"Comecei a jogar basquete aos 10 anos na Escolinha do Moto Clube. Por causa da situação financeira dos meus pais não pude continuar no clube por não ter dinheiro para pagar a escolinha. Foi difícil continuar porque meu pai perdeu o emprego dele numa empresa de São Luís. Até que dois, três anos se passaram e minha família me levou para uma Colônia de Ferias. Foi por lá que meu futuro começou".
Foi com esta frase que Marlon (foto) começou a me contar a sua história (aqui) e fiquei pensando em quantos Marlons o esporte brasileiro acaba desperdiçando por não possuir uma política de esportes bem definida e que consiga trazer mais jovens para o caminho do esporte, da educação e da saúde.
Sei bem que não dá para exigir que o basquete tome a frente de uma situação muito mais de ordem política do que de qualquer outra instância (e sabemos como Ministério dos Esportes e COB trabalham "bem" nisso), mas seria muito bom se a CBB tivesse um planejamento para "caçar" os Marlons que o Brasil possui - e há uma série de meninos talentosos que acabam parando com o esporte por falta de oportunidade. Não é uma cobrança, não é uma crítica, mas seria um passo muito importante para tentar trazer o basquete de volta ao bom caminho de conquistas.
terça-feira, 29 de março de 2011
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13 comentários:
Mas uma ideia utopica mas tudo bem. Te pergunto entao caso a confederaçao ache algum garoto assim o que ela deve fazer? Colocar em algum clube?Pagar as suas contas?
As coisas nao sao faceis asim e antes dessas sugestoes as pessoas tinham que refletir um pouco no formato e politica do esporte no Brasil. Isso tinha que ser feito nas escolas, os clubes nao tinham que pensar em campeoes pre mirim e etc?
e muito dificil!!!
Abraços
Paulo
Bala,
tem em todo lugar.
Em Betim, onde treinei na temporada passada, liberamos um jovem para uma equipe ESCOLAR para esta temporada. Porém, tivemos casos de desistência pela distância casa/ginásio e falta de condições e isso com guris que tinham convites para progredir também.
Algo que fiquei muito feliz pois sinto que fui uns dos que abri às portas para ele atuar em uma equipe e com o esforço dele, alem de toda vontade conseguiu progredir em pouquissimos meses.
Acho fundamental a ligação escola-esporte. Uma pena que quem está no poder não veja assim.
Deveria ser obrigatório em todas as federações ter um psico-pedagogo e realmente cuidar do futuro do jovem não somente dentro de quadra e sim dentro da escola.
Quantos jovens se tornam atletas ?
Pouquissimos e os outros, que treinaram tanto e se dedicaram mas não chegaram lá, como conviver com essa possível frustração e mais, a quem ir pedir ajuda ?
Nem todos vem de famílias esclarecidas, que tem condições de pagar por um atendimento nestas areas que mencionei.
O que me entristece Bala, é que existe muita gente mal intencionada no esporte e as federações fazem vista grossa o tempo inteiro por outros interesses.
A realidade é bem mais triste do que parece.
Um abraço, Henrique
Voy a colocar un texto encontrado en el blog de Jose Cruz en UOL, como es largo y no me deja hacerlo en 1 mensaje lo voy a dividir en 2.
Vamos a ver que opinan los lectores brasileños sobre ese gringo brasileño en Australia
Esporte e voluntarismo na Austrália
Por Jorge Knijnik (doutor em Psicologia Social (USP), e professor da School of Education at University of Western Sydney)
Os brasileiros têm uma visão da Austrália sendo um “paraíso esportivo…”; talvez pela quantidade de medalhas olímpicas e pelo sucesso deste país no esporte de rendimento, ficamos achando que a Austrália deve ser ‘tudo de bom’ nesta área…
Se você pegar seu carro e sair pelas ruas de Sydney e adjacências em um sábado ou domingo à tarde, irá ver centenas, melhor, milhares de crianças e jovens e adultos e gente de todas as idades, culturas, sexos, cores, jogando uma diversidade incrível de modalidades. Rugby (dois tipos diferentes), cricket, futebol (o ‘nosso’…), futebol australiano (sim, aqui joga-se Australian Football Rules, o ‘footy’), um jogo bem interessante, dezoito de cada lado!
Com liga profissional, TV, bons salários e bastante gente jogando ‘for fun’ (por diversão), também; netball, baseball (e suas derivações) entre vários outros. No seu passeio, o visitante irá também ver centenas (isso mesmo) de grandes campos gramados (o que eles chamam de “oval’) ocupados por estas pessoas, espaços públicos comunitários para a prática esportiva.
Para quem gosta, isso é muito legal! Muita gente olhando, jogando, se divertindo, competindo… Mas tem uma coisa que vai chocar o leitor brasileiro, principalmente se ele for professor de Educação Física (como eu, aliás) ou, nos tempos atuais, ‘profissional de EF’, com registro em algum Conselho Regional da área…
Este esporte de final de semana, praticado por milhares de pessoas, é totalmente organizado, dirigido e coordenado por… voluntários!
Isso mesmo, managers, organizadores, técnicos e professores são voluntários. Pais ou mães ou pessoas da comunidade que se voluntariam para tocar o time dos seus filhos e filhas; irmãos menores, amigos, tanto para dar treinos, preparar as tabelas, pintar as marcações dos campos, vender na cantina, arrecadar fundos para os clubes, fazer o churrasco, enfim, tudo o que se refere aos clubes onde o ‘esporte de base’, ou o esporte ‘participativo’ acontece,é tocado basicamente por voluntários, sem formação em EF! Aliás, pouca relação a EF tem com este esporte por aqui…
Chocado? Revoltado? Acha que o Conselho Brasileiro deveria processar todos os sem-registro australianos?
Olha, mas esta é a tradição aqui, o voluntariado, as pessoas fazendo coisas por sua comunidade. Eu, como bom professor de EF, estranhei no começo – onde estão os profissionais? O que este pessoal entende de movimento humano? Mas me voluntariei para ser técnico de um time de futebol Under -6… Foi uma farra, dirigir aquela molecadinha nos treinos semanais e nos jogos aos sábados de manhazinha … Jogamos mais de duas dezenas de joguinhos de ‘small-sided soccer’, 4X4 com campinho pequeno e golzinho em ‘ovals’ espalhados por Sydney… Sempre com uma intensa vibração da comunidade voluntária organizando tudo.
Mas a pulga continuava atrás da minha orelha. Afinal, voluntários não entendem muito de esporte…
(continua)
A resposta veio neste verão, quando uma tragédia natural quase que destruiu a terceira maior cidade australiana: Brisbane, capital de Queensland, foi inundada pelo rio que corta a cidade. Eles chamaram isso de ‘Tsunami in-land’, realmente, horrível e impressionante a destruição…
Momentos de tristeza e terror.
Quando as águas abaixaram um pouco, as pessoas começaram a voltar para suas casas, alagadas, destruídas, cheias de lama, etc… E simplesmente começou um trânsito nas entradas da cidade, lotadas, entupidas por nada menos que 24.000 (isso mesmo, vinte e quatro mil) voluntários, que saíram de suas casas por toda a Austrália, pegaram seus carros, pegaram aviões, para ajudar a reconstrução da cidade… Velhos, mulheres, crianças, gente de todas as culturas, nacionalidades, sexos, idades… Algo lindo, impressionante, tocante!
Ai eu entendi aonde nasce este espírito voluntário… É que nos campos esportivos se aprende muito mais do que técnicas esportivas ensinadas por profissionais, se aprende a construir uma alma comunitária!
Bala, parabéns por levar a discussão além do basquete, mas você não ampliou o bastante. Além dos atletas que se perdem por não haver estrutura de ensino nesse país, perdemos(ou não atingimos todo o potencial de) muitos físicos, químicos, geógrafos, escritores, músicos, etc.
baralhão, concordocom você.
mas há de convir comigo que não caberia neste espaço, certo?
mas vou tentar.
abs, fábio
Hoje tem centros sociais, em santo andre por exemplo da janeth, q é tudo de graça, para jogar basquete.
Ao mesmo tempo tem clubes na base em SP, q pagam 500,00 a 1.500,00 reais para uns "talentos" jogarem em seu time, pois sua iniciaçao é somente para socios.
Tem equipes boas nos festivais da FPB, que não disputam o campeonato da federação.
Quer dizer, ta bagunça ne?
Finalmente um anonimo que amplia as discussõeshein?!Emvez de só "meter o pau" este critica mas apresenta soluções e questionamentos sobre tais soluções.
Eu acredito que apesar de ser treinador de um clube de basquete de BH e professor de EF,o profissional envolvido a fomentar o esporte ele, pelo histórico geral do esporte no Brasil, já é propriamente dito um desbravador voluntário.Hoje, um dia isso pode mudar, repito HOJE sabendo das condições que nos são apresentadas e oferecidas vislumbro uma solução.Todo treinador da ENTB deve estar envolvido com trabalho voltados para o esporte educacional,para evitar a falta de qualificação do voluntariado e para fomentar de maneira mais eficiente e duradoura a prática do basquetebol no país.O que vcs acham da idéia?Só levo em conta a opinião de quem dá a cara pra bater,os anonimos que me desculpem.
Abraço Bala e aos demais,
Rodrigo Aguido.
Rodrigo Aguido
Apesar do "excesso" de polidez de alguns comentários anônimos acima, parece ser de consenso geral que a base de tudo deveria ser a escola. Na faculdade fiz projetos em escolas municipais aqui de Fortaleza (acessibilidade para cadeirantes e deficientes) e sempre nas visitas observava que quase sempre sequer existia tabelas nas quadras poliesportivas. Quando havia, eram de baixíssima qualidade ou estavam com os aros quebrados. Ou seja, estímulo zero! Nos espaços públicos do estado como um todo, a primeira coisa a ser depreciada é sempre o aro da tabela de basquete. O meu universo de análise é pequeno, mas creio que seja bastante representativo para a grande maioria das cidades do nosso país. Infelizmente!
É isso aí bala.
O descaso com a nossa educação é total e só aumenta a cada ano.
Ao invés de melhorar, piora!
O nosso maior problema não é a falta de oportunidade para que jovens sigam no esporte o problema é q os jovens não conseguem seguir em sua vida acadêmica.
O pior é q dizem os números q o analfabetismo diminuiu nos últimos anos.
Mas esquecem q ser alfabetizado não é simplesmente saber ler e escrever.
Somos um país de analfabetos e o esporte é apenas mais uma coisa q é dexada de lado por nossos governantes.
Bala
Obs.: O "Paulo" do primeiro post não sou "eu". Eu sou o que te elogiou na entrevista com o Marlon.
Eu acho que de utópico não tem nada: veja o exemplo da seleção feminina da Austrália, que banca uma seleção juvenil, disputando campeonatos adultos, e colhe frutos constantemente.
Dinheiro não é desculpa, pois se temos 8mi para "investir" na ONG da Karina Rodrigues com o Orlando Silva, não pode faltar dinheiro para educação e formação esportiva no Brasil.
É tudo uma questão de educação e prioridade.
É como uma empresa: você investe nos melhores talentos e espera o retorno a médio e longo prazo.
Mas não é vendendo curso em cd, como a Hortencia, que iremos chegar a algum lugar.
Infelizmente o que falta no Brasil é seriedade para encarar as coisas, inclusive esporte e educação!!!
Paulo.
Prezado Paulo,
nos temos uma seleçao permanente com alguns jogadores que vale investir. A Australia ter uma seleçao juvenil jogando contra adultas e a mesma coisa e nao se encontra na situaçao postada pelo Fabio.
Tanto aqui quanto na Australia nos temos jogadores que ja tem alguma representatividade e acredito que o bala se refira a jogadores com potencial mas que ainda nao dao resultados.
por esse motivo acho uma ideia utopica porque isso tem que partir do governo e mudar a politica esportiva e nao a Confederaçao ajudar.
abraços
Paulo
Vamos com calma pra falar da australia.
todo mundo inventa umas coisas so pra dizer "la" e assim.....
O time feminino da australia e uma maravilha, todo mundo sabe, pra sizer que temos que seguir o exemplo da liga feminina e outra estoria. (nao estou falando do comentario acima, estou so mostrando alguns dados)
olimpiadas:
96- bronze
2000 - prata
2004 - prata
2008 - prata
muito bacana mas em 1992 nao se classificou tendo ficado em 4 na olimpiada anterior.
Na olimpiada de 2008 apenas 2 jogadoras jogavam o campeonato australiano, uma de 23 e uma de 28, entao nao era pra renovacao.e nenhuma das duas jogava no time que foi campeao.
o campeonato nacional so tem 10 times e nos ultimos 12 anos um mesmo time venceu 7 vezes. o que ja foi dito aqui , nao e atrativo para o publico (vide o caso de Uconn no femenino da NCAA com 4 mil lugares vazios, de 10 mil, no jogo de abertura do torneio , isso jogando em casa!!!)
os ultimos.
Devagar com o andor!!
Dingo
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