Há cerca de cinco anos eu ouvi de um "guru" que o Brasil passaria a perder do Uruguai dentro de pouco tempo. Da Argentina, nem contávamos mais. Eu duvidei. E me quebrei nessa. Ontem, em Trindad, a seleção sub-17 conseguiu a proeza de perder dos uruguaios por 81-77 na prorrogação - Uruguai, como sabemos, uma "nova potência" da modalidade. Agora terá que vencer a possante Venezuela na disputa do bronze para garantir vaga na Copa América e, posteriormente, no Mundial da categoria.
O engraçado (ou triste) é perceber que as novas gerações repetem os erros da seleção adulta. O time comandado por Gustavo de Conti teve em Raul (foto) o seu cestinha (26 pontos), mas pecou muito no controle de bola (19 erros). Na defesa, permitiu que Pérez anotasse incríveis sete de três pontos (26 pontos no total) e Nicolas (28 e 9/10 nos arremessos). A dupla, portanto, anotou 66% dos pontos do time celeste, sem que o Brasil conseguisse defendê-los com correção. Ou seja: quando o assunto é individualidade, vamos bem. Quando o assunto é coletivo, pecamos. Difícil perceber isso, né...
E agora, o que fazer? Será que vamos passar a perder, também, para o Uruguai? Será que vamos nos conformar com a falta de conteúdo dos nossos técnicos? Será que ensinarão a estes talentosos meninos a defender com disciplina e sentido tático? Será que algum dia a CBB olhará para isso? São muitas perguntas, e que eu sinceramente não consigo responder.
ATUALIZAÇÃO (23:10) - O Brasil ganhou da Venezuela (107-62) e se classificou para o Pré-Mundial.