônia de férias do Maranhão. Conheci um treinador chamado Carlão (Carlos Tinoco Silva), que fez uma pergunta que mudou minha vida. Ele disse: “Você gosta de basquete? Então não desista”. Respondi que sim e jamais desisti. Fiquei quatro anos em São Paulo, e você deve imaginar como é complicado sair do Maranhão para a maior metrópole do país. Era um menino humilde e tímido numa cidade imensa. Não foi fácil, mas aprendi a me virar e aos poucos as coisas foram acontecendo. Até que recebi o convite para vir estudar nos EUA. Tive apenas um dia para me despedir dos meus familiares e namorada e estou aqui há quase sete anos sem vê-los. Tinha muito medo, mas minha vontade de vencer sempre superou isso tudo. Agradeço desde já ao Walter Roese (agora assistente-técnico da Universidade do Havaí), que me ajudou muito desde que por aqui cheguei.

-- Vindo de uma família muito humilde, foi muito diferente para você chegar para jogar em Junior College nos EUA? A estrutura, a língua, os treinos, tudo é muito diferente, não?
-- Tudo é diferente por aqui, cara. Quando cheguei aqui para jogar no Junior College (Midland College) fiquei assustado com o que a garotada tem em termos de estrutura. Ginásio, comida, hábitos, vestimenta, tudo é muito incrível. Eles fazem as coisas com prazer e uma paixão enorme. Isso é fascinante. Nos primeiros dois anos entender todo este processo foi complicado, pois além da barreira cultural eu tinha o problema da língua. Você pode imaginar como foi difícil me comunicar apenas com gestos e sinais (não sabia nada de inglês). Durante seis meses fiquei louco, chorava muito, até que liguei para o Roese e disse que não agüentava mais. Depois de conversar com ele rezei um pouco e pedi paciência. Pensei em meus familiares e amigos, e sabia que se voltasse assim, sem ter tentado, estaria desapontando a eles. Por isso me mantive, mesmo sofrendo horrores e transparecendo isso (meu técnico chegou a dizer que entendia meu sofrimento). Ali fiquei mais confortável e meu talento começou a aparecer, com atuações defensivas muito boas. Foi esse prazer de competir em alto nível no basquete americano que tirei como exemplo para eu nunca desistir dos meus sonhos.

-- Qual a expectativa individual e para o time em relação à próxima temporada? Voltar para o torneio nacional é o objetivo, certo?
-- Eu fiquei um ano sem jogar (redshirt, como os norte-americanos chamam) e minha experiência como calouro foi muito boa. Tive uma produção sólida e consegui ajudar o time a chegar ao título da Sun Belt Conference. Comecei no banco, mas como jogador defensivo no garrafão eu me saí muito bem. Minha expectativa para o próximo ano, o último em Arkansas Little Rock, é de tentar colocar meus números de rebotes e pontos um pouco maiores e ficar bem melhor fisicamente. Este ano foi uma experiência pra mim como jogador, e tenho certeza que no próximo serei mais cobrado pela comissão técnica. Por ser meu último ano, minha obrigação é ser exemplo para os jogadores que estão chegando e se conseguirmos voltar ao Torneio Nacional, melhor ainda.

-- Mesmo atuando fora do Brasil há muito tempo, você sente vontade de atuar pela seleção brasileira? Gostaria de ser lembrado e atuar pelo seu país?
-- Sim, gostaria muito de ser lembrado para a seleção. É um grande sonho jogar pelo meu país e também poderia representar o Nordeste e o meu Estado (o Maranhão). O basquete da nossa região precisa de ajuda, porque acho que há muitos talentos por lá. Gostaria de chegar à seleção também para ser um exemplo e uma motivação para essa molecada que luta por oportunidades por lá. Acho que nunca o Maranhão teve um jogador na seleção masculina (sei da Iziane entre as meninas), e se conseguisse isso seria um presente para o povo de lá, que sei que ama basquete.

-- Depois de se formar, o que você planeja para a sua carreira? Pretende continuar no basquete?
-- Bem, vou dizer uma frase que minha família me ensinou quando era garoto: “O dia de amanhã a Deus pertence”. Mas tenho planos de terminar meu mestrado aqui nos EUA. Depois que me formar penso em continuar jogando, porque jogar basquete é uma paixão muito forte. Acho que o basquete é minha primeira mulher (risos). Sinto-me muito bem jogando basquete e quando estou em quadra apenas penso em jogar bola e me divertir. Sou outra pessoa em quadra.

BATE-BOLA
Uma frase: “Deus, sempre acompanhe meus passos”
Uma palavra que odeio: Traição
Um ponto que tenho que melhorar em quadra: Minha regularidade
Uma qualidade fora de quadra: Amigo
Um defeito: Me preocupo demais
Uma mania: Fazer tudo perfeito
Um sonho: Vencer na vida.
Uma cidade: São Luís
Um ídolo: Eminem
Um lugar: Maranhão
Uma comida: A da minha família
Quando penso no Brasil, penso em: Oportunidades pras pessoas
Das coisas do Brasil, sinto mais falta da: Comida
Um livro: O segredo
Um filme: Homens de honra
Uma música: Dias de luta, Dias de Glória (Charlie Brown)
Um amigo: Carlos Tinoco Silva (Carlão)
Um momento triste: Perder meus avós e não poder estar lá com eles
Um momento feliz: Quando fui campeão aqui nos EUA
Um técnico: Walter Roese

domingo, 27 de março de 2011

Alto-falante

"Tenho falado isso em reunições com a Globo. Tem que existir equilíbrio entre interesses comerciais e nível técnico. Não adianta pensar só em um ou só em outro. Tem que pensar em horário, torcida. (...) Agora, sou totalmente a favor de horário que atenda primeiro ao público de ginásio. Se tem futebol às 22h, sou radicalmente contra, bem como sou contra jogo às 16h de quarta-feira no basquete. É um desrespeito com torcedor, patrocinador, atletas, na minha opinião, é claro"

A declaração é de Marcelo Vido (foto), em excelente entrevista ao site Máquina do Esporte (clique aqui e leia). Ex-jogador da seleção brasileira, Vido é gerente de negócios e marketing do Minas Tênis Clube e um dos integrantes do Conselho de Marketing da LNB. Em outro ponto da entrevista, ele diz o seguinte: "Eu também gostaria que formássemos gestores. Capacitar gente para trabalhar nessa área. Estamos em um momento de trabalhar pensando no NBB daqui a cinco ou dez anos. Precisamos de melhores gestores". Muito boa a visão.

Frevo bom

Não é muito correto analisar basquete apenas por estatística, mas vale uma pequena análise sobre o título conquistado por Pernambuco no Brasileiro Sub-19 da Região Nordeste (ontem o Estado fez 51-49 contra os paraibanos, donos da casa, para ficar com o caneco).

O que chama a atenção no invicto time da técnica Mônica dos Anjos é o desempenho equilibrado nos números. Com exceção de Augusto (32 por jogo), ninguém jogou mais de 23 minutos por partida (para ser mais exato, nove atuaram por 14 ou mais minutos) e o resultado foi simples: os pernambucanos venceram, com exceção de uma partida, todos os últimos períodos das partidas. Outra prova do jogo coletivo da equipe vem na pontuação (Augusto, o melhor cestinha, teve 14,6 e foi o único a se sair com dígitos-duplos - os outros não passaram de 8,4).

Outro bons dados vêm nos tiros de três pontos e na defesa. Ao contrário do que quase sempre acontece no país, Pernambuco (o segundo menor índice da competição) não abusou dos tiros longos (apenas 14,4 por partida ou 22,2% dos arremessos totais do time) e levou apenas 47,4 pontos por jogo (menos vazada do torneio). Se isso não bastasse, a marcação provocou, em média, 25 erros dos adversários.

Insisto que analisar esporte apenas por estatística é uma loucura, mas confesso que fiquei animado com o que os números me disseram. Que o bom nível de jogo de Pernambuco no Sub-19 represente o começo de uma evolução contínua da modalidade no Nordeste. Mais do que nunca o Brasil precisa de mais gente praticando basquete.

Pisca-alerta

Flamengo e Brasília se enfrentam hoje no surreal horário das 13h (o Sportv promete transmitir) no Tijuca em partida que vale a liderança do NBB3 - no Rebote, Rodrigo Alves explica isso muito bem. Também concordo com o Rodrigo quando ele diz que o ginásio tijucano não é o ideal para receber o maior clássico do basquete brasileiro da atualidade (não custa lembrar que os dois times fizeram, nos últimos anos, três finais de nacionais e uma de Liga Sul-Americana).

Dentro de quadra, o Flamengo vive um momento de insegurança. O time ainda não assimilou o que Gonzalo Garcia tem a dizer (culpa do técnico também, claro), e seu basquete é exatamente igual ao do tempo em que Paulo Chupeta era o técnico - ou seja: precipitação no ataque, tiros de três em doses cavalares e irresponsáveis e erros em sequência na defesa. Brasília tem um time mais sólido com o trio Nezinho-Alex-Giovannoni, mas pode ter problemas se os "físicos" Átila dos Santos e David Teague voltarem a jogar bem como fizeram na sexta-feira diante de Uberlândia - isso, claro, sem falar no descontrole emocional que quase sempre aparece fantasiado de Nezinho.

Torço, sinceramente, para que os dois times se preocupem apenas em jogar basquete, deixando de lado os lances bizarros que presenciamos nos recentes confrontos entre as equipes. E se não for pedir demais, torço para que tenhamos um pouco de defesa e consciência em quadra. E você, amigo leitor, o que acha que acontece no Tijuca nesta tarde? Comente na caixinha!

sábado, 26 de março de 2011

Alto-falante

"Neste ano, vamos tentar a nova fórmula para equilibrar fatores. A intenção é ser competitivo ao extremo. Cinco times é longe do ideal. Com oito ou dez teríamos algo mais sensato. Mas sabemos que em médio prazo isso vai acontecer"

A declaração é de Marcio Cattaruzzi, presidente da Liga de Basquete Feminino, ao Diário do Grande ABC. Perguntas ao gestor do Nacional das meninas:

1) Por que a "nova fórmula" não foi implementada desde a edição I da LBF?
2) Médio prazo? Vão esperar quantos anos mais para chegar trazer mais equipes?
3) Então quer dizer que dez equipes é um número "sensato" prum país deste tamanho?

Comentários na caixinha!

Da Prancheta

30-15 - Foi o placar do último período a favor do Charlotte Bobcats, que venceu os Celtics, em Boston, na noite de ontem por 83-81 (ei, é serio: o Charlotte venceu o Boston fora de casa "aloprando" no último período). Os verdes agora vêm de duas derrotas seguidas (a outra foi para o Memphis) e agora enxergam o Chicago Bulls, cada vez mais sólido, mais longe na liderança do Leste (são duas vitórias a mais para a turma de Derrick Rose).

Fica a pergunta: será que Danny Ainge (foto) já percebeu que a troca que fez foi horrorosa?

Quadra boa, jogo nem tanto

Ficou realmente muito bonita a nova quadra do Flamengo na Gávea. O piso é lindo, nas paredes há os retratos dos jogadores e o placar eletrônico não apresentou os problemas de outros tempos. Neste quesito, ponto para os dirigentes rubro-negros. Mas isso, claro, não resolve os problemas do time.

O Flamengo continua a ser uma equipe frágil na defesa (no perímetro então...), e Uberlândia, que venceu o jogo por 90-88 com muito mérito, apenas escancarou isso na noite desta sexta-feira. Collum teve 34 pontos (matou sete de fora), Valtinho conduziu o jogo com maestria (16 pontos, 13 assistências e seis rebotes) e do outro lado Marcelinho acionou o seu lado Monstro (o lado Médico ficou em casa): com 2/11 dos três pontos, o camisa 4 dos donos casa reclamou da arbitragem o jogo inteiro, fez beiço quando Gonzalo Garcia o tirou de quadra na metade do quarto período e defendeu de forma terrível (no lado oposto, o ala sempre chegava atrasado e falhava no posicionamento para os rebotes defensivos).

Uberlândia tem mérito, e vai crescer muito com Chuí, mas é bom o Flamengo abrir o olho um pouquinho. Gonzalo Garcia foi trazido para fazer o time defender e jogar coletivamente. Hoje o time não fez um nem o outro - e parece que marcar decididamente não é algo que os atletas rubro-negros saibam e gostem. Fica a expectativa de melhora, porque hoje algumas peças (Átila, com nove pontos e duas cravadas ferozes, e Teague, que anotou 28 pontos) que até então não rendiam estiveram muito bem. Elenco e quadra a turma da Gávea têm.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Da Prancheta

55 - Foram os pontos de Arizona no segundo tempo de ontem na vitória contra Duke (93-77). A marca foi a maior contagem de um rival em um tempo desde 1997 contra Duke, de Coach K, e a diferença de pontos sofrida pelo renomado treinador também foi a maior em uma partida válida pelo torneio nacional desde 1991.

Derrick Williams, provável número 1 do Draft de 2011 (camisa 23), anotou 25 de seus 32 pontos (maior marca de sua carreira), no primeiro tempo, e levou seu time pela primeira vez ao Elite 8 desde 2005. Lamont Jones também foi muito bem com 16 pontos e seis assistências pelos vencedores, enquanto Kyrie Irving teve 28 por Duke.

No Elite 8, Arizona mede forças com Connecticut, do ótimo Kemba Walker, que ontem anotou 36 pontos na vitória contra San Diego State (74-67).

Novidade do Bala

Não sei se isso será muito importante para a maioria de vocês (educados que são), mas ontem conheci uma nova ferramenta para análise de acessos no Bala na Cesta. Através dela, consigo saber de onde os internautas vêm de forma bem detalhada.

Não comentarei muito sobre o assunto, mas agora consigo saber que um acesso vem, por exemplo, da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, ou da Avenida Ibirapuera, em São Paulo.. Conseguirei, agora, ter mais controle sobre os comentários, e ser ainda mais direto nas comunicações.

Atenciosamente,
Fábio Balassiano.

O plano de José Carlos Brunoro

Após o post de ontem, recebi de um atento leitor o planejamento que José Carlos Brunoro expôs durante a campanha de Carlos Nunes à presidência da CBB. De lambuja, recebi também o organograma da CBB, que é a imagem que abre este post (clique sobre ela para vê-la em maior resolução).

A CBB pode não achar, mas creio que compartilhar as ideias de Brunoro com vocês seja uma coisa legal. Então divirtam-se com o Power Point abaixo. Prefiro, sinceramente, não colocar a minha opinião. Peço, apenas, o seguinte:

1) Analisem o organograma proposto e vejam se ele se assemelha à realidade do basquete brasileiro.
2) Procurem a área de Auditoria da Confederação.
3) Comparem o organograma com o PPT (Power Point) abaixo.
4) Leiam atentamente o PPT e vejam se ele de fato mostra se algo mudou nestes 24 meses de administração Carlos Nunes/José Carlos Brunoro.

A caixinha é de vocês.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Alto-falante

"A decisão já está feita, não tem mais jeito. A imprensa já escolheu o Derrick Rose como o MVP da temporada, e como é ela (a imprensa) que decide, não há mais nada em aberto, não. E, veja, não creio que alguém impacte melhor o resultado de um time como o Dwight Howard faça com seus pontos e rebotes aqui no Orlando"

A frase é de Stan Van Gundy, técnico do Orlando Magic que defende seu pupilo (D12) e critica o clima de "já ganhou" em torno do troféu de MVP ser dado a Derrick Rose. E aí, amigo leitor, concorda com o treinador?

Perto do paraíso

Não é fácil acompanhar, porque as informações não são tão disponíveis assim, mas ontem foram disputadas as primeiras partidas das semifinais da Copa Brasil Sudeste. Em Macaé, a Liga Sorocabana de Basquete suou, mas venceu o time local por 71-70 com 14 pontos de Gourauskas.

Em casa, o Rio Claro usou o apoio da torcida para fazer 93-80 no Tijuca e também abrir 1-0 na série. Will teve 26 pontos pelos vencedores, e Marcellus (bom valor!) saiu-se com 17 pelos tijucanos.

Agora os paulistas jogam por apenas uma vitória (o Rio Claro tem duas oportunidades fora de casa; e a Liga Sorocabana, duas dentro de seu ginásio) para avançar à fase final da Copa Brasil e, aí sim, tentar garantir vaga no NBB4 (campeão e vice poderão jogar a competição se cumprirem as exigências técnicas e financeiras da LNB). Tentarei estar no Tijuca para o jogo de sábado para acompanhar um pouco mais da competição.

Como não ser case de marketing

Pouco depois de assumir a diretoria de marketing da Confederação Brasileira, José Carlos Brunoro foi entrevistado (em 14 de maio de 2009) pelo site Máquina do Esporte, que trazia o seguinte na matéria: "O planejamento ainda depende de um diagnóstico geral que está sendo feito, e deve ficar pronto daqui a cerca de 40 dias".

Como vocês devem ter reparado, mais de 20 dias se passaram (na verdade, quase dois anos, né), nenhum planejamento foi apresentado e pouca coisa mudou na gestão de comunicação/marketing da Confederação Brasileira. Mudou tão pouco que até o site da empresa de José Carlos Brunoro, a BSB, ainda traz imagem do uniforme da seleção nacional com o antigo patrocinador. Como sabemos, não houve, até agora, sequer uma ação para conquista de novos clientes, massificação do esporte ou geração de novas e diferentes formas de se comunicar com um público que ainda (ainda!) não desistiu de basquete. Com exceção do lançamento das camisas oficiais da Nike (que, como sabemos, organizou toda a festa e a comercialização das peças), pouquíssimo pode ser colocado no (hum) portfólio de Brunoro nos últimos 24 meses. Estranho, não?

A história de José Carlos Brunoro merece ser respeitada, mas se ele tinha vontade de voltar a virar case de sucesso com a retomada do basquete a um lugar de destaque no cenário esportivo nacional, é melhor esquecer. E é melhor esquecer simplesmente porque não se pode avaliar o trabalho do departamento de marketing da CBB. E não se pode avaliar o trabalho do departamento de marketing da CBB porque ele simplesmente inexiste. Repito: quase 24 meses se passaram...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Um monstro chamado Dwight Howard

O San Antonio Spurs tem a melhor campanha da liga, Derrick Rose provavelmente será eleito o MVP da temporada (justamente!), mas o que tem jogado de basquete o Dwight Howard não é brincadeira. Ele guiou o Orlando Magic e três vitórias seguidas e a quatro nos últimos cinco jogos. Hoje a turma da Flórida enfrente, em casa, os Knicks.

E tudo isso com números absurdamente cavalares. Se nos pontos ele está "na média" (21,8), em rebotes (16,8) e em tocos (3,8), D12 está incrível no mês de março (em quatro ocasiões ele deu cinco tocos e em duas ele passou dos 20 rebotes). O resultado global disso tudo é que Howard tem as melhores médias de sua carreira em pontos (23 por noite - 40% a mais que na temporada passada), rebotes (14,3), arremessos por noite (13,4 - 3,4 a mais que em 2009-2010) e roubadas de bola (1,3).

A chegada de Hedo Turkoglu e o esquema algumas vezes mais arejado (Brandon Bass deixa o garrafão "livre" pra D12 aniquilar seus adversários perto da tabela) fizeram de Dwight Howard uma arma ainda mais perigosa para o Orlando Magic. Brigar pelo título da NBA talvez seja um exagero, mas enfrentar os Magic numa série de sete partidas nos playoffs pode ser perigoso demais. Times que não possuem pivôs fortes e ágeis devem colocar as barbas de olho desde já. Boston, Chicago ou Miami, quem se habilita a deter D12?

Força no ABC

Já era quase certa, mas foi confirmada a contratação da ala-pivô Nádia Colhado por Santo André. A ex-jogadora de São Caetano promete formar um dos garrafões mais fortes do país ao lado de Êga e Simone (a melhor jogadora da final da LBF, lembram?). Para a ala, Laís Elena trouxe Jacqueline, quarta maior cestinha da Liga (15 por jogo). Não ficam no atual campeão Paula Pacheco, Tayara e Fabiana Guedes (gosto do basquete desta última!).

É fato que Nádia ainda precisa mostrar muito para se firmar como a jogadora que todos acreditamos que poderá ser, mas também é fato que em Santo André pela primeira vez em sua carreira ela terá um time vencedor e estruturado para que ela consiga melhorar seus pontos fracos (defesa, rotações e fundamentos, por exemplo). Nas mãos de Laís Elena, a tendência é que sua evolução aconteça rapidamente.

Para mim não há dúvida que com as adições de Jacqueline e Nádia (além da manutenção de Micaela, Ariadna e Êga) Santo André está mais forte do que nunca para a temporada 2011. Do meu canto, eu só espero que o basquete feminino brasileiro dê condições para que estas meninas consigam jogar em alto nível por mais tempo. Campeonato Paulista com apenas cinco clubes na primeira divisão é, sinceramente, uma piada de péssimo gosto.

A vitória do quarto lugar

Não sei se poderia haver jogo melhor para sexta-feira no NBB. Em casa (às 20h, com promessa de exibição do Sportv - não me comprometo aos amigos a dizer a que horas a transmissão começa), Franca enfrenta Bauru (tema de post neste blog há alguns dias) embalado pela vitória contra Brasília no último domingo. É simplesmente o duelo entre os times que, com 16-8, brigam pela quarta colocação do NBB3 (aquela que classifica para o Torneio Interligas, lembra?). Acho muito complicado que a vaga escape de Bauru ou Franca após o duelo, sinceramente.

Teremos ótimos duelos em quadra (Benite x Larry, Márcio x Fischer, Douglas Nunes x Rogério e Drudi x Jeff), mas também fora dela. Hélio Rubens e Guerrinha (foto) vêm da mesma "escola", se conhecem há anos e devem reservar boas estratégias para o duelo desta sexta-feira (em tempo: o bauruense é, na minha opinião, o melhor técnico da competição).

Pelo apoio da torcida e pela vitória sobre os atuais campeões no último domingo eu diria que os francanos levariam ligeira vantagem, mas o basquete que Bauru tem jogado é de primeiríssima qualidade. Fico em cima do muro nessa, mas quero saber de você, amigo leitor, quem fica com a vitória no jogão de sexta-feira. Comente na caixinha que a gente troca uma ideia.

terça-feira, 22 de março de 2011

Entre os grandes

Começa hoje para o Baskonia uma de suas séries de playoff mais importantes dos últimos anos. Com um elenco renovado e sem a maior estrela do time nos cinco anos que passaram (Tiago Splitter), caberá ao brasileiro Marcelinho Huertas e ao ala Fernando San Emetrio (o mais eficiente da competição) guiar os vitorianos para voltar ao Final Four da Euroliga.

Para isso, vencer as duas partidas contra o Maccabi Tel-Aviv em casa (a primeira peleja será hoje, às 16h30, e a segunda, na quinta-feira) é mais do que fundamental. Os israelenses venceram sete de suas oito partidas na Euroliga em casa até agora (a única derrota foi para o Barcelona), e um dos triunfos veio justamente contra o Baskonia na primeira fase (81-70). Ir para a casa do Maccabi em igualdade (1-1) ou desvantagem (0-2) seria horrível.

Que Marcelinho Huertas, o melhor armador da Europa e o segundo melhor em assistências da competição (5,5), continue a jogar o melhor basquete de sua carreira. Levar o Baskonia ao Final Four pela primeira vez desde 2008 o colocaria num outro patamar não apenas na Espanha, mas no continente como um todo. Os vitorianos têm time para vencer, mas não podem bobear. David Blatt, técnico do Maccabi, sabe muito de basquete e conquistou um Eurobasket com a Rússia na própria Espanha em 2007.

Devagar com o andor

É óbvio que após 543 minutos Tiago Splitter está bem melhor na NBA (na temporada 2009-2010 toda ele jogou 1.113 na ACB). Mais seguro e adaptado ao sistema do San Antonio Spurs (ontem houve até jogadas de isolamento para ele no garrafão), o brasileiro participou bem na vitória desta segunda-feira contra o Golden State e anotou o primeiro duplo-duplo de sua carreira na liga (10+14 em 27 minutos). Além disso, duas noites antes ele fora titular pela primeira vez contra o Charlotte Bobcats (8+6 em 24 minutos).

E aí (que surpresa...) a torcida brasileira se animou (com alguma razão, mas esquecendo que contra Detroit, Sacramento, Houston, Dallas e Miami ele jogara apenas cinco minutos ao todo). Com a lesão de Tim Duncan (duas semanas de molho), Tiago deve ganhar minutos antes do playoff começar, mas é bom não exigir demais (vale lembrar, apenas de passagem, que os Spurs têm a melhor campanha da NBA com 57-13).

Splitter sempre teve evoluções graduais (vide a sua história de "degrau em degrau", como ele mesmo gosta de dizer, no Baskonia), e não será agora (ainda mais com Gregg Popovich) que seus números saltarão de singelos 4,1 pontos e 2,8 rebotes para 20+12 nos 12 jogos restantes da temporada regular. Torcer, vale. Cobrar números assustadores de Tiago seria injusto pacas.

Boa novidade em Joinville

Todo mundo sabe os sites de compras coletivas dominam o país (comenta-se, inclusive, que Luciano Huck teria adquirido 5% do Peixe Urbano, um dos maiores do setor). E foi usando o "boom" do mercado que Joinville, que conta com um dos melhores projetos de comunicação (e também de responsabilidade social junto à comunidade), decidiu agir.

Para a partida de domingo contra o Vila Velha (11h no Ivan Rodrigues), 250 pares de ingresso poderão ser comprados, a partir de quarta-feira, no site Grupon por R$ 14,00 (normalmente, o valor dá direito a apenas uma entrada - desconto de 50% portanto). A diretoria de Joinville não quer criar expectativa em relação ao número de pacotes vendidos, e usa a palavra "experiência" para definir a ação de comunicação que deve ser repetida até o final do NBB3. No dia da partida, os ingressos poderão ser retirados na bilheteria do ginásio.

Fica o parabéns para a diretoria de Joinville pela iniciativa (relembram-me agora que Minas já fez campanha parecida no começo do ano em compra casada com o vôlei), e para a cidade, que coloca mais de mil pessoas de média por partida e mantém um dos mais legais e saudáveis projetos de basquete do país. São ações como esta que farão o basquete crescer. Trarão público, receita (mesmo que pequena de cara, pode gerar resultado em médio prazo) e novos consumidores. Que mais ideias surjam.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Leitura obrigatória

Rodrigo Alves fez ótimo estudo sobre os passes (ou a falta deles) no jogo entre Flamengo e Minas no NBB3. Leitura mais do que obrigatória. Clique aqui e leia.

Alto-falante

"Não vejo problema quando alguém quer melhorar, mas não poderíamos fazer no Staples Center (casa dos Lakers) o que ele fez aqui. Acho que não deveríamos ter permitido. Deveríamos ter apagado as luzes"

A frase é de Chris Bosh, ala do Miami que não gostou muito do fato de Kobe Bryant ter treinado arremessos após a derrota para os Heat na quadra da franquia da Flórida. Declaração boba, mimadíssima. Que bobeira, hein...

A estreia do Bye, Bye Brasil

Conforme prometi aqui, a partir da próxima semana estreia aqui a seção "Bye, Bye Brasil", um espaço em que falaremos sobre os brasileiros que jogam lá foram. É óbvio que Splitter, Nenê, Huertas e os mais conhecidos poderão pintar, mas a ideia é explorar justamente quem pouco conhecemos (como foram os exemplos dessa semana dos meninos do Junior College ou do jovem Marlon Louzeiro na NCAA).

Então é assim: quem tiver dicas de jogador(a) nos EUA, nas divisões de base da Europa ou em qualquer canto desse mundo, manda brasa aqui na caixinha de comentários ou através do email fabio.balassiano@gmail.com . Não será um trabalho fácil, eu sei disso, mas acho que vai valer a pena. E conto com vocês para, a cada semana, eu ter ao menos uma novidade!

Obrigado aos que me ajudaram a formatar essa ideia, e ao grande Chico Buarque, que compôs a música que dá nome a nova seção do Bala na Cesta. Quem quiser, pode começar a dar sugestão dos integrantes do "Bye, Bye Brasil" desde já. Valeu!

Penumbra

Quando percebi que a final feminina de Indian Wells atrasaria passei a mão no telefone e gritei para um amigo tenista: "Alguma chance de o jogo do Djokovic e Nadal terminar antes das 19h30?". Com o "nenhuma chance" que ouvi comecei a me preocupar, e obviamente eu sabia o que aconteceria. O canal campeão tinha duas possibilidades: 1) postergar o jogo; 2) começar a transmissão com a partida rolando. Na verdade as duas opções foram marcadas, visto que ainda houve um (rápido) terceiro set, e as imagens de Franca e Brasília começaram já no segundo período.

A culpa, insisto, não é do Sportv, que tem uma grade recheada de programas ao vivo e com eventos internacionais com horários que são respeitados. O problema, ao meu ver, é na gestão (como sempre!) do basquete brasileiro, que permite que bizarrices como a deste domingo ainda ocorram. E quando falo em gestão, incluo, nessa vez, os atletas também. Ontem mais uma vez eles foram passivos ao não exigir que a partida começasse no horário combinado. Isso, claro, sem falar no desrespeito com o fiel torcedor de Franca (cadê o Estatuto do Torcedor?), que pagou pelo ingresso de um evento que começaria às 19h30 e que teve início mais de 45 minutos depois. Repito o que disse no Twitter: se fosse jogador, exigiria que a bola quicasse no horário marcado; se fora torcedor, teria pedido meu dinheiro de volta.

A questão, como se vê, é bem maior do que arrumar horários que se encaixam na grade do Sportv (parceirão da LNB - esta, aliás, sequer informou no Twitter que a partida atrasaria), mas sim encontrar profissionais com vivência no mundo corporativo para cuidar de um produto que é bom, mas que ainda patina em pontos básicos para quem frequenta o mercado há algum tempo. Tem dúvida do que estou falando? Converse com um diretor de marketing de uma empresa imensa, tire dúvidas com um gerente de produto de uma multinacional ou troque ideias com um vice-presidente financeiro de uma grande corporação e você verá que quase tudo o que a Liga faz está na contramão do que o mercado faz e propaga. Enquanto a gestão não mudar, não há a menor chance de o basquete brasileiro se modernizar por completo.

domingo, 20 de março de 2011

Perto deles

Raulzinho e Lucas Bebê (ambos na foto) foram convocados essa semana para participar do Nike Hoop Summit, evento que acontecerá em Portland (cidade-sede da Nike) em 9 de abril e colocará frente a frente os melhores juvenis dos EUA e do mundo (além dos brazucas, destaque para Dario Saric, da Croácia, que tem um potencial assustador).

Melhor do que participar do evento, que realmente parece ser bem legal, é saber que os dois jogadores (Raulzinho já havia disputado o Jordan Classic também) serão ainda mais observados por olheiros da NBA (é pouco antes do Draft, né...) e do mundo. Se isso não bastasse, lá eles encontrarão alguns dos adversários no Mundial Sub-19 da Letônia.

Sorte para os brasileiros, e que eles tragam boas experiências do jogo contra os melhores juvenis norte-americanos.

O amor pelo W.O.

"Na segunda partida, entre Universidade Católica (PE) e Liga de Alagoinhas terminou em W.O duplo (0 a 0), pelo não comparecimento de nenhuma das duas equipes". Fonte: Site da CBB (notícia referente à Copa Nordeste - rodada de 18.03.2011).

"A outra partida seria disputada entre Liga de Alagoinhas (BA) e Usina Coruripe (AL), que terminou em W.O (0 a 20), pela ausência do time baiano". Fonte: Site da CBB (notícia referente à Copa Nordeste - rodada de 19.03.2011).

Três perguntinhas:
1) Ninguém faz nada, é?
2) Até quando veremos isso?
3) É animador o panorama apresentado pela Confederação, não?

Bauru completo

Não há surpresa melhor no NBB do que o desempenho de Bauru até aqui (cinco vitórias consecutivas). Com a derrota de Franca para Araraquara na noite de ontem, o time de Guerrinha precisou "apenas" vencer Assis por 91-62 para chegar ao quarto lugar do campeonato com a campanha de 16-8 (vale lembrar que, nesta posição, os bauruenses jogariam o Torneio Interligas contra os argentinos). Graças ao site da LNB, agora remodelado e com estatísticas bem visíveis, consegui fazer um post com números (parabéns!).

E o segredo do sucesso não é a performance incrível de um ou dois atletas (apesar de o desempenho de Larry ser fantástico - ele tem 5,6 assistências e 14,3 pontos). Sem muitos recursos mas com boas opções (os jogadores são versáteis - quatro estão entre os 22 melhores em eficiência), Guerrinha roda bem o elenco (sete jogam 12 minutos ou mais) e quase todos pontuam (cinco com dígitos-duplos - Fernando Fischer, o cestinha, tem singelos 16,6 e é "apenas" o 12º da liga). Em termos coletivos, Bauru tem o quarto ataque mais positivo (86,6), usa bem as suas armas nos chutes longos (Larry e Fischer principalmente) para obter o melhor percentual da liga (surreais 40,5%), erra muito pouco (8,3 por partida é o melhor índice do campeonato), tem uma boa relação entre arremessos convertidos e assistências (0,63 - a melhor da competição - ) e faz uma defesa bem razoável pros padrões brasileiros (é a quarta menos vazada).

É óbvio que ainda há deficiências. Para ficar em um exemplo, Guerrinha improvisa Jeff Agba e Douglas perto da tabela, e o resultado é que o time é o segundo que mais permite rebotes ofensivos aos rivais (7,6). Mas o saldo é extremamente positivo até aqui. Bauru joga um basquete sem requinte, mas absolutamente "honesto" até aqui. Supera, e muito, o que se esperava no começo do NBB3. Conseguir o mando de quadra nos playoffs seria um prêmio para o técnico (quase sempre tão criticado) e o grupo. Eles têm feito por merecer.

sábado, 19 de março de 2011

Alto-falante

"Foi a coisa mais difícil em todo tempo que estou na NBA. Foi como mandar um de seus filhos embora. Por vezes é muito complicado separar o lado profissional do pessoal e essa troca representou isso para mim. Kendrick Perkins tinha um grande espírito de grupo. Decidimos fazer a troca, mas, para mim, doeu. Doeu muito"

A declaração é de Doc Rivers, técnico dos Celtics, à ESPN. O técnico parece ainda não estar feliz com a troca que mandou Perkins, um de seus "filhos", para Oklahoma. A ESPN, aliás, também diz que o técnico não deve voltar para a próxima temporada em Boston devido a assuntos familiares (ele estaria disposto a ficar um ano com seu filho, Austin, em Duke).

Mais um W.O.

Nós estamos em 2011, e eu não sei como é possível ler uma notícia dessas no site da CBB: "o duelo entre Paraíso Basquete e Cabo Frio (pela Copa Brasil Sudeste), que seria disputado em São Sebastião do Paraíso (MG), não aconteceu devido à ausência da equipe do Rio de Janeiro. Com isso o time mineiro vence a partida por W.O (20 a 0)".

Isso não pode ser sério, pode? Sinceramente nem sei mais o que comentar a respeito de tantos jogos não realizados nos últimos anos em competições organizadas pela Confederação (se for contar, no site, você encontra mais de 15 - sem brincadeira!). Só sei que não é mais possível que o público que ama basquete continue a ser tratado como palhaço ou maluco (ou os dois).

Que tal a CBB colocar punições mais urgentes para o caso de isso voltar a acontecer nos próximos campeonatos? Para ser ainda mais claro: que tal a Confederação começar a trabalhar para evitar que isso nunca mais ocorra? Já chega desse tipo de coisa, né.

Estilos em quadra

Assim como aconteceu nos últimos três mundiais adultos (2002, 2006 e 2010 - com duas vitórias das rivais), Brasil e Espanha se enfrentarão na primeira fase do Mundial Sub-19 do Chile. Em sorteio realizado ontem, Damiris (foto) e companhia ficaram sabendo que, além das espanholas, medirão forças com Eslovênia e Taipe no Grupo D (três se classificam para a próxima etapa).

Mais do que um duelo entre Laura Collado (pivô de 1,90m e cestinha da Espanha no Eurobasket Sub-18 de 2010 com 9,1 pontos e 7,7 rebotes) e Damiris ou um entre as alas Queralt Casas (8,9 pontos) e Tássia, o duelo entre brasileiras e espanholas colcoa frente a frente duas escolas de basquete bem diferentes. Uma, a brasileira, que conseguiu títulos e troféus a rodo nos últimos 40, 50 anos, e que agora vive numa draga danada. A outra, a espanhola, que passou a tomar o mundo a partir da medalha de prata dos rapazes em 1984.

Uma escola cresceu, evoluiu, montou a liga mais forte do mundo depois da norte-americana (ao menos a dos homens é). A outra parou no tempo e viu os rivais evoluírem sem nada fazer. No último Mundial adulto feminino isso já foi muito claro. Renovada, a seleção espanhola ficou com a medalha de bronze (a primeira na história!). Recheada de veteranas, a equipe brasileira terminou no nono lugar. Sintomático, não? Que a partir de 2011 as coisas comecem a mudar um pouco de figura (começar a investir mais em massificação e em desenvolvimento da base é absolutamente imperativo). Do contrário, o abismo, que já imenso, só crescerá.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A caçula dos Horford no IG

O repórter Luís Araújo, do IG, conversou com Maira Fernanda, filha de Tito Horford (ex-jogador da NBA que também atuou no Brasil) e meia-irmã de Al Horford, pivô do Atlanta Hawks. O papo você confere clicando aqui e aqui. Vale a pena.

Dulce de leche

Com média de 10,7 pontos (o máximo havia sido 20 em duas ocasiões) e 4,1 assistências, Juan Fernandez deixou o melhor para o final de sua terceira temporada em Temple. Na primeira partida do March Madness, o argentino cravou a bola final no último segundo, dando a vitória por 66-64 contra Penn State para a universidade que havia perdido os últimos 11 jogos em torneios nacionais. O último triunfo, em 2001, havia sido justamente contra Penn State.

Com 1,93m, o armador de Rio Terceiro estava eufórico após a partida e recebeu as felicitações do compatriota Manu Ginóbili no Twitter. O mais engraçado é que a melhor atuação da carreira universitária de Fernandez veio justamente após o seu pior jogo do ano (3/17 contra Richmond).

Na próxima fase, Temple enfrenta San Diego State. Veja abaixo a bola decisiva de Juan Fernandez, que deve integrar a seleção argentina no Pré-Olímpico de Mar del Plata neste ano.

Da Prancheta

9-2 - Este é o retrospecto do Denver Nuggets após a troca de Carmelo Anthony. O time, que ocupa a quinta colocação do Oeste com 41-27 (quatro vitórias consecutivas), enfrenta Orlando Magic (nesta sexta-feira) e Miami Heat (sábado) fora de casa antes de voltar ao Colorado para quatro confrontos em casa (Toronto, San Antonio, Washington e Sacramento).

E o desempenho de Nenê também cresceu muito. Com mais arremessos desde que a troca aconteceu (antes eram nove por noite; agora, 10,2 - crescimento de mais de 10%). Nos pontos os números também cresceram (de 15,1 para 17,3 em março, mês em que o brasileiro já teve três partidas com 20 ou mais pontos).

Parece ou não com um time (sete jogadores com dez ou mais pontos de média!) de verdade este Denver desde a troca de Carmelo Anthony? Creio que sim, hein!

Oportunidade perdida

Todo mundo sabe que o presidente norte-americana Barack Obama está a caminho do Rio de Janeiro (inclusive ele deve fazer um pronunciamento aberto ao público na Cinelândia, no Centro da cidade). Aproveitando a oportunidade, o Flamengo, em cujo gramado descerá o helicóptero, dará uma camiseta para Obama de presente.

E é aí que eu e o pessoal do DraftBrasil (que ontem também disse a mesmíssima coisa no Twitter) não entendemos o que a CBB estava esperando para fazer o mesmo. Nem é preciso dizer quão fanático por basquete é Obama, precisa? Nem é preciso dizer que o atual presidente dos EUA jogou basquete no colégio, precisa? Nem é preciso dizer que durante a campanha eleitoral ele jogava basquete todos os dias pela manhã, precisa? Acho que não, né.

Pelo visto a Confederação Brasileira e seu sempre atrasado departamento de marketing não farão nada (nem que fosse entregar uma camisa nova da seleção!) para entregar ao basqueteiro Obama. Está é mais uma (e não será a última, certamente) oportunidade de trabalhar a marca e o produto 'basquete brasileiro' que a CBB perde. Até quando?

quinta-feira, 17 de março de 2011

O março de Kemba Walker

Continua hoje o March Madness da NCAA. E se para mais da metade dos norte-americanos o nome da moda é Jimmer Fredette (e gosto pacas do autor de 52 pontos na semana passada), para mim o que mais importa é o de Kemba Walker (foto), espevitado armador de Connecticut que tem apenas um jogo na temporada com menos de dez pontos (hoje UConn mede forças com Bucknell pelo torneio nacional).

Foi Walker o maior responsável pelo título da Big East por UConn na semana passada (cinco vitórias em cinco dias - feito inédito na história do circuito universitário). Ele anotou 130 pontos (26 de média), matou bolas decisivas contra Pittsburgh, Syracuse e Louisville, pegou rebotes (6,4 de média) e ainda distribuiu 24 assistências (4,8 de média). Como era de se esperar, o armador nascido no Bronx (20 anos e 1,85m) subiu nas projeções do Draft, foi eleito para o time do ano da NCAA e concorre ao prêmio de MVP da temporada.

E com razão. Seu crescimento nessa temporada é assustador (seus 14,3 pontos e 4,3 rebotes saltaram para 23,4 e 5,2 - com aumento no percentual de arremessos de 40,3 para 43% e melhora no coeficiente assistência por erro de 1,74 para 1,95) e a comparação com John Wall (número 1 do Draft de 2010) nem é tão justa assim (o armador de UConn tem uma série de movimentos ofensivos - inclusive chutes de fora -, enquanto o jogador dos Wizards baseia quase todo seu jogo em infiltrações e cortes). Sua carreira na NCAA pode não terminar com título, mas o futuro parece brilhante para Kemba Walker.

Bom começo

Terminou bem a primeira parte da preparação da seleção feminina Sub19. Comandada por Luiz Claudio Tarallo, a equipe bateu as chilenas Sub19 ontem por 80-43 e conquistou o título do Torneio de Maullín.

Damiris foi a cestinha (mais uma vez ela esteve muito bem com 27 pontos e oito rebotes), mas a melhor notícia foi o ótimo desempenho de Tássia. Mal nos arremessos nas duas primeiras partidas, a ala-armadora de Americana anotou 16 pontos em 30 minutos (6/8 nos chutes) e ainda distribuiu seis das 12 assistências do Brasil (Carina, ainda pecando nas finalizações com 2/7, teve cinco passes).

Hoje o time de Tarallo enfrenta mais uma vez as chilenas em amistoso antes de voltar ao Brasil. Que as meninas continuarão evoluindo, porque o Mundial do Chile em julho será uma pedreira. Sorte para elas.

Alto-falante

"É muita pressão, cara. Não sei porque o Jordan disse isso (que podemos ser campeões). Nós somos um time que se preocupa em jogar bem os 48 minutos, e por enquanto é só isso"

A declaração é de Derrick Rose, que se diz pressionado após ouvir de Michael Jordan no último sábado que o Chicago pode conseguir muitos títulos com este time. Com ou sem pressão, Rose guiou o Chicago a mais uma vitória nesta terça-feira (98-79 contra os Wizards - por coincidência, o outro time de MJ). O triunfo colocou os Bulls na liderança do Leste pela primeira vez em 13 anos com 48-17, mesma campanha do Boston (escrevo antes da rodada de quarta-feira), que perdeu três das últimas quatro partidas (para Nets, Sixers e Clippers, que não são grandes esquadrões). Hoje o time enfrenta o New Jersey Nets.