Não gosto muito de contar os bastidores de uma entrevista, mas acho que vale a pena neste caso. Conheci o Marlon logo após a derrota do time dele no March Madness. Ao invés de conversar com um garoto triste, abatido, lá estava ele simpático e educadíssimo no Skype para me contar a sua história de perseverança, luta e vitória (sim, se alguém ainda tem alguma dúvida, ele venceu).
Houve momentos em que as duas vozes (a dele e a minha) engasgaram, tal foi a emoção da história de Marlon (ele contou que não via a sua família há quase sete anos e que os contatos com seus pais são feitos uma vez a cada seis meses). Do outro lado, eu só procurava entender de onde vinha a força de um rapaz que tinha tudo para desistir, mas que seguiu em frente. Marlon não é caso único num país que liga muito pouco para esporte, saúde e educação, mas ouvir uma história assim, de um rapaz que luta dia a dia para evoluir e ser melhor a cada segundo foi muito, muito legal. Acho bom ressaltar: o maranhense está concluindo Comunicação aos 23 anos, fato que seria praticamente impossível de acontecer no Brasil.
No fim, Marlon insistentemente me agradecia por procurá-lo e entrevistá-lo. Repetia, sem parar, "obrigado", "obrigado" e "obrigado". Não era justo. Sinceramente disse que quem deveria agradecer era eu, e honestamente digo a vocês: são poucos os motivos que levam este blogueiro a ter orgulho do que faz. O papo com o Marlon foi um destes.
Obrigado, Marlon.
segunda-feira, 28 de março de 2011
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8 comentários:
Bala parabéns por conseguir atuar ou aturar em um esporte tão capenga como o nosso basquete!
A qualidade do seu blog é enorme, quem dera nossa CBB ou FPB tivessem METADE da sua competência e comprometimento!!! Estaríamos em outro patamar!!!
Marlon parabéns, que seu sacrifício seja breve e compensador!!! Você merece!!!
Paulo
Parabéns Bala pelo comentário/desabafo.
O triste disso tudo é que muitas vezes quando atletas deste tipo dão certo, nos orgulhamos por ver tudo o que ele passou, quando na verdade devíamos nos envergonhar de ter um País que obriga a um garoto batalhador ter que abdicar de tanta coisa assim pra conseguir algo. É triste ver que estudo e treinamento não combinam com alto nível no Brasil(são poucos os casos), é triste ver que técnicos de categorias de base e adultas pedem pra seus atletas largarem estudos e fazerem supletivo pra poderem treinar mais. É difícil descobrir a cada exemplo como este que temos tanta dificuldade de dar um bom direcionamento aos nossos atletas que conseguem algo. Nosso País é um terreno hostil para os que querem se desenvolver de forma completa. Não sei se me emociono com suas palavras no post ou se fico indignado por mais uma vez constatar essa realidade.
Parabéns pela tentativa de valorizar quem tenta fazer algo de bom pelo Brasil. Mesmo que não esteja atualmente em nosso País.
Rodrigo Galego
valeu, rodrigo e paulo!
agradeço de coração mesmo
abs, fábio
Super bacana.
Machado.
Precisamos de mais matérias como estas!
Os bons exemplos precisam ser divulgados.
Parabéns pela matéria.
Parabéns Bala pela entrevista. Eu moro fora do Brasil e se fico 6 meses sem voltar já bate uma saudade gigante, imagina ficar 7 anos. Força Marlon.
Aproveitando, Bala, vc. sabe aonde esta jogando o Jonathan Tavernari ?
muito legal Bala...
Parabens Bala!! Ás vezes, ligamos muito para o trabalho, para o dinheiro, mas o que realmente vale a pena é ter a consciência e a alma tranquila!! Marlon, um verdadeiro guerreiro assim como temos muitos que só necessitam de uma oportunidade para o esporte, valeu por nos trazer essa história linda!!!!!
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